Aires de Libertad

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    Mensaje por Maria Lua Lun 19 Oct 2020, 04:27

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    Mensaje por Maria Lua Vie 23 Oct 2020, 08:09

    Suavíssima
     
    Os galos cantam, no crepúsculo dormente . . .
    No céu de outono, anda um langor final de pluma
    Que se desfaz por entre os dedos, vagamente . . .
     
    Os galos cantam, no crepúsculo dormente . . .
    Tudo se apaga, e se evapora, e perde, e esfuma . . .
     
    Fica-se longe, quase morta, como ausente . . .
    Sem ter certeza de ninguém . . . de coisa alguma . . .
    Tem-se a impressão de estar bem doente, muito doente,
     
    De um mal sem dor, que se não saiba nem resuma . . .
    E os galos cantam, no crepúsculo dormente . . .
     
    Os galos cantam, no crepúsculo dormente . . .
    A alma das flores, suave e tácita, perfuma
    A solitude nebulosa e irreal do ambiente . . .
     
    Os galos cantam, no crepúsculo dormente . . .
    Tão para lá! . . . No fim da tarde . . . além da bruma . . .
     
    E silenciosos, como alguém que se acostuma
    A caminhar sobre penumbras, mansamente,
    Meus sonhos surgem, frágeis, leves como espuma . . .
     
    Põem-se a tecer frases de amor, uma por uma . . .
    E os galos cantam, no crepúsculo dormente . . .


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    Mensaje por Maria Lua Sáb 24 Oct 2020, 04:42

    É preciso não esquecer nada
     
    É preciso não esquecer nada:
    nem a torneira aberta nem o fogo aceso,
    nem o sorriso para os infelizes
    nem a oração de cada instante.
     
    É preciso não esquecer de ver a nova borboleta
    nem o céu de sempre.
     
    O que é preciso é esquecer o nosso rosto,
    o nosso nome, o som da nossa voz, o ritmo do nosso pulso.
     
    O que é preciso esquecer é o dia carregado de atos,
    a idéia de recompensa e de glória.
     
    O que é preciso é ser como se já não fôssemos,
    vigiados pelos próprios olhos
    severos conosco, pois o resto não nos pertence.
     
    (1962)


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    Mensaje por Maria Lua Dom 25 Oct 2020, 07:13

    O REI DO MAR


    MUITAS VELAS. Muitos remos.
     Âncora é outro falar ... 
    Tempo que navegaremos
    não se pode calcular.
    Vimos as Plêiades. Vemos
    agora a Estrela Polar.
    Muitas velas. Muitos remos. 
    Curta vida. Longo mar.


    Por água brava ou serena 
    deixamos nosso cantar,
    vendo a voz como é pequena
    sobre' o comprimento do ar. 
    Se alguém ouvir, temos pena:
    só cantamos para o mar ...


    Nem tormenta nem tormento
     nos poderia parar.
    (Muitas velas. Muitos remos.
     Âncora é outro falar ... )
    Andamos entre água e vento
    procurando o Rei do Mar. 


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    Mensaje por Maria Lua Sáb 31 Oct 2020, 09:03

    Escolha o Seu Sonho

    DEVíAMOS PODER PREPARAR OS NOSSOS sonhos como os artistas, as
    suas composições. Com a matéria sutil da noite e da nossa alma, devíamos
    poder construir essas pequenas obras-primas incomunicáveis, que, ainda
    menos que a rosa, duram apenas o instante em que vão sendo sonhadas, e
    logo se apagam sem outro vestígio que a nossa memória.


     Como quem  resolve uma  viagem, devíamos  poder escolher essas
    explicações  sem  veículos  nem  companhia  –  por  mares,  grutas,  neves,
    montanhas, e até pelos astros, onde moram desde sempre heróis e deuses
    de todas as mitologias, e os fabulosos animais do Zodíaco.


