En coordinación con la ASOCIACIÓN CULTURAL FORO AIRES DE LIBERTAD
ENTRAR DESDE AQUÍ
GRUPO METAFORA-EXCLUSIVO PARA SUS MIEMBROS
ENTRAR DESDE AQUÍ
ENTRAR DESDE AQUÍ
REGISTRO Nº 605538 (Madrid - España -28-05-14)
GRUPO METAFORA-EXCLUSIVO PARA SUS MIEMBROS
ENTRAR DESDE AQUÍ
FOROS DE "AIRES DE LIBERTAD"
Estadísticas
Nuestros miembros han publicado un total de 1041097 mensajes en 47603 argumentos.
Tenemos 1569 miembros registrados
El último usuario registrado es Mara
Comenta a tus compañeros
¿Quién está en línea?
En total hay 66 usuarios en línea: 0 Registrados, 0 Ocultos y 66 Invitados :: 3 Motores de búsqueda
Ninguno
El record de usuarios en línea fue de 1156 durante el Mar 05 Dic 2023, 16:39
Temas similares
Últimos temas
Conectarse
Comenta a tus compañeros
En coordinación con la ASOCIACIÓN CULTURAL FORO AIRES DE LIBERTAD
ENTRAR DESDE AQUÍ
GRUPO METAFORA-EXCLUSIVO PARA SUS MIEMBROS
ENTRAR DESDE AQUÍ
ENTRAR DESDE AQUÍ
REGISTRO Nº 605538 (Madrid - España -28-05-14)
GRUPO METAFORA-EXCLUSIVO PARA SUS MIEMBROS
ENTRAR DESDE AQUÍ
+5
Pedro Casas Serra
Andrea Diaz
Carmen Parra
helena
Juan Martín
9 participantes
CECILIA MEIRELES
Maria Lua- Administrador-Moderador
- Cantidad de envíos : 69201
Fecha de inscripción : 12/04/2009
Localización : Nova Friburgo / RJ / Brasil
- Mensaje n°331
Re: CECILIA MEIRELES
[Tienes que estar registrado y conectado para ver esa imagen]
_________________
"Ser como un verso volando
o un ciego soñando
y en ese vuelo y en ese sueño
compartir contigo sol y luna,
siendo guardián en tu cielo
y tren de tus ilusiones."
(Hánjel)
o un ciego soñando
y en ese vuelo y en ese sueño
compartir contigo sol y luna,
siendo guardián en tu cielo
y tren de tus ilusiones."
(Hánjel)
[Tienes que estar registrado y conectado para ver esa imagen]
Maria Lua- Administrador-Moderador
- Cantidad de envíos : 69201
Fecha de inscripción : 12/04/2009
Localización : Nova Friburgo / RJ / Brasil
- Mensaje n°332
Re: CECILIA MEIRELES
Suavíssima
Os galos cantam, no crepúsculo dormente . . .
No céu de outono, anda um langor final de pluma
Que se desfaz por entre os dedos, vagamente . . .
No céu de outono, anda um langor final de pluma
Que se desfaz por entre os dedos, vagamente . . .
Os galos cantam, no crepúsculo dormente . . .
Tudo se apaga, e se evapora, e perde, e esfuma . . .
Tudo se apaga, e se evapora, e perde, e esfuma . . .
Fica-se longe, quase morta, como ausente . . .
Sem ter certeza de ninguém . . . de coisa alguma . . .
Tem-se a impressão de estar bem doente, muito doente,
Sem ter certeza de ninguém . . . de coisa alguma . . .
Tem-se a impressão de estar bem doente, muito doente,
De um mal sem dor, que se não saiba nem resuma . . .
E os galos cantam, no crepúsculo dormente . . .
E os galos cantam, no crepúsculo dormente . . .
Os galos cantam, no crepúsculo dormente . . .
A alma das flores, suave e tácita, perfuma
A solitude nebulosa e irreal do ambiente . . .
A alma das flores, suave e tácita, perfuma
A solitude nebulosa e irreal do ambiente . . .
Os galos cantam, no crepúsculo dormente . . .
Tão para lá! . . . No fim da tarde . . . além da bruma . . .
Tão para lá! . . . No fim da tarde . . . além da bruma . . .
E silenciosos, como alguém que se acostuma
A caminhar sobre penumbras, mansamente,
Meus sonhos surgem, frágeis, leves como espuma . . .
A caminhar sobre penumbras, mansamente,
Meus sonhos surgem, frágeis, leves como espuma . . .
Põem-se a tecer frases de amor, uma por uma . . .
E os galos cantam, no crepúsculo dormente . . .
E os galos cantam, no crepúsculo dormente . . .
_________________
"Ser como un verso volando
o un ciego soñando
y en ese vuelo y en ese sueño
compartir contigo sol y luna,
siendo guardián en tu cielo
y tren de tus ilusiones."
(Hánjel)
o un ciego soñando
y en ese vuelo y en ese sueño
compartir contigo sol y luna,
siendo guardián en tu cielo
y tren de tus ilusiones."
(Hánjel)
[Tienes que estar registrado y conectado para ver esa imagen]
Maria Lua- Administrador-Moderador
- Cantidad de envíos : 69201
Fecha de inscripción : 12/04/2009
Localización : Nova Friburgo / RJ / Brasil
- Mensaje n°333
Re: CECILIA MEIRELES
É preciso não esquecer nada
É preciso não esquecer nada:
nem a torneira aberta nem o fogo aceso,
nem o sorriso para os infelizes
nem a oração de cada instante.
nem a torneira aberta nem o fogo aceso,
nem o sorriso para os infelizes
nem a oração de cada instante.
É preciso não esquecer de ver a nova borboleta
nem o céu de sempre.
nem o céu de sempre.
O que é preciso é esquecer o nosso rosto,
o nosso nome, o som da nossa voz, o ritmo do nosso pulso.
o nosso nome, o som da nossa voz, o ritmo do nosso pulso.
O que é preciso esquecer é o dia carregado de atos,
a idéia de recompensa e de glória.
a idéia de recompensa e de glória.
O que é preciso é ser como se já não fôssemos,
vigiados pelos próprios olhos
severos conosco, pois o resto não nos pertence.
vigiados pelos próprios olhos
severos conosco, pois o resto não nos pertence.
(1962)
_________________
"Ser como un verso volando
o un ciego soñando
y en ese vuelo y en ese sueño
compartir contigo sol y luna,
siendo guardián en tu cielo
y tren de tus ilusiones."
(Hánjel)
o un ciego soñando
y en ese vuelo y en ese sueño
compartir contigo sol y luna,
siendo guardián en tu cielo
y tren de tus ilusiones."
(Hánjel)
[Tienes que estar registrado y conectado para ver esa imagen]
Maria Lua- Administrador-Moderador
- Cantidad de envíos : 69201
Fecha de inscripción : 12/04/2009
Localización : Nova Friburgo / RJ / Brasil
- Mensaje n°334
Re: CECILIA MEIRELES
O REI DO MAR
MUITAS VELAS. Muitos remos.
Âncora é outro falar ...
Tempo que navegaremos
não se pode calcular.
Vimos as Plêiades. Vemos
agora a Estrela Polar.
Muitas velas. Muitos remos.
Curta vida. Longo mar.
Por água brava ou serena
deixamos nosso cantar,
vendo a voz como é pequena
sobre' o comprimento do ar.
Se alguém ouvir, temos pena:
só cantamos para o mar ...
Nem tormenta nem tormento
nos poderia parar.
(Muitas velas. Muitos remos.
Âncora é outro falar ... )
Andamos entre água e vento
procurando o Rei do Mar.
MUITAS VELAS. Muitos remos.
Âncora é outro falar ...
Tempo que navegaremos
não se pode calcular.
Vimos as Plêiades. Vemos
agora a Estrela Polar.
Muitas velas. Muitos remos.
Curta vida. Longo mar.
Por água brava ou serena
deixamos nosso cantar,
vendo a voz como é pequena
sobre' o comprimento do ar.
Se alguém ouvir, temos pena:
só cantamos para o mar ...
Nem tormenta nem tormento
nos poderia parar.
(Muitas velas. Muitos remos.
Âncora é outro falar ... )
Andamos entre água e vento
procurando o Rei do Mar.
_________________
"Ser como un verso volando
o un ciego soñando
y en ese vuelo y en ese sueño
compartir contigo sol y luna,
siendo guardián en tu cielo
y tren de tus ilusiones."
