Aires de Libertad

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    TANUSSI CARDOSO (1946- - Página 2 Empty Re: TANUSSI CARDOSO (1946-

    Mensaje por Maria Lua 14.11.22 16:53






    DE FUMAÇA, A PALAVRA


    Toda palavra é noite.
    Perpetua a angústia do não encontro.
    Há sempre perda no contato,
    Mesmo que se some à pele o espanto.

    Toda palavra é prisão e liberdade.
    Intervalo entre som e silêncio.
    Toda palavra é falta.
    Suspiro entre sopro e chama.

    Toda palavra é não.
    Dentes demasiados de dor.
    Toda palavra é vã e vão.
    Ainda que belamente perfeita.
    Ainda que de adjetivos – cilada, aparência.

    Toda palavra é falácia.
    Nada e maravilha.
    Toda palavra é nunca.
    O amor, por exemplo. Ou como Deus se pronuncia.

    (Eis que nenhuma palavra é dia.
    A não ser alguma que à esperança mentia.)

    Toda palavra ornamenta uma lápide
    De mistérios e magias.
    Daí, a incompletude – sua infinita largueza.
    Daí, a poesia implícita em cada uma:
    Barro e cimento. Pedra-viva.

    Toda palavra diz-se cedo.
    O adeus, por exemplo. Ou como o morto se anuncia.


    _________________



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    "Ser como un verso volando
    o un ciego soñando
    y en ese vuelo y en ese sueño
    compartir contigo sol y luna,
    siendo guardián en tu cielo
    y tren de tus ilusiones."
    (Hánjel)





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    TANUSSI CARDOSO (1946- - Página 2 Empty Re: TANUSSI CARDOSO (1946-

    Mensaje por Maria Lua 14.11.22 16:54

    ORIGEM 1

    eu não sou
    de onde nasci

    eu não sou
    de onde vim

    nenhuma língua me engana
    nenhuma terra me enterra

    eu sou
    onde estou

    eu sou
    onde sou


    _________________



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    "Ser como un verso volando
    o un ciego soñando
    y en ese vuelo y en ese sueño
    compartir contigo sol y luna,
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    TANUSSI CARDOSO (1946- - Página 2 Empty Re: TANUSSI CARDOSO (1946-

    Mensaje por Maria Lua 18.11.22 8:02

    ILUMINAÇÃO


    para Antonio Carlos Secchin


    É o poema quem diz
    o que o poeta não fala:
    reticências
    recantos
    confins.

    É o poema quem diz,
    não o poeta.
    O poeta, sutilmente,
    afirma
    o que o poema desdiz.


    _________________



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    "Ser como un verso volando
    o un ciego soñando
    y en ese vuelo y en ese sueño
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    TANUSSI CARDOSO (1946- - Página 2 Empty Re: TANUSSI CARDOSO (1946-

    Mensaje por Maria Lua 18.11.22 8:04

    GRÃO

    O que de mim se esvai
    é o que fica

    Sou a permanência
    dos dias em que morro

    Diariamente construo
    não a minha vida

    Mas o que dela existir
    enquanto morto


    _________________



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    "Ser como un verso volando
    o un ciego soñando
    y en ese vuelo y en ese sueño
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    TANUSSI CARDOSO (1946- - Página 2 Empty Re: TANUSSI CARDOSO (1946-

    Mensaje por Maria Lua 18.11.22 8:04

    POEMA PARA QUALQUER ANO-NOVO

    para minha sobrinha, Liane


    Acolher pássaros.
    Suas sombras de liberdade e beleza.
    Ouvir seus piares de dor, fome e prazer.
    Compreender a expressão das asas.
    Pousá-los nos ombros, deixar-se com eles,
    nessa viagem de busca e de calma.
    Ser pássaro na sabedoria
    de maravilhar-se com a vida
    – ínfima e pouca –
    em seus mínimos detalhes
    de mistério e poesia.
    Aprender a transformar migalhas
    em sementes de ninhos.
    E dividi-las.
    Entender a nervura das distâncias
    : os obstáculos.
    Quedar-se quieto à espera do canto.
    E do voo.


    _________________



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    TANUSSI CARDOSO (1946- - Página 2 Empty Re: TANUSSI CARDOSO (1946-

    Mensaje por Maria Lua 18.11.22 8:06

    DIVAGAÇÕES METAFÍSICAS SOBRE A MORTE DE UM POMBO

    “No meio do caminho tinha uma pedra.”
    Drummond


    Um pombo morto na rua
    é somente um pombo morto na rua.

    Independe do movimento dos astros.
    Não incomoda o Sol.

    Não impede o bater dos ventos
    nem o cair das chuvas.

    O mundo não vai girar ao contrário.
    O arco-íris não mudará suas cores
    porque um pombo está morto no meio da rua.

    A vida seguirá tranquila
    e todos os amores permanecerão intactos.

    Pernas pularão
    o incômodo obstáculo.

    Porque ao pombo morto
    só caberá o lixo do esgoto.

    Será, no máximo,
    assunto para um poeta torto.








    http://www.mallarmargens.com/2017/08/9-poemas-de-eu-e-outras-consequencias.html


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    TANUSSI CARDOSO (1946- - Página 2 Empty Re: TANUSSI CARDOSO (1946-

    Mensaje por Maria Lua 24.11.22 9:14

    AINDA HÁ TEMPO


    Fica a ideia da
    poesia e da morte:
    a pedra no caminho
    o feijão cabralino
    a aurora da minha vida.
    Fica a impressão de que
    tudo passou
    como um empurrão
    num precipício:
    abismo sobre abismo.
    Alguns amigos
    alguns amores
    e a sensação angustiante
    de que sobraram palavras
    e faltaram palavrões.
    À altura dos cabelos brancos
    uma lição:
    é preciso chutar o balde!
    Sempre há tempo
    para a desarrumação.


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    Mensaje por Maria Lua 04.12.22 14:06

    NATURALEZA MUERTA




    La arana teje su vic/a

    y espera a /a mosca

    Igual que la raiz se hunde

    y aguarda el arbol y losfrutos

    Solamente yo no espero

    ni la mosca ni los frutos

    So/amente yo tejo la nada




    Trad. de Angélica Santa Olaya


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    TANUSSI CARDOSO (1946- - Página 2 Empty Re: TANUSSI CARDOSO (1946-

    Mensaje por Maria Lua 04.12.22 14:51

    Toda palavra ornamenta uma lápide
    De mistérios e magias.
    Daí, a incompletude – sua infinita largueza.
    Daí, a poesia implícita em cada uma:
    Barro e cimento. Pedra-viva.


