Aires de Libertad

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    Mensaje por Maria Lua Lun 01 Mayo 2023, 17:11

    ESTIRPE


    OS MENDIGOS maiores não dizem mais, nem fazem nada.
    Sabem que é inútil e exaustivo. Deixam-se estar. Deixam-se estar.
    Deixam-se estar ao sol e à chuva, com o mesmo ar de completa
    coragem,
    longe do corpo que fica em qualquer lugar.

    Entreteem-se a estender a vida pelo pensamento.
    Si alguém falar, sua voz foge como um pássaro que cai.
    E é de tal modo imprevista, desnecessária e surpreendente
    que, para a ouvirem bem, talvez gemessem algum ai.

    Oh! não gemiam, não... Os mendigos maiores são todos estóicos.
    Puseram sua miséria junto aos jardins do mundo feliz,
    mas não querem que, do outro lado, tenham notícia da estranha sorte
    que anda por êles como um rio num país.

    Os mendigos maiores vivem fóra da vida: fizeram-se excluídos.
    Abriram sonos e silêncios e espaços nus, em redor de si.
    Teem seu reino vazio, de altas estrêlas que não cobiçam.
    Seu olhar não olha mais, e sua bôca não chama nem ri.

    E seu corpo não sofre nem gosa. E sua mão não toma nem pede.
    E seu coração é uma coisa que, si existiu, já se esqueceu.
    Ah! os mendigos maiores são um povo que se vai convertendo em
    pedra.
    Êsse povo é que é o meu.




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    y en ese vuelo y en ese sueño
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    siendo guardián en tu cielo
    y tren de tus ilusiones."
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    Mensaje por Maria Lua Mar 02 Mayo 2023, 20:45

    Tu tens um medo:
    Acabar.
    Não vês que acabas todo dia.
    Que morres no amor.
    Na tristeza.
    Na dúvida.
    No desejo.
    Que te renovas todo dia.
    No amor.
    Na tristeza.
    Na dúvida.
    No desejo.
    Que és sempre outro.
    Que és sempre o mesmo.
    Que morrerás por idades imensas.
    Até não teres medo de morrer.
    E então serás eterno.


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    Mensaje por Maria Lua Vie 05 Mayo 2023, 18:21

    CANTIGA



    NÓS SOMOS como o perfume
    da flor que não tinha vindo:
    esperança do silêncio,
    quando o mundo está dormindo.



    Pareceu que houve o perfume...
    E a flor, sem vir, se acabou.
    Oh! abelha imaginativa!
    o que o desejo inventou...



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    Mensaje por Maria Lua Dom 07 Mayo 2023, 19:22

    Morro Do Que Há No Mundo | Poema de Cecília Meireles com narração de Mundo Dos Poemas





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    Mensaje por Maria Lua Lun 08 Mayo 2023, 16:41

    iNSCRIÇÃO NA AREIA

    o MEU AMOR não tem
    importância nenhuma.
    Não tem o peso nem
    de uma rosa de espuma!

    Desfolha-se por quem?
    Para quem se perfuma?

    O meu amor não tem
    importância nenhuma.


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    Mensaje por Maria Lua Mar 09 Mayo 2023, 14:30

    HERANÇA


    EU VIM de infinitos caminhos,
    e os meus olho choveram lúcido pranto
    pelo chão.

    Quando é que frutifica, nos caminhos infinitos,
    essa vida, que era tão viva, tão fecunda,
    porque vinha de um coração?

    E os que vierem depois, pelos caminhos infinitos,
    do pranto que caíu dos meus olhos passados,
    que experiência, ou consôlo, ou prémio alcançarão?




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    Mensaje por Maria Lua Mar 09 Mayo 2023, 14:32

    HISTÓRIA


    EU FUI a de mãos ardentes
    que, triste de ser nascida,
    fui subindo altas vertentes
    para a vida.
    E perguntava, à subida:
    «Ó mãos, porque sois ardentes?»

    Água fina que descia,
    flor em pedras debruçada,
    nada ouvia ou respondia...
    Nada, nada.

    E eu ia desenganada,
    sorrindo, porque o sabia.

    E, afinal, no céu, presentes
    tôdas as estrêlas puras,
    pouso as mesmas mãos ardentes
    nas alturas,
    — sem perguntas, sem procuras,
    ricas por indiferentes.

    Mêdo, orgulho, desencanto
    prenderam os movimentos
    dessas mãos que, amando tanto,
    sôbre os ventos
    desfizeram seus intentos,
    vencendo um tácito pranto.

    Ai! por mais que se ande, é certo:
    — não se encontra o bem perfeito.
    Vai nascendo só deserto
    pelo peito.
    E entre o desejado e o aceito
    dorme um horizonte encoberto.

