Aires de Libertad

¿Quieres reaccionar a este mensaje? Regístrate en el foro con unos pocos clics o inicia sesión para continuar.

https://www.airesdelibertad.com

Leer, responder, comentar, asegura la integridad del espacio que compartes, gracias por elegirnos y participar

Estadísticas

Nuestros miembros han publicado un total de 1051060 mensajes en 47940 argumentos.

Tenemos 1579 miembros registrados

El último usuario registrado es Roberto Canales Camacho

¿Quién está en línea?

En total hay 214 usuarios en línea: 0 Registrados, 0 Ocultos y 214 Invitados :: 3 Motores de búsqueda

Ninguno


El record de usuarios en línea fue de 1156 durante el Mar 05 Dic 2023, 16:39

Últimos temas

» POETAS LATINOAMERICANOS
AFFONSO ROMANO DE SANTA'ANNA (1937- - Página 6 EmptyHoy a las 19:29 por Maria Lua

» LA POESIA MÍSTICA DEL SUFISMO. LA CONFERENCIA DE LOS PÁJAROS.
AFFONSO ROMANO DE SANTA'ANNA (1937- - Página 6 EmptyHoy a las 19:22 por Maria Lua

» EDUARDO GALEANO (1940-2015)
AFFONSO ROMANO DE SANTA'ANNA (1937- - Página 6 EmptyHoy a las 19:18 por Maria Lua

» CLARICE LISPECTOR II ( ESCRITORA BRASILEÑA)
AFFONSO ROMANO DE SANTA'ANNA (1937- - Página 6 EmptyHoy a las 19:12 por Maria Lua

» MARIO QUINTANA ( Brasil: 30/07/1906 -05/05/1994)
AFFONSO ROMANO DE SANTA'ANNA (1937- - Página 6 EmptyHoy a las 19:11 por Maria Lua

» CECILIA MEIRELES ( POETA BRASILEÑA)
AFFONSO ROMANO DE SANTA'ANNA (1937- - Página 6 EmptyHoy a las 19:09 por Maria Lua

» CARLOS DRUMMOND DE ANDRADE (Brasil, 31/10/ 1902 – 17/08/ 1987)
AFFONSO ROMANO DE SANTA'ANNA (1937- - Página 6 EmptyHoy a las 19:06 por Maria Lua

»  FERNANDO PESSOA II (13/ 06/1888- 30/11/1935) )
AFFONSO ROMANO DE SANTA'ANNA (1937- - Página 6 EmptyHoy a las 19:02 por Maria Lua

» JULIO VERNE (1828-1905)
AFFONSO ROMANO DE SANTA'ANNA (1937- - Página 6 EmptyHoy a las 19:00 por Maria Lua

» 2017-05-02 a 2017-08-21 SOMBRAS ADORMECIDAS: EL ILUSTRADO
AFFONSO ROMANO DE SANTA'ANNA (1937- - Página 6 EmptyHoy a las 15:08 por Pedro Casas Serra

Julio 2024

LunMarMiérJueVieSábDom
1234567
891011121314
15161718192021
22232425262728
293031    

Calendario Calendario

Conectarse

Recuperar mi contraseña

Galería


AFFONSO ROMANO DE SANTA'ANNA (1937- - Página 6 Empty

3 participantes

    AFFONSO ROMANO DE SANTA'ANNA (1937-

    Maria Lua
    Maria Lua
    Administrador-Moderador
    Administrador-Moderador


    Cantidad de envíos : 71951
    Fecha de inscripción : 12/04/2009
    Localización : Nova Friburgo / RJ / Brasil

    AFFONSO ROMANO DE SANTA'ANNA (1937- - Página 6 Empty Re: AFFONSO ROMANO DE SANTA'ANNA (1937-

    Mensaje por Maria Lua Miér 14 Feb 2024, 08:35

    “OS DESAPARECIDOS"

    De repente, naqueles dias, começaram
    a desaparecer pessoas, estranhamente.
    Desaparecia-se. Desaparecia-se muito
    naqueles dias.

    Ia-se colher a flor oferta
    e se esvanecia.
    Eclipsava-se entre um endereço e outro
    ou no táxi que se ia.
    Culpado ou não, sumia-se
    ao regressar do escritório ou da orgia.
    Entre um trago de conhaque
    e um aceno de mão, o bebedor sumia.
    Evaporava o pai
    ao encontro da filha que não via.
    Mães segurando filhos e compras,
    gestantes com tricô ou grupos de estudantes
    desapareciam.
    Desapareciam amantes em pleno beijo
    e médicos em meio à cirurgia.
    Mecânicos se diluíam
    - mal ligavam o torno do dia.

    Desaparecia-se. Desaparecia-se muito
    naqueles dias.
    Desaparecia-se a olhos vistos
    e não era miopia. Desaparecia-se
    até a primeira vista. Bastava
    que alguém visse um desaparecido
    e o desaparecido desaparecia.
    Desaparecia o mais conspícuo
    e o mais obscuro sumia.
    Até deputados e presidentes esvaneciam.
    Sacerdotes, igualmente, levitando
    iam, arefeitos, constatar no além,
    como os pescadores partiam.

    Desaparecia-se. Desaparecia-se muito
    naqueles dias.
    Os atores no palco
    entre um gesto e outro, e os da platéia
    enquanto riam.
    Não, não era fácil ser poeta naqueles dias.
    Porque os poetas, sobretudo
    - desapareciam.

    Se fosse ao tempo da Bíblia, eu diria
    que carros de fogo arrebatavam os mais puros
    em mística euforia. Não era. É ironia.
    E os que estavam perto, em pânico, fingiam
    que não viam. Se abstraíam.
    Continuavam seu baralho a conversar demências
    com o ausente, como se ele estivesse ali sorrindo
    com suas roupas e dentes.

    Em toda família à mesa havia
    uma cadeira vazia, a qual se dirigiam.
    Servia-se comida fria ao extinguido parente
    e isto alimentava ficções
    - nas salas e mentes
    enquanto no palácio, remorsos vivos boiavam
    - na sopa do presidente.

    As flores olhando a cena, não compreendiam.
    Indagavam dos pássaros, que emudeciam.
    As janelas das casas, mal podiam crer
    - no que viam.
    As pedras, no entanto,
    gravavam os nomes dos fantasmas
    pois sabiam que quando chegasse a hora
    por serem pedras, falariam.

    O desaparecido é como um rio:
    - se tem nascente, tem foz.
    Se teve corpo, tem ou terá voz.
    Não há verme que em sua fome
    roa totalmente um nome. O nome
    habita as vísceras da fera
    Como a vítima corrói o algoz.

    E surgiam sinais precisos
    de que os desaparecidos, cansados
    de desaparecerem vivos
    iam aparecer mesmo mortos
    florescendo com seus corpos
    a primavera de ossos.

    Brotavam troncos de árvores,
    rios, insetos e nuvens em cujo porte se viam
    vestígios dos que sumiam.

    Os desaparecidos, enfim,
    amadureciam sua morte.

    Desponta um dia uma tíbia
    na crosta fria dos dias
    e no subsolo da história
    - coberto por duras botas,
    faz-se amarga arqueologia.

