La belleza no se ccomenta: SE DISFRUTA.
En coordinación con la ASOCIACIÓN CULTURAL FORO AIRES DE LIBERTAD
ENTRAR DESDE AQUÍ
GRUPO METAFORA-EXCLUSIVO PARA SUS MIEMBROS
ENTRAR DESDE AQUÍ
ENTRAR DESDE AQUÍ
REGISTRO Nº 605538 (Madrid - España -28-05-14)
GRUPO METAFORA-EXCLUSIVO PARA SUS MIEMBROS
ENTRAR DESDE AQUÍ
FOROS DE "AIRES DE LIBERTAD"
Estadísticas
Nuestros miembros han publicado un total de 1051060 mensajes en 47940 argumentos.
Tenemos 1579 miembros registrados
El último usuario registrado es Roberto Canales Camacho
Comenta a tus compañeros
¿Quién está en línea?
En total hay 217 usuarios en línea: 1 Registrado, 0 Ocultos y 216 Invitados :: 3 Motores de búsqueda
El record de usuarios en línea fue de 1156 durante el Mar 05 Dic 2023, 16:39
Temas similares
Últimos temas
Conectarse
Comenta a tus compañeros
En coordinación con la ASOCIACIÓN CULTURAL FORO AIRES DE LIBERTAD
ENTRAR DESDE AQUÍ
GRUPO METAFORA-EXCLUSIVO PARA SUS MIEMBROS
ENTRAR DESDE AQUÍ
ENTRAR DESDE AQUÍ
REGISTRO Nº 605538 (Madrid - España -28-05-14)
GRUPO METAFORA-EXCLUSIVO PARA SUS MIEMBROS
ENTRAR DESDE AQUÍ
+14
Lluvia Abril
Adriana Pardo (Luia)
Pascual Lopez Sanchez
cecilia gargantini
Ana María Di Bert
Samara Acosta
Simon Abadia
Marusa F.Macias
Evangelina Valdez
Carmen Parra
Pedro Casas Serra
Andrea Diaz
Walter Faila
Juan Martín
18 participantes
MARIO QUINTANA ( Brasil: 30/07/1906 -05/05/1994)
Pascual Lopez Sanchez- Administrador-Moderador
- Cantidad de envíos : 88805
Fecha de inscripción : 29/06/2009
Edad : 72
Localización : Murcia / Muchas veces en Mazarrón/ Algunas en Cieza ( amo la ciudad donde nací; amo su río - Río Segura_ y amo sus montes secos llenos de espartizales)
- Mensaje n°991
Re: MARIO QUINTANA ( Brasil: 30/07/1906 -05/05/1994)
"Quien hace un poeema abre una ventana!
La belleza no se ccomenta: SE DISFRUTA.
La belleza no se ccomenta: SE DISFRUTA.
_________________
"No hay cañones que maten la esperanza." Walter Faila
GRANDES ESCRITORES ES DE TODOS LOS FORISTAS. PARTICIPA, POR FAVOR.
ISRAEL: ¡GENOCIDA!
Maria Lua- Administrador-Moderador
- Cantidad de envíos : 71951
Fecha de inscripción : 12/04/2009
Localización : Nova Friburgo / RJ / Brasil
- Mensaje n°992
Re: MARIO QUINTANA ( Brasil: 30/07/1906 -05/05/1994)
Gestos
A mão que parte o pão
a mão que semeia
a mão que o recebe
— como seria belo tudo isso se não fossem
os intermediários!
***************
Gestos
La mano que parte el pan
la mano que siembra
la mano que lo recibe
— que hermoso sería todo eso si no fueran
los intermediarios!
[Tienes que estar registrado y conectado para ver este vínculo]
185
A mão que parte o pão
a mão que semeia
a mão que o recebe
— como seria belo tudo isso se não fossem
os intermediários!
***************
Gestos
La mano que parte el pan
la mano que siembra
la mano que lo recibe
— que hermoso sería todo eso si no fueran
los intermediarios!
[Tienes que estar registrado y conectado para ver este vínculo]
185
_________________
"Ser como un verso volando
o un ciego soñando
y en ese vuelo y en ese sueño
compartir contigo sol y luna,
siendo guardián en tu cielo
y tren de tus ilusiones."
(Hánjel)
o un ciego soñando
y en ese vuelo y en ese sueño
compartir contigo sol y luna,
siendo guardián en tu cielo
y tren de tus ilusiones."
(Hánjel)
[Tienes que estar registrado y conectado para ver esa imagen]
Maria Lua- Administrador-Moderador
- Cantidad de envíos : 71951
Fecha de inscripción : 12/04/2009
Localización : Nova Friburgo / RJ / Brasil
- Mensaje n°993
Re: MARIO QUINTANA ( Brasil: 30/07/1906 -05/05/1994)
O TEMPO
.
O despertador é um objeto abjeto.
Nele mora o Tempo.
O Tempo não pode viver sem nós,
para não parar.
E todas as manhãs nos chama freneticamente
como um velho paralítico a tocar a campainha atroz.
Nós é que vamos empurrando,
dia-a-dia,sua cadeira de rodas.
Nós, os seus escravos.
.
Só os poetas
os amantes
os bêbados
podem fugir
por instantes
ao Velho...Mas que raiva impotente dá no Velho
quando encontra crianças a brincar de roda
e não há outro jeito senão desviar delas
sua cadeira de rodas!
Porque elas, simplesmente, o ignoram...
.
*****************************
El tiempo
El despertador es un objeto abyecto.
En él mora el Tiempo. El Tiempo no puede vivir sin nosotros, para no parar.
Y todas las mañanas nos llama frenéticamente como un viejo paralítico que toca la campana atroz.
Nosotros
Es que vamos empujando, día a día, su silla de ruedas.
Nosotros, somos sus esclavos.
Sólo los poetas
los amantes
los borrachos
pueden huir
por instantes
del Viejo... ¡Mas qué rabia impotente le da al Viejo
cuando encuentra niños brincando la rueda
y no tiene otro recurso sino desviarlos de su silla de ruedas!
Porque ellos, simplemente, lo ignoran...
.
O despertador é um objeto abjeto.
Nele mora o Tempo.
O Tempo não pode viver sem nós,
para não parar.
E todas as manhãs nos chama freneticamente
como um velho paralítico a tocar a campainha atroz.
Nós é que vamos empurrando,
dia-a-dia,sua cadeira de rodas.
Nós, os seus escravos.
.
Só os poetas
os amantes
os bêbados
podem fugir
por instantes
ao Velho...Mas que raiva impotente dá no Velho
quando encontra crianças a brincar de roda
e não há outro jeito senão desviar delas
sua cadeira de rodas!
Porque elas, simplesmente, o ignoram...
.
*****************************
El tiempo
El despertador es un objeto abyecto.
En él mora el Tiempo. El Tiempo no puede vivir sin nosotros, para no parar.
Y todas las mañanas nos llama frenéticamente como un viejo paralítico que toca la campana atroz.
Nosotros
Es que vamos empujando, día a día, su silla de ruedas.
Nosotros, somos sus esclavos.
Sólo los poetas
los amantes
los borrachos
pueden huir
por instantes
del Viejo... ¡Mas qué rabia impotente le da al Viejo
cuando encuentra niños brincando la rueda
y no tiene otro recurso sino desviarlos de su silla de ruedas!