    Como esta bôca sem pedidos,
    e esperanças tão ausentes,
    e esta névoa nos ouvidos
    complacentes,
    — ó mãos, porque sois ardentes? —

    Tudo são sonhos dormidos
    ou dormentes!


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    Mensaje por Maria Lua Mar 09 Mayo 2023, 14:33

    ASSOVIO


    NINGUÉM abra a sua porta
    para ver que aconteceu:
    saímos de braço dado,
    a noite escura mais eu.

    Ela não sabe o meu rumo,
    eu não lhe pergunto o seu:
    não posso perder mais nada,
    si o que houve já se perdeu.

    Vou pelo braço da noite,
    levando tudo que é meu:
    — a dôr que os homens me deram,
    e a canção que Deus me deu.


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    Mensaje por Maria Lua Mar 09 Mayo 2023, 14:35

    PERSONAGEM

    TEU NOME é quási indiferente
    e nem teu rôsto já me inquieta.
    A arte de amar é exatamente
    a de ser poeta.

    Para pensar em ti, me basta
    o próprio amor que por ti sinto:
    és a idea, serena e casta,
    nutrida do enigma do instinto.

    O lugar da tua presença
    é um deserto, entre variedades:
    mas nêsse deserto é que pensa
    o olhar de tôdas as saüdades.

    Meus sonhos viajam rumos tristes
    e, no seu profundo universo,
    tu, sem forma e sem nome, existes,
    silencioso, obscuro, disperso.

    Tôdas as máscaras da vida
    se debruçam para o meu rôsto,
    na alta noite desprotegida
    em que experimento o meu gôsto.

    Todas as mãos vindas ao mundo
    desfalecem sôbre o meu peito,
    e escuto o suspiro profundo
    de um horizonte insatisfeito.

    Oh! que se apague a bôca, o riso,
    o olhar dêsses vultos precários,
    pelo improvável paraíso
    dos encontros imaginários!

    Que ninguém e que nada exista,
    de quanto a sombra em mim descansa:
    — eu procuro o que não se avista,
    dentre os fantasmas da esperança!

    Teu corpo, e teu rosto, e teu nome,
    teu coração, tua existência,
    tudo — o espaço evita e consome:
    e eu só conheço a tua ausência.

    Eu só conheço o que não vejo.
    E, nêsse abismo do meu sonho,
    alheia a todo outro desejo,
    me decomponho e recomponho...


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    Mensaje por Maria Lua Mar 09 Mayo 2023, 14:46

    ESTIRPE


    OS MENDIGOS maiores não dizem mais, nem fazem nada.
    Sabem que é inútil e exaustivo. Deixam-se estar. Deixam-se estar.
    Deixam-se estar ao sol e à chuva, com o mesmo ar de completa
    coragem,
    longe do corpo que fica em qualquer lugar.

    Entreteem-se a estender a vida pelo pensamento.
    Si alguém falar, sua voz foge como um pássaro que cai.
    E é de tal modo imprevista, desnecessária e surpreendente
    que, para a ouvirem bem, talvez gemessem algum ai.

    Oh! não gemiam, não... Os mendigos maiores são todos estóicos.
    Puseram sua miséria junto aos jardins do mundo feliz,
    mas não querem que, do outro lado, tenham notícia da estranha sorte
    que anda por êles como um rio num país.

    Os mendigos maiores vivem fóra da vida: fizeram-se excluídos.
    Abriram sonos e silêncios e espaços nus, em redor de si.
    Teem seu reino vazio, de altas estrêlas que não cobiçam.
    Seu olhar não olha mais, e sua bôca não chama nem ri.

    E seu corpo não sofre nem gosa. E sua mão não toma nem pede.
    E seu coração é uma coisa que, si existiu, já se esqueceu.
    Ah! os mendigos maiores são um povo que se vai convertendo em
    pedra.
    Êsse povo é que é o meu.



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    Mensaje por Maria Lua Miér 10 Mayo 2023, 22:08

    Não queiras ter Pátria.
    Não dividas a Terra.
    Não dividas o Céu.
    Não arranques pedaços ao mar.
    Não queiras ter.
    Nasce bem alto,
    Que as coisas todas serão tuas.
    Que alcançarás todos os horizontes.
    Que o teu olhar, estando em toda a parte
    Te ponha em tudo,
    Como Deus.


    ****************


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    Mensaje por Maria Lua Vie 12 Mayo 2023, 17:29

    TENTATIVA


    ANDEI pelo mundo no meio dos homens:
    uns compravam joias, uns compravam pão.
    Não houve mercado nem mercadoria
    que seduzisse a minha vaga mão.