    A natureza, como a história,
    segrega memória e vida
    e cedo ou tarde desova
    a verdade sobre a aurora.

    Não há cova funda
    que sepulte
    - a rasa covardia.
    Não há túmulo que oculte
    os frutos da rebeldia.

    Cai um dia em desgraça
    a mais torpe ditadura
    quando os vivos saem à praça
    e os mortos da sepultura.


    _________________



    AFFONSO ROMANO DE SANTA'ANNA (1937- - Página 6 Marialuaf


    "Ser como un verso volando
    o un ciego soñando
    y en ese vuelo y en ese sueño
    compartir contigo sol y luna,
    siendo guardián en tu cielo
    y tren de tus ilusiones."
    (Hánjel)





    AFFONSO ROMANO DE SANTA'ANNA (1937- - Página 6 Luna7
    Maria Lua
    Maria Lua
    Administrador-Moderador
    Administrador-Moderador


    Cantidad de envíos : 71951
    Fecha de inscripción : 12/04/2009
    Localización : Nova Friburgo / RJ / Brasil

    AFFONSO ROMANO DE SANTA'ANNA (1937- - Página 6 Empty Re: AFFONSO ROMANO DE SANTA'ANNA (1937-

    Mensaje por Maria Lua Miér 14 Feb 2024, 08:36

    Despedidas

    Começo a olhar as coisas
    como quem, se despedindo, se surpreende
    com a singularidade
    que cada coisa tem
    de ser e estar.
    Um beija-flor no entardecer desta montanha
    a meio metro de mim, tão íntimo,
    essas flores às quatro horas da tarde, tão cúmplices,
    a umidade da grama na sola dos pés, as estrelas
    daqui a pouco, que intimidade tenho com as estrelas
    quanto mais habito a noite!
    Nada mais é gratuito, tudo é ritual
    Começo a amar as coisas
    com o desprendimento que só têm os que amando tudo o que perderam
    já não mentem


    _________________



    AFFONSO ROMANO DE SANTA'ANNA (1937- - Página 6 Marialuaf


    "Ser como un verso volando
    o un ciego soñando
    y en ese vuelo y en ese sueño
    compartir contigo sol y luna,
    siendo guardián en tu cielo
    y tren de tus ilusiones."
    (Hánjel)





    AFFONSO ROMANO DE SANTA'ANNA (1937- - Página 6 Luna7
    Maria Lua
    Maria Lua
    Administrador-Moderador
    Administrador-Moderador


    Cantidad de envíos : 71951
    Fecha de inscripción : 12/04/2009
    Localización : Nova Friburgo / RJ / Brasil

    AFFONSO ROMANO DE SANTA'ANNA (1937- - Página 6 Empty Re: AFFONSO ROMANO DE SANTA'ANNA (1937-

    Mensaje por Maria Lua Jue 29 Feb 2024, 10:03

    Aquí yace un siglo

    donde hubo dos o tres guerras
    mundiales y millares
    de otras pequeñas guerras
    igualmente bestiales.
    Aquí yace un siglo
    donde se creyó
    que ser de izquierda
    o de derecha
    eran cuestiones centrales.
    Aquí yace un siglo
    que casi se esfumó en la nube atómica.
    Se salvó por suerte
    y por los pacifistas
    con su homeopática
    actitud
    - nux vómica.
    Aquí yace un siglo
    que un muro dividió.
    Un siglo de concreto
    armado, canceroso,
    drogado, apestado,
    que al fin sobrevivió
    a las bacterias que parió.
    Aquí yace un siglo
    que se abismó
    con las estrellas
    Epitafio para el siglo XX
    en las telas
    y que el suicidio
    de supernuevas
    contempló.
    Un siglo filmado
    que el viento se llevó.
    Aquí yace un siglo
    semiótico y despótico,
    que se creyó dialéctico
    y fue sidoso y patético.
    Un siglo que decretó
    la muerte de Dios, la muerte de la História,
    la muerte del hombre, en que se pisó la luna
    y se murió de hambre.
    Aquí yace un siglo
    que oponiendo clase a clase
    casi se desclasificó.
    Siglo lleno de anatemas,
    antenas, siberias y gestapos
    e ideológicas safenas;
    siglo tecnicolor
    que todo transplantó
    y el blanco con el negro
    a la fuerza juntó.
    Aquí yace un siglo
    que se echó en el diván.
    Siglo narciso & esquizo
    que no pudo computar
    sus neologismos.
    Siglo vanguardista,
    marxista, guerrillero,
    terrorista, freudiano,
    proustiano, joyceano,
    borges-kafkiano.
    Siglo de hippies y utopías
    que en un chip entrarían.
    Aquí yace un siglo
    que se llamó moderno
    y mirando soberbio
    el pasado y el futuro
    se creyó eterno;
    siglo que de sí
    hizo tal alarde
    y, sin embargo,
    - se va ya muy tarde.
    Fué duro atravesarlo,
    Muchas veces morí, otras
    quise volver al XVIII,
    o al XVI, saltar al XXI, salir de aquí
    ¿a qué lugar?
    - Ninguno.
    Piedad de nos, oh vosotros,
    que en otros tiempos nos juzgáis
    desde la amena galaxia
    en que irónicos estáis.
    Piedad de nos,
    -modernos medievalespiedad de nos, como Villon
    y Brecht, que por mi voz
    de nuevo imploran. Piedad
    de los que en este siglo vivieron
    per omnia saécula saeculorum.


    https://www.arquitrave.com/arquitraveantes/libreria/librospdf/affonso_romano.pdf



    _________________



    AFFONSO ROMANO DE SANTA'ANNA (1937- - Página 6 Marialuaf


    "Ser como un verso volando
    o un ciego soñando
    y en ese vuelo y en ese sueño
    compartir contigo sol y luna,
    siendo guardián en tu cielo
    y tren de tus ilusiones."
    (Hánjel)





    AFFONSO ROMANO DE SANTA'ANNA (1937- - Página 6 Luna7
    Maria Lua
    Maria Lua
    Administrador-Moderador
    Administrador-Moderador


    Cantidad de envíos : 71951
    Fecha de inscripción : 12/04/2009
    Localización : Nova Friburgo / RJ / Brasil

    AFFONSO ROMANO DE SANTA'ANNA (1937- - Página 6 Empty Re: AFFONSO ROMANO DE SANTA'ANNA (1937-

    Mensaje por Maria Lua Jue 07 Mar 2024, 20:55

    OSTRA

    Estou num trabalho de ostra.
    A areia entrou-me na concha
    na carne.

    Sangro.

    Mas não se vê. O mar é grande
    e a pérola
    é pequena
    embora reluza
    como um poema.


    ****************


    OSTRA

    Estoy en un trabajo de ostra
    La arena se metió en mi caparazón
    en la carne.

    Sangro.

    Pero no se puede ver. El mar es grande
    y la perla
    es pequeña
    aunque brilla
    como un poema.