(Hánjel)
o un ciego soñando
y en ese vuelo y en ese sueño
compartir contigo sol y luna,
siendo guardián en tu cielo
y tren de tus ilusiones."
(Hánjel)
[Tienes que estar registrado y conectado para ver esa imagen]
Maria Lua- Administrador-Moderador
- Cantidad de envíos : 69201
Fecha de inscripción : 12/04/2009
Localización : Nova Friburgo / RJ / Brasil
- Mensaje n°335
Re: CECILIA MEIRELES
Escolha o Seu Sonho
DEVíAMOS PODER PREPARAR OS NOSSOS sonhos como os artistas, as
suas composições. Com a matéria sutil da noite e da nossa alma, devíamos
poder construir essas pequenas obras-primas incomunicáveis, que, ainda
menos que a rosa, duram apenas o instante em que vão sendo sonhadas, e
logo se apagam sem outro vestígio que a nossa memória.
Como quem resolve uma viagem, devíamos poder escolher essas
explicações sem veículos nem companhia – por mares, grutas, neves,
montanhas, e até pelos astros, onde moram desde sempre heróis e deuses
de todas as mitologias, e os fabulosos animais do Zodíaco.
Devíamos, à vontade, passear pelas margens do Paraíba, lá onde suas
espumas crespas correm com o luar por entre as pedras, ao mesmo tempo
cantando e chorando.
– Ou habitar uma tarde prateada de Florença, e ir
sorrindo para cada estátua dos palácios e das ruas, como quem saúda
muitas famílias de mármore...
– Ou contemplar nos Açores hortênsias da
altura de uma casa, lagos de duas cores e cestos de vime nascendo entre
fontes, com águas frias de um lado e, do outro, quentes...
– Ou chegar a Ouro Preto e continuar a ouvir aquela menina que estuda piano há duzentos
anos, hesitante e invisível – enquanto o cavalo branco escolhe, de olhos
baixos, o trevo de quatro folhas que vai comer...
Quantos lugares, meu Deus, para essas excursões! Lugares
recordados ou apenas imaginados. Campos orientais atravessados por
nuvens de pavões. Ruas amarelas de pó, amarelas de sol, onde os camelos
de perfil de gôndola estacionam, com seus carros. Avenidas cor-de-rosa,
por onde cavalinhos emplumados, de rosa na testa e colar ao pescoço,
conduzem leves e elegantes coches policromos...
... E lugares inventados, feitos ao nosso gosto; jardins no meio do
mar; pianos brancos que tocam sozinhos; livros que se desarmam,
transformados em música.
Oh! os sonhos do "Poronominare"!... Lembram-se? Sonhos dos
nossos índios: rios que vão subindo por cima das ilhas: ...meninos
transparentes, que deixam ver a luz do sol do outro lado do corpo... gente
com cabeça de pássaros... flechas voando atrás de sombras velozes...
moscas que se transformam em guaribas... canoas... serras... bandos de
beija-flores e borboletas que trazem mel para a criança que tem fome e a
levantam em suas asas...
Devíamos poder sonhar com as criaturas que nunca vimos e
gostaríamos de ter visto: Alexandre, o Grande; São João Batista; o Rei
David, a cantar; o Príncipe Gautama...
E sonhar com os que amamos e conhecemos, e estão perto ou longe,
vivos ou mortos... Sonhar com eles no seu melhor momento, quando foram
mais merecedores de amor imortal.
Ahl... – (que gostaria você de sonhar esta noite?)
MEIRELES, Cecília. Escolha o seu sonho.26 ed., Rio de Janeiro: Record,
2005, PP. 116,117.
DEVíAMOS PODER PREPARAR OS NOSSOS sonhos como os artistas, as
suas composições. Com a matéria sutil da noite e da nossa alma, devíamos
poder construir essas pequenas obras-primas incomunicáveis, que, ainda
menos que a rosa, duram apenas o instante em que vão sendo sonhadas, e
logo se apagam sem outro vestígio que a nossa memória.
Como quem resolve uma viagem, devíamos poder escolher essas
explicações sem veículos nem companhia – por mares, grutas, neves,
montanhas, e até pelos astros, onde moram desde sempre heróis e deuses
de todas as mitologias, e os fabulosos animais do Zodíaco.
Devíamos, à vontade, passear pelas margens do Paraíba, lá onde suas
espumas crespas correm com o luar por entre as pedras, ao mesmo tempo
cantando e chorando.
– Ou habitar uma tarde prateada de Florença, e ir
sorrindo para cada estátua dos palácios e das ruas, como quem saúda
muitas famílias de mármore...
– Ou contemplar nos Açores hortênsias da
altura de uma casa, lagos de duas cores e cestos de vime nascendo entre
fontes, com águas frias de um lado e, do outro, quentes...
– Ou chegar a Ouro Preto e continuar a ouvir aquela menina que estuda piano há duzentos
anos, hesitante e invisível – enquanto o cavalo branco escolhe, de olhos
baixos, o trevo de quatro folhas que vai comer...
Quantos lugares, meu Deus, para essas excursões! Lugares
recordados ou apenas imaginados. Campos orientais atravessados por
nuvens de pavões. Ruas amarelas de pó, amarelas de sol, onde os camelos
de perfil de gôndola estacionam, com seus carros. Avenidas cor-de-rosa,
por onde cavalinhos emplumados, de rosa na testa e colar ao pescoço,
conduzem leves e elegantes coches policromos...
... E lugares inventados, feitos ao nosso gosto; jardins no meio do
mar; pianos brancos que tocam sozinhos; livros que se desarmam,
transformados em música.
Oh! os sonhos do "Poronominare"!... Lembram-se? Sonhos dos
nossos índios: rios que vão subindo por cima das ilhas: ...meninos
transparentes, que deixam ver a luz do sol do outro lado do corpo... gente
com cabeça de pássaros... flechas voando atrás de sombras velozes...
moscas que se transformam em guaribas... canoas... serras... bandos de
beija-flores e borboletas que trazem mel para a criança que tem fome e a
levantam em suas asas...
Devíamos poder sonhar com as criaturas que nunca vimos e
gostaríamos de ter visto: Alexandre, o Grande; São João Batista; o Rei
David, a cantar; o Príncipe Gautama...
E sonhar com os que amamos e conhecemos, e estão perto ou longe,
vivos ou mortos... Sonhar com eles no seu melhor momento, quando foram
mais merecedores de amor imortal.
Ahl... – (que gostaria você de sonhar esta noite?)
MEIRELES, Cecília. Escolha o seu sonho.26 ed., Rio de Janeiro: Record,
2005, PP. 116,117.
_________________
"Ser como un verso volando
o un ciego soñando
y en ese vuelo y en ese sueño
compartir contigo sol y luna,
siendo guardián en tu cielo
y tren de tus ilusiones."
(Hánjel)
o un ciego soñando
y en ese vuelo y en ese sueño
compartir contigo sol y luna,
siendo guardián en tu cielo
y tren de tus ilusiones."
(Hánjel)
[Tienes que estar registrado y conectado para ver esa imagen]
Maria Lua- Administrador-Moderador
- Cantidad de envíos : 69201
Fecha de inscripción : 12/04/2009
Localización : Nova Friburgo / RJ / Brasil
- Mensaje n°336
Re: CECILIA MEIRELES
Romanceiro de Inconfidência:
Fala inicial
Ó meio-dia confuso,
ó vinte-e-um de abril sinistro,
que intrigas de ouro e de sonho
houve em tua formação?
Quem ordena, julga e pune?
Quem é culpado e inocente?
Na mesma cova do tempo
cai o castigo e o perdão.
Morre a tinta das sentenças
e o sangue dos enforcados…
– liras, espadas e cruzes
pura cinza agora são.
Na mesma cova, as palavras,
o secreto pensamento,
as coroas e os machados,
mentira e verdade estão.
Cenário
O passado não abre a sua porta
e não pode entender a nossa pena.
Mas, nos campos sem fim que o sonho corta,
vejo uma forma no ar subir serena:
vaga forma, do tempo desprendida.
É a mão do Alferes, que de longe acena.
Eloqüência da simples despedida:
“Adeus! que trabalhar vou para todos!…”
(Esse adeus estremece a minha vida.)
Do ouro incansável
Por ódio, cobiça, inveja,
vai sendo o inferno traçado.