     Devíamos, à vontade, passear pelas margens do Paraíba, lá onde suas
    espumas crespas correm com o luar por entre as pedras, ao mesmo tempo
    cantando  e  chorando. 
     –  Ou  habitar  uma  tarde  prateada  de  Florença,  e  ir
    sorrindo para  cada estátua dos palácios e das ruas, como quem saúda
    muitas famílias de mármore... 
    – Ou contemplar nos Açores hortênsias da
    altura de uma casa, lagos de duas cores e cestos de vime nascendo entre
    fontes, com águas frias de um   lado e, do outro, quentes... 
    – Ou chegar a Ouro Preto e continuar a ouvir aquela menina que estuda piano há duzentos
    anos, hesitante e invisível – enquanto o cavalo branco  escolhe, de  olhos
    baixos, o trevo de quatro folhas que vai comer...


     Quantos  lugares,  meu  Deus,  para  essas  excursões!  Lugares
    recordados  ou  apenas  imaginados.  Campos  orientais  atravessados  por
    nuvens de pavões. Ruas amarelas de pó, amarelas de sol, onde os camelos
    de perfil de  gôndola estacionam,  com  seus  carros.  Avenidas cor-de-rosa,
    por  onde  cavalinhos  emplumados,  de rosa  na  testa  e  colar  ao pescoço,
    conduzem leves e elegantes coches policromos...


     ... E lugares inventados,  feitos ao nosso gosto;  jardins  no meio do
    mar;  pianos  brancos  que  tocam  sozinhos;  livros  que  se  desarmam,
    transformados em música.
     Oh!  os  sonhos  do  "Poronominare"!...  Lembram-se?  Sonhos  dos
    nossos  índios:  rios  que  vão  subindo  por  cima  das  ilhas:  ...meninos
    transparentes, que deixam ver a luz do sol do outro lado do corpo... gente
    com  cabeça  de  pássaros...  flechas  voando  atrás  de  sombras  velozes...
    moscas  que  se  transformam  em  guaribas...  canoas...  serras...  bandos  de
    beija-flores e borboletas que trazem mel para a criança que tem fome e a
    levantam em suas asas...
     Devíamos  poder  sonhar  com  as  criaturas  que  nunca  vimos  e
    gostaríamos de ter  visto: Alexandre, o Grande; São João Batista; o  Rei
    David, a cantar; o Príncipe Gautama...
     E sonhar com os que amamos e conhecemos, e estão perto ou longe,
    vivos ou mortos... Sonhar com eles no seu melhor momento, quando foram
    mais merecedores de amor imortal.
     Ahl... – (que gostaria você de sonhar esta noite?)






    MEIRELES,  Cecília.  Escolha  o  seu  sonho.26  ed.,  Rio  de  Janeiro:  Record,
    2005, PP. 116,117.


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    Mensaje por Maria Lua Dom 01 Nov 2020, 06:47

    Romanceiro de Inconfidência: 




    A poetisa Cecília Meireles tem como traço singular de sua escrita um lirismo delicado e pungente. Além de ter sido um nome importante da literatura brasileira, Meireles também foi educadora e também jornalista, sendo uma dos intelectuais que assinou o Manifesto dos Pioneiros da Educação Nova em 1932.
    Mas autora de poemas célebres como “Motivo” e “Retrato” também dedicou anos de sua vida a uma pesquisa minuciosa sobre um capítulo importante da história do Brasil: a “febre do ouro” de Minas Gerais e a Inconfidência Mineira. Foram 10 anos de pesquisa histórica e literária que a fizeram escrever o Romanceiro da Inconfidência, publicado pela primeira vez em 1953.
    Inspirado num gênero medieval, os poemas de Cecília no livro são “romances”, escritos populares voltados para narrativas históricas. Por isso, Meireles une sua lírica singular com o conhecimento profundo sobre a realidade de Vila Rica nos tempos dos inconfidentes.
    O resultado é uma obra narrativa em versos, que não pretende ao monumentalismo de um Lusíadas em contar a história dos que venceram, mas em encontrar matéria poética naqueles que respiraram esses tempos nas minas, nas senzalas, nas capelas.