    _________________



    AFFONSO ROMANO DE SANTA'ANNA (1937- - Página 6 Marialuaf


    "Ser como un verso volando
    o un ciego soñando
    y en ese vuelo y en ese sueño
    compartir contigo sol y luna,
    siendo guardián en tu cielo
    y tren de tus ilusiones."
    (Hánjel)





    AFFONSO ROMANO DE SANTA'ANNA (1937- - Página 6 Luna7
    Maria Lua
    Maria Lua
    Administrador-Moderador
    Administrador-Moderador


    Cantidad de envíos : 71951
    Fecha de inscripción : 12/04/2009
    Localización : Nova Friburgo / RJ / Brasil

    AFFONSO ROMANO DE SANTA'ANNA (1937- - Página 6 Empty Re: AFFONSO ROMANO DE SANTA'ANNA (1937-

    Mensaje por Maria Lua Dom 10 Mar 2024, 09:39

    ONDE ESTÃO?

    Onde estão estes
    que ao nosso lado
    parecem vivos
    e são tão
    televisivos?

    _Onde estão?

    Estão todos vivendo
    Morrendo
    Cheios de adjetivos.

    Onde estão esses
    que ao nosso lado
    parecem tão produtivos
    esportivos
    e cheios de adesivos?

    _Onde estão?

    Estão todos vivendo
    Morrendo
    Comercialmente
    Ativos.

    Onde estão estes
    que ao nosso lado
    parecem tão livres
    e atrativos
    com seus dentes
    e risos?

    Onde estão?

    Estão todos vivendo
    morrendo
    prosaicamente
    cativos.

    Onde estão esses
    que ao nosso lado
    parecem tão passivos
    com ar silencioso
    e corrosivo?

    Onde estão?

    Estão apenas vivendo
    morrendo
    como sub ser vivos.



    ****************


    ¿DONDE ESTÀN?

    Donde están esos
    que a nuestro lado
    parecen vivos
    y son tan
    televisivos?

    _¿Donde están?

    todos están viviendo
    Muriendo
    Lleno de adjetivos.

    Donde están esos
    que a nuestro lado
    parecen tan productivos
    Deportivos
    y lleno de pegatinas?

    _¿Donde están?

    todos están viviendo
    Muriendo
    Comercialmente
    Activos.

    Donde están esos
    que a nuestro lado
    parecen tan libres
    y atractivos
    con tus dientes
    y risas?

    ¿Donde están?

    todos están viviendo
    muriendo
    prosaicamente
    cautivos.

    Donde están esos
    que a nuestro lado
    Parece tan pasivos
    con aire silencioso
    y corrosivo?

    ¿Donde están?

    ellos solo están viviendo
    muriendo
    como sb seres vivos.


    _________________



    AFFONSO ROMANO DE SANTA'ANNA (1937- - Página 6 Marialuaf


    "Ser como un verso volando
    o un ciego soñando
    y en ese vuelo y en ese sueño
    compartir contigo sol y luna,
    siendo guardián en tu cielo
    y tren de tus ilusiones."
    (Hánjel)





    AFFONSO ROMANO DE SANTA'ANNA (1937- - Página 6 Luna7
    Maria Lua
    Maria Lua
    Administrador-Moderador
    Administrador-Moderador


    Cantidad de envíos : 71951
    Fecha de inscripción : 12/04/2009
    Localización : Nova Friburgo / RJ / Brasil

    AFFONSO ROMANO DE SANTA'ANNA (1937- - Página 6 Empty Re: AFFONSO ROMANO DE SANTA'ANNA (1937-

    Mensaje por Maria Lua Sáb 16 Mar 2024, 08:54

    Arte-final



    Não basta um grande amor
    para fazer poemas.
    E o amor dos artistas, não se enganem,
    não é mais belo
    que o amor da gente.
    O grande amante é aquele que silente
    se aplica a escrever com o corpo
    o que seu corpo deseja e sente.
    Uma coisa é a letra,
    e outra o ato,
    quem toma uma por outra
    confunde e mente.




    ***********


    Arte final



    Un gran amor no es suficiente
    para hacer poemas.
    Y el amor de los artistas, no se equivoquen,
    no es más bello
    que el amor de la gente.
    El gran amante es el que en silencio
    se aplica a escribir con el cuerpo
    lo que tu cuerpo quiere y siente.
    Una cosa es la letra,
    y otra el acto,
    que toma uno por otro
    confunde y miente.


    _________________



    AFFONSO ROMANO DE SANTA'ANNA (1937- - Página 6 Marialuaf


    "Ser como un verso volando
    o un ciego soñando
    y en ese vuelo y en ese sueño
    compartir contigo sol y luna,
    siendo guardián en tu cielo
    y tren de tus ilusiones."
    (Hánjel)





    AFFONSO ROMANO DE SANTA'ANNA (1937- - Página 6 Luna7
    Maria Lua
    Maria Lua
    Administrador-Moderador
    Administrador-Moderador


    Cantidad de envíos : 71951
    Fecha de inscripción : 12/04/2009
    Localización : Nova Friburgo / RJ / Brasil

    AFFONSO ROMANO DE SANTA'ANNA (1937- - Página 6 Empty Re: AFFONSO ROMANO DE SANTA'ANNA (1937-

    Mensaje por Maria Lua Sáb 23 Mar 2024, 10:02

    A Morte Vizinha


    Estou jogando água nas plantas
    com o olhar no azul do mar
    e minha vizinha está morta.
    Sozinho em casa, improviso um almoço
    e a morta vizinha já não come.
    Comprei jornais
    que a morta vizinha já não lê.
    A morta vizinha
    a morte vizinha
    a minha morte
    que se avizinha.


    _________________



    AFFONSO ROMANO DE SANTA'ANNA (1937- - Página 6 Marialuaf


    "Ser como un verso volando
    o un ciego soñando
    y en ese vuelo y en ese sueño
    compartir contigo sol y luna,
    siendo guardián en tu cielo
    y tren de tus ilusiones."
    (Hánjel)





    AFFONSO ROMANO DE SANTA'ANNA (1937- - Página 6 Luna7
    Maria Lua
    Maria Lua
    Administrador-Moderador
    Administrador-Moderador


    Cantidad de envíos : 71951
    Fecha de inscripción : 12/04/2009
    Localización : Nova Friburgo / RJ / Brasil

    AFFONSO ROMANO DE SANTA'ANNA (1937- - Página 6 Empty Re: AFFONSO ROMANO DE SANTA'ANNA (1937-

    Mensaje por Maria Lua Vie 29 Mar 2024, 13:33

    Preciso do teu silêncio
    cúmplice
    sobre minhas falhas.
    Não fale.
    Um sopro, a menor vogal
    pode me desamparar.
    E se eu abrir a boca
    minha alma vai rachar.
    O silêncio, aprendo,
    pode construir. É um modo
    denso/tenso
    – de coexistir.
    Calar, às vezes,
    é fina forma de amar



    **************


    Necesito tu silencio
    cómplice
    sobre mis errores.
    No hables.
    Un suspiro, la vocal más pequeña.
    puede abandonarme.
    Y si abro la boca
    mi alma se romperá.
    El silencio, aprendo,
    puede construir. Es una manera
    densa/tensa
    – de coexistir.
    Callar a veces
    es una fina forma de amar


    _________________



    AFFONSO ROMANO DE SANTA'ANNA (1937- - Página 6 Marialuaf


    "Ser como un verso volando
    o un ciego soñando
    y en ese vuelo y en ese sueño
    compartir contigo sol y luna,
    siendo guardián en tu cielo
    y tren de tus ilusiones."
    (Hánjel)