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    TANUSSI CARDOSO (1946- - Página 2 Empty Re: TANUSSI CARDOSO (1946-

    Mensaje por Maria Lua 13.12.22 7:22

    El poeta, ensayista y traductor chileno Leo Lobos (1966) nos ofrece, en esta oportunidad, sus versiones del trabajo del poeta brasileño Tanussi Cardoso (1946). Cardoso es poeta, cuentista, crítico literario y escribe letras de canciones. Es Presidente del sindicato de los escritores del Estado de Río de Janeiro (SEERJ).






    Fiat lux






    Traducción, selección y notas
    Leo Lobos





    ¿Para dónde estamos yendo?
    Estamos yendo siempre para casa.

    Raduan Nassar







    Del aprendizaje del aire
    imaginemos el aire suelto en la atmósfera
    el aire inexistente a la luz de los ojos
    imaginemos el aire sin sentirlo
    sin el sofocante olor de las abejas
    el aire sin cortes sin fronteras
    el aire sin el cielo
    el aire del olvido
    imaginémoslo fotografiado
    fantasma sin textura
    moldura inerte
    cuadro de sugestiones y apariencias
    imaginemos el aire
    paisaje blanco sin el poema
    vacuo impregnado de Dios
    el aire que sólo los ciegos ven
    el aire el silencio de Bach

    imaginemos el amor
    así







    De la poesía

    el canto de los pájaros
    a la procura del viento
    no

    la promesa del amor
    en las caras de la luna
    no

    el miedo del mundo
    sobre el muro
    no

    el malabarista
    en la cuerda floja
    no

    el ojo del tigre
    exacto certero
    preciso

    el ojo del tigre










    Sobre el oficio

    escribir

    dejarse ir
    a un pantano que no
    se conoce
    fondo ni gusto

    di/lu/ir/se

    la piel secar al sol
    uñas y dientes

    a/bis/mar/se

    espanto y
    peligro de caída

    entregarse al
    terremoto que viene
    de sí mismo

    de/sis/tir/se

    no resistir
    el abandono
    de los cabellos

    di/sol/VER-SE





    “silencio antes de nacer, silencio
    después de la muerte, la vida es puro ruido
    entre dos silencios insondables”

    Isabel Allende





    Sobre el nombre de las cosas

    Para Luiz Ruffato



    I

    porque todos los misterios son santos
    no nombraremos el nombre de las
    cosas.
    aún que los desiertos florezcan
    y el caos de las lluvias nos transborden,
    de ellos, la sangre
    no diremos.

    IV

    cuando caminábamos
    en la arena,
    nombres no habían.
    habían el mar sin nombre,
    el cielo, las frutas,
    las huellas de los pájaros
    y el sueño sin nombre había.
    todo era simple.
    simples hombres
    sin nombrar.

    VI

    ¿quién nos lleva en los hombros?
    ¿quién nos bebe la lengua?
    ¿a quién decir, quiero?
    ¿a quién decir, preciso?
    ¿a quién decir, inocentes?

    VIII

    vivimos dentro de nosotros.
    extranjeros.
    recorremos carreteras,
    calles, ciudades, desnudos y
    extranjeros.
    cada sonrisa, cada
    abrazo, extranjeros.
    nuestros mares y navíos,
    extranjeros.

    XI

    es que
    los nombres no dichos se esquivan
    y el Verbo
    que era barro
    se hace
    aire.







    fiat lux

    para Cristina da Costa Pereira



    el tiempo
    viene de los pies y de las manos y del agua y de los vientos
    y de la tierra
    y del fruto del vientre de las madres
    viene de los árboles
    de la paz que brilla en su cáscara
    nace de la pureza de la sangre de las arenas
    de la existencia de la hoja en blanco
    de los ancestrales recuerdos del carácter mágico
    de las palabras

    el tiempo
    nace de la escritura de los pájaros
    o de su canto
    o de la risa del primer gallo en la primera mañana
    o antes
    cuando la idea de un Dios quemaba los ojos
    y los niños jugaban
    en el soplo de la espuma del verso de los poetas

    viene de la seda de las abejas
    de la piel de las tortugas
    del encuentro de la araña y su red
    del ínfimo grano de arena de los desiertos

    el tiempo
    comienza en ti
    en tu gemido delante del ombligo de la luna
    y de las espirales de las nubes
    nace de las ciudades invisibles
    del movimiento que existe en el juego del creador
    y de la piedra fundamental
    nace del amor de los lagartos
    de las uvas molidas para el vino
    del fuego de los volcanes
    de los cielos y de los parques
    del espíritu que perfuma el aire
    nace del misterio gozoso
    que existe entre la espina y la rosa
    de los relámpagos que iluminan los cabellos
    de la primera hormiga en su labor diaria
    de las alas de los peces cuando estos vuelan

    el tiempo
    nace del acaso de las galaxias y de las estrellas
    del humus de las lluvias
    nace de la memoria del polvo
    de los incendios del deseo
    viene ungido por los dolores de los profetas
    nace del vuelo de Dios y su sudor
    y del dedo del sol entre las sombras

    el tiempo
    resiste en la sonrisa lenta de la noche
    ofreciéndose a la boca estelar y melancólica
    de la aurora mas larga
    y armoniza el silencio
    coge la miel
    y nos hace estremecer

    solos y humanos





    ejercicio de la mirada

    el ojo cortado del perro andaluz
    el ojo de la lamina afilada
    el ojo de la sangre y su chorro
    el ojo y la visión de Borges
    el ojo ciego que ve
    el ojo de los brujos
    el ojo oculto del eclipse
    el ojo de la parábola y de la profecía

    el ojo que circunda el ojo claro del miedo
    el ojo de Dios en el centro del huracán
    el ojo del padre y de la madre y de los gallos de la aurora
    el ojo que habita el planeta de la infancia

    el ojo de la muerte anunciada
    el ojo de la vida postergada
    el ojo en la edad madura de los huesos

    el ojo de la ciudad fragmentada
    dentro del hombre fragmentado
    el ojo ruidoso de la urbanidad
    el ojo del sueño que se recuerda
    el ojo de la memoria en movimiento
    el ojo partido de la esperanza y de la utopía
    el ojo de los girasoles

    el ojo de Clarice
    el ojo triste de la alegría
    el ojo de los 3 misterios
    el ojo prismático de los cristales

    el ojo como acto de destrucción
    el ojo de las sombras y de las dudas
    el ojo absurdo de las aguas
    el ojo atento de las horas paradas

    el ojo en la desnudez escondida
    de las señoritas de Picasso
    el ojo azul de Matisse
    el ojo de las bañistas de Cézanne
    el ojo de la sonrisa santa de la Gioconda

    el ojo que ilumina
    más allá de la superficie de la máquina
    el ojo del ritmo de los engranajes
    el ojo que esta al acecho
    más allá de la lengua y del lenguaje
    el ojo que la palabra liberta