    ****************************************


    Fala inicial




    Ó meio-dia confuso,
    ó vinte-e-um de abril sinistro,
    que intrigas de ouro e de sonho
    houve em tua formação?
    Quem ordena, julga e pune?
    Quem é culpado e inocente?
    Na mesma cova do tempo
    cai o castigo e o perdão.
    Morre a tinta das sentenças
    e o sangue dos enforcados…
    – liras, espadas e cruzes
    pura cinza agora são.
    Na mesma cova, as palavras,
    o secreto pensamento,
    as coroas e os machados,
    mentira e verdade estão.





    Cenário




    O passado não abre a sua porta
    e não pode entender a nossa pena.
    Mas, nos campos sem fim que o sonho corta,
    vejo uma forma no ar subir serena:
    vaga forma, do tempo desprendida.
    É a mão do Alferes, que de longe acena.
    Eloqüência da simples despedida:
    “Adeus! que trabalhar vou para todos!…”
    (Esse adeus estremece a minha vida.)




    Do ouro incansável




    Por ódio, cobiça, inveja,
    vai sendo o inferno traçado.
    Os reis querem seus tributos,
    – mas não se encontram vassalos.
    Mil bateias vão rodando,
    mil bateias sem cansaço.
    Mil galerias desabam;
    mil homens ficam sepultos;
    mil intrigas, mil enredos
    prendem culpados e justos;
    já ninguém dorme tranqüilo,
    que a noite é um mundo de sustos.
    Descem fantasmas dos morros,
    vêm almas dos cemitérios:
    todos pedem ouro e prata,
    e estendem punhos severos,
    mas vão sendo fabricadas
    muitas algemas de ferro.


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    Mensaje por Maria Lua Dom 01 Nov 2020, 06:49

    Do negro das Catas




    Já se ouve cantar o negro.
    Que saudade, pela serra!
    Os corpos, naquelas águas,
    – as almas, por longe terra.
    Em cada vida de escravo,
    que surda, perdida guerra!
    Já se ouve cantar o negro.
    Por onde se encontrarão
    essas estrelas sem jaça
    que livram da escravidão,
    pedras que, melhor que os homens,
    trazem luz no coração?
    Já se ouve cantar o negro.
    Chora neblina, a alvorada.
    Pedra miúda não vale:
    liberdade é pedra grada…
    (A terra toda mexida,
    a água toda revirada…
    Deus do céu, como é possível
    penar tanto e não ter nada!)


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    Mensaje por Maria Lua Mar 10 Nov 2020, 15:31

    Coliseu
     
    Cem mil pupilas houve:
    — cem mil pupilas fitas na arena.
    Os olhos do Imperador, dos patrícios,
    dos soldados, da plebe.
     
    Os olhos da mulher formosa que os poetas cantaram.
     
    E os olhos da fera acossada,
    do lado oposto.
    Os olhos que ainda brilham fulvos,
    agora, na eternidade igual de todos.
     
    Cem mil pupilas:
    — ilustres, insensatas, ferozes, melancólicas,
    vagas, severas, lânguidas . . .
    Cem mil pupilas vêem-se, na poeira da pedra deserta.
     
    Entre corredores e escadas,
    o cavo abismo do úmido subsolo
    exala os soturnos prazeres da antiguidade:
     
    Um vozeiro arcaico vem saindo da sombra,
    — ó duras vozes romanas! —
    um quente sangue vem golfando,
    — ó negro sangue das feras!
    um grande aroma cruel se arredonda nas curvas pedras.
    — Ó surdo nome trêmulo da morte!
     
    (Não cairão jamais estas paredes,
    pregadas com este sangue e este rugido,
    a garra tensa, a goela arqueada em vácuo,
    as cordas do humano pasmo sobre o último estertor . . .)
     