    AFFONSO ROMANO DE SANTA'ANNA (1937- - Página 6 Luna7
    Maria Lua
    Maria Lua
    Administrador-Moderador
    Administrador-Moderador


    Cantidad de envíos : 71951
    Fecha de inscripción : 12/04/2009
    Localización : Nova Friburgo / RJ / Brasil

    AFFONSO ROMANO DE SANTA'ANNA (1937- - Página 6 Empty Re: AFFONSO ROMANO DE SANTA'ANNA (1937-

    Mensaje por Maria Lua Dom 31 Mar 2024, 09:38

    Poemas para a Amiga


    (Fragmento 2)


    Eu sei quando te amo:
    é quando com teu corpo eu me confundo,
    não apenas nesta mistura de massa e forma,
    mas quando na tua alma eu me introduzo
    e sinto que meu sangue corre em ti,
    e tudo que é teu corpo
    não é que um corpo meu
    que se alongou de mim.
    Eu sei quando te amo:
    é quando eu te apalpo e não te sinto,
    e sinto que a mim mesmo então me abraço,
    a mim
    que amo e sou um duplo,
    eu mesmo
    e o corpo teu pulsando em mim.





    *****************


    Poemas para la Amiga


    (Fragmento 2)


    Sé cuando te amo:
    Ahí es cuando me confundo con tu cuerpo,
    no sólo en esta mezcla de masa y forma,
    pero cuando en tu alma me introduzco
    y siento que mi sangre corre en ti,
    y todo lo que es tu cuerpo
    No es que mi cuerpo
    que se alargó en mí.
    Sé cuando te amo:
    Es cuando te toco y no te siento,
    y siento que me abrazo,
    a mi
    que amo y soy un doble,
    Yo mismo
    y tu cuerpo palpitando en mí.


    _________________



    AFFONSO ROMANO DE SANTA'ANNA (1937- - Página 6 Marialuaf


    "Ser como un verso volando
    o un ciego soñando
    y en ese vuelo y en ese sueño
    compartir contigo sol y luna,
    siendo guardián en tu cielo
    y tren de tus ilusiones."
    (Hánjel)





    AFFONSO ROMANO DE SANTA'ANNA (1937- - Página 6 Luna7
    Maria Lua
    Maria Lua
    Administrador-Moderador
    Administrador-Moderador


    Cantidad de envíos : 71951
    Fecha de inscripción : 12/04/2009
    Localización : Nova Friburgo / RJ / Brasil

    AFFONSO ROMANO DE SANTA'ANNA (1937- - Página 6 Empty Re: AFFONSO ROMANO DE SANTA'ANNA (1937-

    Mensaje por Maria Lua Jue 04 Abr 2024, 10:41

    Arte-final

    Não basta um grande amor
    para fazer poemas.
    E o amor dos artistas, não se enganem,
    não é mais belo
    que o amor da gente.
    O grande amante é aquele que silente
    se aplica a escrever com o corpo
    o que seu corpo deseja e sente.
    Uma coisa é a letra,
    e outra o ato,
    quem toma uma por outra
    confunde e mente.



    **************


    Arte final

    Ul gran amor no es suficiente
    para hacer poemas.
    Y el amor de los artistas, no os equivocais,
    no es más bello
    que nuestro amor.
    El gran amante es el que en silencio
    se aplica a escribir con el cuerpo
    lo que su cuerpo quiere y siente.
    Una cosa es la letra
    y otra el acto,
    quien toma uno por otro
    confunde y miente.


    _________________



    AFFONSO ROMANO DE SANTA'ANNA (1937- - Página 6 Marialuaf


    "Ser como un verso volando
    o un ciego soñando
    y en ese vuelo y en ese sueño
    compartir contigo sol y luna,
    siendo guardián en tu cielo
    y tren de tus ilusiones."
    (Hánjel)





    AFFONSO ROMANO DE SANTA'ANNA (1937- - Página 6 Luna7
    Maria Lua
    Maria Lua
    Administrador-Moderador
    Administrador-Moderador


    Cantidad de envíos : 71951
    Fecha de inscripción : 12/04/2009
    Localización : Nova Friburgo / RJ / Brasil

    AFFONSO ROMANO DE SANTA'ANNA (1937- - Página 6 Empty Re: AFFONSO ROMANO DE SANTA'ANNA (1937-

    Mensaje por Maria Lua Dom 14 Abr 2024, 14:20

    Nada mudou em essência.

    Cantamos parabéns nas festas,
    discutimos futebol na esquina
    morremos em estúpidos desastres
    e volta e meia
    um de nós olha o céu quando estrelado
    com o mesmo pasmo das cavernas.
    E cada geração , insolente,
    continua a achar
    que vive no ápice da história.



    **************


    En esencia, nada ha cambiado.

    Cantamos feliz cumpleaños en las fiestas,
    hablamos de futbol en la esquina
    morimos en estúpidos desastres
    y de vez en cuando
    Uno de nosotros mira al cielo cuando está estrellado.
    con el mismo asombro que en las cuevas.
    Y cada generación, insolente,
    sigue pensando
    que vive en la cúspide de la historia.


    _________________



    AFFONSO ROMANO DE SANTA'ANNA (1937- - Página 6 Marialuaf


    "Ser como un verso volando
    o un ciego soñando
    y en ese vuelo y en ese sueño
    compartir contigo sol y luna,
    siendo guardián en tu cielo
    y tren de tus ilusiones."
    (Hánjel)





    AFFONSO ROMANO DE SANTA'ANNA (1937- - Página 6 Luna7
    Maria Lua
    Maria Lua
    Administrador-Moderador
    Administrador-Moderador


    Cantidad de envíos : 71951
    Fecha de inscripción : 12/04/2009
    Localización : Nova Friburgo / RJ / Brasil

    AFFONSO ROMANO DE SANTA'ANNA (1937- - Página 6 Empty Re: AFFONSO ROMANO DE SANTA'ANNA (1937-

    Mensaje por Maria Lua Vie 26 Abr 2024, 18:11

    Confluência


    Ter-te amado, a fantasia exata se cumprindo
    sem distância.
    Ter-te amado convertendo em mel
    o que era ânsia.
    Ter-te amado a boca, o tato, o cheiro:
    intumescente encontro de reentrâncias.
    Ter-te amado
    fez-me sentir:

    no corpo teu, o meu desejo
    – é ancorada errância.




    **********



    Confluencia


    Haberte amado, cumplindose la fantasía exacta
    sin distancia.
    Haberte amado convirtiéndote en miel
    lo que era ansia
    Haberte amado la boca, el tacto, el olor:
    encuentro tumescente de recovecos.
    haberte amado
    Me hizo sentir:

    en tu cuerpo, mi deseo
    – está anclado la errancia.