Porque ellos, simplemente, lo ignoran...
_________________
"Ser como un verso volando
o un ciego soñando
y en ese vuelo y en ese sueño
compartir contigo sol y luna,
siendo guardián en tu cielo
y tren de tus ilusiones."
(Hánjel)
o un ciego soñando
y en ese vuelo y en ese sueño
compartir contigo sol y luna,
siendo guardián en tu cielo
y tren de tus ilusiones."
(Hánjel)
[Tienes que estar registrado y conectado para ver esa imagen]
Maria Lua- Administrador-Moderador
- Cantidad de envíos : 71951
Fecha de inscripción : 12/04/2009
Localización : Nova Friburgo / RJ / Brasil
- Mensaje n°994
Re: MARIO QUINTANA ( Brasil: 30/07/1906 -05/05/1994)
A rua do poeta
Há uma rua em Paris, uma pequena rua, mas importante porque no Centro,
uma rua de uma quadra só, a que deram o nome do poeta Guillaume Apollinaire.
Nessa ficam os fundos de dois edifícios públicos que só têm entrada pela frente e
nenhuma porta no lado oposto. Nenhum endereço. Resultado: é uma rua que
existe e não existe. Que está e não está. O que deve divertir e ao mesmo tempo
deixar encantado o autor da Chanson du mal-aimé.
Porque o reino do poeta... bem, não me venham dizer que não é deste
mundo. Este e o outro mundo, o poeta não os delimita: unifica-os. O reino do
poeta é uma espécie de Reino Unido do Céu e da Terra.
E começo a desconfiar que foi por isso mesmo que um dia anotei numa de
minhas canções:
“O céu estava na rua?
A rua estava no céu?”
O que em verdade não deixa de ser uma interrogação afirmativa. E que
terminava positivamente assim:
“Mas o olhar mais azul
foi só ela quem me deu!”
Esta peça, escrevi-a em princípios da década de 40, e foi quando li a notícia
referente à rua do poeta. Assim, me perdoem se não consigo citar
comprovadamente a data e a fonte. Aliás, em matéria de poesia — que
importam datas? O que importa é que, com aquele batismo para uma rua assim,
foi de fato um poema, um comovente poema que a municipalidade de Paris fez
sem querer.
Há uma rua em Paris, uma pequena rua, mas importante porque no Centro,
uma rua de uma quadra só, a que deram o nome do poeta Guillaume Apollinaire.
Nessa ficam os fundos de dois edifícios públicos que só têm entrada pela frente e
nenhuma porta no lado oposto. Nenhum endereço. Resultado: é uma rua que
existe e não existe. Que está e não está. O que deve divertir e ao mesmo tempo
deixar encantado o autor da Chanson du mal-aimé.
Porque o reino do poeta... bem, não me venham dizer que não é deste
mundo. Este e o outro mundo, o poeta não os delimita: unifica-os. O reino do
poeta é uma espécie de Reino Unido do Céu e da Terra.
E começo a desconfiar que foi por isso mesmo que um dia anotei numa de
minhas canções:
“O céu estava na rua?
A rua estava no céu?”
O que em verdade não deixa de ser uma interrogação afirmativa. E que
terminava positivamente assim:
“Mas o olhar mais azul
foi só ela quem me deu!”
Esta peça, escrevi-a em princípios da década de 40, e foi quando li a notícia
referente à rua do poeta. Assim, me perdoem se não consigo citar
comprovadamente a data e a fonte. Aliás, em matéria de poesia — que
importam datas? O que importa é que, com aquele batismo para uma rua assim,
foi de fato um poema, um comovente poema que a municipalidade de Paris fez
sem querer.
_________________
"Ser como un verso volando
o un ciego soñando
y en ese vuelo y en ese sueño
compartir contigo sol y luna,
siendo guardián en tu cielo
y tren de tus ilusiones."
(Hánjel)
o un ciego soñando
y en ese vuelo y en ese sueño
compartir contigo sol y luna,
siendo guardián en tu cielo
y tren de tus ilusiones."
(Hánjel)
[Tienes que estar registrado y conectado para ver esa imagen]
Maria Lua- Administrador-Moderador
- Cantidad de envíos : 71951
Fecha de inscripción : 12/04/2009
Localización : Nova Friburgo / RJ / Brasil
- Mensaje n°995
Re: MARIO QUINTANA ( Brasil: 30/07/1906 -05/05/1994)
Os hóspedes
Um velho casarão bem-assombrado
aquele que habitei ultimamente.
Não,
não tinha disso de arrastar correntes
ou espelhos de súbito partidos.
Mas a linda visão evanescente
dessas moças do século passado
as escadas descendo lentamente.
..
ou, às vezes, nos cantos mais escuros,
velhinhas procurando os seus guardados
no fundo de uns baús inexistentes...
E eu, fingindo que não via nada.
Mas para que, amigos, tais cuidados?
Agora
foi demolida a nossa velha casa!
(Em que mundo marcaremos novo encontro?)
*************************
Los huéspedes
Una vieja casona muy embrujada
aquekka donde vivi últimamente.
No,
No tenía eso de arrastrar cadenas
o espejos rotos repentinamente.
Pero la hermosa visión evanescente
de esas chicas del siglo pasado
las escaleras bajando lentamente.
..
o a veces en los rincones más oscuros,
viejitas buscando sus tesoros
en el fondo de unos cofres inexistentes...
Y yo, fingiendo que no veía nada.
Pero, ¿por qué, amigos, tanto cuidado?
Ahora
nuestra antigua casa fue demolida!
(¿En qué mundo haremos nueva cita?)
Um velho casarão bem-assombrado
aquele que habitei ultimamente.
Não,
não tinha disso de arrastar correntes
ou espelhos de súbito partidos.
Mas a linda visão evanescente
dessas moças do século passado
as escadas descendo lentamente.
..
ou, às vezes, nos cantos mais escuros,
velhinhas procurando os seus guardados
no fundo de uns baús inexistentes...
E eu, fingindo que não via nada.
Mas para que, amigos, tais cuidados?
Agora
foi demolida a nossa velha casa!
(Em que mundo marcaremos novo encontro?)
*************************
Los huéspedes
Una vieja casona muy embrujada
aquekka donde vivi últimamente.
No,
No tenía eso de arrastrar cadenas
o espejos rotos repentinamente.
Pero la hermosa visión evanescente
de esas chicas del siglo pasado
las escaleras bajando lentamente.
..
o a veces en los rincones más oscuros,
viejitas buscando sus tesoros
en el fondo de unos cofres inexistentes...
Y yo, fingiendo que no veía nada.
Pero, ¿por qué, amigos, tanto cuidado?
Ahora
nuestra antigua casa fue demolida!
(¿En qué mundo haremos nueva cita?)
_________________
"Ser como un verso volando
o un ciego soñando
y en ese vuelo y en ese sueño
compartir contigo sol y luna,
siendo guardián en tu cielo
y tren de tus ilusiones."
(Hánjel)
o un ciego soñando
y en ese vuelo y en ese sueño
compartir contigo sol y luna,
siendo guardián en tu cielo
y tren de tus ilusiones."