    Cem mil pupilas ficam aqui,
    pregadas nas pedras do tempo,
    manchadas de fogo e morte,
    no fim do dia trágico,
    depois daquela ávida e acesa coincidência
    quando convergiram nesta arena de angústia,
    que hoje é pó e silêncio,
    esboroada solidão.
     
    (As pregas dos vestidos deslizaram, frágeis.
    E os sorrisos perderam-se, fúteis.
    Sobre o enorme espetáculo, que foi o aroma dos cosméticos?)


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    Mensaje por Maria Lua Sáb 14 Nov 2020, 05:14

    INTERLUDIO
     
                            Las palabras están muy dichas
                         y el mundo muy pensado.
                         Quedo a tu lado,
                            No me digas que hay futuro
                         ni pasado.
                         Deja el presente, es un muro
                         sin cosas escritas, claro.
                            Deja el presente.  No hables,
                         no me explsiques el presente,
                         que el total es demasiado.
                             En aguas de eternamente
                         el cometa de mis males
                         se hunde ya, desarbolado.
                         Quedo a tu lado.
     
                                  (De “Vaga música” 1942)


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    Mensaje por Maria Lua Sáb 14 Nov 2020, 05:15

    NOCTURNO
              Estrella fría
             de tu mano.
             Tenue cristal,
             exigua flor.
             ¡Ay! Nieva amor.
             Luna desierta
             de tu mirar.
             ¡Puro, glacial
             fuego sin color!
             ¡Ay! Nieva amor.
             Inmenso invierno
             de corazón.
             Hielo sin fin
             deslizándose...
             Yo cantaba
             en la soledad:
             ¿Tu frío viene
             del cielo, de mí,
             de ti, de quién?
             ¿Ya no hay sol,
             verano, calor?
             ¡Ay! Nieva amor.


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    Mensaje por Maria Lua Sáb 14 Nov 2020, 05:15

    CONTEMPLACIÓN
     
             No acuso.  Ni perdono.
             Nada sé.  Nada.
             Contemplo.
             Cuando los hombres aparecieron,
             yo no estaba presente.
             Yo no estaba presente,
             cuando la Tierra se desprendió del Sol.
             Yo no estaba presente,
             cuando el Sol apareció en el cielo.
             Y, antes de haber el cielo.
             YO NO ESTABA PRESENTE.
             ¿ Cómo he de acusar o perdonar?
             Nada sé
             Contemplo.
             Parece que a veces me hablan.
             Mas también no estoy segura.
             ¿Quién desea oírme, em estos parajes
             donde todos somos extranjeros?
             No acuso ni perdono.
    Qué haremos, errantes entre
    las invenciones de los dioses?


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    "Ser como un verso volando
    o un ciego soñando
    y en ese vuelo y en ese sueño
    compartir contigo sol y luna,
    siendo guardián en tu cielo
    y tren de tus ilusiones."
    (Hánjel)





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    Mensaje por Maria Lua Jue 19 Nov 2020, 06:15

    CANCIÓN DE OTOÑO
    Perdóname, hoja seca,
    no puedo cuidar de ti.
    Vine a amar en este mundo,
    y hasta el amor perdí.
    ¿De qué sirvió tejer flores
    en las arenas del suelo
    si había gente durmiendo
    sobre el propio corazón?


    ¡Y no pude levantarla!
    Lloro por lo que no hice
    y por esta flaqueza
    es que soy triste e infeliz.
    ¡Perdóname, hoja seca!

    Mis ojos sin fuerza están
    velando y rogando por aquéllos
    que no se levantarán.



    Tú eres hoja de otoño
    que vuela por el jardín.
    Te dejo mi nostalgia
    -la mejor parte de mí.
    Y voy por este camino,
    segura de lo inútil que es todo.
    Que todo es menos que el viento,
    menos que las hojas del suelo.


    _________________



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    o un ciego soñando
    y en ese vuelo y en ese sueño
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    siendo guardián en tu cielo
    y tren de tus ilusiones."
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    Mensaje por Maria Lua Jue 26 Nov 2020, 06:21

    Fez-se noite com tal mistério,
    Tão sem rumor, tão devagar,
    Que o crepúsculo é como um luar
    Iluminando um cemitério . . .
     