    _________________



    AFFONSO ROMANO DE SANTA'ANNA (1937- - Página 6 Marialuaf


    "Ser como un verso volando
    o un ciego soñando
    y en ese vuelo y en ese sueño
    compartir contigo sol y luna,
    siendo guardián en tu cielo
    y tren de tus ilusiones."
    (Hánjel)





    AFFONSO ROMANO DE SANTA'ANNA (1937- - Página 6 Luna7
    Maria Lua
    Maria Lua
    Administrador-Moderador
    Administrador-Moderador


    Cantidad de envíos : 71951
    Fecha de inscripción : 12/04/2009
    Localización : Nova Friburgo / RJ / Brasil

    AFFONSO ROMANO DE SANTA'ANNA (1937- - Página 6 Empty Re: AFFONSO ROMANO DE SANTA'ANNA (1937-

    Mensaje por Maria Lua Jue 16 Mayo 2024, 12:48

    Ali o poema
    olhado de binóculo
    — só de longe tocado —
    e o autor, falso piloto
    largado na pista ou salas
    do aeroporto, atrás do vidro,
    enquanto o texto
    levanta seu vôo cego
    com o radar da emoção.

    Enfim,
    um poema que vira pássaro
    onde termina a mão
    ou avião desgovernado
    que ilude o autor e a pista
    e explode na escuridão



    ****************


    Allí el poema
    mirando a través de prismáticos
    — sólo tocado desde lejos —
    y el autor, falso piloto
    echado en la pista o salas
    del aeropuerto, detrás del cristal,
    mientras el texto
    levanta tu vuelo ciego
    con el radar de la emoción.

    al final,
    un poema que se convierte en pájaro
    donde termina la mano
    o avión fuera de control
    que se le escapa al autor y la pista
    y explota en la oscuridad


    _________________



    AFFONSO ROMANO DE SANTA'ANNA (1937- - Página 6 Marialuaf


    "Ser como un verso volando
    o un ciego soñando
    y en ese vuelo y en ese sueño
    compartir contigo sol y luna,
    siendo guardián en tu cielo
    y tren de tus ilusiones."
    (Hánjel)





    AFFONSO ROMANO DE SANTA'ANNA (1937- - Página 6 Luna7
    Maria Lua
    Maria Lua
    Administrador-Moderador
    Administrador-Moderador


    Cantidad de envíos : 71951
    Fecha de inscripción : 12/04/2009
    Localización : Nova Friburgo / RJ / Brasil

    AFFONSO ROMANO DE SANTA'ANNA (1937- - Página 6 Empty Re: AFFONSO ROMANO DE SANTA'ANNA (1937-

    Mensaje por Maria Lua Sáb 18 Mayo 2024, 17:43

    Balada dos Casais

    Os casais são tão iguais,
    por isto se casam
    e anunciam nos jornais.
    Os casais são tão iguais,
    por isto se beijam
    fazem filhos, se separam
    prometendo
    não se casarem jamais.
    Os casais são tão iguais,
    que além de trocar fraldas,
    tirar fotos, acabam se tornando
    avós e pais.
    Os casais são tão iguais,
    que se amam e se insultam
    e se matam na realidade
    e nos filmes policiais.
    Os casais são tão iguais,
    que embora jurem um ao outro
    amor eterno
    sempre querem mais.




    ****************


    Balada de las parejas

    Las parejas son tan iguales
    Por eso se casan
    y anuncian en los periódicos.
    Las parejas son tan parecidas
    por eso se besan
    tienen hijos, se separan
    y prometen
    nunca volver a casar.
    Las parejas son tan  iguales
    que además de cambiar pañales,
    tomar fotos, terminan convirtiéndose
    en abuelos y padres.
    Las parejas son tan  iguales
    que se aman y se insultan
    y se matan en la realidad
    y en las películas policiales.
    Las parejas son tan  iguales
    que aunque se juran el uno al otro
    amor eterno
    siempre quieren más.


    _________________



    AFFONSO ROMANO DE SANTA'ANNA (1937- - Página 6 Marialuaf


    "Ser como un verso volando
    o un ciego soñando
    y en ese vuelo y en ese sueño
    compartir contigo sol y luna,
    siendo guardián en tu cielo
    y tren de tus ilusiones."
    (Hánjel)





    AFFONSO ROMANO DE SANTA'ANNA (1937- - Página 6 Luna7
    Maria Lua
    Maria Lua
    Administrador-Moderador
    Administrador-Moderador


    Cantidad de envíos : 71951
    Fecha de inscripción : 12/04/2009
    Localización : Nova Friburgo / RJ / Brasil

    AFFONSO ROMANO DE SANTA'ANNA (1937- - Página 6 Empty Re: AFFONSO ROMANO DE SANTA'ANNA (1937-

    Mensaje por Maria Lua Jue 23 Mayo 2024, 09:13

    Limites do Amor


    Condenado estou a te amar
    nos meus limites
    até que exausta e mais querendo
    um amor total, livre das cercas,
    te despeça de mim, sofrida,
    na direção de outro amor
    que pensas ser total e total será
    nos seus limites da vida.

    O amor não se mede
    pela liberdade de se expor nas praças
    e bares, em empecilho.
    É claro que isto é bom e, às vezes,
    sublime.
    Mas se ama também de outra forma, incerta,
    e este o mistério:

    - ilimitado o amor às vezes se limita,
    proibido é que o amor às vezes se liberta.


    _________________



    AFFONSO ROMANO DE SANTA'ANNA (1937- - Página 6 Marialuaf


    "Ser como un verso volando
    o un ciego soñando
    y en ese vuelo y en ese sueño
    compartir contigo sol y luna,
    siendo guardián en tu cielo
    y tren de tus ilusiones."
    (Hánjel)





    AFFONSO ROMANO DE SANTA'ANNA (1937- - Página 6 Luna7
    Maria Lua
    Maria Lua
    Administrador-Moderador
    Administrador-Moderador


    Cantidad de envíos : 71951
    Fecha de inscripción : 12/04/2009
    Localización : Nova Friburgo / RJ / Brasil

    AFFONSO ROMANO DE SANTA'ANNA (1937- - Página 6 Empty Re: AFFONSO ROMANO DE SANTA'ANNA (1937-

    Mensaje por Maria Lua Sáb 01 Jun 2024, 09:27

    Los hombres aman la guerra

    Los hombres aman la guerra. Por eso
    se arman alegres en coro y colores
    para el dudoso deporte de la muerte.

    Aman y no lo disfrazan.
    Alardean ese amor en las plazas,
    crean manuales y escuelas
    alzando banderas y recogiendo cajones
    entonando slogans y sepultando canciones.

    Los hombres aman la guerra. Pero no la aman
    solo con el coraje del atleta
    y el orgulho militar, sino con la piadosa
    voz del sacerdote, que antes del combate
    -sirve la Hostia de la Muerte.

    Fué así en Crimea y Troya
    en Eritrea y Angola
    en Mongolia y Argelia
    en Siberia y Ahora.

    Los hombres aman la guerra
    y mal soportan la paz.

    Los hombres aman la guerra, profana
    o santa, lo mismo dá.

    Los hombres tienen la guerra como amante
    aunque desposen la paz.

    ¡Y que arrobos, Dios mio! En ese encuentro voraz,
    ¡qué placeres, qué gemidos, qué eyes!
    qué sublimes perversiones urdidas
    en la mortaja de las sábanas, agostando
    la cama o campo de batalla.

    Durante siglos pensé
    que la guerra sería el desvío
    y la paz la ruta. Me equivoqué. Son paralelas,
    márgenes de un mismo río, la mano y el guante,
    el pie y la bota. Más que gemelas,
    son siamesas, par e impar, suerte y pesar
    son el uróboro-serpiente circular
    devorándonos eternamente.