    Calado, Calado, me diga, Calado
    por onde se encontra minha sedução.

    Alguns, sorririam, muitos, soluçaram,
    uns, porque tiveram, outros, porque não.
    Calado, Calado, eu, que não quis nada,
    porque ando com pena no meu coração?

    Se não vou ser santa, Calado, Calado,
    os sonhos de todos porque não me dão?

    Calado, Calado, perderam meus dias?
    ou gastei-os todos, só por distração?
    Não sou dos que levam: sou coisa levada...
    E nem sei daqueles que me levarão..
    .
    Calado, me diga si devo ir-me embora,
    para que outro mundo e em que embarcação!


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    Mensaje por Maria Lua Vie 12 Mayo 2023, 17:30

    CANTIGA


    BENTEVÍ que estás cantando
    nos ramos da madrugada,
    por muito que tenhas visto,
    juro que não viste nada.

    Não viste as ondas que vinham
    tão desmanchadas na areia,
    quási vida, quási morte,
    quási corpo de sereia...

    E as nuvens que vão andando
    com marcha e atitude de homem,
    com a mesma atitude e marcha
    tanto chegam como somem.

    Não viste as letras, que apostam
    formar idéas com o vento...
    E as mãos da noite quebrando
    os talos do pensamento.

    Passarinho, tolo, tolo,
    de olhinhos arregalados...
    Benteví, que nunca viste
    como os meus olhos fechados...


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    Mensaje por Maria Lua Vie 12 Mayo 2023, 17:32

    EPIGRAMA N.o 11



    A VENTANIA misteriosa
    passou na árvore côr de rosa
    e sacudiu-a como um véu,
    um largo véu, na sua mão.

    Foram-se os pássaros para o céu.
    Mas as flôres ficaram no chão.





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    Mensaje por Maria Lua Sáb 13 Mayo 2023, 17:23

    PASSEIO


    QUEM ME leva adormecida
    por dentro do campo fresco,
    quando as estrêlas e os grilos
    palpitam ao mesmo tempo?

    O céu dorme na montanha,
    o mar flutua em si mesmo,
    o tempo que vai passando
    filtra a sombra nas areias.

    Quem me leva adormecida
    sôbre o perfume das plantas,
    quando, no fundos rios
    a água é nova a cada instante?

    Não ha palavras nem rostos:
    eu mesma não me estou vendo.
    Alguém me tirou do corpo,
    fez-me nome, ùnicamente,

    nome, para que as perguntas
    me chamem, com vozes tristes,
    e eu não me esqueça de tudo
    si houver um dia seguinte.

    O céu roda para oéste:
    as pontes vão para as águas.
    O vento é um silêncio inquieto
    com perspectivas de barcos.

    Quem me leva adormecida
    pelas dunas, pelas nuvens,
    com êste som inesquecível
    do pensamento no escuro?



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    122


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    o un ciego soñando
    y en ese vuelo y en ese sueño
    compartir contigo sol y luna,
    siendo guardián en tu cielo
    y tren de tus ilusiones."
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    Mensaje por Maria Lua Lun 15 Mayo 2023, 10:46

    CANTIGA


    NÓS SOMOS como o perfume
    da flor que não tinha vindo:
    esperança do silêncio,
    quando o mundo está dormindo.


    Pareceu que houve o perfume...
    E a flor, sem vir, se acabou.
    Oh! abelha imaginativa!
    o que o desejo inventou...


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    Mensaje por Maria Lua Lun 15 Mayo 2023, 10:47

    A MENINA ENFÊRMA



    I

    A MENINA enfêrma tem no seu quarto formas inúmeras
    que inventam espantos para seus olhos sem ilusão.
    Bonecos que enchem as grandes horas de pesadelos,
    que lhe roubam os olhos, que lhe partem a garganta,
    que arrebatam tesouros da sua mão.
    Um dia, ela descobriu sòzinha que era duas!
    a que sofre depressa, no ritmo intenso e atroz da noite
    e a que olha o sofrimento do alto do sono, do alto de tudo,
    balançada num céu de estrêlas invisíveis,
    sem contato nenhum com o chão.

    II

    A mão da menina enfêrma refratou-se também na água pura,
    como, outras vezes, sua voz, nesses rios do céu.
    Partiu-se a mão contemplativa dentro d'água:
    mas não houve mesmo amargura, mas quási delícia,
    no seu pulso quebrado e exato.
    E ela contempla a onda mansa:
    125
    e tudo isso é uma simples lembrança?
    é uma alheia notícia?
    ou algum velho retrato?