    Tudo imóvel . . . Serenidades . . .
    Que tristeza, nos sonhos meus!
    E quanto choro e quanto adeus
    Neste mar de infelicidades!
     
    Oh! Paisagens minhas de antanho . . .
    Velhas, velhas . . . Nem vivem mais . . .
    — As nuvens passam desiguais,
    Com sonolência de rebanho . . .
     
    Seres e coisas vão-se embora . . .
    E, na auréola triste do luar,
    Anda a lua, tão devagar,
    Que parece Nossa Senhora


    Pelos silêncios a sonhar . . 


    _________________



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    y en ese vuelo y en ese sueño
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    Mensaje por Maria Lua Mar 01 Dic 2020, 08:54

    CANCIÓN
     
             Eras  un rostro
             en la noche ancha
             de altos insomnios
             iluminada.

             Serás un día
             vago retrato
             de quien se diga:
             "el antepassado".

             Eras um poema
             cuyas  palabras crecían
             entre misterio y lágrimas.

             Serás silencio,
             tempo sin rastro
             de olvidos
             atravesado.

             De eso es que sufre
             la magullada
             flor de la memoria
             que al viento habla.

     
                      De Retrato Natural, 1949)


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    Mensaje por Maria Lua Sáb 05 Dic 2020, 05:59





    O que amamos está sempre longe de nós











    O que amamos está sempre longe de nós:
    e longe mesmo do que amamos - que não sabe
    de onde vem, aonde vai nosso impulso de amor.


    O que amamos está como a flor na semente,
    entendido com medo e inquietude, talvez
    só para em nossa morte estar durando sempre.


    Como as ervas do chão, como as ondas do mar,
    os acasos se vão cumprindo e vão cessando.
    Mas, sem acaso, o amor límpido e exacto jaz.


    Não necessita nada o que em si tudo ordena:
    cuja tristeza unicamente pode ser
    o equívoco do tempo, os jogos da cegueira


    com setas negras na escuridão.








    Autor : Cecília Meireles
    in 'Solombra'


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    Mensaje por Maria Lua Sáb 05 Dic 2020, 19:35

    SOLIDÃO

    Imensas noites de inverno,
    com frias montanhas mudas,
    e o mar negro, mais eterno,
    mais terrível, mais profundo.

    Este rugido das águas
    é uma tristeza sem forma:
    sobe rochas, desce fráguas,
    vem para o mundo, e retorna...

    E a névoa desmancha os astros,
    e o vento gira as areias:
    nem pelo chão ficam rastros
    nem, pelo silêncio, estrelas.

    A noite fecha seus lábios
    - terra e céu - guardado nome.
    E os seus longos sonhos sábios
    geram a vida dos homens.

    Geram os olhos incertos,
    por onde descem os rios
    que andam nos campos abertos
    da claridade do dia.















    **********************

    SOLEDAD

    Inmensas noches de invierno,
    con frías montañas mudas,
    y el mar negro, más eterno,
    más terrible, más profundo.

    Este rugir de las aguas
    es de una pena sin forma:
    sube rocas, baja fraguas,
    viene al mundo, y se retorna...

    Y la niebla funde astros,
    y el viento voltea arenas:
    ni en el suelo quedan rastros
    ni, en el silencio, estrellas.

    La noche cierra sus labios
    - tierra y cielo - oculto nombre.
    Y sus largos sueños sabios
    generan vidas de hombres.

    Generan ojos inciertos,
    por donde bajan los ríos
    que andan por campos abiertos
    de la claridad del día.






    (Versión de Pedro Casas Serra)


    _________________



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    Mensaje por Maria Lua Dom 06 Dic 2020, 06:08

    SERENATA


    REPARA na canção tardia
    que tìmidamente se eleva,
    num arrulho de fonte fria.