(Hánjel)
[Tienes que estar registrado y conectado para ver esa imagen]
Maria Lua- Administrador-Moderador
- Cantidad de envíos : 71951
Fecha de inscripción : 12/04/2009
Localización : Nova Friburgo / RJ / Brasil
- Mensaje n°996
Re: MARIO QUINTANA ( Brasil: 30/07/1906 -05/05/1994)
A leitura interrompida
A nossa vida nunca chega ao fim. Isto é, nunca termina no fim.
É como se alguém estivesse lendo um romance e achasse o enredo
enfadonho e, interrompendo, com um bocejo, a leitura, fechasse o livro e o
guardasse na estante. E deixasse o herói, os comparsas, as ações, os gestos, tudo
ali esperando, esperando...
Como naquele jogo a que chamavam brincar de estátua.
Como num filme que parou de súbito.
*************
Lectura interrumpida
Nuestra vida nunca termina. Es decir, nunca termina al final.
Es como si alguien estuviera leyendo una novela y encontrara la trama
aburrido e, interrumpiendo, con un bostezo, la lectura, cierra el libro y lo
almacenara en el estante. Y dejara el héroe, los compinches, las acciones, los gestos, todo
ahí esperando, esperando ...
Como ese juego al que llamaban jugar a ser una estatua.
Como una película que se detuvo de repente.
A nossa vida nunca chega ao fim. Isto é, nunca termina no fim.
É como se alguém estivesse lendo um romance e achasse o enredo
enfadonho e, interrompendo, com um bocejo, a leitura, fechasse o livro e o
guardasse na estante. E deixasse o herói, os comparsas, as ações, os gestos, tudo
ali esperando, esperando...
Como naquele jogo a que chamavam brincar de estátua.
Como num filme que parou de súbito.
*************
Lectura interrumpida
Nuestra vida nunca termina. Es decir, nunca termina al final.
Es como si alguien estuviera leyendo una novela y encontrara la trama
aburrido e, interrumpiendo, con un bostezo, la lectura, cierra el libro y lo
almacenara en el estante. Y dejara el héroe, los compinches, las acciones, los gestos, todo
ahí esperando, esperando ...
Como ese juego al que llamaban jugar a ser una estatua.
Como una película que se detuvo de repente.
_________________
"Ser como un verso volando
o un ciego soñando
y en ese vuelo y en ese sueño
compartir contigo sol y luna,
siendo guardián en tu cielo
y tren de tus ilusiones."
(Hánjel)
o un ciego soñando
y en ese vuelo y en ese sueño
compartir contigo sol y luna,
siendo guardián en tu cielo
y tren de tus ilusiones."
(Hánjel)
[Tienes que estar registrado y conectado para ver esa imagen]
Maria Lua- Administrador-Moderador
- Cantidad de envíos : 71951
Fecha de inscripción : 12/04/2009
Localización : Nova Friburgo / RJ / Brasil
- Mensaje n°997
Re: MARIO QUINTANA ( Brasil: 30/07/1906 -05/05/1994)
A casa grande
... mas eu queria ter nascido numa dessas casas de meia-água
com o telhado descendo logo após as fachadas
só de porta e janela
e que tinham, no século, o carinhoso apelido
de cachorros sentados.
Porém nasci em um solar de leões.
(... escadarias, corredores, sótãos, porões, tudo isso...)
Não pude ser um menino da rua...
Aliás, a casa me assustava mais do que o mundo, lá fora.
A casa era maior do que o mundo!
E até hoje
— mesmo depois que destruíram a casa grande —
até hoje eu vivo explorando os seus esconderijos...
... mas eu queria ter nascido numa dessas casas de meia-água
com o telhado descendo logo após as fachadas
só de porta e janela
e que tinham, no século, o carinhoso apelido
de cachorros sentados.
Porém nasci em um solar de leões.
(... escadarias, corredores, sótãos, porões, tudo isso...)
Não pude ser um menino da rua...
Aliás, a casa me assustava mais do que o mundo, lá fora.
A casa era maior do que o mundo!
E até hoje
— mesmo depois que destruíram a casa grande —
até hoje eu vivo explorando os seus esconderijos...
_________________
"Ser como un verso volando
o un ciego soñando
y en ese vuelo y en ese sueño
compartir contigo sol y luna,
siendo guardián en tu cielo
y tren de tus ilusiones."
(Hánjel)
o un ciego soñando
y en ese vuelo y en ese sueño
compartir contigo sol y luna,
siendo guardián en tu cielo
y tren de tus ilusiones."
(Hánjel)
[Tienes que estar registrado y conectado para ver esa imagen]
Maria Lua- Administrador-Moderador
- Cantidad de envíos : 71951
Fecha de inscripción : 12/04/2009
Localización : Nova Friburgo / RJ / Brasil
- Mensaje n°998
Re: MARIO QUINTANA ( Brasil: 30/07/1906 -05/05/1994)
O pobre poema
Eu escrevi um poema horrível!
É claro que ele queria dizer alguma coisa...
Mas o quê?
Estaria engasgado?
Nas suas meias-palavras havia no entanto uma ternura mansa
como a que se vê nos olhos de uma criança doente,
uma precoce, incompreensível gravidade
de quem, sem ler os jornais,
soubesse dos seqüestros
dos que morrem sem culpa
dos que se desviam porque todos os caminhos estão tomados...
Poema, menininho condenado,
bem se via que ele não era deste mundo nem para este mundo...
Tomado, então, de um ódio insensato,
esse ódio que enlouquece os homens ante a insuportável
verdade, dilacerei-o em mil pedaços.
E respirei...
Também! quem mandou ter ele nascido no mundo errado?
Eu escrevi um poema horrível!
É claro que ele queria dizer alguma coisa...
Mas o quê?
Estaria engasgado?
Nas suas meias-palavras havia no entanto uma ternura mansa
como a que se vê nos olhos de uma criança doente,
uma precoce, incompreensível gravidade
de quem, sem ler os jornais,
soubesse dos seqüestros
dos que morrem sem culpa
dos que se desviam porque todos os caminhos estão tomados...
Poema, menininho condenado,
bem se via que ele não era deste mundo nem para este mundo...
Tomado, então, de um ódio insensato,
esse ódio que enlouquece os homens ante a insuportável
verdade, dilacerei-o em mil pedaços.
E respirei...
Também! quem mandou ter ele nascido no mundo errado?
_________________
"Ser como un verso volando
o un ciego soñando
y en ese vuelo y en ese sueño
compartir contigo sol y luna,
siendo guardián en tu cielo
y tren de tus ilusiones."
(Hánjel)
o un ciego soñando
y en ese vuelo y en ese sueño
compartir contigo sol y luna,
siendo guardián en tu cielo
y tren de tus ilusiones."
(Hánjel)
[Tienes que estar registrado y conectado para ver esa imagen]
Maria Lua- Administrador-Moderador
- Cantidad de envíos : 71951
Fecha de inscripción : 12/04/2009
Localización : Nova Friburgo / RJ / Brasil
- Mensaje n°999
Re: MARIO QUINTANA ( Brasil: 30/07/1906 -05/05/1994)
A morte viva
O pensamento da morte não tem nada de fúnebre, como pensam os
supersticiosos.
Nada tem ele a ver com a morte e sim com a vida; é ele que empresta a
cada instante nosso este preço único, todo esse encantamento agradecido que os
tímidos desconhecem...
A morte é o aperitivo da vida.
*************
La muerte viviente
E pensamiento de la muerte no tiene nada de fúnebre, como piensan
los supersticioso.