Os reis querem seus tributos,
– mas não se encontram vassalos.
Mil bateias vão rodando,
mil bateias sem cansaço.
Mil galerias desabam;
mil homens ficam sepultos;
mil intrigas, mil enredos
prendem culpados e justos;
já ninguém dorme tranqüilo,
que a noite é um mundo de sustos.
Descem fantasmas dos morros,
vêm almas dos cemitérios:
todos pedem ouro e prata,
e estendem punhos severos,
mas vão sendo fabricadas
muitas algemas de ferro.
A poetisa Cecília Meireles tem como traço singular de sua escrita um lirismo delicado e pungente. Além de ter sido um nome importante da literatura brasileira, Meireles também foi educadora e também jornalista, sendo uma dos intelectuais que assinou o Manifesto dos Pioneiros da Educação Nova em 1932.
Mas autora de poemas célebres como “Motivo” e “Retrato” também dedicou anos de sua vida a uma pesquisa minuciosa sobre um capítulo importante da história do Brasil: a “febre do ouro” de Minas Gerais e a Inconfidência Mineira. Foram 10 anos de pesquisa histórica e literária que a fizeram escrever o Romanceiro da Inconfidência, publicado pela primeira vez em 1953.
Inspirado num gênero medieval, os poemas de Cecília no livro são “romances”, escritos populares voltados para narrativas históricas. Por isso, Meireles une sua lírica singular com o conhecimento profundo sobre a realidade de Vila Rica nos tempos dos inconfidentes.
O resultado é uma obra narrativa em versos, que não pretende ao monumentalismo de um Lusíadas em contar a história dos que venceram, mas em encontrar matéria poética naqueles que respiraram esses tempos nas minas, nas senzalas, nas capelas.
****************************************
Fala inicial
Ó meio-dia confuso,
ó vinte-e-um de abril sinistro,
que intrigas de ouro e de sonho
houve em tua formação?
Quem ordena, julga e pune?
Quem é culpado e inocente?
Na mesma cova do tempo
cai o castigo e o perdão.
Morre a tinta das sentenças
e o sangue dos enforcados…
– liras, espadas e cruzes
pura cinza agora são.
Na mesma cova, as palavras,
o secreto pensamento,
as coroas e os machados,
mentira e verdade estão.
Cenário
O passado não abre a sua porta
e não pode entender a nossa pena.
Mas, nos campos sem fim que o sonho corta,
vejo uma forma no ar subir serena:
vaga forma, do tempo desprendida.
É a mão do Alferes, que de longe acena.
Eloqüência da simples despedida:
“Adeus! que trabalhar vou para todos!…”
(Esse adeus estremece a minha vida.)
Do ouro incansável
Por ódio, cobiça, inveja,
vai sendo o inferno traçado.
Os reis querem seus tributos,
– mas não se encontram vassalos.
Mil bateias vão rodando,
mil bateias sem cansaço.
Mil galerias desabam;
mil homens ficam sepultos;
mil intrigas, mil enredos
prendem culpados e justos;
já ninguém dorme tranqüilo,
que a noite é um mundo de sustos.
Descem fantasmas dos morros,
vêm almas dos cemitérios:
todos pedem ouro e prata,
e estendem punhos severos,
mas vão sendo fabricadas
muitas algemas de ferro.
_________________
"Ser como un verso volando
o un ciego soñando
y en ese vuelo y en ese sueño
compartir contigo sol y luna,
siendo guardián en tu cielo
y tren de tus ilusiones."
(Hánjel)
o un ciego soñando
y en ese vuelo y en ese sueño
compartir contigo sol y luna,
siendo guardián en tu cielo
y tren de tus ilusiones."
(Hánjel)
[Tienes que estar registrado y conectado para ver esa imagen]
Maria Lua- Administrador-Moderador
- Cantidad de envíos : 69201
Fecha de inscripción : 12/04/2009
Localización : Nova Friburgo / RJ / Brasil
- Mensaje n°337
Re: CECILIA MEIRELES
Do negro das Catas
Já se ouve cantar o negro.
Que saudade, pela serra!
Os corpos, naquelas águas,
– as almas, por longe terra.
Em cada vida de escravo,
que surda, perdida guerra!
Já se ouve cantar o negro.
Por onde se encontrarão
essas estrelas sem jaça
que livram da escravidão,
pedras que, melhor que os homens,
trazem luz no coração?
Já se ouve cantar o negro.
Chora neblina, a alvorada.
Pedra miúda não vale:
liberdade é pedra grada…
(A terra toda mexida,
a água toda revirada…
Deus do céu, como é possível
penar tanto e não ter nada!)
Já se ouve cantar o negro.
Que saudade, pela serra!
Os corpos, naquelas águas,
– as almas, por longe terra.
Em cada vida de escravo,
que surda, perdida guerra!
Já se ouve cantar o negro.
Por onde se encontrarão
essas estrelas sem jaça
que livram da escravidão,
pedras que, melhor que os homens,
trazem luz no coração?
Já se ouve cantar o negro.
Chora neblina, a alvorada.
Pedra miúda não vale:
liberdade é pedra grada…
(A terra toda mexida,
a água toda revirada…
Deus do céu, como é possível
penar tanto e não ter nada!)
_________________
"Ser como un verso volando
o un ciego soñando
y en ese vuelo y en ese sueño
compartir contigo sol y luna,
siendo guardián en tu cielo
y tren de tus ilusiones."
(Hánjel)
o un ciego soñando
y en ese vuelo y en ese sueño
compartir contigo sol y luna,
siendo guardián en tu cielo
y tren de tus ilusiones."
(Hánjel)
[Tienes que estar registrado y conectado para ver esa imagen]
Maria Lua- Administrador-Moderador
- Cantidad de envíos : 69201
Fecha de inscripción : 12/04/2009
Localización : Nova Friburgo / RJ / Brasil
- Mensaje n°338
Re: CECILIA MEIRELES
Coliseu
Cem mil pupilas houve:
— cem mil pupilas fitas na arena.
Os olhos do Imperador, dos patrícios,
dos soldados, da plebe.
— cem mil pupilas fitas na arena.
Os olhos do Imperador, dos patrícios,
dos soldados, da plebe.
Os olhos da mulher formosa que os poetas cantaram.
E os olhos da fera acossada,
do lado oposto.
Os olhos que ainda brilham fulvos,
agora, na eternidade igual de todos.
do lado oposto.
Os olhos que ainda brilham fulvos,
agora, na eternidade igual de todos.
Cem mil pupilas:
— ilustres, insensatas, ferozes, melancólicas,
vagas, severas, lânguidas . . .
Cem mil pupilas vêem-se, na poeira da pedra deserta.
— ilustres, insensatas, ferozes, melancólicas,
vagas, severas, lânguidas . . .
Cem mil pupilas vêem-se, na poeira da pedra deserta.
Entre corredores e escadas,
o cavo abismo do úmido subsolo
exala os soturnos prazeres da antiguidade:
o cavo abismo do úmido subsolo
exala os soturnos prazeres da antiguidade:
Um vozeiro arcaico vem saindo da sombra,
— ó duras vozes romanas! —
um quente sangue vem golfando,
— ó negro sangue das feras!
um grande aroma cruel se arredonda nas curvas pedras.
— Ó surdo nome trêmulo da morte!
— ó duras vozes romanas! —
um quente sangue vem golfando,
— ó negro sangue das feras!
um grande aroma cruel se arredonda nas curvas pedras.
— Ó surdo nome trêmulo da morte!
(Não cairão jamais estas paredes,
pregadas com este sangue e este rugido,
a garra tensa, a goela arqueada em vácuo,
as cordas do humano pasmo sobre o último estertor . . .)
pregadas com este sangue e este rugido,
a garra tensa, a goela arqueada em vácuo,
as cordas do humano pasmo sobre o último estertor . . .)
Cem mil pupilas ficam aqui,
pregadas nas pedras do tempo,
manchadas de fogo e morte,
no fim do dia trágico,
depois daquela ávida e acesa coincidência
quando convergiram nesta arena de angústia,
que hoje é pó e silêncio,
esboroada solidão.
pregadas nas pedras do tempo,
manchadas de fogo e morte,
no fim do dia trágico,
depois daquela ávida e acesa coincidência
quando convergiram nesta arena de angústia,
que hoje é pó e silêncio,
esboroada solidão.
(As pregas dos vestidos deslizaram, frágeis.