    O orvalho treme sôbre a treva
    e o sonho da noite procura
    a voz que o vento abraça e leva.


    Repara na canção tardia
    que oferece a um mundo desfeito
    sua flor de melancolia.


    É tão triste, mas tão perfeito,
    o movimento em que murmura,
    como o do coração no peito.


    Repara na canção tardia
    que por sôbre o teu nome, apenas,
    desenha a sua melodia.


    E nessas letras tão pequenas
    o universo inteiro perdura.
    E o tempo suspira na altura


    por eternidades serenas.


    _________________



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    Mensaje por Maria Lua Lun 07 Dic 2020, 06:15

    Cada palavra uma folha


    Cada palavra uma folha
    no lugar certo.


    Uma flor de vez em quando
    no ramo aberto.


    Um pássaro parecia
    pousado e perto.


    Mas não: que ia e vinha o verso
    pelo universo.






    Cecília Meireles,
    in Metal Rosicler




    *******************************





    CADA PALABRA UNA HOJA 
             


     
    Cada palabra uma hoja
    en el lugar perfecto.
     
    Una flor de vez en cuando
    en el ramaje abierto.
     
     Un pájaro que parecia
    posado y cierto.
     
    Mas, no: que iba y venía el verso
    por el universo. 


    _________________



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    Mensaje por Maria Lua Mar 08 Dic 2020, 09:03

                              






    NTERLÚDIO


    As palavras estão muito ditas
    e o mundo muito pensado.
    Fico ao teu lado.

    Não me digas que há futuro
    nem passado.
    Deixa o presente — claro muro
    sem coisas escritas.

    Deixa o presente. Não fales,
    Não me expliques o presente,
    pois é tudo demasiado.

    Em águas de eternamente,
    o cometa dos meus males
    afunda, desarvorado.

    Fico ao teu lado.













    INTERLUDIO
     
                            Las palabras están muy dichas
                         y el mundo muy pensado.
                         Quedo a tu lado,


                            No me digas que hay futuro
                         ni pasado.
                         Deja el presente, es un muro
                         sin cosas escritas, claro.


                            Deja el presente.  No hables,
                         no me explsiques el presente,
                         que el total es demasiado.


                             En aguas de eternamente
                         el cometa de mis males
                         se hunde ya, desarbolado.


                         Quedo a tu lado.








     
                                  (De “Vaga música” 1942)


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    Mensaje por Maria Lua Miér 16 Dic 2020, 07:17

    CANCIÓN

    En el desequilibrio de los mares,
    las proas giran solitarias…
    En una de las naves que se hundieron
    es que ciertamente vos venías.

    Yo te esperé todos los siglos
    sin desesperación y sin disgusto,
    y morí de infinitas muertes
    guardando siempre el mismo rostro.

    Cuando las olas te llevaron
    mis ojos, entre aguas y arenas,
    cegaron como los de las estatuas
    a todo lo que les es ajenas.

    Mis manos se detuvieron en el aire,
    se endurecieron, con el viento,
    perdieron el color que tenían,
    y el recuerdo del movimiento.

    Y la sonrisa que yo te llevaba,
    se desprendió y cayó de mí:
    solo tal vez ella aún viva
    dentro de estas aguas sin fin.


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    Mensaje por Maria Lua Sáb 19 Dic 2020, 06:53



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    Mensaje por Maria Lua Jue 24 Dic 2020, 05:45

    “Natal na Ilha do Nanja”