No tiene nada que ver con la muerte sino con la vida; el es quien presta
a cada momento nuestro este precio único, todo ese encanto agradecido que
los tímidos desconocen...
La muerte es el aperitivo de la vida.
*****************
********************
O silêncio
Convivência entre o poeta e o leitor,
só no silêncio da leitura a sós.
A sós, os dois.
Isto é, livro e leitor.
Este não quer saber de terceiros, não quer que
interpretem, que cantem, que dancem um poema.
O verdadeiro amador de poemas ama em silêncio...
*****************
Silencio
Convivencia entre el poeta y el lector,
sólo en el silencio de la lectura en soledad.
Solos, los dos.
Es decir, libro y lector.
A este no le importan los terceros, no quiere
que interpreten, que canten, que bailen un poema.
El verdadero amante de poemas ama en silencio...
******************
****************
Um poema é uma Nau do Descobrimento.
Quem lê um poema é como se de súbito ouvisse gritarem do topo do mastro:
“Terra à vista! Terra à vista!”
***********
Un poema es un barco ded Descubrimiento.
Cualquiera que lee un poema es como si de repente oyera a alguien gritar desde lo alto del mástil:
"¡Tierra a la vista! ¡Tierra a la vista!"
[Tienes que estar registrado y conectado para ver este vínculo]
175
O pensamento da morte não tem nada de fúnebre, como pensam os
supersticiosos.
Nada tem ele a ver com a morte e sim com a vida; é ele que empresta a
cada instante nosso este preço único, todo esse encantamento agradecido que os
tímidos desconhecem...
A morte é o aperitivo da vida.
*************
La muerte viviente
E pensamiento de la muerte no tiene nada de fúnebre, como piensan
los supersticioso.
No tiene nada que ver con la muerte sino con la vida; el es quien presta
a cada momento nuestro este precio único, todo ese encanto agradecido que
los tímidos desconocen...
La muerte es el aperitivo de la vida.
*****************
********************
O silêncio
Convivência entre o poeta e o leitor,
só no silêncio da leitura a sós.
A sós, os dois.
Isto é, livro e leitor.
Este não quer saber de terceiros, não quer que
interpretem, que cantem, que dancem um poema.
O verdadeiro amador de poemas ama em silêncio...
*****************
Silencio
Convivencia entre el poeta y el lector,
sólo en el silencio de la lectura en soledad.
Solos, los dos.
Es decir, libro y lector.
A este no le importan los terceros, no quiere
que interpreten, que canten, que bailen un poema.
El verdadero amante de poemas ama en silencio...
******************
****************
Um poema é uma Nau do Descobrimento.
Quem lê um poema é como se de súbito ouvisse gritarem do topo do mastro:
“Terra à vista! Terra à vista!”
***********
Un poema es un barco ded Descubrimiento.
Cualquiera que lee un poema es como si de repente oyera a alguien gritar desde lo alto del mástil:
"¡Tierra a la vista! ¡Tierra a la vista!"
[Tienes que estar registrado y conectado para ver este vínculo]
175
_________________
"Ser como un verso volando
o un ciego soñando
y en ese vuelo y en ese sueño
compartir contigo sol y luna,
siendo guardián en tu cielo
y tren de tus ilusiones."
(Hánjel)
o un ciego soñando
y en ese vuelo y en ese sueño
compartir contigo sol y luna,
siendo guardián en tu cielo
y tren de tus ilusiones."
(Hánjel)
[Tienes que estar registrado y conectado para ver esa imagen]
Maria Lua- Administrador-Moderador
- Cantidad de envíos : 71951
Fecha de inscripción : 12/04/2009
Localización : Nova Friburgo / RJ / Brasil
- Mensaje n°1000
Re: MARIO QUINTANA ( Brasil: 30/07/1906 -05/05/1994)
Ainda as convicções
Um porteiro que tive estava convencido de que rato, depois de velho, vira
morcego. Confessei-lhe que até então ignorava tal coisa. Fosse eu discutir com
ele! Fosse eu discutir com aquela senhora que durante a última guerra se
comunicou com Joana d’Arc numa sessão espírita do Partenon! Não seria mais
sensato que a santa de França, naquela época, se comunicasse com o próprio De
Gaulle lá na Europa e não com gente anônima no obscuro arrabalde de uma
cidade remota? Mas para que discutir? O velho se achava tão feliz com a sua
História Natural e a velha com a sua história do outro mundo que seria uma
crueldade desenganá-los...
Depois disto, para casos tais e outros menos ingênuos, o meu lema é o
seguinte:
— Nunca se deve tirar o brinquedo de uma criança...
*******************
Tédios
O terrível tédio da ginástica sueca que nos obrigavam a fazer na infância
vinha da aparente falta de finalidade de seus movimentos. Mas a troco de quê? —
a gente perguntava-se...
Era como se estivéssemos abatendo árvores de vento ou apanhando
penosamente pedras invisíveis no chão e depois sustentando no ar sua cansativa
falta de peso.
O melhor, moçada, o que entusiasma é rachar árvores de verdade — assim
como o que dá sentido ao trabalho da poesia é fazer poemas que não sejam
concretistas.
**************
Diagnóstico errado
Não tentes tirar uma ideia da cabeça de outrem porque, examinando bem,
verás que em geral não se trata de ideias, mas de convicções. São inextirpáveis.
E a causa única de todas as guerras — políticas ou religiosas, paroquianas ou
internacionais
[Tienes que estar registrado y conectado para ver este vínculo]
172
Um porteiro que tive estava convencido de que rato, depois de velho, vira
morcego. Confessei-lhe que até então ignorava tal coisa. Fosse eu discutir com
ele! Fosse eu discutir com aquela senhora que durante a última guerra se
comunicou com Joana d’Arc numa sessão espírita do Partenon! Não seria mais
sensato que a santa de França, naquela época, se comunicasse com o próprio De
Gaulle lá na Europa e não com gente anônima no obscuro arrabalde de uma
cidade remota? Mas para que discutir? O velho se achava tão feliz com a sua
História Natural e a velha com a sua história do outro mundo que seria uma
crueldade desenganá-los...
Depois disto, para casos tais e outros menos ingênuos, o meu lema é o
seguinte:
— Nunca se deve tirar o brinquedo de uma criança...
*******************
Tédios
O terrível tédio da ginástica sueca que nos obrigavam a fazer na infância
vinha da aparente falta de finalidade de seus movimentos. Mas a troco de quê? —
a gente perguntava-se...
Era como se estivéssemos abatendo árvores de vento ou apanhando
penosamente pedras invisíveis no chão e depois sustentando no ar sua cansativa
falta de peso.
O melhor, moçada, o que entusiasma é rachar árvores de verdade — assim
como o que dá sentido ao trabalho da poesia é fazer poemas que não sejam
concretistas.
**************
Diagnóstico errado
Não tentes tirar uma ideia da cabeça de outrem porque, examinando bem,
verás que em geral não se trata de ideias, mas de convicções. São inextirpáveis.
E a causa única de todas as guerras — políticas ou religiosas, paroquianas ou
internacionais
[Tienes que estar registrado y conectado para ver este vínculo]
172
_________________
"Ser como un verso volando
o un ciego soñando
y en ese vuelo y en ese sueño
compartir contigo sol y luna,
siendo guardián en tu cielo
y tren de tus ilusiones."