    el ojo del verbo ser
    el ojo doble del andrógino
    el ojo del que soy y no soy
    o viceversa
    el ojo que parte de mi para el otro
    o viceversa
    el ojo fatal del nombre y de la cosa
    el ojo de la máscara dentro del ojo

    el ojo de la carne dentro de la piel
    el ojo entre las sabanas
    el ojo insoportable de los límites
    el ojo sin esposas

    el ojo del verso en transe y en tránsito
    el ojo en la contramano de la dicción
    el ojo dentro de la hipérbole y del espanto
    el ojo paradojal de la contradicción

    el ojo de la serpiente tragando el mar
    el ojo en la mano de Gullar
    el ojo de las 5 raíces
    Cecilia Bandeira Murilo Cabral Drummond

    el ojo del sonido de Cage
    el ojo del río bebiendo la sed
    el ojo aguado de los peces
    el ojo de la flecha
    el ojo de la canción de los gatos

    el ojo en el ojo del poema
    que anuncia

    la mirada nuestra de cada día





    Notas
    Los poemas presentados han sido extraídos del libro “Exercício do olhar” poemas de Tanussi Cardoso, publicado por editora Fivestar en la ciudad de Río de Janeiro, Brasil el año 2006.

    Datos vitales

    Tanussi Cardoso es carioca nacido el año 1946. Formado en periodismo (PUC/RJ) y derecho (Bennet), licenciado en inglés (BBC). Poeta, cuentista, crítico literario y escribe letras de canciones. Además de ser activo colaborador de diversas publicaciones literarias en Brasil. Ha editado los libros Desintegración (1979); Boca maldita (1982), Viaje en torno de (2000); La medida del desierto y otro poemas (2003). Tiene poemas publicados en Argentina, Chile, Colombia, Estados Unidos, Italia, Portugal, y Uruguay, y ha sido traducido al francés, español e italiano. Es columnista del periódico carioca RIO LETRAS. Es miembro de la asociación de poetas del Estado de Río de Janeiro (APPERJ) y presidente del sindicato de los escritores del Estado de Río de Janeiro (SEERJ). El año 2006, representó a Brasil en el Segundo Festival Latino-Americano de Poesía “Ser al fin una palabra”, realizado en México, Distrito Federal, invitado por los poetas mexicanos Federico Corral Vallejo y Angélica García Santa Olaya entre otros. Sobre su poesía Gilberto Mendonça Teles ha dicho: “No tengo dudas en escribir que Tanussi Cardoso es el poeta que más admiro actualmente en Río de Janeiro. Poder demostrar los motivos de esta admiración que se extienden de los poemas al poeta -al hombre cordial, dócil, educado, talentoso y humilde, que sabe ser. Humildad orgullosa -digamos así- de quien conoce sus fuerzas y vive continuamente procurando superar sus limites”. El poeta Affonso Romano de Sant´Anna ha dicho de su trabajo: “Su poesía es de la mejor calidad: densa, creativa, funcionando oral o escrituralmente, reinventándose continuamente”. Carlos Nejar ha dicho:”Poemas fuertes, con tono personal -cosa que va escaseando en el mercado. Sabe del oro del silencio y de la plata de la revelación”.

    Leo Lobos (Santiago de Chile, 1966) po
    eta, ensayista, traductor y artista visual.




    https://circulodepoesia.com/2010/07/poemas-de-tanussi-cardoso/


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    "Ser como un verso volando
    o un ciego soñando
    y en ese vuelo y en ese sueño
    compartir contigo sol y luna,
    siendo guardián en tu cielo
    y tren de tus ilusiones."
    (Hánjel)





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    TANUSSI CARDOSO (1946- - Página 2 Empty Re: TANUSSI CARDOSO (1946-

    Mensaje por Maria Lua 13.12.22 7:24

    La medida del desierto

    Tanussi Cardoso
    Poesía Brasileña Contemporánea
    Traducción y selección Leo Lobos



    El poema es raíz
    que en silencio crece



    Vacío
    Todo es soledad. Silencio.
    Todo es misterio. Miedo.
    Aunque en ebullición
    están naciendo las palabras.
    Todo es angustia. Ausencia.
    Todo.
    También el poema.
    Principalmente el poema.



    Sustantivos
    cuchillo es el cuchillo
    pan es el pan
    hambre es el hambre
    amor es el amor

    extraño designio de las cosas
    de ser exactamente ellas
    cuando las miramos sin deseo



    Óvulo
    De las sombras
    nace el poema
    luz y desnudez
    : Caracol absurdo


    El nombre en el espejo
    ¿Qué nombre soy yo?
    ¿Qué rostro habito a diario?
    ¿A quién respondo cuando me pregunto?
    ¿Qué ojos me adentran?
    ¿Qué cuerpo es esta piel
    y qué huesos este árbol
    dulce y rabioso?
    ¿Quién me lee
    antes de mí?

    Cosa es cosa que no es -
    Eres mi nombre.

    Diluvio seco
    Un filtro
    Un fantasma abandonado al aire
    Susto
    Miedo

    ¿Qué nombre soy yo, sino fragmentos?


    Limites
    Acostumbro hablar alto:
    (Como un gallo
    en las mañanas:
    sin delicadeza y sin miedo)




    II

    El amor es todo pájaros
    mañanas
    amplitud.
    Valor para negar el deseo
    que se lleva en las venas.
    vorágine
    soledad


    IV

    Todo amor, en el fondo
    es un adiós
    un no más
    un cadáver




    Infancia
    Para Leila Miccolis

    Nuestros padres son seres extraños
    sólo nos hablan de recuerdos
    : la vida es siempre
    distancia




    Otro mirar
    ¿el infinito?
    lo que nuestra mirada
    respira
    lo que cabe
    en la medida
    de la sangre
    el cuerpo transformado
    en alas

    (más nada)





    http://www.letras.mysite.com/tc180106.htm


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    o un ciego soñando
    y en ese vuelo y en ese sueño
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    Mensaje por Maria Lua 16.12.22 13:19

    cuando caminábamos
    en la arena,
    nombres no habían.
    habían el mar sin nombre,
    el cielo, las frutas,
    las huellas de los pájaros
    y el sueño sin nombre había.
    todo era simple.
    simples hombres
    sin nombrar.