E os sorrisos perderam-se, fúteis.
Sobre o enorme espetáculo, que foi o aroma dos cosméticos?)
E os sorrisos perderam-se, fúteis.
Sobre o enorme espetáculo, que foi o aroma dos cosméticos?)
_________________
"Ser como un verso volando
o un ciego soñando
y en ese vuelo y en ese sueño
compartir contigo sol y luna,
siendo guardián en tu cielo
y tren de tus ilusiones."
(Hánjel)
o un ciego soñando
y en ese vuelo y en ese sueño
compartir contigo sol y luna,
siendo guardián en tu cielo
y tren de tus ilusiones."
(Hánjel)
[Tienes que estar registrado y conectado para ver esa imagen]
Maria Lua- Administrador-Moderador
- Cantidad de envíos : 69201
Fecha de inscripción : 12/04/2009
Localización : Nova Friburgo / RJ / Brasil
- Mensaje n°339
Re: CECILIA MEIRELES
INTERLUDIO
Las palabras están muy dichas
y el mundo muy pensado.
Quedo a tu lado,
y el mundo muy pensado.
Quedo a tu lado,
No me digas que hay futuro
ni pasado.
Deja el presente, es un muro
sin cosas escritas, claro.
ni pasado.
Deja el presente, es un muro
sin cosas escritas, claro.
Deja el presente. No hables,
no me explsiques el presente,
que el total es demasiado.
no me explsiques el presente,
que el total es demasiado.
En aguas de eternamente
el cometa de mis males
se hunde ya, desarbolado.
el cometa de mis males
se hunde ya, desarbolado.
Quedo a tu lado.
(De “Vaga música” 1942)
_________________
"Ser como un verso volando
o un ciego soñando
y en ese vuelo y en ese sueño
compartir contigo sol y luna,
siendo guardián en tu cielo
y tren de tus ilusiones."
(Hánjel)
o un ciego soñando
y en ese vuelo y en ese sueño
compartir contigo sol y luna,
siendo guardián en tu cielo
y tren de tus ilusiones."
(Hánjel)
[Tienes que estar registrado y conectado para ver esa imagen]
Maria Lua- Administrador-Moderador
- Cantidad de envíos : 69201
Fecha de inscripción : 12/04/2009
Localización : Nova Friburgo / RJ / Brasil
- Mensaje n°340
Re: CECILIA MEIRELES
Estrella fríaNOCTURNO
de tu mano.
Tenue cristal,
exigua flor.
¡Ay! Nieva amor.
Luna desierta
de tu mirar.
¡Puro, glacial
fuego sin color!
¡Ay! Nieva amor.
Inmenso invierno
de corazón.
Hielo sin fin
deslizándose...
Yo cantaba
en la soledad:
¿Tu frío viene
del cielo, de mí,
de ti, de quién?
¿Ya no hay sol,
verano, calor?
¡Ay! Nieva amor.
_________________
"Ser como un verso volando
o un ciego soñando
y en ese vuelo y en ese sueño
compartir contigo sol y luna,
siendo guardián en tu cielo
y tren de tus ilusiones."
(Hánjel)
o un ciego soñando
y en ese vuelo y en ese sueño
compartir contigo sol y luna,
siendo guardián en tu cielo
y tren de tus ilusiones."
(Hánjel)
[Tienes que estar registrado y conectado para ver esa imagen]
Maria Lua- Administrador-Moderador
- Cantidad de envíos : 69201
Fecha de inscripción : 12/04/2009
Localización : Nova Friburgo / RJ / Brasil
- Mensaje n°341
Re: CECILIA MEIRELES
CONTEMPLACIÓN
No acuso. Ni perdono.
Nada sé. Nada.
Contemplo.
Cuando los hombres aparecieron,
yo no estaba presente.
Yo no estaba presente,
cuando la Tierra se desprendió del Sol.
Yo no estaba presente,
cuando el Sol apareció en el cielo.
Y, antes de haber el cielo.
YO NO ESTABA PRESENTE.
¿ Cómo he de acusar o perdonar?
Nada sé
Contemplo.
Parece que a veces me hablan.
Mas también no estoy segura.
¿Quién desea oírme, em estos parajes
donde todos somos extranjeros?
No acuso ni perdono.
No acuso. Ni perdono.
Nada sé. Nada.
Contemplo.
Cuando los hombres aparecieron,
yo no estaba presente.
Yo no estaba presente,
cuando la Tierra se desprendió del Sol.
Yo no estaba presente,
cuando el Sol apareció en el cielo.
Y, antes de haber el cielo.
YO NO ESTABA PRESENTE.
¿ Cómo he de acusar o perdonar?
Nada sé
Contemplo.
Parece que a veces me hablan.
Mas también no estoy segura.
¿Quién desea oírme, em estos parajes
donde todos somos extranjeros?
No acuso ni perdono.
Qué haremos, errantes entre
las invenciones de los dioses?
_________________
"Ser como un verso volando
o un ciego soñando
y en ese vuelo y en ese sueño
compartir contigo sol y luna,
siendo guardián en tu cielo
y tren de tus ilusiones."
(Hánjel)
o un ciego soñando
y en ese vuelo y en ese sueño
compartir contigo sol y luna,
siendo guardián en tu cielo
y tren de tus ilusiones."
(Hánjel)
[Tienes que estar registrado y conectado para ver esa imagen]
Maria Lua- Administrador-Moderador
- Cantidad de envíos : 69201
Fecha de inscripción : 12/04/2009
Localización : Nova Friburgo / RJ / Brasil
- Mensaje n°342
Re: CECILIA MEIRELES
CANCIÓN DE OTOÑO
Perdóname, hoja seca,
no puedo cuidar de ti.
Vine a amar en este mundo,
y hasta el amor perdí.
¿De qué sirvió tejer flores
en las arenas del suelo
si había gente durmiendo
sobre el propio corazón?
¡Y no pude levantarla!
Lloro por lo que no hice
y por esta flaqueza
es que soy triste e infeliz.
¡Perdóname, hoja seca!
Mis ojos sin fuerza están
velando y rogando por aquéllos
que no se levantarán.
Tú eres hoja de otoño
que vuela por el jardín.
Te dejo mi nostalgia
-la mejor parte de mí.
Y voy por este camino,
segura de lo inútil que es todo.
Que todo es menos que el viento,
menos que las hojas del suelo.
Perdóname, hoja seca,
no puedo cuidar de ti.
Vine a amar en este mundo,
y hasta el amor perdí.
¿De qué sirvió tejer flores
en las arenas del suelo
si había gente durmiendo
sobre el propio corazón?
¡Y no pude levantarla!
Lloro por lo que no hice
y por esta flaqueza
es que soy triste e infeliz.
¡Perdóname, hoja seca!
Mis ojos sin fuerza están
velando y rogando por aquéllos
que no se levantarán.
Tú eres hoja de otoño
que vuela por el jardín.
Te dejo mi nostalgia
-la mejor parte de mí.
Y voy por este camino,
segura de lo inútil que es todo.
Que todo es menos que el viento,
menos que las hojas del suelo.
_________________
"Ser como un verso volando
o un ciego soñando
y en ese vuelo y en ese sueño
compartir contigo sol y luna,
siendo guardián en tu cielo
y tren de tus ilusiones."
(Hánjel)
o un ciego soñando
y en ese vuelo y en ese sueño
compartir contigo sol y luna,
siendo guardián en tu cielo
y tren de tus ilusiones."
(Hánjel)
[Tienes que estar registrado y conectado para ver esa imagen]
Maria Lua- Administrador-Moderador
- Cantidad de envíos : 69201
Fecha de inscripción : 12/04/2009
Localización : Nova Friburgo / RJ / Brasil
- Mensaje n°343
Re: CECILIA MEIRELES
Fez-se noite com tal mistério,
Tão sem rumor, tão devagar,
Que o crepúsculo é como um luar
Iluminando um cemitério . . .
Tão sem rumor, tão devagar,
Que o crepúsculo é como um luar
Iluminando um cemitério . . .
Tudo imóvel . . . Serenidades . . .
Que tristeza, nos sonhos meus!
E quanto choro e quanto adeus
Neste mar de infelicidades!
Que tristeza, nos sonhos meus!
E quanto choro e quanto adeus
Neste mar de infelicidades!
Oh! Paisagens minhas de antanho . . .