(Hánjel)
o un ciego soñando
y en ese vuelo y en ese sueño
compartir contigo sol y luna,
siendo guardián en tu cielo
y tren de tus ilusiones."
(Hánjel)
[Tienes que estar registrado y conectado para ver esa imagen]
Maria Lua- Administrador-Moderador
- Cantidad de envíos : 71951
Fecha de inscripción : 12/04/2009
Localización : Nova Friburgo / RJ / Brasil
- Mensaje n°1001
Re: MARIO QUINTANA ( Brasil: 30/07/1906 -05/05/1994)
Urbanística
Essas vilas de arrabalde com os seus jardins bem arrumados, bonitinhos,
comportadinhos... Mas por que não a liberdade de um matagal selvagem? Por
que não deixam ao menos a natureza ser natural?
Urbanistica
Esos pueblos suburbanos con sus jardines bien cuidados, hermosos,
.tan perfectos.. Pero ¿por qué no la libertad de una maleza salvaje? Por
que no dejen por lo menos que la naturaleza sea natural?
********************
**********************
Do estilo
Se alguém acha que estás escrevendo muito bem, desconfia...
O crime perfeito não deixa vestígios.
******************
Del estilo
Si alguien piensa que escribe muy bien, desconfía...
El crimen perfecto no deja vestigios.
[Tienes que estar registrado y conectado para ver este vínculo]
Anotação para um poema
As mãos que dizem adeus são pássaros
Que vão morrendo lentamente
***************
Anotación para un poema.
Las manos que dicen adios son pájaros
Que van muriendo lentamente
Essas vilas de arrabalde com os seus jardins bem arrumados, bonitinhos,
comportadinhos... Mas por que não a liberdade de um matagal selvagem? Por
que não deixam ao menos a natureza ser natural?
Urbanistica
Esos pueblos suburbanos con sus jardines bien cuidados, hermosos,
.tan perfectos.. Pero ¿por qué no la libertad de una maleza salvaje? Por
que no dejen por lo menos que la naturaleza sea natural?
********************
**********************
Do estilo
Se alguém acha que estás escrevendo muito bem, desconfia...
O crime perfeito não deixa vestígios.
******************
Del estilo
Si alguien piensa que escribe muy bien, desconfía...
El crimen perfecto no deja vestigios.
[Tienes que estar registrado y conectado para ver este vínculo]
Anotação para um poema
As mãos que dizem adeus são pássaros
Que vão morrendo lentamente
***************
Anotación para un poema.
Las manos que dicen adios son pájaros
Que van muriendo lentamente
_________________
"Ser como un verso volando
o un ciego soñando
y en ese vuelo y en ese sueño
compartir contigo sol y luna,
siendo guardián en tu cielo
y tren de tus ilusiones."
(Hánjel)
o un ciego soñando
y en ese vuelo y en ese sueño
compartir contigo sol y luna,
siendo guardián en tu cielo
y tren de tus ilusiones."
(Hánjel)
[Tienes que estar registrado y conectado para ver esa imagen]
Maria Lua- Administrador-Moderador
- Cantidad de envíos : 71951
Fecha de inscripción : 12/04/2009
Localización : Nova Friburgo / RJ / Brasil
- Mensaje n°1002
Re: MARIO QUINTANA ( Brasil: 30/07/1906 -05/05/1994)
Ficção
Tudo quanto se diz no teatro ou no romance tem a sua significação e
consequência, o seu lugar, o seu propósito.
Na vida, porém, se diz cada coisa, sai-se com cada uma, seu moço... e tudo
fica por isso mesmo.
Parece que só na vida é que há ficção.
************
Suspense
Depois que o orador oficial deu conta do seu discurso, há um momento de
atroz suspense. É quando o presidente da mesa, como quem não quer nada,
ergue-se e diz, sadicamente: Se alguém mais quiser fazer uso da palavra...
******************
Da conversação
Se, como visitante, estiveres metendo a ronca em alguém e te lembrares de
súbito de que a vítima é parente da família, tanto melhor, meu caro! Eles
adorarão a coisa...
Tudo quanto se diz no teatro ou no romance tem a sua significação e
consequência, o seu lugar, o seu propósito.
Na vida, porém, se diz cada coisa, sai-se com cada uma, seu moço... e tudo
fica por isso mesmo.
Parece que só na vida é que há ficção.
************
Suspense
Depois que o orador oficial deu conta do seu discurso, há um momento de
atroz suspense. É quando o presidente da mesa, como quem não quer nada,
ergue-se e diz, sadicamente: Se alguém mais quiser fazer uso da palavra...
******************
Da conversação
Se, como visitante, estiveres metendo a ronca em alguém e te lembrares de
súbito de que a vítima é parente da família, tanto melhor, meu caro! Eles
adorarão a coisa...
_________________
"Ser como un verso volando
o un ciego soñando
y en ese vuelo y en ese sueño
compartir contigo sol y luna,
siendo guardián en tu cielo
y tren de tus ilusiones."
(Hánjel)
o un ciego soñando
y en ese vuelo y en ese sueño
compartir contigo sol y luna,
siendo guardián en tu cielo
y tren de tus ilusiones."
(Hánjel)
[Tienes que estar registrado y conectado para ver esa imagen]
Maria Lua- Administrador-Moderador
- Cantidad de envíos : 71951
Fecha de inscripción : 12/04/2009
Localización : Nova Friburgo / RJ / Brasil
- Mensaje n°1003
Re: MARIO QUINTANA ( Brasil: 30/07/1906 -05/05/1994)
Uns e outros
Esses cachorros da rua, que nós aqui chamamos guaipecas e cujo pedigree é
do mais puro pot-pourri, capaz de enlouquecer qualquer genealogista canino —
vocês já repararam como são alegres, espertos, afetuosos?
Só os de pura raça são graves e creio que tristes como os faraós egípcios,
os chefes incaicos, os príncipes astecas.
****************
Unos y otros
Esos perros callejeros, que aquí llamamos guaipecas y cuyo pedigrí es
del más puro popurrí, capaz de volver loco a cualquier genealogista canino—
¿alguna vez habéis notado lo felices, inteligentes y cariñosos que son?
Solo los perros de razas puras son serios y creo tristes como los faraones egipcios,
los jefes incas, los príncipes aztecas.
Esses cachorros da rua, que nós aqui chamamos guaipecas e cujo pedigree é
do mais puro pot-pourri, capaz de enlouquecer qualquer genealogista canino —
vocês já repararam como são alegres, espertos, afetuosos?
Só os de pura raça são graves e creio que tristes como os faraós egípcios,
os chefes incaicos, os príncipes astecas.
****************
Unos y otros
Esos perros callejeros, que aquí llamamos guaipecas y cuyo pedigrí es
del más puro popurrí, capaz de volver loco a cualquier genealogista canino—
¿alguna vez habéis notado lo felices, inteligentes y cariñosos que son?
Solo los perros de razas puras son serios y creo tristes como los faraones egipcios,
los jefes incas, los príncipes aztecas.
_________________
"Ser como un verso volando
o un ciego soñando
y en ese vuelo y en ese sueño
compartir contigo sol y luna,
siendo guardián en tu cielo
y tren de tus ilusiones."