    La guerra no es un intervalo
    es parte del espectáculo, y no sólo es tragedia,
    es comedia, real o popular.
    La guerra no es cruel imprevisto.
    Es reincidente vicio. Es un rito
    lleno de riesgos. Por eso
    es mejor que el circo:
    -es donde el alegre trapecista
    vestido de kamikase
    salta sin red ni soporte,
    se quiebran todos los platos
    y el contorsionista se parte
    en el Kamasutra de la Muerte.

    Pero la guerra no es el revés de la paz,
    es su cuna, y seno complementario.
    Y el horror no es el reves del velo. El horror
    no es oscuro, es la contrapartida de la luz,
    Lúcifer es Luzbel, brilla como Gabriel
    y el terror seduce. Nada más seductor
    -que Cristo muera en la cruz.
    Por lo tanto, la guerra no es sólo misa
    que oficia el padre, ciencia
    que alucina al sabio, deporte

    Que fascina al fuerte. La guerra es arte.
    Por eso con ardor de vanguardistas
    frecuentamos la Bienal del Horror
    e inauguramos la Bauhaus de la Muerte.

    Pero sobre la carnicería no hay cuervos,
    chacales, buitres, hienas.
    Hay lindas garzas de alumínio, serenas
    en un electrónico ballet.

    Tal vez fuese la danza de la muerte, patética.
    Pero no lo es. Apenas es otra lección de estética.
    Por eso los soldados modernos
    son como médicos e ingenieros
    y ningún ministro de guerra
    usa ropa de carnicero.

    Guerra es guerra
    -decía el invasor violento
    violando la monja en el convento.
    Guerra es guerra
    -decía la estatua del almirante
    con su boca de cemento.
    Guerra es guerra
    -decimos en el radar
    degustando al enemigo
    al norte del paladar.
    Por lo tanto, no es preciso disfrazar
    el amor a la guerra, con historias de amor a la Patria
    y defensa del hogar. Amamos la guerra
    y la paz, en bigamia ejemplar.
    Yo, poeta moderno y el eterno Baudelaire,
    Yo y hasta vos, hypocrite lecteur
    Mon semblable, mon frère.

    Queremos la batalla, aviones en llamas
    navíos hundiéndose, el espectacular enfrentamiento
    de mañana abrimos visceras de peces
    con la punta de las bayonetas,
    y al son del culinario clarín
    hundimos nuestras adargas en los cerdos
    y adornamos de medallas
    -los muertos sobre la mesa.

    Si es posible, la carne limpia, sin sangre
    que el misill, lanzado a la distancia,
    en silencio, no salpique nuestra ropa.
    Pero si fuera preciso un “baño de sangre”,
    como decía Terencio: “Soy humano
    y nada de lo que es humano me es extraño”
    La muerte y la guerra, por lo tanto
    ya no me agarran de sorpresa.
    Tallo su esfigie en la piedra
    como si el dado de mi suerte
    ya no rodase al azar.
    Como si pasase del blanco
    al negro y al blanco retornase
    sin ensombrecerme jamás.

    Que venga la guerra. Cruel. Total.
    el atómico clarín y la génesis del fin.
    Cauto como conviene a los sabios,
    primero gritaré contra ese hecho.
    Pero voraz, como conviene a la especie,
    al ver que invaden mis huertas
    de la hojas del banano inventaré
    la ideológica bandera
    y haré estallar el cuerpo de mi enemigo
    antes que ataque.

    Y si el no tira, ni viene, aprovecho
    su descuido de hombre débil, invado su casa
    realizando mi hambre de canibal
    rugiendo bajo mi máscara de hombre.

    -Terrible es tu discurso, poeta!
    escucho a alguien decir.
    Terrible fue elaborarlo,
    ahora me siento libre.
    La muerte y la guerra
    ya no me pueden alarmar.
    Como Édipo perplejo
    las descifré en mis vísceras
    antes que la dudosa esfinge
    me pudiese devorar.

    Ni cínico ni triste. Animal
    humano, voy en marcha, danzas, rezos
    para el gran carnaval.
    Soldado, penitente, poeta
    -la paz y la guerra, la vida y la muerte
    me aguardan
    -en un atómico funeral.

    ¿Se acabará la especie humana sobre la Tierra?
    No. Han de sobrar un nuevo Adán y Eva
    para rehacer el amor, y dos hermanos:
    -Caín y Abel
    -para reinventar la guerra.




    Affonso Romano de Sant’Anna ( Belo Horizonte, 1937), hizo estudios de Letras en su ciudad natal y desde muy joven se dedicó al periodismo. Algunos de sus libros de poesía son : Poesía y palabra (1965), Poesía sobre poesía (1975), ¿Qué país es éste? (1980), La catedral de Colonia y otros poemas (1985), La poesía posible (1987) y Al lado izquierdo de mi pecho(1993). El poema que publicamos fue traducido por Nahuel Santana.



    https://arquitrave.com/archivo_revista/enlace8octubre03.htm


    _________________



    AFFONSO ROMANO DE SANTA'ANNA (1937- - Página 6 Marialuaf


    "Ser como un verso volando
    o un ciego soñando
    y en ese vuelo y en ese sueño
    compartir contigo sol y luna,
    siendo guardián en tu cielo
    y tren de tus ilusiones."
    (Hánjel)





    AFFONSO ROMANO DE SANTA'ANNA (1937- - Página 6 Luna7
    Maria Lua
    Maria Lua
    Administrador-Moderador
    Administrador-Moderador


    Cantidad de envíos : 71951
    Fecha de inscripción : 12/04/2009
    Localización : Nova Friburgo / RJ / Brasil

    AFFONSO ROMANO DE SANTA'ANNA (1937- - Página 6 Empty Re: AFFONSO ROMANO DE SANTA'ANNA (1937-

    Mensaje por Maria Lua Sáb 01 Jun 2024, 09:29

    El sueño



    ¿Te ocultas? ¿Te desvaneces?
    Sé que eres, viajero,
    chispa, perla y ola de extravío
    que se aleja y regresa con las estaciones.
    He visto tu fuego en el campo,
    tus ojos como alas y tu rostro alto como el horizonte
    que aprieta los soles y lava la afligida tierra.
    ¿Te ocultas? ¿Te desvaneces?
    He visto tu rostro en el campo,
    agua que viaja por las raíces
    hacia sus extrañas ciudades
    en la hierba,
    en el río de las estaciones.