Velhas, velhas . . . Nem vivem mais . . .
— As nuvens passam desiguais,
Com sonolência de rebanho . . .
Velhas, velhas . . . Nem vivem mais . . .
— As nuvens passam desiguais,
Com sonolência de rebanho . . .
Seres e coisas vão-se embora . . .
E, na auréola triste do luar,
Anda a lua, tão devagar,
Que parece Nossa Senhora
Pelos silêncios a sonhar . .
E, na auréola triste do luar,
Anda a lua, tão devagar,
Que parece Nossa Senhora
Pelos silêncios a sonhar . .
_________________
"Ser como un verso volando
o un ciego soñando
y en ese vuelo y en ese sueño
compartir contigo sol y luna,
siendo guardián en tu cielo
y tren de tus ilusiones."
(Hánjel)
o un ciego soñando
y en ese vuelo y en ese sueño
compartir contigo sol y luna,
siendo guardián en tu cielo
y tren de tus ilusiones."
(Hánjel)
[Tienes que estar registrado y conectado para ver esa imagen]
Maria Lua- Administrador-Moderador
- Cantidad de envíos : 69201
Fecha de inscripción : 12/04/2009
Localización : Nova Friburgo / RJ / Brasil
- Mensaje n°344
Re: CECILIA MEIRELES
CANCIÓN
Eras un rostro
en la noche ancha
de altos insomnios
iluminada.
Serás un día
vago retrato
de quien se diga:
"el antepassado".
Eras um poema
cuyas palabras crecían
entre misterio y lágrimas.
Serás silencio,
tempo sin rastro
de olvidos
atravesado.
De eso es que sufre
la magullada
flor de la memoria
que al viento habla.
De Retrato Natural, 1949)
Eras un rostro
en la noche ancha
de altos insomnios
iluminada.
Serás un día
vago retrato
de quien se diga:
"el antepassado".
Eras um poema
cuyas palabras crecían
entre misterio y lágrimas.
Serás silencio,
tempo sin rastro
de olvidos
atravesado.
De eso es que sufre
la magullada
flor de la memoria
que al viento habla.
De Retrato Natural, 1949)
_________________
"Ser como un verso volando
o un ciego soñando
y en ese vuelo y en ese sueño
compartir contigo sol y luna,
siendo guardián en tu cielo
y tren de tus ilusiones."
(Hánjel)
o un ciego soñando
y en ese vuelo y en ese sueño
compartir contigo sol y luna,
siendo guardián en tu cielo
y tren de tus ilusiones."
(Hánjel)
[Tienes que estar registrado y conectado para ver esa imagen]
Maria Lua- Administrador-Moderador
- Cantidad de envíos : 69201
Fecha de inscripción : 12/04/2009
Localización : Nova Friburgo / RJ / Brasil
- Mensaje n°345
Re: CECILIA MEIRELES
O que amamos está sempre longe de nós
O que amamos está sempre longe de nós:
e longe mesmo do que amamos - que não sabe
de onde vem, aonde vai nosso impulso de amor.
O que amamos está como a flor na semente,
entendido com medo e inquietude, talvez
só para em nossa morte estar durando sempre.
Como as ervas do chão, como as ondas do mar,
os acasos se vão cumprindo e vão cessando.
Mas, sem acaso, o amor límpido e exacto jaz.
Não necessita nada o que em si tudo ordena:
cuja tristeza unicamente pode ser
o equívoco do tempo, os jogos da cegueira
com setas negras na escuridão.
Autor : Cecília Meireles
in 'Solombra'
_________________
"Ser como un verso volando
o un ciego soñando
y en ese vuelo y en ese sueño
compartir contigo sol y luna,
siendo guardián en tu cielo
y tren de tus ilusiones."
(Hánjel)
o un ciego soñando
y en ese vuelo y en ese sueño
compartir contigo sol y luna,
siendo guardián en tu cielo
y tren de tus ilusiones."
(Hánjel)
[Tienes que estar registrado y conectado para ver esa imagen]
Maria Lua- Administrador-Moderador
- Cantidad de envíos : 69201
Fecha de inscripción : 12/04/2009
Localización : Nova Friburgo / RJ / Brasil
- Mensaje n°346
Re: CECILIA MEIRELES
SOLIDÃO
Imensas noites de inverno,
com frias montanhas mudas,
e o mar negro, mais eterno,
mais terrível, mais profundo.
Este rugido das águas
é uma tristeza sem forma:
sobe rochas, desce fráguas,
vem para o mundo, e retorna...
E a névoa desmancha os astros,
e o vento gira as areias:
nem pelo chão ficam rastros
nem, pelo silêncio, estrelas.
A noite fecha seus lábios
- terra e céu - guardado nome.
E os seus longos sonhos sábios
geram a vida dos homens.
Geram os olhos incertos,
por onde descem os rios
que andam nos campos abertos
da claridade do dia.
**********************
SOLEDAD
Inmensas noches de invierno,
con frías montañas mudas,
y el mar negro, más eterno,
más terrible, más profundo.
Este rugir de las aguas
es de una pena sin forma:
sube rocas, baja fraguas,
viene al mundo, y se retorna...
Y la niebla funde astros,
y el viento voltea arenas:
ni en el suelo quedan rastros
ni, en el silencio, estrellas.
La noche cierra sus labios
- tierra y cielo - oculto nombre.
Y sus largos sueños sabios
generan vidas de hombres.
Generan ojos inciertos,
por donde bajan los ríos
que andan por campos abiertos
de la claridad del día.
(Versión de Pedro Casas Serra)
Imensas noites de inverno,
com frias montanhas mudas,
e o mar negro, mais eterno,
mais terrível, mais profundo.
Este rugido das águas
é uma tristeza sem forma:
sobe rochas, desce fráguas,
vem para o mundo, e retorna...
E a névoa desmancha os astros,
e o vento gira as areias:
nem pelo chão ficam rastros
nem, pelo silêncio, estrelas.
A noite fecha seus lábios
- terra e céu - guardado nome.
E os seus longos sonhos sábios
geram a vida dos homens.
Geram os olhos incertos,
por onde descem os rios
que andam nos campos abertos
da claridade do dia.
**********************
SOLEDAD
Inmensas noches de invierno,
con frías montañas mudas,
y el mar negro, más eterno,
más terrible, más profundo.
Este rugir de las aguas
es de una pena sin forma:
sube rocas, baja fraguas,
viene al mundo, y se retorna...
Y la niebla funde astros,
y el viento voltea arenas:
ni en el suelo quedan rastros
ni, en el silencio, estrellas.
La noche cierra sus labios
- tierra y cielo - oculto nombre.
Y sus largos sueños sabios
generan vidas de hombres.
Generan ojos inciertos,
por donde bajan los ríos
que andan por campos abiertos
de la claridad del día.
(Versión de Pedro Casas Serra)
_________________
"Ser como un verso volando
o un ciego soñando
y en ese vuelo y en ese sueño
compartir contigo sol y luna,
siendo guardián en tu cielo
y tren de tus ilusiones."
(Hánjel)
o un ciego soñando
y en ese vuelo y en ese sueño
compartir contigo sol y luna,
siendo guardián en tu cielo
y tren de tus ilusiones."
(Hánjel)
[Tienes que estar registrado y conectado para ver esa imagen]
Maria Lua- Administrador-Moderador
- Cantidad de envíos : 69201
Fecha de inscripción : 12/04/2009
Localización : Nova Friburgo / RJ / Brasil
- Mensaje n°347
Re: CECILIA MEIRELES
SERENATA
REPARA na canção tardia
que tìmidamente se eleva,
num arrulho de fonte fria.
O orvalho treme sôbre a treva
e o sonho da noite procura
a voz que o vento abraça e leva.
Repara na canção tardia
que oferece a um mundo desfeito
sua flor de melancolia.
É tão triste, mas tão perfeito,
o movimento em que murmura,
como o do coração no peito.
Repara na canção tardia
que por sôbre o teu nome, apenas,
desenha a sua melodia.
E nessas letras tão pequenas
o universo inteiro perdura.
E o tempo suspira na altura
por eternidades serenas.
REPARA na canção tardia
que tìmidamente se eleva,
num arrulho de fonte fria.
O orvalho treme sôbre a treva
e o sonho da noite procura
a voz que o vento abraça e leva.
Repara na canção tardia
que oferece a um mundo desfeito
sua flor de melancolia.