(Hánjel)
o un ciego soñando
y en ese vuelo y en ese sueño
compartir contigo sol y luna,
siendo guardián en tu cielo
y tren de tus ilusiones."
(Hánjel)
[Tienes que estar registrado y conectado para ver esa imagen]
Maria Lua- Administrador-Moderador
- Cantidad de envíos : 71951
Fecha de inscripción : 12/04/2009
Localización : Nova Friburgo / RJ / Brasil
- Mensaje n°1004
Re: MARIO QUINTANA ( Brasil: 30/07/1906 -05/05/1994)
Raios & trombetas
Pergunto-me por que o uivar de lobos, os trovões, os raios constituem o pano
de fundo para as cenas de horror. Pois, quando o medo é muito, faz-se um
silêncio na alma. E nada mais existe.
Mais forte seria a nossa impressão se os gestos culminantes de Drácula ou
Frankenstein se passassem em silêncio.
Como em igual silêncio decorrem nesta vida os momentos de êxtase, seja a
visão de um santo em seu retiro ou o último olhar de Joana d’Arc ao subir para a
imolação.
Os grandes momentos dispensam rabos de pandorga, tão do agrado de Cecil
B. de Mille, que fez da História uma espécie de filme carnavalesco. Não é que,
no seu caso, a história não fosse bem contada: foi bem contada demais.
**************
Rayos y trompetas
Me pregunto por qué el aullido de los lobos, los truenos, los relámpagos constituyen el telón de fondo.
fondo para escenas de terror. Porque, cuando el miedo es demasiado, hay un
silencio en el alma. Y no existe nada más.
Nuestra impresión sería más fuerte si los gestos culminantes de Drácula o
Frankenstein pasaran en silencio.
Cómo en igual silencio transcurren momentos de éxtasis en esta vida, ya sea la
visión de un santo en su retiro o la última mirada de Juana de Arco mientras ascendía a
inmolación.
Los grandes momentos no requieren cola de cometas, que tanto gustan a Cecil.
B. de Mille, que convirtió la Historia en una especie de película de carnaval. No es que
en su caso, la historia no se contó bien: se contó demasiado bien.
[Tienes que estar registrado y conectado para ver este vínculo]
172
Pergunto-me por que o uivar de lobos, os trovões, os raios constituem o pano
de fundo para as cenas de horror. Pois, quando o medo é muito, faz-se um
silêncio na alma. E nada mais existe.
Mais forte seria a nossa impressão se os gestos culminantes de Drácula ou
Frankenstein se passassem em silêncio.
Como em igual silêncio decorrem nesta vida os momentos de êxtase, seja a
visão de um santo em seu retiro ou o último olhar de Joana d’Arc ao subir para a
imolação.
Os grandes momentos dispensam rabos de pandorga, tão do agrado de Cecil
B. de Mille, que fez da História uma espécie de filme carnavalesco. Não é que,
no seu caso, a história não fosse bem contada: foi bem contada demais.
**************
Rayos y trompetas
Me pregunto por qué el aullido de los lobos, los truenos, los relámpagos constituyen el telón de fondo.
fondo para escenas de terror. Porque, cuando el miedo es demasiado, hay un
silencio en el alma. Y no existe nada más.
Nuestra impresión sería más fuerte si los gestos culminantes de Drácula o
Frankenstein pasaran en silencio.
Cómo en igual silencio transcurren momentos de éxtasis en esta vida, ya sea la
visión de un santo en su retiro o la última mirada de Juana de Arco mientras ascendía a
inmolación.
Los grandes momentos no requieren cola de cometas, que tanto gustan a Cecil.
B. de Mille, que convirtió la Historia en una especie de película de carnaval. No es que
en su caso, la historia no se contó bien: se contó demasiado bien.
[Tienes que estar registrado y conectado para ver este vínculo]
172
_________________
"Ser como un verso volando
o un ciego soñando
y en ese vuelo y en ese sueño
compartir contigo sol y luna,
siendo guardián en tu cielo
y tren de tus ilusiones."
(Hánjel)
o un ciego soñando
y en ese vuelo y en ese sueño
compartir contigo sol y luna,
siendo guardián en tu cielo
y tren de tus ilusiones."
(Hánjel)
[Tienes que estar registrado y conectado para ver esa imagen]
Maria Lua- Administrador-Moderador
- Cantidad de envíos : 71951
Fecha de inscripción : 12/04/2009
Localización : Nova Friburgo / RJ / Brasil
- Mensaje n°1005
Re: MARIO QUINTANA ( Brasil: 30/07/1906 -05/05/1994)
Um pé depois do outro(Aforismo), de Caderno H
Há gente que gosta de escalar o Everest – uma paranoia como outra qualquer.
Mas sou insuspeito para mandar contra, em vista da modéstia de minha própria
mania. A qual consiste em descobrir ruazinhas desconhecidas. Como se vê, uma
mania bastante chã. Sérgio de Gouvêa e eu éramos peritos nisso. Descíamos num
fim-de-linha e, quando nos sorria a perspectiva, enveredávamos por qualquer
rua transversal. Nunca nos importou o nome da rua, porque estávamos fazendo
descobrimentos e não turismo e, além disso, não constava de nossas intenções
colonizar aquelas terras incógnitas, nem mais lá voltar. Éramos uns Colombos
completamente desinteressados. Naquele tempo as pessoas costumavam reparar
umas nas outras e os aborígenes nos fitavam com um olhar de quem indaga:
“Quem serão esses?” Bem saciados os olhos nas paisagens suburbanas,
sucedianos às vezes também descobrir um bar, geralmente de esquina,
onde saciávamos a sede. Só não saciávamos os assuntos,
sobremaneira metafísicos – o que deve deixar espantados os pragmáticos de hoje
(QUINTANA, 1983, pp. 102 e 103)
********************
Un pie después del otro (Aforismo), de Caderno H
" Hay personas a las que les gusta escalar el Everest, una paranoia como otra cualquiera. Pero no soy quién para criticar, teniendo en cuenta la modestia de mi propia manía, la cual consiste en descubrir callejuelas desconocidas. Como se ve, una manía bastante elemental. Sergio de Gouvea y yo éramos peritos en el asunto. Descendíamos en el final de una línea y, cuando nos sonreía la perspectiva, enveredábamos por cualquier calle transversal. Nunca nos importó el nombre de la calle, porque estábamos haciendo descubrimientos y no turismo y, además, no constaba entre nuestras intenciones colonizar aquellas tierras incógnitas ni volver allí jamás. Eramos unos colonos completamente desinteresados. En aquel tiempo las personas solían reparar unas en las otras y los aborígenes nos observaban con una mirada de quien indaga: -¿Quiénes serán esos?-. Bien, saciados los ojos en los paisajes suburbanos, a veces llegábamos a descubrir también un bar, generalmente de esquina, donde saciábamos la sed. Sólo no saciábamos los asuntos, sobre todo metafísicos, lo que debe dejar asombrados a los pragmáticos de hoy en día. Después volvíamos andando por el trayecto del tranvía, hasta cansarnos, momento en el que tomábamos dicho tranvía, y a veces llegábamos a caminar hasta el centro, en los días de mejor forma. Por esas andanzas domingueras nos juzgábamos peripatéticos ¡De qué! Sólo éramos precursores del método Cooper. Aunque en cámara lenta. "
Há gente que gosta de escalar o Everest – uma paranoia como outra qualquer.