    _________________



    AFFONSO ROMANO DE SANTA'ANNA (1937- - Página 6 Marialuaf


    "Ser como un verso volando
    o un ciego soñando
    y en ese vuelo y en ese sueño
    compartir contigo sol y luna,
    siendo guardián en tu cielo
    y tren de tus ilusiones."
    (Hánjel)





    AFFONSO ROMANO DE SANTA'ANNA (1937- - Página 6 Luna7
    Maria Lua
    Maria Lua
    Administrador-Moderador
    Administrador-Moderador


    Cantidad de envíos : 71951
    Fecha de inscripción : 12/04/2009
    Localización : Nova Friburgo / RJ / Brasil

    AFFONSO ROMANO DE SANTA'ANNA (1937- - Página 6 Empty Re: AFFONSO ROMANO DE SANTA'ANNA (1937-

    Mensaje por Maria Lua Mar 11 Jun 2024, 13:55

    CARTA AOS MORTOS




    Amigos, nada mudou
    em essência.
    Os salários mal dão para os gastos,
    as guerras não terminaram
    e há vírus novos e terríveis,
    embora o avanço da medicina.
    Volta e meia um vizinho
    tomba morto por questão de amor.
    Há filmes interessantes, é verdade,
    e como sempre, mulheres portentosas
    nos seduzem com suas bocas e pernas,
    mas em matéria de amor
    não inventamos nenhuma posição nova.
    Alguns cosmonautas ficam no espaço
    seis meses ou mais, testando a engrenagem
    e a solidão.
    Em cada olimpíada há récordes previstos
    e nos países, avanços e recuos sociais.
    Mas nenhum pássaro mudou seu canto
    com a modernidade.


    Reencenamos as mesmas tragédias gregas,
    relemos o Quixote, e a primavera
    chega pontualmente cada ano.


    Alguns hábitos, rios e florestas
    se perderam.
    Ninguém mais coloca cadeiras na calçada
    ou toma a fresca da tarde,
    mas temos máquinas velocíssimas
    que nos dispensam de pensar.


    Sobre o desaparecimento dos dinossauros
    e a formação das galáxias
    não avançamos nada.
    Roupas vão e voltam com as modas.
    Governos fortes caem, outros se levantam,
    países se dividem
    e as formigas e abelhas continuam
    fiéis ao seu trabalho.


    Nada mudou em essência.


    Cantamos parabéns nas festas,
    discutimos futebol na esquina
    morremos em estúpidos desastres
    e volta e meia
    um de nós olha o céu quando estrelado
    com o mesmo pasmo das cavernas.
    E cada geração , insolente,
    continua a achar
    que vive no ápice da história.



    Coleção "Poesia Falada".




    ****************


    CARTA A LOS MUERTOS



    Amigos, nada cambió

    en esencia.



    Los salarios apenas cubren los gastos,

    las guerras no terminaron

    y hay virus nuevos y terribles

    pese al avance de la medicina.

    Cada cierto tiempo un vecino

    cae muerto por un asunto de amor.

    Hay películas interesantes, es verdad,

    y como siempre, mujeres portentosas

    nos seducen con sus bocas y sus piernas,

    pero en materia de amor

    no inventamos ninguna nueva posición.



    Algunos cosmonautas permanecen en el espacio

    seis meses o más, testeando el engranaje

    y la soledad.

    En cada olimpíada hay records previstos

    y en los países, avances y retrocesos sociales.

    Pero ningún pájaro modificó su canto

    con la modernidad.



    Remontamos las mismas tragedias griegas,

    releemos Don Quijote, y la primavera

    llega puntualmente cada año.



    Algunos hábitos, ríos y bosques

    se perdieron.

    Ya nadie coloca sillas en la vereda

    o toma el frescor de la tarde,

    pero tenemos máquinas velocísimas

    que nos dispensan de pensar.



    Sobre el desaparecimiento de los dinosaurios

    y la formación de las galaxias

    no avanzamos nada.

    Ropas van y vuelven según las modas.

    Gobiernos fuertes caen, otros se levantan,

    países se dividen

    y las hormigas y las abejas continúan

    fieles a su trabajo.



    Nada cambió en esencia.

    Cantamos felicidades en las fiestas,

    discutimos fútbol en la esquina

    morimos en estúpidos desastres

    y cada cierto tiempo

    uno de nosotros mira al cielo cuando estrellado

    con el mismo pasmo del hombre de las cavernas.

    Y cada generación, insolente,

    sigue hallando

    que vive en la cumbre de la historia.






    _________________



    AFFONSO ROMANO DE SANTA'ANNA (1937- - Página 6 Marialuaf


    "Ser como un verso volando
    o un ciego soñando
    y en ese vuelo y en ese sueño
    compartir contigo sol y luna,
    siendo guardián en tu cielo
    y tren de tus ilusiones."
    (Hánjel)





    AFFONSO ROMANO DE SANTA'ANNA (1937- - Página 6 Luna7
    Maria Lua
    Maria Lua
    Administrador-Moderador
    Administrador-Moderador


    Cantidad de envíos : 71951
    Fecha de inscripción : 12/04/2009
    Localización : Nova Friburgo / RJ / Brasil

    AFFONSO ROMANO DE SANTA'ANNA (1937- - Página 6 Empty Re: AFFONSO ROMANO DE SANTA'ANNA (1937-

    Mensaje por Maria Lua Sáb 22 Jun 2024, 09:12

    Affonso Romano de Santana (Brasil)



    Affonso Romano de Santana. (Brasil, 1937). Poeta, ensayista, cronista. Varias veces ha ganado el Premio Nacional de Poesía en su país. Algunos de sus libros de poesía son: Poesía y palabra (1965), Poesía sobre poesía (1975), ¿Qué país es éste? (1980), La catedral de Colonia y otros poemas (1985), La poesía posible (1987) y Al lado izquierdo de mi pecho (1993).



    ********************



    Elogio del cuerpo


    Los hay más diestros, lo sé.
    Pero con éste
    corto a tiempo el gesto oculto,
    asalto la noche, cruzo las horas
    y huyo galopando en potros verdes.

    Los hay más fuertes, lo siento.
    Pero con éste
    ataco, esquivo y agredo
    como puedo.
    Con éste parto para el combate
    y con él retorno
    –si pierdo.

    Los hay más amados, me dicen.
    Pero éste sabe dónde, y sabe cómo, y sabe cuándo
    y nunca contaría
    lo que oye y siente,
    cuando en sus lechos se entreabren otros cuerpos
    con secretos repentinos,
    floraciones de ataque y paz.

    Los hay más bellos, los veo,
    en los tonos del bronce
    y en el esplendor de mil calzadas.
    Pero éste me calza como guante
    y lo hundo entero en los abrazos
    y lo retiro intacto del espejo.

    Los hay mejores en todo, ya lo sé.
    Pero es de éste que me sirvo,
    es éste el que me dieron,
    éste el que alimento,
    con éste como, beso y fructifico
    y es con éste que fecundo mi propia muerte.






    Noticias montadas en la tv


    1. Siento meter mi mano en vuestra sangre
    para sacar poemas, pero
    seis mil antílopes están siendo abaleados en Yellowstone
    y ensucian mi cena.

    Helicópteros y tractores los siguen por la nieve
    –un antílope es demasiado oscuro si el fondo es
    blanco.
    Antílopes y hélices,
    rifle y cuerno,
    pata y bala.
    Todo es deporte.
    Giants versus Dodgers,
    Bruins versus Trojans,
    bicicleta contra tanques,
    trampa de liebre contra Napalms.

    (Dijo el gobernador del Estado de Wyoming que
    sufre al verlos abatidos en lucha desigual, sin
    escapatoria.

    Y el guardia forestal: I’m really sorry, pues nuestra
    tarea sería protegerlos. Pero habrá carne y pieles
    para los indios.)

