O POEMA DENTRO DE TI
“De modo geral,
acho que devemos ler apenas
os livros que nos cortam e nos ferroam.”
(Kafka)
O poema só serve para acender o fogo intenso do frio que te habita.
Para te golpear como a dor do fim do amor que amas,
ou como o raio a quebrar o lago que te espelha a face.
O poema só serve para deixares de bordar estrelas
e cumprires teu destino humano,
pois cabe somente a ti o teu enredo.
O poema não está nem aí para tua felicidade ou suicídio.
O poema só serve para que saias de ti, te leias e te encontres.
O TÊNUE FIO DO TEMPO
o menino, o pai e o violino
unidos, únicos, sozinhos
árvores num jardim de delícias
dedos de brinquedos do destino
delicados, os gestos do pai
ensinam ao menino o violino
cordas num mesmo abraço
sons de um mesmo sino
(só a vida determina
a equação dos caminhos)
não se sabe onde doeu o grito
quando o elo foi perdido
o menino cresceu do pai
entre solidões e atritos
e nunca mais se tocaram
como se toca um violino
(de Exercício do olhar, Fivestar, 2006)
“De modo geral,
acho que devemos ler apenas
os livros que nos cortam e nos ferroam.”
(Kafka)
O poema só serve para acender o fogo intenso do frio que te habita.
Para te golpear como a dor do fim do amor que amas,
ou como o raio a quebrar o lago que te espelha a face.
O poema só serve para deixares de bordar estrelas
e cumprires teu destino humano,
pois cabe somente a ti o teu enredo.
O poema não está nem aí para tua felicidade ou suicídio.
O poema só serve para que saias de ti, te leias e te encontres.
O TÊNUE FIO DO TEMPO
o menino, o pai e o violino
unidos, únicos, sozinhos
árvores num jardim de delícias
dedos de brinquedos do destino
delicados, os gestos do pai
ensinam ao menino o violino
cordas num mesmo abraço
sons de um mesmo sino
(só a vida determina
a equação dos caminhos)
não se sabe onde doeu o grito
quando o elo foi perdido
o menino cresceu do pai
entre solidões e atritos
e nunca mais se tocaram
como se toca um violino
(de Exercício do olhar, Fivestar, 2006)
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