    III

    A menina enfêrma passeia no jardim brilhante,
    de plantas húmidas, de flores frescas, de água cantante,
    com pássaros sôbre a folhagem.
    A menina enfêrma apanha o sol nas mãos magrinhas:
    seus olhos longos teem um desenho de andorinhas
    num rosto sereno de imagem.
    A menina enfêrma chegou perto do dia tão mansa
    e tão simples como uma lágrima sôbre a esperança.
    E acaba de descobrir que as nuvens também teem movimento.
    Olha-as como de muito mais longe. E com um sorriso de saüdade
    põe nesses barcos brancos seus sentimentos de eternidade
    e parte pelo claro vento.


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    Mensaje por Maria Lua Lun 15 Mayo 2023, 10:50

    DESENHO

    FINO CORPO, que passeias
    na minha imaginação
    como o vento nas areias,
    serás o rei Salomão?

    Há um perfume de madeira
    e uma confusa noção
    de óleo e nardo, a noite inteira,
    na minha imaginação.

    Estendem-se no meu leito
    púrpura e marfins...Estão
    safiras pelo meu peito,
    cedros pela minha mão...

    Tôrres, piscinas, palmeiras,
    de pura imaginação,
    parecem tão verdadeiras...
    Serás o rei Salomão?

    Ondas de mel e de leite
    se derramam pelo chão,
    no silencioso deleite
    da sombra e da solidão.

    Navega nas minhas veias,
    em vagorosa invenção,
    um vinho de luas-cheias —
    Por isso, em meu corpo vão

    brotando, em mornos canteiros,
    incenso, mirra, e a canção
    de uns pássaros prisioneiros...
    Serás o rei Salomão?

    Na noite quási perfeita
    da minha imaginação,
    que é da tua mão direita?...


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    Mensaje por Maria Lua Lun 15 Mayo 2023, 10:51

    TIMIDEZ



    BASTA-ME um pequeno gesto
    feito de longe e de leve,
    para que venhas comigo
    e eu para sempre te leve...

    — mas só êsse eu não farei.

    Uma palavra caída
    das montanhas dos instantes
    desmancha todos os mares
    e une as terras mais distantes...

    —palavra que não direi.

    Para que tu me adivinhes,
    entre os ventos taciturnos,
    apago meus pensamentos,
    ponho vestidos noturnos,

    — que amargamente inventei.

    E, enquanto não me descobres,
    os mundos vão navegando
    nos ares certos do tempo,
    até não se sabe quando...

    — e um dia me acabarei.




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    Mensaje por Maria Lua Miér 17 Mayo 2023, 18:23

    TAVERNA


    BEM SEI que, olhando p'ra minha cara,
    p'ra minha bôca, triste e incoerente,
    p'ros gestos vagos de sombra incerta
    que hoje sou eu,
    minha loucura se faz tão clara,
    minha desgraça tão evidente,
    minha alma tôda tão descoberta,
    que pensam: «Êste, não bebeu...»

    «Passei a noite, passei o dia
    de cotovelos firmes na mesa,
    de olhos sobre o vinho perdidos,
    a testa pulsando na mão:
    e muros de melancolia
    subiam pela sala acêsa,
    inutilizando os gemidos,
    mas quebrando-me o coração.

    «Deixei o copo no mesmo nível:
    bebida imóvel, espêlho atento,
    onde — só eu — vi desbrochares,
    rôsto amargo de amor!
    Vim da taverna ébrio de impossível,
    pisando sonhos, beijando o vento,
    falando às pedras, agarrando os ares...
    — Oh! deixem-me ir para onde eu fôr!...»


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    Mensaje por Maria Lua Miér 17 Mayo 2023, 18:25

    PERGUNTA


    ESTES MEUS tristes pensamentos
    vieram de estrêlas desfolhadas
    pela bôca brusca dos ventos?

    Nasceram das encruzilhadas,
    onde os espíritos defuntos
    põem no presente horas passadas?

    Originaram-se de assuntos
    pelo raciocínio dispersos,
    e depois na saüdade juntos?

    Subiram de mundos submersos
    em mares, túmulos ou almas,
    em música, em mármore, em versos?

    Caíriam das noites calmas,
    dos caminhos dos luares lisos,
    em que o sono abre mansas palmas?

    Proveem de fatos indecisos,
    acontecidos entre brumas,
    na era de extintos paraísos?

    Ou de algum cenário de espumas,
    onde as almas deslisam frias,
    sem aspirações mais nenhumas?

    Ou de ardentes e inúteis dias,
    com figuras alucinadas
    por desejos e covardias?

    Foram as estátuas paradas
    em roda da água do jardim...?
    Foram as luzes apagadas?

    Ou serão feitos só de mim,
    estes meus tristes pensamentos
    que boiam como peixes lentos

    num rio de tédio sem fim?