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    y en ese vuelo y en ese sueño
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    Mensaje por Maria Lua 16.12.22 13:19

    el tiempo
    nace de la escritura de los pájaros
    o de su canto
    o de la risa del primer gallo en la primera mañana
    o antes
    cuando la idea de un Dios quemaba los ojos
    y los niños jugaban
    en el soplo de la espuma del verso de los poetas


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    TANUSSI CARDOSO (1946- - Página 2 Empty Re: TANUSSI CARDOSO (1946-

    Mensaje por Maria Lua 20.12.22 14:20

    Sustantivos

    cuchillo es el cuchillo
    pan es el pan
    hambre es el hambre
    amor es el amor

    extraño designio de las cosas
    de ser exactamente ellas
    cuando las miramos sin deseo


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    Mensaje por Maria Lua 20.12.22 14:21

    Limites


    Acostumbro hablar alto:
    (Como un gallo
    en las mañanas:
    sin delicadeza y sin miedo)




    II

    El amor es todo pájaros
    mañanas
    amplitud.
    Valor para negar el deseo
    que se lleva en las venas.
    vorágine
    soledad


    IV

    Todo amor, en el fondo
    es un adiós
    un no más
    un cadáver




    http://www.letras.mysite.com/tc180106.htm


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    Mensaje por Maria Lua 29.12.22 6:57

    Lição de mestre

    poema é raiz
    que em silêncio cresce
    sopro sem nenhum alarde
    como se o ar para existir
    precisasse da absoluta urgência da tarde

    poema é fome
    que a pedra arranha
    na lâmina que dita o corte
    como se a vida para existir
    precisasse da absoluta urgência da morte

    poema é feito novelo
    olho noturno
    desterro
    como se a sombra para existir
    precisasse da absoluta urgência do espelho

    poema é susto
    risco de rio lento
    como se o poema para existir
    se dissolvesse no vento


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    Mensaje por Maria Lua 29.12.22 6:58

    Pulicações


    2003 - A medida do deserto e outros poemas revisitados (inserido na coletânea de poemas "Rios", apresentação de Thereza Christina Rocque da Motta , Editora ÍbisLibris)
    2000 - Viagem em torno de (Editora 7Letras, prefácio de Salgado Maranhão)
    1982 - Boca maldita (Editora Trote, prefácio de Leila Miccolis)
    1979 - Desintegração


    Obra


    Barraco vazio (com Amarildo Silva)
    Beco com saídas (com Sandra Bernardo)
    Canção pra Diadorim (com Amarildo Silva)
    Cruz do sertão (com Amarildo Silva)
    Lábios que beijei (com Delayne Brasil)
    Nota no verso (com Delayne Brasil)
    Veredicto (com Delayne Brasil)
    Virgem Sertão Roseano (com Amarildo Silva)
    Viver a vida (com Amarildo Silva)


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    TANUSSI CARDOSO (1946- - Página 2 Empty Re: TANUSSI CARDOSO (1946-

    Mensaje por Maria Lua 29.12.22 7:00

    Da esperança


    para que servem as palavras
    a não ser construir enganos?
    por que a morte
    com sua voz límpida e solitária
    - vigia cantando no farol -
    necessita do amor, de sua carne e sangue?
    o medo faz a diferença
    entre o oceano e o salto
    e o coração determina
    a luz do fogo que serve à morte
    sonho em desaprender a lucidez
    que me atormenta
    não desejo a sensibilidade
    dos sabres
    espero libertar os peixes
    dos lençóis
    e tal serpente deixando a pele
    ofertar-me nos caminhos
    as coisas, as plantas
    e o lirismo do silêncio
    têm a dignidade
    de nos ensinar a morrer
    o Tempo não tem chão
    "quero os amanheceres"




    (Do livro "Exercício do olhar")


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    Mensaje por Maria Lua 29.12.22 7:08

    TEIAS


    Alimentar aranhas,
    eis o meu ofício.
    Deixá-las criar tentáculos.
    Moscas mansas
    apaixonadamente sangrar.
    Cuidá-las para tecer
    os pequenos vícios
    do seu tear:
    venenos sutis
    tatos improváveis
    -vivê-las.
    Redescobrir as cores
    as sedes e as sedas.
    Entrelaçar as sendas
    do meu destino nelas:
    véus de astúcia
    morte e viuvez.
    Decifrar sua dança:
    rede de valsas
    fios de arame.
    Aprender com elas
    o ritmo do salto.




    Tanussi Cardoso
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    Mensaje por Maria Lua 29.12.22 16:50

    DO AMOR


    O amor é farol sem luz nas estradas;

    voz enrugada dos fantasmas;

    som de canções fatigadas;

    jogo de palavras surradas.



    É nadar em mar aberto;

    a saudade do eterno;

    refúgio de flor no deserto;

    o inverno.



    O amor é o tempo corroído pelo vento;

    o sorriso de quem doma leões;

    bússola de desalento;

    sombra soturna dos porões.



    É testamento:

    escreve a vida para perpetuar o fim.

    É tatuagem (ou sangramento)

    a riscar no corpo o efêmero do sim.



    O amor é a beleza da vida e da morte

    feito a pérola dentro da ostra.

    É a urgência da cura e do corte

    feito ferida grudada na crosta.



    O amor é a doce violência da sorte

    do mel afogando a mosca.



    _________________


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    Mensaje por Maria Lua 02.01.23 17:17

    AUTORRETRATO



    O tigre, em silêncio,

    é o que penso.



    Quando ataca,

    é o que posso.


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    Mensaje por Maria Lua 02.01.23 17:22

    É no silêncio que melhor te amo
    Os pássaros quedam suas asas nos ninhos
    a música dorme seus acordes
    o monstro marinho esconde a sua face
    Te amo no silêncio de tudo
    Quando na noite livros se escondem das poeiras
    sinos cortam seus tendões
    corpos nus retesam dedos músculos diafragmas
    e telefones se calam como um beijo cala a língua
    É no silêncio
    Quando as pedras descansam das dores dos pés
    e os mares sabem da calmaria dos peixes
    É no silêncio sem culpa dos torturadores
    no silêncio de santos em pecado
    no silêncio paciente do voyeur
    que te amo melhor
    Ouvindo tua chegada
    lambendo tuas pegadas
    cozinhando teus ossos e teus dentes
    É no silêncio tão mais e mais e mais
    No silêncio dos ventres e dos umbigos
    que te compreendo melhor
    e à vida melhor
    e aos homens melhor
    Que te ouço delicado como um soco no vento
    E durmo feliz mastigando teus gemidos


    Tanussi Cardoso, Amor, verbo atemporal


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    Mensaje por Maria Lua 06.01.23 7:53

    POEMA PARA QUALQUER ANO-NOVO



    para minha sobrinha, Liane


    Acolher pássaros.
    Suas sombras de liberdade e beleza.
    Ouvir seus piares de dor, fome e prazer.
    Compreender a expressão das asas.
    Pousá-los nos ombros, deixar-se com eles,
    nessa viagem de busca e de calma.
    Ser pássaro na sabedoria
    de maravilhar-se com a vida
    – ínfima e pouca –
    em seus mínimos detalhes
    de mistério e poesia.
    Aprender a transformar migalhas
    em sementes de ninhos.
    E dividi-las.
    Entender a nervura das distâncias
    : os obstáculos.
    Quedar-se quieto à espera do canto.
    E do voo.







    http://www.mallarmargens.com/2017/08/9-poemas-de-eu-e-outras-consequencias.html


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    Mensaje por Maria Lua 08.01.23 8:34

    COTIDIANO



    para Igor Fagundes


    O poema: um grito em branco.