    (Cecília Meireles).
    Na Ilha do Nanja, o Natal continua a ser maravilhoso. Lá ninguém celebra o Natal como o aniversário do Menino Jesus, mas sim como o verdadeiro dia do seu nascimento. Todos os anos o Menino Jesus nasce, naquela data, como nascem no horizonte, todos os dias e todas as noites, o sol e a lua e as estrelas e os planetas. Na Ilha do Nanja, as pessoas levam o ano inteiro esperando pela chegada do Natal. Sofrem doenças, necessidades, desgostos como se andassem sob uma chuva de flores, porque o Natal chega: e, com ele, a esperança, o consolo, a certeza do Bem, da Justiça, do Amor. Na Ilha do Nanja, as pessoas acreditam nessas palavras que antigamente se denominavam “substantivos próprios” e se escreviam com letras maiúsculas. Lá, elas continuam a ser denominadas e escritas assim.
    Na Ilha do Nanja, pelo Natal, todos vestem uma roupinha nova — mas uma roupinha barata, pois é gente pobre — apenas pelo decoro de participar de uma festa que eles acham ser a maior da humanidade. Além da roupinha nova, melhoram um pouco a janta, porque nós, humanos, quase sempre associamos à alegria da alma um certo bem-estar físico, geralmente representado por um pouco de doce e um pouco de vinho. Tudo, porém, moderadamente, pois essa gente da Ilha do Nanja é muito sóbria.
    Durante o Natal, na Ilha do Nanja, ninguém ofende o seu vizinho — antes, todos se saúdam com grande cortesia, e uns dizem e outros respondem no mesmo tom celestial: “Boas Festas! Boas Festas!”
    E ninguém, pede contribuições especiais, nem abonos nem presentes — mesmo porque se isso acontecesse, Jesus não nasceria. Como podia Jesus nascer num clima de tal sofreguidão? Ninguém pede nada. Mas todos dão qualquer coisa, uns mais, outros menos, porque todos se sentem felizes, e a felicidade não é pedir nem receber: a felicidade é dar. Pode-se dar uma flor, um pintinho, um caramujo, um peixe — trata-se de uma ilha, com praias e pescadores ! — uma cestinha de ovos, um queijo, um pote de mel… É como se a Ilha toda fosse um presepe. Há mesmo quem dê um carneirinho, um pombo, um verso! Foi lá que me ofereceram, certa vez, um raio de sol!
    Na Ilha de Nanja, passa-se o ano inteiro com o coração repleto das alegrias do Natal. Essas alegrias só esmorecem um pouco pela Semana Santa, quando de repente se fica em dúvida sobre a vitória das Trevas e o fim de Deus. Mas logo rompe a Aleluia, vê-se a luz gloriosa do Céu brilhar de novo, e todos voltam para o seu trabalho a cantar, ainda com lágrimas nos olhos.
    Na Ilha do Nanja é assim. Arvores de Natal não existem por lá. As crianças brincam com. pedrinhas, areia, formigas: não sabem que há pistolas, armas nucleares, bombas de 200 megatons. Se soubessem disso, choravam. Lá também ninguém lê histórias em quadrinhos. E tudo é muito mais maravilhoso, em sua ingenuidade. Os mortos vêm cantar com os vivos, nas grandes festas, porque Deus imortaliza, reúne, e faz deste mundo e de todos os outros uma coisa só.
    É assim que se pensa na Ilha do Nanja, onde agora se festeja o Natal.





    Texto extraído do livro “Quadrante 1”, Editora do Autor – Rio de Janeiro, 1966, pág. 169.


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    Mensaje por Maria Lua Dom 27 Dic 2020, 09:19

    INSCRIÇÃO NA AREIA


    O MEU AMOR não tem
    importância nenhuma.
    Não tem o peso nem 
    de uma rosa de espuma!
    Desfolha-se por quem?
    Para quem se perfuma?
    O meu amor não tem
    importância nenhuma.


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    Mensaje por Maria Lua Jue 31 Dic 2020, 05:54

    EPIGRAMA DO ESPELHO INFIEL

    A João de Castro Osório

    Entre o desenho do meu rosto
    e o seu reflexo,
    meu sonho agoniza, perplexo.

    Ah! pobres linhas do meu rosto,
    desmanchadas do lado oposto,
    e sem nexo!

    E a lágrima do seu desgosto
    sumida no espelho convexo!





    ***********************




    EPIGRAMA DEL ESPEJO INFIEL

    A João de Castro Osório

    Entre el dibujo de mi rostro
    y su reflejo,
    mi sueño agoniza, perplejo.