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    Mensaje por Maria Lua Miér 17 Mayo 2023, 18:29

    EPIGRAMA N.o 12


    A ENGRENAGEM trincou pobre e pequeno inseto.
    E a hora certa bateu, grande e exata, em seguida.

    Mas o toque daquele alto e imenso relógio
    dependia daquela exígua e obscura vida?

    Ou percebeu siquer, enquanto o som vibrava,
    que ela ficava ali, calada mas partida?



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    Mensaje por Maria Lua Mar 23 Mayo 2023, 08:48

    VENTO



    PASSARAM os ventos de Agosto, levando tudo.
    As árvores humilhadas bateram, bateram com os ramos no chão.
    Voaram telhados, voaram andaimes, voaram coisas imensas:
    os ninhos que os homens não viram nos galhos,
    e uma esperança que ninguém viu, num coração.


    Passaram os ventos de Agosto, terríveis, por dentro da noite.
    Em todos os sonos pisou, quebrando-os, o seu tropel.
    Mas, sôbre a paisagem cansada da aventura excessiva —
    sem forma e sem éco,
    o sol encontrou as crianças procurando outra vez o vento
    para soltarem papagaios de papel.


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    Mensaje por Maria Lua Mar 23 Mayo 2023, 08:50

    MISÉRIA


    HOJE é tarde para os desejos,
    e nem me interessa mais nada...
    Cheguei muito depois do tempo
    em que se pode ouvir dizer: «Oh! minha amada...»

    O mar imóvel dos teus olhos
    pode estar bem perto, e defronte.
    Mas nem navega as horas
    nem se cuida mais de horizonte.

    Durmo com a noite nos meus braços,
    sofrendo pelo mundo inteiro.
    O suspiro que em mim resvala
    bem pode ser, a cada instante, o derradeiro.

    Morrer é uma coisa tão fácil
    que tôdas as manhãs me admiro
    de ter o sono conservado
    fidelidade ao meu suspiro.

    E pergunto: «Quem é que manda
    mais do que eu sôbre a minha vida?
    Nêste mar de só desencanto,
    que sereia murmura uma canção desconhecida?

    E em meus ouvidos indiferentes,
    alheios a qualquer vontade,
    que rôstos vão reconhecendo
    os passeios da eternidade?

    Perto do meu corpo estendido,
    náufrago inerte de sombras e ares,
    quem chegará, desmanchando secretos níveis?
    Serás tu? — para me levares...»

    (Vejo a lágrima que escorre
    por cima da minha pena.
    Ai! a pergunta é sempre enorme,
    e a resposta, tão pequena...)




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    Mensaje por Maria Lua Miér 24 Mayo 2023, 15:13

    METAMORFOSE


    SUBITO pássaro
    dentro dos muros
    caído,

    pálido barco
    na onda serena
    chegado.

    Noite sem braços!
    Cálido sangue
    corrido.

    E imensamente
    o navegante
    mudado.

    Seus olhos densos
    apenas s
    abem ter sido.

    Seu lábio leva
    um outro nome
    mandado.

    Súbito pássaro
    por altas nuvens
    bebido.

    Pálido barco
    nas flores quietas
    quebrado.


    Nunca, jámais
    e para sempre
    perdido
    o éco do corpo
    no próprio vento
    pregado.


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    Mensaje por Maria Lua Miér 24 Mayo 2023, 15:14

    DESPEDIDA

    VAIS FICANDO longe de mim
    como o sono, nas alvoradas;
    mas há estrêlas sobressaltadas
    resplandecendo além do fim.

    Bebo essas luzes sem tristeza,
    porque sinto bem que elas são
    o último vinho e o último pão
    de uma definitiva mesa.

    E olho par a fuga do mar,
    e para a ascenção das montanhas,
    e vejo como te acompanhas,
    — para me desacompanhar.

    As luzes do amanhecimento
    acharão tôda a terra igual.
    — Tudo foi sobrenatural,
    sem pêso de contentamento,

    sem noções do mal nem do bem,
    — jôgo de pura geometria,
    que eu pensei que se jogaria,
    mas não se joga com ninguém.


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    Mensaje por Maria Lua Miér 24 Mayo 2023, 15:35

    EPIGRAMA N.o 13


    PASSARAM os reis coroados de ouro,
    e os heróis coroados de louro:
    passaram por êstes caminhos.

    Depois, vieram os santos e os bardos.
    Os santos, cobertos de espinhos.
    Os poetas, cingidos de cardos.