Mas sou insuspeito para mandar contra, em vista da modéstia de minha própria
mania. A qual consiste em descobrir ruazinhas desconhecidas. Como se vê, uma
mania bastante chã. Sérgio de Gouvêa e eu éramos peritos nisso. Descíamos num
fim-de-linha e, quando nos sorria a perspectiva, enveredávamos por qualquer
rua transversal. Nunca nos importou o nome da rua, porque estávamos fazendo
descobrimentos e não turismo e, além disso, não constava de nossas intenções
colonizar aquelas terras incógnitas, nem mais lá voltar. Éramos uns Colombos
completamente desinteressados. Naquele tempo as pessoas costumavam reparar
umas nas outras e os aborígenes nos fitavam com um olhar de quem indaga:
“Quem serão esses?” Bem saciados os olhos nas paisagens suburbanas,
sucedianos às vezes também descobrir um bar, geralmente de esquina,
onde saciávamos a sede. Só não saciávamos os assuntos,
sobremaneira metafísicos – o que deve deixar espantados os pragmáticos de hoje
(QUINTANA, 1983, pp. 102 e 103)
********************
Un pie después del otro (Aforismo), de Caderno H
" Hay personas a las que les gusta escalar el Everest, una paranoia como otra cualquiera. Pero no soy quién para criticar, teniendo en cuenta la modestia de mi propia manía, la cual consiste en descubrir callejuelas desconocidas. Como se ve, una manía bastante elemental. Sergio de Gouvea y yo éramos peritos en el asunto. Descendíamos en el final de una línea y, cuando nos sonreía la perspectiva, enveredábamos por cualquier calle transversal. Nunca nos importó el nombre de la calle, porque estábamos haciendo descubrimientos y no turismo y, además, no constaba entre nuestras intenciones colonizar aquellas tierras incógnitas ni volver allí jamás. Eramos unos colonos completamente desinteresados. En aquel tiempo las personas solían reparar unas en las otras y los aborígenes nos observaban con una mirada de quien indaga: -¿Quiénes serán esos?-. Bien, saciados los ojos en los paisajes suburbanos, a veces llegábamos a descubrir también un bar, generalmente de esquina, donde saciábamos la sed. Sólo no saciábamos los asuntos, sobre todo metafísicos, lo que debe dejar asombrados a los pragmáticos de hoy en día. Después volvíamos andando por el trayecto del tranvía, hasta cansarnos, momento en el que tomábamos dicho tranvía, y a veces llegábamos a caminar hasta el centro, en los días de mejor forma. Por esas andanzas domingueras nos juzgábamos peripatéticos ¡De qué! Sólo éramos precursores del método Cooper. Aunque en cámara lenta. "
_________________
"Ser como un verso volando
o un ciego soñando
y en ese vuelo y en ese sueño
compartir contigo sol y luna,
siendo guardián en tu cielo
y tren de tus ilusiones."
(Hánjel)
o un ciego soñando
y en ese vuelo y en ese sueño
compartir contigo sol y luna,
siendo guardián en tu cielo
y tren de tus ilusiones."
(Hánjel)
[Tienes que estar registrado y conectado para ver esa imagen]
Maria Lua- Administrador-Moderador
- Cantidad de envíos : 71951
Fecha de inscripción : 12/04/2009
Localización : Nova Friburgo / RJ / Brasil
- Mensaje n°1006
Re: MARIO QUINTANA ( Brasil: 30/07/1906 -05/05/1994)
Exercícios
Há senhores, graves senhores, que leem graves estudos de filosofia ou coisas
afins, ou procuram sozinhos filosofar, considerando as suas ideias que eles
julgam próprias. Isto em geral os leva à redescoberta da pólvora. Mas não há de
ser nada... Porque estou me lembrando agora é dos tempos em que havia
cadeiras na calçada e muitas estrelas lá em cima, e a preocupação dos pequenos,
alheios à conversa da gente grande, era observar a forma das nuvens, que se
punham a figurar dragões ou bichos mais complicados, ou fragatas que
terminavam naufragando, ou mais prosaicamente uma vasta galinha que
acabava pondo um ovo luminoso: a lua.
E esses exercícios eram muito mais divertidos, meus graves senhores, que os
de vossas ideias, isto é, os de vossas nuvens interiores.
*****************
Ejercicios
Hay señores, señores serios, que leen estudios serios de filosofía o cosas semejantes
o buscan filosofar solos, considerando suyas las ideas de otros.
Esto suele conducir al redescubrimiento de la pólvora.
Pero no hay necesidad de ser nada... Porque estoy recordando ahora los tiempos en que había
sillas en la acera y muchas estrellas arriba, y las preocupaciones de los más pequeños,
ajenos a la conversación de los mayores, era observar la forma de las nubes, que
presentaban dragones o animales más complicados, o fragatas que
terminaban hundiendose, o más prosaicamente, una enorme gallina que
al fin ponía un huevo luminoso: la luna.
Y esos ejercicios eran mucho más divertidos, señores serios, que
vuestras ideas, es decir, las de vuestras nubes interiores.
Há senhores, graves senhores, que leem graves estudos de filosofia ou coisas
afins, ou procuram sozinhos filosofar, considerando as suas ideias que eles
julgam próprias. Isto em geral os leva à redescoberta da pólvora. Mas não há de
ser nada... Porque estou me lembrando agora é dos tempos em que havia
cadeiras na calçada e muitas estrelas lá em cima, e a preocupação dos pequenos,
alheios à conversa da gente grande, era observar a forma das nuvens, que se
punham a figurar dragões ou bichos mais complicados, ou fragatas que
terminavam naufragando, ou mais prosaicamente uma vasta galinha que
acabava pondo um ovo luminoso: a lua.
E esses exercícios eram muito mais divertidos, meus graves senhores, que os
de vossas ideias, isto é, os de vossas nuvens interiores.
*****************
Ejercicios
Hay señores, señores serios, que leen estudios serios de filosofía o cosas semejantes
o buscan filosofar solos, considerando suyas las ideas de otros.
Esto suele conducir al redescubrimiento de la pólvora.
Pero no hay necesidad de ser nada... Porque estoy recordando ahora los tiempos en que había
sillas en la acera y muchas estrellas arriba, y las preocupaciones de los más pequeños,
ajenos a la conversación de los mayores, era observar la forma de las nubes, que
presentaban dragones o animales más complicados, o fragatas que
terminaban hundiendose, o más prosaicamente, una enorme gallina que
al fin ponía un huevo luminoso: la luna.
Y esos ejercicios eran mucho más divertidos, señores serios, que
vuestras ideas, es decir, las de vuestras nubes interiores.
_________________
"Ser como un verso volando
o un ciego soñando
y en ese vuelo y en ese sueño
compartir contigo sol y luna,
siendo guardián en tu cielo
y tren de tus ilusiones."
(Hánjel)
o un ciego soñando
y en ese vuelo y en ese sueño
compartir contigo sol y luna,
siendo guardián en tu cielo
y tren de tus ilusiones."
(Hánjel)
[Tienes que estar registrado y conectado para ver esa imagen]
Maria Lua- Administrador-Moderador
- Cantidad de envíos : 71951
Fecha de inscripción : 12/04/2009
Localización : Nova Friburgo / RJ / Brasil
- Mensaje n°1007
Re: MARIO QUINTANA ( Brasil: 30/07/1906 -05/05/1994)
Reflexos, reflexões...