É tão triste, mas tão perfeito,
o movimento em que murmura,
como o do coração no peito.
Repara na canção tardia
que por sôbre o teu nome, apenas,
desenha a sua melodia.
E nessas letras tão pequenas
o universo inteiro perdura.
E o tempo suspira na altura
por eternidades serenas.
_________________
"Ser como un verso volando
o un ciego soñando
y en ese vuelo y en ese sueño
compartir contigo sol y luna,
siendo guardián en tu cielo
y tren de tus ilusiones."
(Hánjel)
o un ciego soñando
y en ese vuelo y en ese sueño
compartir contigo sol y luna,
siendo guardián en tu cielo
y tren de tus ilusiones."
(Hánjel)
[Tienes que estar registrado y conectado para ver esa imagen]
Maria Lua- Administrador-Moderador
- Cantidad de envíos : 69201
Fecha de inscripción : 12/04/2009
Localización : Nova Friburgo / RJ / Brasil
- Mensaje n°348
Re: CECILIA MEIRELES
Cada palavra uma folha
Cada palavra uma folha
no lugar certo.
Uma flor de vez em quando
no ramo aberto.
Um pássaro parecia
pousado e perto.
Mas não: que ia e vinha o verso
pelo universo.
Cecília Meireles,
in Metal Rosicler
*******************************
CADA PALABRA UNA HOJA
Cada palabra uma hoja
en el lugar perfecto.
Una flor de vez en cuando
en el ramaje abierto.
Un pájaro que parecia
posado y cierto.
Mas, no: que iba y venía el verso
por el universo.
Cada palavra uma folha
no lugar certo.
Uma flor de vez em quando
no ramo aberto.
Um pássaro parecia
pousado e perto.
Mas não: que ia e vinha o verso
pelo universo.
Cecília Meireles,
in Metal Rosicler
*******************************
CADA PALABRA UNA HOJA
Cada palabra uma hoja
en el lugar perfecto.
Una flor de vez en cuando
en el ramaje abierto.
Un pájaro que parecia
posado y cierto.
Mas, no: que iba y venía el verso
por el universo.
_________________
"Ser como un verso volando
o un ciego soñando
y en ese vuelo y en ese sueño
compartir contigo sol y luna,
siendo guardián en tu cielo
y tren de tus ilusiones."
(Hánjel)
o un ciego soñando
y en ese vuelo y en ese sueño
compartir contigo sol y luna,
siendo guardián en tu cielo
y tren de tus ilusiones."
(Hánjel)
[Tienes que estar registrado y conectado para ver esa imagen]
Maria Lua- Administrador-Moderador
- Cantidad de envíos : 69201
Fecha de inscripción : 12/04/2009
Localización : Nova Friburgo / RJ / Brasil
- Mensaje n°349
Re: CECILIA MEIRELES
NTERLÚDIO
As palavras estão muito ditas
e o mundo muito pensado.
Fico ao teu lado.
Não me digas que há futuro
nem passado.
Deixa o presente — claro muro
sem coisas escritas.
Deixa o presente. Não fales,
Não me expliques o presente,
pois é tudo demasiado.
Em águas de eternamente,
o cometa dos meus males
afunda, desarvorado.
Fico ao teu lado.
INTERLUDIO
Las palabras están muy dichas
y el mundo muy pensado.
Quedo a tu lado,
y el mundo muy pensado.
Quedo a tu lado,
No me digas que hay futuro
ni pasado.
Deja el presente, es un muro
sin cosas escritas, claro.
ni pasado.
Deja el presente, es un muro
sin cosas escritas, claro.
Deja el presente. No hables,
no me explsiques el presente,
que el total es demasiado.
no me explsiques el presente,
que el total es demasiado.
En aguas de eternamente
el cometa de mis males
se hunde ya, desarbolado.
el cometa de mis males
se hunde ya, desarbolado.
Quedo a tu lado.
(De “Vaga música” 1942)
_________________
"Ser como un verso volando
o un ciego soñando
y en ese vuelo y en ese sueño
compartir contigo sol y luna,
siendo guardián en tu cielo
y tren de tus ilusiones."
(Hánjel)
o un ciego soñando
y en ese vuelo y en ese sueño
compartir contigo sol y luna,
siendo guardián en tu cielo
y tren de tus ilusiones."
(Hánjel)
[Tienes que estar registrado y conectado para ver esa imagen]
Maria Lua- Administrador-Moderador
- Cantidad de envíos : 69201
Fecha de inscripción : 12/04/2009
Localización : Nova Friburgo / RJ / Brasil
- Mensaje n°350
Re: CECILIA MEIRELES
CANCIÓN
En el desequilibrio de los mares,
las proas giran solitarias…
En una de las naves que se hundieron
es que ciertamente vos venías.
Yo te esperé todos los siglos
sin desesperación y sin disgusto,
y morí de infinitas muertes
guardando siempre el mismo rostro.
Cuando las olas te llevaron
mis ojos, entre aguas y arenas,
cegaron como los de las estatuas
a todo lo que les es ajenas.
Mis manos se detuvieron en el aire,
se endurecieron, con el viento,
perdieron el color que tenían,
y el recuerdo del movimiento.
Y la sonrisa que yo te llevaba,
se desprendió y cayó de mí:
solo tal vez ella aún viva
dentro de estas aguas sin fin.
En el desequilibrio de los mares,
las proas giran solitarias…
En una de las naves que se hundieron
es que ciertamente vos venías.
Yo te esperé todos los siglos
sin desesperación y sin disgusto,
y morí de infinitas muertes
guardando siempre el mismo rostro.
Cuando las olas te llevaron
mis ojos, entre aguas y arenas,
cegaron como los de las estatuas
a todo lo que les es ajenas.
Mis manos se detuvieron en el aire,
se endurecieron, con el viento,
perdieron el color que tenían,
y el recuerdo del movimiento.
Y la sonrisa que yo te llevaba,
se desprendió y cayó de mí:
solo tal vez ella aún viva
dentro de estas aguas sin fin.
_________________
"Ser como un verso volando
o un ciego soñando
y en ese vuelo y en ese sueño
compartir contigo sol y luna,
siendo guardián en tu cielo
y tren de tus ilusiones."
(Hánjel)
o un ciego soñando
y en ese vuelo y en ese sueño
compartir contigo sol y luna,
siendo guardián en tu cielo
y tren de tus ilusiones."
(Hánjel)
[Tienes que estar registrado y conectado para ver esa imagen]
Maria Lua- Administrador-Moderador
- Cantidad de envíos : 69201
Fecha de inscripción : 12/04/2009
Localización : Nova Friburgo / RJ / Brasil
- Mensaje n°351
Re: CECILIA MEIRELES
_________________
"Ser como un verso volando
o un ciego soñando
y en ese vuelo y en ese sueño
compartir contigo sol y luna,
siendo guardián en tu cielo
y tren de tus ilusiones."
(Hánjel)
o un ciego soñando
y en ese vuelo y en ese sueño
compartir contigo sol y luna,
siendo guardián en tu cielo
y tren de tus ilusiones."
(Hánjel)
[Tienes que estar registrado y conectado para ver esa imagen]
Maria Lua- Administrador-Moderador
- Cantidad de envíos : 69201
Fecha de inscripción : 12/04/2009
Localización : Nova Friburgo / RJ / Brasil
- Mensaje n°352
Re: CECILIA MEIRELES
“Natal na Ilha do Nanja”
(Cecília Meireles).
Na Ilha do Nanja, o Natal continua a ser maravilhoso. Lá ninguém celebra o Natal como o aniversário do Menino Jesus, mas sim como o verdadeiro dia do seu nascimento. Todos os anos o Menino Jesus nasce, naquela data, como nascem no horizonte, todos os dias e todas as noites, o sol e a lua e as estrelas e os planetas. Na Ilha do Nanja, as pessoas levam o ano inteiro esperando pela chegada do Natal. Sofrem doenças, necessidades, desgostos como se andassem sob uma chuva de flores, porque o Natal chega: e, com ele, a esperança, o consolo, a certeza do Bem, da Justiça, do Amor. Na Ilha do Nanja, as pessoas acreditam nessas palavras que antigamente se denominavam “substantivos próprios” e se escreviam com letras maiúsculas. Lá, elas continuam a ser denominadas e escritas assim.