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    Mensaje por Maria Lua Sáb 27 Mayo 2023, 15:34

    CECÍLIA MEIRELES


    Cecília Benevides de Carvalho Meireles, nacida el el 7 de noviembre de 1901 en Río de Janeiro, Brasil, fue una poetisa, maestra y periodista, cuya poesía lírica y altamente personal, a menudo simple pero con simbolismos complejos e imágenes, le valieron una posición importante en la literatura brasileña del siglo XX.
    Huérfana a una edad temprana, su padre muere tres meses antes de su nacimiento y su madre cuando contaba dos años y medio, acabó siendo criada por su abuela materna, Jacinta, y por su ama de llaves, Pedrina. Tanto una como otra tuvieron una fuerte influencia en la vida profesional posterior de Cecília: la abuela, en el gusto por la lectura, y Pedrina por las canciones y leyendas folklóricas, que acabaron por formar parte del repertorio literario de la escritora.
    De pequeña estudio violín, literatura e idiomas. Teorías y métodos educativos, música, folklore, las civilizaciones orientales, etc.


    Comenzó su carrera en el magisterio con 17 años. Un año después publicó su primer libro de poemas, ”Espectro”.
    Conoce, por entonces, al pintor portugués Fernando Correia Dias, radicado en Brasil desde antes de la Primera Guerra Mundial. Hombre afectado por profundas crisis depresivas y contrastantes estados anímicos, se casará con Cecilia Meireles en 1922 y compartirá con ella algunas de sus más ricas experiencias espirituales. De hecho, son suyas las interesantes ilustraciones que acompañan los textos de Nunca mais… e Poema dos poemas, libro aparecido en 1924.


    El nacimiento de María Elvira, primera hija del matrimonio, constituyó un poderoso estímulo en la aproximación de Cecilia Meireles a la literatura infantil. A su labor docente y a su producción poética, añade entonces la escritora la elaboración de un libro que, poco después de su aparición, será adoptado oficialmente como texto de lectura en las escuelas. La obra se tituló Crianca, meu amor (Niño, mi amor. 1923) Nunca mais es también de 1923
    A la primera María, siguieron dos más: María Matilde y María Fernanda, y las tres habrían de convertir a Cecilia Meireles en abuela de una numerosa descendencia. El tercer libro de poesía vino a luz poco después de nacer su tercera hija. Se tituló Baladas para El-Rei,( 1925) y también lo ilustró Fernando Correia Dias.

    Por estos años se vinculó a los poetas modernistas de Río que publicaron Festa (1927-1929 y 1934-1935), haciendo que se interesara por la poesía portuguesa, cuyo simbolismo es bien diferente del francés gracias al concepto, intraducible, de saudade. El Modernismo de los poetas de Festa fue más equilibrado y meditativo que aquel postulado por los futuristas y vanguardistas de São Paulo y la Semana de Arte Moderna. El grupo modernista de Río ha sido descrito como «Tradicionalismo dinámico». Sus consignas incluían velocidade (velocidad en la expresión más que libertad formal), totalidade (ninguna forma de la realidad debía ser excluída), brasilidade (atención a la naturaleza y costumbres del Brasil) y universalidade (universalidad).

    Como profesora opositó, en 1929, a la cátedra de Literatura de la Escuela Normal del Distrito Federal, quedando en segundo lugar. Su tesis defendía una modernización de la enseñanza, siguiendo los principios de la Escuela Nueva, entre los que destacaba que el trabajo del profesor debía ser realizado con amor y enfocado al desarrollo del niño y el valor de la libertad. Y que en la enseñanza primaria debía incluirse la música, la pintura, las artes. Y conducir a los niños en su aprendizaje, escucharlo, no someterlo. Abogaba también por una educación laica El tribunal examinador consideró muy osada su propuesta. Pero ella siguió defendiendo siempre los postulados de una educación más moderna y renovadora.

    De 1930 a 1933, escribió artículos diarios sobre educación en el periódico Diário de Notícias. Y de 1941 a 1943 en el diario A Manhã (La Mañana). Siendo la primer mujer columnista de un periódico. El pensamiento de los educadores como Anísio Teixeira y Fernando de Azevedo encontró sucesivo eco en su columna periodística. Ya antes, bajo el título de Pedagogia de ministro, en el Diário de Notícias (del 30 de abril de 1931), había criticado duramente la política educativa que llevaba a cabo Francisco Campos, Ministro de Educación y Salud. En otros tres artículos en el mismo diario, continuó abundando en su crítica.