I
Quando a idade dos reflexos, rápidos, inconscientes, cede lugar à idade das
reflexões — terá sido a sabedoria que chegou? Não! Foi apenas a velhice.
II
Velhice é quando um dia as moças começam a nos tratar com respeito e os
rapazes sem respeito nenhum.
III
Ora, ora! não se preocupe com os anos que já faturou: a idade é o menor
sintoma de velhice.
**************
Reflexiones, reflexiones...
I
Cuando la edad de los reflejos rápidos e inconscientes da paso a la edad de la
reflexiones: ¿fue la sabiduría lo que llegó? ¡No! Era sólo la vejez.
II
La vejez es cuando un día las chicas empiezan a tratarnos con respeto y los
chicos sin ningún respeto.
III
¡Bien bien! No te preocupes por los años que ya has ganado: la edad es la más baja
síntoma de la vejez
******************
*****************
Direção única
Naquele tempo, todas as casas davam para o norte. Porque o norte era
sempre para onde estava apontando o nariz da gente quando saíamos porta fora
como um pé de vento. O mundo era sempre em frente. E a sensação que
tínhamos — ó inocência perdida! — de seguir cada um o seu próprio nariz...
************
Dirección única
En aquella época, todas las casas daban al norte. Porque el norte era
siempre hacia donde apuntaban nuestras narices cuando salíamos por la puerta.
como un pie de viento. El mundo siempre estaba al frente. Y la sensación de que
teníamos... ¡oh inocencia perdida! — seguir cada uno su propia nariz...
[Tienes que estar registrado y conectado para ver este vínculo]
165
I
Quando a idade dos reflexos, rápidos, inconscientes, cede lugar à idade das
reflexões — terá sido a sabedoria que chegou? Não! Foi apenas a velhice.
II
Velhice é quando um dia as moças começam a nos tratar com respeito e os
rapazes sem respeito nenhum.
III
Ora, ora! não se preocupe com os anos que já faturou: a idade é o menor
sintoma de velhice.
**************
Reflexiones, reflexiones...
I
Cuando la edad de los reflejos rápidos e inconscientes da paso a la edad de la
reflexiones: ¿fue la sabiduría lo que llegó? ¡No! Era sólo la vejez.
II
La vejez es cuando un día las chicas empiezan a tratarnos con respeto y los
chicos sin ningún respeto.
III
¡Bien bien! No te preocupes por los años que ya has ganado: la edad es la más baja
síntoma de la vejez
******************
*****************
Direção única
Naquele tempo, todas as casas davam para o norte. Porque o norte era
sempre para onde estava apontando o nariz da gente quando saíamos porta fora
como um pé de vento. O mundo era sempre em frente. E a sensação que
tínhamos — ó inocência perdida! — de seguir cada um o seu próprio nariz...
************
Dirección única
En aquella época, todas las casas daban al norte. Porque el norte era
siempre hacia donde apuntaban nuestras narices cuando salíamos por la puerta.
como un pie de viento. El mundo siempre estaba al frente. Y la sensación de que
teníamos... ¡oh inocencia perdida! — seguir cada uno su propia nariz...
[Tienes que estar registrado y conectado para ver este vínculo]
165
_________________
"Ser como un verso volando
o un ciego soñando
y en ese vuelo y en ese sueño
compartir contigo sol y luna,
siendo guardián en tu cielo
y tren de tus ilusiones."
(Hánjel)
o un ciego soñando
y en ese vuelo y en ese sueño
compartir contigo sol y luna,
siendo guardián en tu cielo
y tren de tus ilusiones."
(Hánjel)
[Tienes que estar registrado y conectado para ver esa imagen]
Maria Lua- Administrador-Moderador
- Cantidad de envíos : 71951
Fecha de inscripción : 12/04/2009
Localización : Nova Friburgo / RJ / Brasil
- Mensaje n°1008
Re: MARIO QUINTANA ( Brasil: 30/07/1906 -05/05/1994)
Carrossel
A coisa mais impressionante que existe são os olhos dos cavalos de carrossel,
olhos que parecem estar gritando “avante!” — enquanto eles, nos altibaixos do
galope, jamais podem sair do mesmo círculo.
Deviam ser assim, igualmente estranhos, os olhos dos primeiros poetas que
apareceram entre os homens porque olhavam através deles e para além deles. Já
ouvi dizer que as tribos primitivas vazavam os olhos dos poetas... Também
deviam ser assim os olhos dos Profetas porque a sua luz não era deste mundo. E
aos homens assustava-os a beleza e a verdade.
Ah, meus pobres cavalinhos de pau que acabo de encontrar parados no
parque deserto... será que fiz um comício? Não há de ser nada... Em todo caso,
do modo como falei, dir-se-ia que a beleza e a verdade são as duas faces da
mesma moeda. Nada disso: elas são a mesma moeda. Tanto assim que, quando o
sábio joga cara ou coroa, encontra a beleza e, quando o poeta joga cara ou
coroa, encontra a verdade
A coisa mais impressionante que existe são os olhos dos cavalos de carrossel,
olhos que parecem estar gritando “avante!” — enquanto eles, nos altibaixos do
galope, jamais podem sair do mesmo círculo.
Deviam ser assim, igualmente estranhos, os olhos dos primeiros poetas que
apareceram entre os homens porque olhavam através deles e para além deles. Já
ouvi dizer que as tribos primitivas vazavam os olhos dos poetas... Também
deviam ser assim os olhos dos Profetas porque a sua luz não era deste mundo. E
aos homens assustava-os a beleza e a verdade.
Ah, meus pobres cavalinhos de pau que acabo de encontrar parados no
parque deserto... será que fiz um comício? Não há de ser nada... Em todo caso,
do modo como falei, dir-se-ia que a beleza e a verdade são as duas faces da
mesma moeda. Nada disso: elas são a mesma moeda. Tanto assim que, quando o
sábio joga cara ou coroa, encontra a beleza e, quando o poeta joga cara ou
coroa, encontra a verdade
_________________
"Ser como un verso volando
o un ciego soñando
y en ese vuelo y en ese sueño
compartir contigo sol y luna,
siendo guardián en tu cielo
y tren de tus ilusiones."
(Hánjel)
o un ciego soñando
y en ese vuelo y en ese sueño
compartir contigo sol y luna,
siendo guardián en tu cielo
y tren de tus ilusiones."
(Hánjel)
[Tienes que estar registrado y conectado para ver esa imagen]
|
|
» LA POESIA MÍSTICA DEL SUFISMO. LA CONFERENCIA DE LOS PÁJAROS.
» EDUARDO GALEANO (1940-2015)
» CLARICE LISPECTOR II ( ESCRITORA BRASILEÑA)
» MARIO QUINTANA ( Brasil: 30/07/1906 -05/05/1994)
» CECILIA MEIRELES ( POETA BRASILEÑA)
» CARLOS DRUMMOND DE ANDRADE (Brasil, 31/10/ 1902 – 17/08/ 1987)
» FERNANDO PESSOA II (13/ 06/1888- 30/11/1935) )
» JULIO VERNE (1828-1905)
» 2017-05-02 a 2017-08-21 SOMBRAS ADORMECIDAS: EL ILUSTRADO