    ¡Ah! ¡pobres líneas de mi rostro,
    desanudadas por el lado opuesto,
    y sin nexo!

    ¡Y la lágrima de su disgusto
    sumida en el espejo convexo!








    Cecilia Meireles
    (Versión de Pedro Casas Serra)


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    Mensaje por Maria Lua Jue 31 Dic 2020, 16:35

    Tu tens um medo:
    Acabar.
    Não vês que acabas todo dia.
    Que morres no amor.
    Na tristeza.
    Na dúvida.
    No desejo.
    Que te renovas todo dia.
    No amor.
    Na tristeza.
    Na dúvida.
    No desejo.
    Que és sempre outro.
    Que és sempre o mesmo.
    Que morrerás por idades imensas.
    Até não teres medo de morrer.
    E então serás eterno.


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    Mensaje por Maria Lua Vie 01 Ene 2021, 07:12

    Renova-te.
    Renasce em ti mesmo.
    Multiplica os teus olhos, para verem mais.
    Multiplica os teus braços para semeares tudo.
    Destrói os olhos que tiverem visto.
    Cria outros, para as visões novas.
    Destrói os braços que tiverem semeado.,
    Para se esquecerem de colher.
    Sê sempre o mesmo.
    Sempre outro.
    Mas sempre alto.
    Sempre longe.
    E dentro de tudo.




    **********************




    Renuévate.
    Renace en ti mismo.
    Multiplica tus ojos para ver más.
    Multiplica tus brazos para sembrar todo.
    Destruye los ojos que han visto.
    Crea otros, para nuevas visiones.
    Destruye los brazos que sembraron.
    Para que olviden cosechar.
    Sé siempre el mismo.
    Siempre otro.
    Pero siempre alto
    Siempre lejos.
    Y dentro de todo.


    _________________



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    o un ciego soñando
    y en ese vuelo y en ese sueño
    compartir contigo sol y luna,
    siendo guardián en tu cielo
    y tren de tus ilusiones."
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    Mensaje por Maria Lua Sáb 02 Ene 2021, 06:12

    Não sejas o de hoje.
    Não suspires por ontens...
    Não queiras ser o de amanhã.
    Faze-te sem limites no tempo.
    Vê a tua vida em todas as origens.
    Em todas as existências.
    Em todas as mortes.
    E sabe que serás assim para sempre.
    Não queiras marcar a tua passagem.
    Ela prossegue:
    É a passagem que se continua.
    É a tua eternidade...
    É a eternidade.
    És tu.


    _________________



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    Mensaje por Maria Lua Dom 03 Ene 2021, 07:23

    IX


    Os teus ouvidos estão enganados.
    E os teus olhos.
    E as tuas mãos.
    E a tua boca anda mentindo
    Enganada pelos sentidos.
    Aze silêncio no teu corpo.
    E escuta-te.
    Há uma verdade silenciosa dentro de ti.
    A verdade sem palavras.
    Que procuras inutilmente,
    Há tanto tempo,
    Pelo teu corpo, que enlouqueceu.


    _________________



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    Mensaje por Maria Lua Lun 04 Ene 2021, 05:32

    No canto do galo há, de repente,
    essa pequena aldeia,
    com essas belas mulheres,
    essas boas mulheres escondidas,
    essas criaturas lendárias
    que trabalham e cantam
    e morrem


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    Mensaje por Maria Lua Lun 04 Ene 2021, 15:01

    De que são feitos os dias?
    - De pequenos desejos,
    vagarosas saudades,
    silenciosas lembranças.

    Entre mágoas sombrias,
    momentâneos lampejos:
    vagas felicidades,
    inatuais esperanças.

    De loucuras, de crimes,
    de pecados, de glórias
    - do medo que encadeia
    todas essas mudanças.

    Dentro deles vivemos,
    dentro deles choramos,
    em duros desenlaces
    e em sinistras alianças...


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