Na Ilha do Nanja, pelo Natal, todos vestem uma roupinha nova — mas uma roupinha barata, pois é gente pobre — apenas pelo decoro de participar de uma festa que eles acham ser a maior da humanidade. Além da roupinha nova, melhoram um pouco a janta, porque nós, humanos, quase sempre associamos à alegria da alma um certo bem-estar físico, geralmente representado por um pouco de doce e um pouco de vinho. Tudo, porém, moderadamente, pois essa gente da Ilha do Nanja é muito sóbria.
Durante o Natal, na Ilha do Nanja, ninguém ofende o seu vizinho — antes, todos se saúdam com grande cortesia, e uns dizem e outros respondem no mesmo tom celestial: “Boas Festas! Boas Festas!”
Durante o Natal, na Ilha do Nanja, ninguém ofende o seu vizinho — antes, todos se saúdam com grande cortesia, e uns dizem e outros respondem no mesmo tom celestial: “Boas Festas! Boas Festas!”
E ninguém, pede contribuições especiais, nem abonos nem presentes — mesmo porque se isso acontecesse, Jesus não nasceria. Como podia Jesus nascer num clima de tal sofreguidão? Ninguém pede nada. Mas todos dão qualquer coisa, uns mais, outros menos, porque todos se sentem felizes, e a felicidade não é pedir nem receber: a felicidade é dar. Pode-se dar uma flor, um pintinho, um caramujo, um peixe — trata-se de uma ilha, com praias e pescadores ! — uma cestinha de ovos, um queijo, um pote de mel… É como se a Ilha toda fosse um presepe. Há mesmo quem dê um carneirinho, um pombo, um verso! Foi lá que me ofereceram, certa vez, um raio de sol!
Na Ilha de Nanja, passa-se o ano inteiro com o coração repleto das alegrias do Natal. Essas alegrias só esmorecem um pouco pela Semana Santa, quando de repente se fica em dúvida sobre a vitória das Trevas e o fim de Deus. Mas logo rompe a Aleluia, vê-se a luz gloriosa do Céu brilhar de novo, e todos voltam para o seu trabalho a cantar, ainda com lágrimas nos olhos.
Na Ilha do Nanja é assim. Arvores de Natal não existem por lá. As crianças brincam com. pedrinhas, areia, formigas: não sabem que há pistolas, armas nucleares, bombas de 200 megatons. Se soubessem disso, choravam. Lá também ninguém lê histórias em quadrinhos. E tudo é muito mais maravilhoso, em sua ingenuidade. Os mortos vêm cantar com os vivos, nas grandes festas, porque Deus imortaliza, reúne, e faz deste mundo e de todos os outros uma coisa só.
É assim que se pensa na Ilha do Nanja, onde agora se festeja o Natal.
Texto extraído do livro “Quadrante 1”, Editora do Autor – Rio de Janeiro, 1966, pág. 169.
_________________
"Ser como un verso volando
o un ciego soñando
y en ese vuelo y en ese sueño
compartir contigo sol y luna,
siendo guardián en tu cielo
y tren de tus ilusiones."
(Hánjel)
o un ciego soñando
y en ese vuelo y en ese sueño
compartir contigo sol y luna,
siendo guardián en tu cielo
y tren de tus ilusiones."
(Hánjel)
[Tienes que estar registrado y conectado para ver esa imagen]
Maria Lua- Administrador-Moderador
- Cantidad de envíos : 69201
Fecha de inscripción : 12/04/2009
Localización : Nova Friburgo / RJ / Brasil
- Mensaje n°353
Re: CECILIA MEIRELES
INSCRIÇÃO NA AREIA
O MEU AMOR não tem
importância nenhuma.
Não tem o peso nem
de uma rosa de espuma!
Desfolha-se por quem?
Para quem se perfuma?
O meu amor não tem
importância nenhuma.
O MEU AMOR não tem
importância nenhuma.
Não tem o peso nem
de uma rosa de espuma!
Desfolha-se por quem?
Para quem se perfuma?
O meu amor não tem
importância nenhuma.
_________________
"Ser como un verso volando
o un ciego soñando
y en ese vuelo y en ese sueño
compartir contigo sol y luna,
siendo guardián en tu cielo
y tren de tus ilusiones."
(Hánjel)
o un ciego soñando
y en ese vuelo y en ese sueño
compartir contigo sol y luna,
siendo guardián en tu cielo
y tren de tus ilusiones."
(Hánjel)
[Tienes que estar registrado y conectado para ver esa imagen]
Maria Lua- Administrador-Moderador
- Cantidad de envíos : 69201
Fecha de inscripción : 12/04/2009
Localización : Nova Friburgo / RJ / Brasil
- Mensaje n°354
Re: CECILIA MEIRELES
EPIGRAMA DO ESPELHO INFIEL
A João de Castro Osório
Entre o desenho do meu rosto
e o seu reflexo,
meu sonho agoniza, perplexo.
Ah! pobres linhas do meu rosto,
desmanchadas do lado oposto,
e sem nexo!
E a lágrima do seu desgosto
sumida no espelho convexo!
***********************
EPIGRAMA DEL ESPEJO INFIEL
A João de Castro Osório
Entre el dibujo de mi rostro
y su reflejo,
mi sueño agoniza, perplejo.
¡Ah! ¡pobres líneas de mi rostro,
desanudadas por el lado opuesto,
y sin nexo!
¡Y la lágrima de su disgusto
sumida en el espejo convexo!
Cecilia Meireles
(Versión de Pedro Casas Serra)
A João de Castro Osório
Entre o desenho do meu rosto
e o seu reflexo,
meu sonho agoniza, perplexo.
Ah! pobres linhas do meu rosto,
desmanchadas do lado oposto,
e sem nexo!
E a lágrima do seu desgosto
sumida no espelho convexo!
***********************
EPIGRAMA DEL ESPEJO INFIEL
A João de Castro Osório
Entre el dibujo de mi rostro
y su reflejo,
mi sueño agoniza, perplejo.
¡Ah! ¡pobres líneas de mi rostro,
desanudadas por el lado opuesto,
y sin nexo!
¡Y la lágrima de su disgusto
sumida en el espejo convexo!
Cecilia Meireles
(Versión de Pedro Casas Serra)
_________________
"Ser como un verso volando
o un ciego soñando
y en ese vuelo y en ese sueño
compartir contigo sol y luna,
siendo guardián en tu cielo
y tren de tus ilusiones."
(Hánjel)
o un ciego soñando
y en ese vuelo y en ese sueño
compartir contigo sol y luna,
siendo guardián en tu cielo
y tren de tus ilusiones."
(Hánjel)
[Tienes que estar registrado y conectado para ver esa imagen]
Maria Lua- Administrador-Moderador
- Cantidad de envíos : 69201
Fecha de inscripción : 12/04/2009
Localización : Nova Friburgo / RJ / Brasil
- Mensaje n°355
Re: CECILIA MEIRELES
Tu tens um medo:
Acabar.
Não vês que acabas todo dia.
Que morres no amor.
Na tristeza.
Na dúvida.
No desejo.
Que te renovas todo dia.
No amor.
Na tristeza.
Na dúvida.
No desejo.
Que és sempre outro.
Que és sempre o mesmo.
Que morrerás por idades imensas.
Até não teres medo de morrer.
E então serás eterno.
Acabar.
Não vês que acabas todo dia.
Que morres no amor.
Na tristeza.
Na dúvida.
No desejo.
Que te renovas todo dia.
No amor.
Na tristeza.
Na dúvida.
No desejo.
Que és sempre outro.
Que és sempre o mesmo.
Que morrerás por idades imensas.
Até não teres medo de morrer.
E então serás eterno.
_________________
"Ser como un verso volando
o un ciego soñando
y en ese vuelo y en ese sueño
compartir contigo sol y luna,
siendo guardián en tu cielo
y tren de tus ilusiones."
(Hánjel)
o un ciego soñando
y en ese vuelo y en ese sueño
compartir contigo sol y luna,
siendo guardián en tu cielo
y tren de tus ilusiones."
(Hánjel)
[Tienes que estar registrado y conectado para ver esa imagen]
Maria Lua- Administrador-Moderador
- Cantidad de envíos : 69201
Fecha de inscripción : 12/04/2009
Localización : Nova Friburgo / RJ / Brasil
- Mensaje n°356
Re: CECILIA MEIRELES
Renova-te.
Renasce em ti mesmo.
Multiplica os teus olhos, para verem mais.