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    CECILIA MEIRELES  - Página 25 Empty Re: CECILIA MEIRELES

    Mensaje por Maria Lua Sáb 27 Mayo 2023, 15:36

    ***


    Su lucha por una educación de mayor calidad para su país la llevó a firmar en 1932 con otros grandes educadores brasileños, el manifiesto de la Nova Escola, y dos años después, en 1934, fue invitada por Anísio Teixeira, que a la sazón era director del departamento de Educación del Distrito Federal, para que desarrollase sus ideas educativas en el Centro de Cultura Infantil de Rio, y la creación de la biblioteca para niños, siendo ésta una experiencia piloto. Se puede considerar, por todo ello, a Cecília Meireles como una educadora militante.

    El suicidio de su marido, en 1935, fue para ella terrible, teniendo que quedar de cabeza de familia criando a sus tres hijas. Pero también, porque en este mismo año, Anísio Teixeira tuvo que dimitir de su cargo, siendo sustituido por su enemigo político Francisco Campos, situación que le provocó a Cecília una gran inestabilidad profesional y educativa.
    Tampoco estos problemas le impidieron seguir criticando duramente al gobierno de Getúlio Vargas, al que trataba claramente de dictador, como realmente lo era. Y Getúlio acabó cerrando en 1937 el Centro Cultural Infantil, con la disculpa de que en él había actividades subversivas, como la divulgación del libro de Mark Twain, “ Las aventuras de Tom Sawyer publicado en 1876, por sus supuestas ideas comunistas.
    En 1934 dio conferencias sobre literatura brasileña en las universidades de Lisboa y Coimbra. Entre 1935 y 1937 enseñó literaturas luso-brasileñas, literaturas comparadas e historia y filosofía oriental en la recién fundada Universidad Federal de Río.
    En 1937 aparece Viagem, después de catorce años de silencio poético y afirma a Cecilia como poeta. Es ahí donde comienza su madurez.

    En 1940 Meireles se casa con Heitor Vinícius da Silveira Grilo, profesor e ingeniero agrónomo, con quien tiene otra hija​.
    Cecília inscribe su libro Viagem en un concurso de poesía de la Academia Brasileira de Letras. Concurrió al premio denominado Olavo Bi-lac, que ofrecía una buena cantidad de dinero. Ganó dicho premio, pero no profirió su discurso de agradecimiento, por haber sufrido censura por parte de algunos académicos.

    En 1940 pasó a ser profesora de Literatura y Cultura Brasileña en la universidad Estadounidense de Texas. En los años siguientes continuó publicando otros muchos libros, casi sin tregua: Vaga Música (1942), Mar absoluto e Outros Poemas (1945), Retrato Natural (1949), Amor em Leonoreta (1951), Doze Noturnos de Holanda y O Aeronauta (1952) y Romanceiro da Inconfidência (1953), recapitula en éste último libro, considerado como histórico, los episodios que culminaron en la insurrección antiportuguesa de Vila Rica y en la ejecución de Tiradentes, líder del alzamiento, a fines del siglo XVIII.

    Romanceiro da Inconfidencia nos entrega la memoria de los mártires de lo imposible.
    Detrás de puertas cerradas, / y bajo encendidas velas, / entre sigilo y espías / / sucede la In-confidencia. / Y dice el Vicario al Poeta: / «Escríbeme aquella letra / / del versito de Virgilio…» / y le da papel y pluma / Y el Poeta al Vicario dice / con dramática prudencia: / / «Sean mis dedos cortados / antes que tal verso escriban…» / LIBERTAD, AUNQUE SEA TARDE, / se oye en torno a la mesa. / Y la bandera está viva / / y sube en la noche inmensa. / Y sus tristes inventores / ya son reos, pues osaron / hablar de la Libertad / (que nadie sabe qué sea). / … / Y la vecindad no duerme: // murmura, imagina, inventa. / No queda bandera escrita, / queda escrita la sentencia.

    Paralelamente a sus Doze Noturnos, Cecilia Meireles compuso los Poemas escritos na India pero no los publicó hasta 1962. Tal vez la explicación del distanciamiento cronológico que separa la aparición de ambos textos se explique en parte si se atiende al hecho de que constituyen dos propuestas francamente antitéticas. El repertorio de claridades y transparencias que informa los Poemas se opone diametralmente a la opacidad sin pausa de los Doze Noturnos. Se diría, cotejándolos, que la intención fue contrastar al Oriente místico y el Occidente desacralizado en un violento contrapunto de logros y fracasos morales. Esta impresión se acentúa cuando se advierte la alta correspondencia entre paisaje natural y humano celebrada por los Poemas. La comunión del hombre y la naturaleza es allí arquetípica. Se trata, por eso, de una de las obras donde más intenso es el goce de los valores propugnados por el ideario de Cecilia Meireles y donde, en contraste con el mundo occidental, la India se recorta como sitio de alianza plena, casi sensual, entre lo secular y lo sagrado. Podría concluirse, en consecuencia, que la tardía edición de Poemas respondió al deseo de presentarlos a la manera de un último mensaje o conclusión lírica empeñada en señalar el camino necesario.