    O dia agônico refém da tarde.
    Monumentos perdidos
    vozes veladas
    tom trágico de vida:
    ilha de esculturas e espantos.

    O poema: formigueiro de batuques.

    O dia se despe pelas janelas:
    esquizofrênicos palhaços malabaristas
    coloridos sóis
    pedaços de escuridão e luz.

    O poema morde as mãos vazias.

    Escrevo doçura
    inocência
    crianças
    ratos e corvos.

    Traço o fio que me resta de inconsciência.
    Pedra sobre pedra
    e espelho nenhum me contempla.

    O poema: solidão incomunicável.

    O dia tenso e inadiável.
    Todos os lugares
    o bar o ônibus o cinema a loucura a raiva o céu
    convidam ao definitivo suicídio.

    O poema: cavalo pronto a ser montado.




    http://www.mallarmargens.com/2017/08/9-poemas-de-eu-e-outras-consequencias.html


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    TANUSSI CARDOSO (1946- - Página 2 Empty Re: TANUSSI CARDOSO (1946-

    Mensaje por Maria Lua 08.01.23 18:47

    AINDA HÁ TEMPO


    Fica a ideia da
    poesia e da morte:
    a pedra no caminho
    o feijão cabralino
    a aurora da minha vida.
    Fica a impressão de que
    tudo passou
    como um empurrão
    num precipício:
    abismo sobre abismo.
    Alguns amigos
    alguns amores
    e a sensação angustiante
    de que sobraram palavras
    e faltaram palavrões.
    À altura dos cabelos brancos
    uma lição:
    é preciso chutar o balde!
    Sempre há tempo
    para a desarrumação.


    _________________



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    "Ser como un verso volando
    o un ciego soñando
    y en ese vuelo y en ese sueño
    compartir contigo sol y luna,
    siendo guardián en tu cielo
    y tren de tus ilusiones."
    (Hánjel)





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    Mensaje por Maria Lua 11.01.23 10:31


    vivimos dentro de nosotros mismos.

    extranjeros.

    recorremos caminos,

    calles, ciudades. desnudos y

    extranjeros.

    cada sonrisa, cada

    abrazo, extranjeros.

    nuestros mares y navíos,

    extranjeros.


    _________________



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    TANUSSI CARDOSO (1946- - Página 2 Empty Re: TANUSSI CARDOSO (1946-

    Mensaje por Maria Lua 16.01.23 8:29


    AUG
    2
    9 poemas de "EU E OUTRAS CONSEQUÊNCIAS", de Tanussi Cardoso





    DE FUMAÇA, A PALAVRA

    Toda palavra é noite.
    Perpetua a angústia do não encontro.
    Há sempre perda no contato,
    Mesmo que se some à pele o espanto.

    Toda palavra é prisão e liberdade.
    Intervalo entre som e silêncio.
    Toda palavra é falta.
    Suspiro entre sopro e chama.

    Toda palavra é não.
    Dentes demasiados de dor.
    Toda palavra é vã e vão.
    Ainda que belamente perfeita.
    Ainda que de adjetivos – cilada, aparência.

    Toda palavra é falácia.
    Nada e maravilha.
    Toda palavra é nunca.
    O amor, por exemplo. Ou como Deus se pronuncia.

    (Eis que nenhuma palavra é dia.
    A não ser alguma que à esperança mentia.)

    Toda palavra ornamenta uma lápide
    De mistérios e magias.
    Daí, a incompletude – sua infinita largueza.
    Daí, a poesia implícita em cada uma:
    Barro e cimento. Pedra-viva.

    Toda palavra diz-se cedo.
    O adeus, por exemplo. Ou como o morto se anuncia.



    ORIGEM 1

    eu não sou
    de onde nasci

    eu não sou
    de onde vim

    nenhuma língua me engana
    nenhuma terra me enterra

    eu sou
    onde estou

    eu sou
    onde sou





    ILUMINAÇÃO
    para Antonio Carlos Secchin


    É o poema quem diz
    o que o poeta não fala:
    reticências
    recantos
    confins.

    É o poema quem diz,
    não o poeta.
    O poeta, sutilmente,
    afirma
    o que o poema desdiz.



    GRÃO

    O que de mim se esvai
    é o que fica

    Sou a permanência
    dos dias em que morro

    Diariamente construo
    não a minha vida

    Mas o que dela existir
    enquanto morto



    POEMA PARA QUALQUER ANO-NOVO
    para minha sobrinha, Liane


    Acolher pássaros.
    Suas sombras de liberdade e beleza.
    Ouvir seus piares de dor, fome e prazer.
    Compreender a expressão das asas.
    Pousá-los nos ombros, deixar-se com eles,
    nessa viagem de busca e de calma.
    Ser pássaro na sabedoria
    de maravilhar-se com a vida
    – ínfima e pouca –
    em seus mínimos detalhes
    de mistério e poesia.
    Aprender a transformar migalhas
    em sementes de ninhos.
    E dividi-las.
    Entender a nervura das distâncias
    : os obstáculos.
    Quedar-se quieto à espera do canto.
    E do voo.





    DIVAGAÇÕES METAFÍSICAS SOBRE A MORTE DE UM POMBO

    “No meio do caminho tinha uma pedra.”
    Drummond


    Um pombo morto na rua
    é somente um pombo morto na rua.

    Independe do movimento dos astros.
    Não incomoda o Sol.

    Não impede o bater dos ventos
    nem o cair das chuvas.

    O mundo não vai girar ao contrário.
    O arco-íris não mudará suas cores
    porque um pombo está morto no meio da rua.

    A vida seguirá tranquila
    e todos os amores permanecerão intactos.

    Pernas pularão
    o incômodo obstáculo.

    Porque ao pombo morto
    só caberá o lixo do esgoto.

    Será, no máximo,
    assunto para um poeta torto.





    COTIDIANO
    para Igor Fagundes


    O poema: um grito em branco.

    O dia agônico refém da tarde.
    Monumentos perdidos
    vozes veladas
    tom trágico de vida:
    ilha de esculturas e espantos.

    O poema: formigueiro de batuques.

    O dia se despe pelas janelas:
    esquizofrênicos palhaços malabaristas
    coloridos sóis
    pedaços de escuridão e luz.

    O poema morde as mãos vazias.

    Escrevo doçura
    inocência
    crianças
    ratos e corvos.

    Traço o fio que me resta de inconsciência.
    Pedra sobre pedra
    e espelho nenhum me contempla.

    O poema: solidão incomunicável.