Multiplica os teus braços para semeares tudo.
Destrói os olhos que tiverem visto.
Cria outros, para as visões novas.
Destrói os braços que tiverem semeado.,
Para se esquecerem de colher.
Sê sempre o mesmo.
Sempre outro.
Mas sempre alto.
Sempre longe.
E dentro de tudo.
**********************
Renuévate.
Renace en ti mismo.
Multiplica tus ojos para ver más.
Multiplica tus brazos para sembrar todo.
Destruye los ojos que han visto.
Crea otros, para nuevas visiones.
Destruye los brazos que sembraron.
Para que olviden cosechar.
Sé siempre el mismo.
Siempre otro.
Pero siempre alto
Siempre lejos.
Y dentro de todo.
Renasce em ti mesmo.
Multiplica os teus olhos, para verem mais.
Multiplica os teus braços para semeares tudo.
Destrói os olhos que tiverem visto.
Cria outros, para as visões novas.
Destrói os braços que tiverem semeado.,
Para se esquecerem de colher.
Sê sempre o mesmo.
Sempre outro.
Mas sempre alto.
Sempre longe.
E dentro de tudo.
**********************
Renuévate.
Renace en ti mismo.
Multiplica tus ojos para ver más.
Multiplica tus brazos para sembrar todo.
Destruye los ojos que han visto.
Crea otros, para nuevas visiones.
Destruye los brazos que sembraron.
Para que olviden cosechar.
Sé siempre el mismo.
Siempre otro.
Pero siempre alto
Siempre lejos.
Y dentro de todo.
_________________
"Ser como un verso volando
o un ciego soñando
y en ese vuelo y en ese sueño
compartir contigo sol y luna,
siendo guardián en tu cielo
y tren de tus ilusiones."
(Hánjel)
o un ciego soñando
y en ese vuelo y en ese sueño
compartir contigo sol y luna,
siendo guardián en tu cielo
y tren de tus ilusiones."
(Hánjel)
[Tienes que estar registrado y conectado para ver esa imagen]
Maria Lua- Administrador-Moderador
- Cantidad de envíos : 69201
Fecha de inscripción : 12/04/2009
Localización : Nova Friburgo / RJ / Brasil
- Mensaje n°357
Re: CECILIA MEIRELES
Não sejas o de hoje.
Não suspires por ontens...
Não queiras ser o de amanhã.
Faze-te sem limites no tempo.
Vê a tua vida em todas as origens.
Em todas as existências.
Em todas as mortes.
E sabe que serás assim para sempre.
Não queiras marcar a tua passagem.
Ela prossegue:
É a passagem que se continua.
É a tua eternidade...
É a eternidade.
És tu.
Não suspires por ontens...
Não queiras ser o de amanhã.
Faze-te sem limites no tempo.
Vê a tua vida em todas as origens.
Em todas as existências.
Em todas as mortes.
E sabe que serás assim para sempre.
Não queiras marcar a tua passagem.
Ela prossegue:
É a passagem que se continua.
É a tua eternidade...
É a eternidade.
És tu.
_________________
"Ser como un verso volando
o un ciego soñando
y en ese vuelo y en ese sueño
compartir contigo sol y luna,
siendo guardián en tu cielo
y tren de tus ilusiones."
(Hánjel)
o un ciego soñando
y en ese vuelo y en ese sueño
compartir contigo sol y luna,
siendo guardián en tu cielo
y tren de tus ilusiones."
(Hánjel)
[Tienes que estar registrado y conectado para ver esa imagen]
Maria Lua- Administrador-Moderador
- Cantidad de envíos : 69201
Fecha de inscripción : 12/04/2009
Localización : Nova Friburgo / RJ / Brasil
- Mensaje n°358
Re: CECILIA MEIRELES
IX
Os teus ouvidos estão enganados.
E os teus olhos.
E as tuas mãos.
E a tua boca anda mentindo
Enganada pelos sentidos.
Aze silêncio no teu corpo.
E escuta-te.
Há uma verdade silenciosa dentro de ti.
A verdade sem palavras.
Que procuras inutilmente,
Há tanto tempo,
Pelo teu corpo, que enlouqueceu.
Os teus ouvidos estão enganados.
E os teus olhos.
E as tuas mãos.
E a tua boca anda mentindo
Enganada pelos sentidos.
Aze silêncio no teu corpo.
E escuta-te.
Há uma verdade silenciosa dentro de ti.
A verdade sem palavras.
Que procuras inutilmente,
Há tanto tempo,
Pelo teu corpo, que enlouqueceu.
_________________
"Ser como un verso volando
o un ciego soñando
y en ese vuelo y en ese sueño
compartir contigo sol y luna,
siendo guardián en tu cielo
y tren de tus ilusiones."
(Hánjel)
o un ciego soñando
y en ese vuelo y en ese sueño
compartir contigo sol y luna,
siendo guardián en tu cielo
y tren de tus ilusiones."
(Hánjel)
[Tienes que estar registrado y conectado para ver esa imagen]
Maria Lua- Administrador-Moderador
- Cantidad de envíos : 69201
Fecha de inscripción : 12/04/2009
Localización : Nova Friburgo / RJ / Brasil
- Mensaje n°359
Re: CECILIA MEIRELES
No canto do galo há, de repente,
essa pequena aldeia,
com essas belas mulheres,
essas boas mulheres escondidas,
essas criaturas lendárias
que trabalham e cantam
e morrem
_________________
"Ser como un verso volando
o un ciego soñando
y en ese vuelo y en ese sueño
compartir contigo sol y luna,
siendo guardián en tu cielo
y tren de tus ilusiones."
(Hánjel)
o un ciego soñando
y en ese vuelo y en ese sueño
compartir contigo sol y luna,
siendo guardián en tu cielo
y tren de tus ilusiones."
(Hánjel)
[Tienes que estar registrado y conectado para ver esa imagen]
Maria Lua- Administrador-Moderador
- Cantidad de envíos : 69201
Fecha de inscripción : 12/04/2009
Localización : Nova Friburgo / RJ / Brasil
- Mensaje n°360
Re: CECILIA MEIRELES
De que são feitos os dias?
- De pequenos desejos,
vagarosas saudades,
silenciosas lembranças.
Entre mágoas sombrias,
momentâneos lampejos:
vagas felicidades,
inatuais esperanças.
De loucuras, de crimes,
de pecados, de glórias
- do medo que encadeia
todas essas mudanças.
Dentro deles vivemos,
dentro deles choramos,
em duros desenlaces
e em sinistras alianças...
- De pequenos desejos,
vagarosas saudades,
silenciosas lembranças.
Entre mágoas sombrias,
momentâneos lampejos:
vagas felicidades,
inatuais esperanças.
De loucuras, de crimes,
de pecados, de glórias
- do medo que encadeia
todas essas mudanças.
Dentro deles vivemos,
dentro deles choramos,
em duros desenlaces
e em sinistras alianças...
_________________
"Ser como un verso volando
o un ciego soñando
y en ese vuelo y en ese sueño
compartir contigo sol y luna,
siendo guardián en tu cielo
y tren de tus ilusiones."
(Hánjel)
o un ciego soñando
y en ese vuelo y en ese sueño
compartir contigo sol y luna,
siendo guardián en tu cielo
y tren de tus ilusiones."
(Hánjel)
[Tienes que estar registrado y conectado para ver esa imagen]
|
|
Hoy a las 01:50 por Pascual Lopez Sanchez
» MAIACOVSKI (1893-1930) Y OTROS POETAS RUSOS, 2
Hoy a las 01:47 por Pascual Lopez Sanchez
» POESÍA INUI (Esquimal) // OTROS PUEBLOAS NATIVOS
Hoy a las 01:20 por Pascual Lopez Sanchez
» CÉSAR VALLEJO (1892-1938)
Hoy a las 01:02 por Pascual Lopez Sanchez
» ELVIO ROMERO (1926-2004)
Hoy a las 00:55 por Pascual Lopez Sanchez
» NO A LA GUERRA 3
Hoy a las 00:36 por Pascual Lopez Sanchez
» POESÍA SOCIAL XIX
Ayer a las 23:21 por Lluvia Abril
» POETAS LATINOAMERICANOS
Ayer a las 22:11 por Maria Lua
» MARIO QUINTANA
Ayer a las 19:12 por Maria Lua
» CECILIA MEIRELES
Ayer a las 18:55 por Maria Lua