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    CECILIA MEIRELES  - Página 25 Empty Re: CECILIA MEIRELES

    Mensaje por Maria Lua Sáb 27 Mayo 2023, 15:37

    ***
    Cronológicamente, sin embargo, el libro final fue Solombra, difundido un año antes de su muerte, en 1963. Ya el título anticipa la atmósfera esencial en que la encontraremos al terminar su vida: la ambigüedad, el insalvable claroscuro. Por una parte, el intenso misticismo, el vivo, ardiente anhelo de trascendencia; por otra, el flujo sombrío del devenir, el vértigo de un tiempo que devora lo que toca en su transcurso. Es decir que esta última obra retoma las tradicionales disyuntivas de la identidad occidental de Cecilia Meireles como si con ella hubiera querido decirnos que era suya la trágica senda de su cultura. Sin identificarse con lo secular, no pudo, tampoco, ascender definitivamente a lo sagrado. La encontramos, pues, entre el sol y la sombra, Solombra, tierra de inciertas señales. Casi geométricamente se cierra la trayectoria de Cecilia Meireles. La vivencia absurda que orientara al Poema dos Poemas reaparece, asfixiante en Solombra. Allí está, también, la tajante disyuntiva entre el polo de la luz y el de la muerte y, por último, junto a la elegiaca celebración del canto como consuelo, reaparece, en cada uno de sus poemas, el sentimiento de que la vida es un destino incumplido (Santiago Kovadloff). A lo largo de todos esos años fue una “educadora andante”, recorriendo América.

    En 1953 fue nombrada Doctora Honoris Causa por la Universidad de Nueva Delhi, donde viajó para participar en el acto. Todavía en el último año de su vida, 1964, publicó Ou isto, ou aquilo y Escolha seu sonho (O esto, o aquello y Escoja su sueño). Pero, con su salud muy debilitada, el 9 de noviembre de ese mismo año fallecía en su ciudad natal. El 6 de julio de 1932, en la revista Vida Prática de Rio había escrito:

    Es necesario creer en el sueño.
    Y salvarlo siempre. Para ser salvados.
    Para dejar la frente radiosa de nuestra alegría
    en el último canto, y en la última sombra,
    donde otras vidas después
    vengan un día a preguntar
    las cosas que hoy nos estamos preguntando.

    Gran parte de su trabajo se recoge en Obra poética (1958), en esta Antología Cecília no incluye sus tres primeros libros.
    Varios de sus poemas han sido traducidos al inglés para antologías.

    Dice de Cecília Meireles, Pedro Sevylla de Juana:

    “Conocí a Cecília Meireles hace unos años, cinco o seis quizá. Desde entonces la tengo en mi altar literario. En aquel momento, después de las primeras lecturas, escribí: ¿Son los ojos, cielo sin fondo de nubes transparentes, de Cecília, lo importante para mí? ¿Lo es la mirada abierta y confiada, esos límites del Universo que ella alcanza? ¿Es el manantial inagotable de su sonrisa lo importante? Sí, porque su palabra simple y pura, surge en la mente armónica para expresar lo que ve su mirada; y para exponer lo recibido a través de todas las lenguas que entiende y habla. Sí, porque su rostro, y lo que el rostro revela del interior armónico, me entregan el estímulo necesario para profundizar en su obra. Para llegar más allá de su fértil imaginación, y de la fascinante facilidad de encantamiento.”

    Del artículo La huella digital: “Una revista hacia Hispanoamérica” Por Luis Pablo Núñez extractamos:

    Recordando la amistad entre estas dos escritoras, Cecília Meireles (1901-1964) y Gabriela Mistral (1889-1957), premio Nobel de Literatura en 1945, la Academia Chilena de la Lengua y la Academia Brasileira de Letras realizaron hace quince años una muy cuidada edición en la que poesía de una conversaba con la de la otra. Para ello, reimprimieron el ensayo que Cecília compuso sobre la vida y obra de Gabriela y sumaron el escrito por la chilena Adriana Valdés sobre Cecília, junto con una selección de poemas de una y otra poeta con su traducción confrontada al español o portugués, según correspondiera.

    La edición bilingüe supone así un homenaje hacia la poesía de estas dos mujeres, que, más allá de la profunda religiosidad que impregna la obra de Mistral, compartieron una visión semejante de la vida y una misma profesión, pues ambas fueron maestras. Cada una ha sido reconocida en su respectivo país, como se puede ver al haber sido escogidas sus efigies para billetes de curso legal de Chile y Brasil.









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