    O dia tenso e inadiável.
    Todos os lugares
    o bar o ônibus o cinema a loucura a raiva o céu
    convidam ao definitivo suicídio.

    O poema: cavalo pronto a ser montado.


    _________________



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    TANUSSI CARDOSO (1946- - Página 2 Empty Re: TANUSSI CARDOSO (1946-

    Mensaje por Maria Lua 01.02.23 16:54

    Reseña: Exercício do olhar / Ejercicio de la mirada (2020) de Tanussi Cardoso

    20 Julio, 2022

    Las miradas de Tanussi Cardoso

    Por Juan Valle Quispe

    Exercício do olhar / Ejercicio de la mirada (Amotape Libros, 2020), de Tanussi Cardoso (Río de Janeiro, 1946), es una de las últimas entregas de traducción hecha en el país sobre poesía brasileña y llega a cargo del vate Óscar Limache. Afortunadamente, la simbiosis entre los esfuerzos de Limache y la editorial Amotape por continuar la inserción de nuevos autores extranjeros en nuestro idioma no se ha visto interrumpida. Ya en anteriores oportunidades, dicha labor ha traído las propuestas de clásicos como Rabindranath Tagore o Carlos Drumond de Andrade, así como las voces contemporáneas de Ademir de Marchi, Paulo de Toledo, entre otros. Visto de esa manera, el camino para acceder a estas lecturas imprescindibles, en buena parte, se nos allana gracias al reto asumido por Limache (sin olvidar a otros traductores de este sello como han sido Renato Sandoval o Jorge Nájar) y la tarea de difusión que, en casi una década, ha logrado Amotape. Ahora bien, tan igual que con otros títulos del catálogo impulsado por su editor Alfredo Ruiz, creemos que el poemario que nos ocupa también es capaz de ofrecer una variada riqueza en claves de lectura a dilucidar.


    Tanussi Cardoso: Foto Archivo Fan page Centro Cultural Trilce)
    Aunque la elección del texto a traducir, tal como lo expresó Limache en un diálogo virtual con Cardoso, correspondió por un lado al desafío que el libro implicaba, también señaló un aspecto que notó a lo largo de su lectura: “¿Por qué elegí este [poemario]? … Porque había misterio, creo que un poemario debe tener misterio, y no digo que haya un crimen que resolver ni un fantasma que va a aparecer sino un misterio en las palabras, las palabras ocultan algo” (Feria Internacional del Libro de Huánuco, 2021, 25:32 – 25:47). Por nuestra parte, consideramos conveniente sumar a esta característica puntualizada por el traductor otras coordenadas que contienen sus páginas.

    Una vez hemos ingresado al poemario, como podría sugerirnos el propio paratexto del título elegido por Cardoso, es posible adelantar que aquí no se habla necesariamente de una postura contemplativa o pasiva, sino de sugerir la labor incesante a la que el poeta se entrega, desprendida por el sustantivo ejercicio —tomando en cuenta, además, la interacción del concepto de mirada con los conceptos de vista y ojo—. El poema homónimo, por su parte, en su vertiginosidad, en su opción por “no dar concesiones”, como describe el traductor al estilo de Cardoso, va de lleno a objetos, autores y discursos sobre los que posa su reflexión y da cuenta de lo que como poeta continuamente recoge en la cotidianidad y en el ejercicio reflexivo.

    Dividido en tres secciones, el caso de sus paratextos nos indica también la opción por determinados absolutos (“EL TIEMPO”, “LOS DÍAS”, “LAS NOCHES”) que, a su vez, el poeta hace dialogar entre sí al indagar constantemente en el tiempo y el viaje. Se trataría de un viaje que se desdobla en el viaje interior y en el terreno de los sentidos y el cuerpo. De aquí es posible emparentar los títulos del poema con el que inicia el libro (“óvulo I”) y el último (“óvulo II”), que, aunque podrían dar la apariencia de un viaje circular, cuentan con sus propias reglas.

    Cabría también hacer un énfasis en lo que a la idea del tiempo refiere el poemario, ya que parece alentar en Cardoso diferentes búsquedas en relación con la vejez, la labor poética, el diálogo con la tradición, el cuerpo, la religión y los lazos familiares. Como ejemplo, podríamos tomar el poema “ciertas respuestas”, que sin problemas podría considerarse un arte poética expresada a través de una extensa relación de elecciones en el quehacer poético del autor, así como sus implícitos rechazos. Ante esa declaración de principios a lo largo del poema, nos encontramos así con un autor cuyos temas y expectativas en torno de la poesía no espera agotar. Más incluso, intuimos que permanece atento a dejar una interrogante sobre cada una de ellas toda vez que le sea posible.

    Mención especial requeriría el poema “sobre el nombre de las cosas”, quizá uno de los más logrados del conjunto por su poder evocativo. El tema que bien podría traer a colación vendría a ser el lenguaje como herramienta para construir el mundo y la realidad, y de cuyos límites (aquella “prisión”, como la calificaba Nietzsche) no nos es posible huir. En esa línea, el poeta refiere la búsqueda de un origen: “cuando caminábamos/ en la arena,/ los nombres no existían” (p. 37), “eran noches/ y días indefinibles, las/ cosas” (p. 39). Otro poema al respecto vendría a ser “génesis”, donde también se establece una relación con la sensibilidad y el cuerpo. Empero, las once partes que compone el poema guardan otros matices. El tiempo se presenta aquí como otro eje al interior de varios de los versos. Reflexionar sobre él y su naturaleza nos devuelve a lo que llegó a decir Borges, ya que en su opinión representaba

    … el misterio esencial, es la perplejidad esencial, ya que es el problema de nuestra identidad personal. Si yo pienso en mí, no soy solamente el que existe en este momento… yo soy también mi pasado, pero ese pasado en su mayor parte ya está olvidado y sin embargo hay algo que persiste. Ahí está todo el misterio del tiempo. (BillEvansArquivo, 2019, 28:42 – 29:12)

    Recordemos otras interrogantes que el argentino añadió a este respecto: “¿Quién soy yo? ¿Quién es cada uno de nosotros? ¿Quiénes somos?” (como se citó en Johnson, 2016).

    En esa línea, vemos en el poema los cuestionamientos que hace Cardoso sobre la repercusión del tiempo y la identidad: “¿cuántas caras tenemos?/ ¿cuál de ellas se llama amor?/ ¿quién en nosotros se dice la/ muerte?/ ¿cuál enciende la vela del/ templo?” (p. 49) o el diálogo con la tradición: “¿quién nos carga en los hombros?” (p. 41). El mismo Borges, incluso, es mencionado por el autor en el poema homónimo “ejercicio de la mirada”.

    Cabría un señalamiento similar sobre el tiempo para el poema “fiat lux” o el poema “gerais”, donde al tema de la identidad personal se adhiere el de la identidad local, así como a una suerte de mantra cuya figuración sobre el tiempo en cinco de las seis partes del poema también es notoria: “Todo pasa/ nada pasa”. En la constante sobre la tradición, hacen acto presente en otros momentos del poemario autores fundamentales de la literatura brasileña: “[Monteiro] Lobato me enseñó/ las letras/ y la tierra de las cosas” (p. 69). También se puede ver esto en el poema “cántico para guimarães rosa” o “el río dentro de mí”, dedicado al poeta João Cabral de Melo Neto.

    De igual manera, encontramos a lo largo del libro la opción por el tono del ensayo (otro sinónimo que quizá podría asociarse al de ejercicio), lo cual podemos ver al fijarnos en otros paratextos de los poemas (“sobre las horas”, “sobre el mar”, “de la esperanza”, “de los misterios”, “del aprendizaje del aire”, “de la poesía”, “sobre el oficio”, “del placer de la escritura”, “sobre lo humano”). Su empleo reiterativo nos daría a entender la intención cuestionadora, no cerrada al debate por parte del autor. Cabe esperar, entonces, en este recorrido, que la habilidad del poeta nos lleve a ver los objetos y discursos una y otra vez, pero haciendo diferente la experiencia.

    Otro punto para rescatar del poemario de Cardoso es el juego de la mirada como redescubrimiento. La poesía muchas veces busca el reverso de la realidad a la que estamos habituados, busca el paralelo de las cosas para así convertirlo en belleza. A nuestro criterio, esto es posible de comprobar especialmente en poemas como “los ojos de los desvanes”, “fotografía”, “sobre el mar”, “huésped de las aguas” o “legado”.

    Asimismo, los temas en torno a los lazos familiares como el padre y la madre tienen lugar en poemas como “tiempo de espera”, “retoque en el retrato” o “el hilo tenue del tiempo”. Otro tema trasversal que puede desprenderse en el poemario, que tendrá más ejemplos en la parte final del libro, vendría a ser la muerte y cómo, al hablar de ella, la intención de percibir de una manera distinta no se agota, sino que se hace más presente. Lo podemos ver en los poemas “como si no fuera un adiós”, “sobre el mar” o “de la esperanza”.

    Menos amplio, al igual que la sección final, en “LOS DÍAS”, si bien figuran poemas con definiciones que ensaya el autor (véase “poesía” y “de la poesía”) o en torno al propio instrumento empleado por el poeta (“las palabras”), encontramos un trabajo sobre todo con el tópico del cuerpo (véase “en la carne”), especialmente en el poema más extenso de dicho apartado, “rutas”, donde a un elogio del cuerpo del sujeto amado paralelamente vemos un reconocimiento del hablante lírico en relación a su propio logos, reconocimiento al que la experiencia vital lo ha llevado y da cuenta de ello, así como sus propias limitaciones frente a un mundo que no ha dejado de observar: “nada sé de lo que suele llamarse vida” (p. 175), “pero sé de las horas/ en que las palabras se olvidan de existir/ cuando todo se abre en silencio” (p. 177), para terminar destacando un elemento como el mar y los objetos afines a este: “y sé que el mar es el que me ama/ es el que resiste en el vientre/ del abismo que me acecha” (p. 181).

    Si para “LOS DÍAS” aparecen poemas ubicados en torno al ejercicio escritural y el cuerpo, en “LAS NOCHES”, vemos temas con un tono en apariencia crepuscular como es la muerte. Además de los poemas “legado”, “canción para quien se queda”, “suerte”, “casa”, “casi parábola” y “óvulo II”, donde se puede percibir este tópico, encontramos una relación de convicciones que surgen de la relación con la poesía, tal como puede notarse en el poema “el río dentro de mí”. Igualmente, otro poema a destacar en este apartado sin duda vendría a ser “las sombras son”.

    Cabe detenerse por unos instantes más en torno al tópico de la muerte. Si atendemos a la cronología del autor (quien llegaba a los sesenta años cuando apareció la edición original de este libro en el 2006), podríamos tal vez entrar en lo trabajado por Edward Said respecto del estilo tardío, concepto con el cual postulaba que, en los grandes creadores, frente a la proximidad de la senectud y el deterioro natural del cuerpo, con la cercanía de la muerte, su obra “determina un nuevo sentido, o una reubicación del valor de todas las cosas” (Ródenas de Moya, 2010, p. 32). Sería de gran provecho establecer si este libro presenta una nueva dimensión respecto de anteriores propuestas o si es una reafirmación de sus primeras búsquedas. Esto se podría comprobar con la aparición en nuestro idioma del resto de libros que precedieron a Ejercicio de la mirada. Tengamos en cuenta, a su vez, que este título le valió a Cardoso el reconocimiento al mejor libro de poesía por el Congreso Latinoamericano de Literatura.

    Como invitación al lector, citamos también algunos de los comentarios de parte de Cardoso sobre el trabajo de Limache, quien, además, es fundador del Proyecto Tabatinga de Traducción Literaria:

    … sus traducciones hicieron sobresalir lo mejor de mis poemas en la sintaxis, ritmo, rima y armonía, pero sobre todo porque mis poemas no perdieron en ningún momento su sentido original… Pienso que, en algunos momentos, algunas cosas han cambiado en imágenes tan preciosas, tan ricas, tan bellas, quizás solo posibles en la lengua española. Sabemos que es muy difícil traducir portugués, pero la habilidad de Óscar en encontrar soluciones es fantástica. Muchas veces lanzando nuevas luces a mi poema original… Por su puesto, lo pienso así, solo un gran poeta como es Óscar Limache podría hacerlo con tanta perfección. (Feria Internacional del Libro de Huánuco, 2021, 22: 10 – 23:49)

    Es más que una fortuna leer en una edición bilingüe y al alcance de librerías locales la poesía de un país tan próximo y a veces tan alejado en el conocimiento de su producción literaria como es Brasil. El reto de su edición es a todas luces enorme, pero no podemos dejar de señalar el trabajo discreto y firme como el de Amotape Libros. En esta ocasión, vemos concretado uno de sus variados esfuerzos gracias al financiamiento de los Estímulos Económicos para la Cultura (otorgados por el Ministerio de Cultura), el cual obtuvo en la categoría de traducción para el poemario de Cardoso en el 2019.






    https://elhablador.com/blog/tag/tanussi-cardoso/


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    Mensaje por Maria Lua 01.02.23 16:56

    Tanussi Cardoso é o autor de uma poesia que contesta os lugares-comuns e desconstrói o discurso literário essencialmente a partir de uma postura existencial, cumpre essa tarefa por intermédio de uma poesia que nada tem de gratuita. Sob uma dicção aparentemente fácil e despojada, Tanussi Cardoso ergue uma poesia densa, que resgata e atualiza alguns temas perenes da história da literatura.As duas últimas partes do livro, por exemplo, reúnem poemas que tratam precisamente de dois desses motivos universais. Em "Do amor", encontramos o belíssimo "Fado", que merece ser transcrito na íntegra:

    Agora, podes ficar onde a tormenta não mais te alcança.

    Onde Deus não mais te eleve.

    Onde o mar não mais te salgue.

    Onde o azul não te aborreça.

    É assim o amor – vela por nada.

    Cuida por nada.

    E quando pensas que és,

    teu sangue estanca.

    Já em "Das mortes" lemos o excelente "O morto", que tem esta última estrofe:

    Tudo permanece em seu lugar.

    (...)

    O morto é um poema

    acabado

    solto

    completo.

    Vê-se, portanto, que Tanussi Cardoso é um poeta que habilmente maneja os recursos formais, jamais mobilizados em favor de artificialismos; em sua poesia, tudo está a serviço de uma expressividade absoluta. Para além disso, atravessa a sua obra um lirismo que nasce das vivências cotidianas, cabendo pôr em relevo uma característica particular: se Tanussi Cardoso se alinha aos poetas que buscam dilatar as fronteiras do poético, nele incluindo também as (supostas) trivialidades do dia-a-dia, importa observar que dificilmente seu lirismo se limita à superfície, havendo uma pungência que a ultrapassa em direção àquela angústia metafísica que sempre assola o humano, decorrente da certeza da finitude e da incerteza da existência. Exemplo disso é um poema como "Oráculo" – raro pela construção precisa, pela força lírica e pela eficácia das imagens –, do qual transcrevemos o trecho final:

    mas não quero falar disso agora.

    tantas idas e vindas.dor no coração fodido.

    vôo e nem acredito.

    vôo e nem domingo.

    sábado e nem comigo.

    vôo e nem futuro.

    só preciso disso:

    a paz inalcançável do gesto da mão no ar no vento

    como um corte lento e gosmento.

    silencioso.brutalmente silencioso.

    como um poema. límpido como um santo caído das nuvens.

    como um poema. gênesis.

    como um poema. estupidamente triste.

    como um poema. sutil e inacabado.

    como um poema. belo e qualquer.

    mas não quero falar disso agora.

    As anteriormente mencionadas observações de José Paulo Paes acerca da poesia produzida nos anos 70 dizem respeito a problemas que encontramos ainda em poetas atuais, relacionadas à carência cultural e a deficiências na formação literária que conduzem a tentativas de enfrentamento que, por sua ingenuidade e ineficácia, denunciam a inconsequência dos que tentam empreendê-las. Melhor fariam esses autores se seguissem o exemplo de Tanussi Cardoso, contestador consciente, cuja competência no fazer literário é inegável.


    Crítica sobre o livro 50 poemas escolhidos pelo autor, da Ed. Galo Branco, publicada no blog
    http://marques-samyn.blogspot.com/



    fragmento de


    https://literaturasemfronteiras.blogspot.com/2010/10/contestacao-consciente-henrique-marques.html


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    Mensaje por Maria Lua 04.02.23 9:01

    La medida del desierto

    Tanussi Cardoso
    Poesía Brasileña Contemporánea
    Traducción y selección Leo Lobos



    El poema es raíz
    que en silencio crece



    Vacío
    Todo es soledad. Silencio.
    Todo es misterio. Miedo.
    Aunque en ebullición
    están naciendo las palabras.
    Todo es angustia. Ausencia.
    Todo.
    También el poema.
    Principalmente el poema.



    Sustantivos
    cuchillo es el cuchillo
    pan es el pan
    hambre es el hambre
    amor es el amor

    extraño designio de las cosas
    de ser exactamente ellas
    cuando las miramos sin deseo



    Óvulo
    De las sombras
    nace el poema
    luz y desnudez
    : Caracol absurdo


    El nombre en el espejo
    ¿Qué nombre soy yo?
    ¿Qué rostro habito a diario?
    ¿A quién respondo cuando me pregunto?
    ¿Qué ojos me adentran?
    ¿Qué cuerpo es esta piel
    y qué huesos este árbol
    dulce y rabioso?
    ¿Quién me lee
    antes de mí?

    Cosa es cosa que no es -
    Eres mi nombre.

    Diluvio seco
    Un filtro
    Un fantasma abandonado al aire
    Susto
    Miedo

    ¿Qué nombre soy yo, sino fragmentos?


    Limites
    Acostumbro hablar alto:
    (Como un gallo
    en las mañanas:
    sin delicadeza y sin miedo)




    II

    El amor es todo pájaros
    mañanas
    amplitud.
    Valor para negar el deseo
    que se lleva en las venas.
    vorágine
    soledad


    IV

    Todo amor, en el fondo
    es un adiós
    un no más
    un cadáver




    Infancia
    Para Leila Miccolis

    Nuestros padres son seres extraños
    sólo nos hablan de recuerdos
    : la vida es siempre
    distancia




    Otro mirar
    ¿el infinito?
    lo que nuestra mirada
    respira
    lo que cabe
    en la medida
    de la sangre
    el cuerpo transformado
    en alas

    (más nada)






    Tanussi Cardoso (Rio de Janeiro Brasil, 1946) es poeta, periodista, abogado, licenciado en inglés, critico literario y escribe letras para canciones. Ha publicado entre otros desintegración (1979), boca maldita (1982), viaje en torno de... (2000). Participó en la antología titulada Ríos de la editorial Íbis Libris el año 2003, con destacados poetas brasileños contemporáneos entre ellos Elaine Pauvolid, Márcio Catunda, Ricardo Alfaya, Thereza Christina Rocque da Motta. Conocí a Tanussi Cardoso y su poesía el lejano 2004 en la ciudad del vino: Bento Goncalves en el sur del Brasil en el XII congreso brasileño de poesía organizado por el poeta y periodista Ademir Antonio Bacca. La poeta e investigadora literaria Cristiane Grando me ha comentado que la poesía de Tanussi Cardoso tiene una profundidad que encanta, luego de escucharle leer en aquel encuentro de poetas y artistas plásticos el reciente 2005. La presente selección de poemas y traducción me pertenece, agradezco a Tanussi Cardoso por la oportunidad que me da, que nos da a los lectores hispanoamericanos de escuchar esta voz, estas otras voces y ecos nuevos de la poesía del adorable Brasil.



    Leo Lobos (Santiago de Chile, 1966) es poeta, ensayista, traductor y artista visual.
    Santiago de Chile, enero 2 de 2006.







    http://www.letras.mysite.com/tc180106.htm



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    "Ser como un verso volando
    o un ciego soñando
    y en ese vuelo y en ese sueño
    compartir contigo sol y luna,
    siendo guardián en tu cielo
    y tren de tus ilusiones."
    (Hánjel)





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