    2. En Vietnam no corren antílopes.
    Pero, si corrieran, tendrían que morir:
    seis mil en una semana
    y más aún en la estación de lluvias.

    ¿Cómo se escondería un vietílope
    en el blanco sobre blanco?

    ¿Cómo se defendería en este paisaje
    sin los colores de la tecnocracia?

    Un vietílope corriendo en plena nieve
    es más visible cuanto más sucia es la bala.
    Los vietílopes hacen túneles
    así las bombas de gas penetren por detrás,
    se sumergen respirando por bambúes,
    pero bulldozers sedientos secan los pantanos.

    –Hay demasiados antílopes en esta área,
    es preciso diezmarlos.
    –Guerreamos porque queremos paz.
    –Si no los liquidamos
    en breve invadirán nuestros jardines.

    No obstante, el vietílope, confundido en su edad dorada,
    sustraído de su ley natural,
    continúa gestando futuras muertes en los periódicos.

    Tiro al blanco,
    tiro al palomo,
    tiro al platillo.
    –¡My gosh! ¡Cómo son veloces!
    –¡Mi reino por un vietílope!

    3. Plagas existen siempre.
    Es imposible diezmarlas
    por más clorox, ajax, solvex
    que arrojemos sobre las tierras baldías.
    Hoy, antílopes.
    Ayer, carneros en Argentina,
    canguros en Australia,
    papagayos en el Brasil colonial.

    Un día,
    tortugas en la Amazonia



    Traducciónes de John Galán Casanova






    Epitafio del siglo XX (Fragmento)



    1. Aquí yace un siglo donde hubo dos guerras mundiales y miles de otras pequeñas e igualmente bestiales.

    3. Aquí yace un siglo que casi se desvaneció en la nube atómica. Salváronlo la casualidad y los pacifistas con su homeopática actitud -nuez vómica.

    4. Aquí yace un siglo que un muro dividió Un siglo de concreto armado, canceroso, drogado, contaminado que en fin sobrevivió a las bacterias que parió.

    5. Aquí yace un siglo que se abismó con las estrellas en las pantallas y que el suicidio de supernovas contempló. Un siglo filmado que el vient se llevó.

    6. Aquí yace un siglo semiótico y despótico que se pensó dialéctico y fue patético y aidético. Un siglo que decretó la muerte de Dios la muerte de la historia la muerte del hombre en que se pisó la luna y se murió de hambre.




    Traducción: Felipe de Jesús Hernández




    Una generación va (Affonso Romano de Santanna, Brasil)




    https://www.festivaldepoesiademedellin.org/es/Festival/Antologia/affonso.html


    _________________



    AFFONSO ROMANO DE SANTA'ANNA (1937- - Página 6 Marialuaf


    "Ser como un verso volando
    o un ciego soñando
    y en ese vuelo y en ese sueño
    compartir contigo sol y luna,
    siendo guardián en tu cielo
    y tren de tus ilusiones."
    (Hánjel)





    AFFONSO ROMANO DE SANTA'ANNA (1937- - Página 6 Luna7
    Maria Lua
    Maria Lua
    Administrador-Moderador
    Administrador-Moderador


    Cantidad de envíos : 71951
    Fecha de inscripción : 12/04/2009
    Localización : Nova Friburgo / RJ / Brasil

    AFFONSO ROMANO DE SANTA'ANNA (1937- - Página 6 Empty Re: AFFONSO ROMANO DE SANTA'ANNA (1937-

    Mensaje por Maria Lua Vie 05 Jul 2024, 13:49

    uma geração vai, outra geração vem


    Quando eu era menino,
    e meus pais e tios falavam da ditadura,
    que demorou 15 anos, partiu suas vidas em duas
    entre censuras, polícias e torturas
    eu os olhava, como uma criança olha o desamparo de um adulto.

    Hoje, minhas filhas me perguntam
    sobre esses 15 anos de outra ditadura
    que me sobreveio em plena juventude
    e as olho como um adulto olha o desamparo de uma criança.

    Tenho 40 anos. Escapei
    de afogamentos e desastres, antes e depois das festas,
    e atravesso agora a zona negra do enfarte.
    Em breve
    estarei sem cabelos e com mais rugas na face.
    Quando vier de novo nova ditadura
    estarei velho
    e com tédio frente ao espelho
    contemplando o desamparo em que vou deixar meus netos.




    *****************



    Una generación se va, otra generación viene


    Cuando yo era niño
    y mis padres y tíos contaban sobre la dictadura
    que duró 15 años, dividió sus vidas en dos
    entre censuras, policías y torturas
    yo los miraba como un niñito mira el desamparo de un adulto.

    Hoy, mis hijas me preguntan
    sobre esos 15 años de otra dictadura
    que me sobrevino en plena juventud
    y yo las miro como un adulto mira el desamparo de un niñito.

    Tengo 40 años. escapé
    de ahogos y desastres antes y después de las fiestas
    y atravieso ahora la zona negra del infarto.
    En breve
    estaré sin cabellos y con más arrugas en la faz.
    Cuando venga de nuevo una nueva dictadura
    estaré viejo
    y con tedio frente al espejo
    contemplando el desamparo en que dejaré a mis nietos.





    (traducción, Washington Benavídez)





    _________________



    AFFONSO ROMANO DE SANTA'ANNA (1937- - Página 6 Marialuaf


    "Ser como un verso volando
    o un ciego soñando
    y en ese vuelo y en ese sueño
    compartir contigo sol y luna,
    siendo guardián en tu cielo
    y tren de tus ilusiones."
    (Hánjel)





    AFFONSO ROMANO DE SANTA'ANNA (1937- - Página 6 Luna7
    Maria Lua
    Maria Lua
    Administrador-Moderador
    Administrador-Moderador


    Cantidad de envíos : 71951
    Fecha de inscripción : 12/04/2009
    Localización : Nova Friburgo / RJ / Brasil

    AFFONSO ROMANO DE SANTA'ANNA (1937- - Página 6 Empty Re: AFFONSO ROMANO DE SANTA'ANNA (1937-

    Mensaje por Maria Lua Vie 05 Jul 2024, 13:52

    OS HOMENS AMAM A GUERRA

    (Affonso Romano de Sant'Anna)



    Os homens amam a guerra. Por isso
    se armam festivos em coro e cores
    para o dúbio esporte da morte.

    Amam e não disfarçam.
    Alardeiam esse amor nas praças,
    criam manuais e escolas,
    alçando bandeiras e recolhendo caixões,
    entoando slogans e sepultando canções.

    Os homens amam a guerra. Mas não a amam
    só com a coragem do atleta
    e a empáfia militar, mas com a piedosa
    voz do sacerdote, que antes do combate
    serve a hóstia da morte.

    Foi assim na Criméia e Tróia,
    na Eritréia e Angola,
    na Mongólia e Argélia,
    no Saara e agora.

    Os homens amam a guerra
    E mal suportam a paz.

    Os homens amam a guerra,
    portanto,
    não há perigo de paz.

    Os homens amam a guerra, profana
    ou santa, tanto faz.

    Os homens têm a guerra como amante,
    embora esposem a paz.

    E que arroubos, meu Deus! nesse encontro voraz!
    que prazeres! que uivos! que ais!
    que sublimes perversões urdidas
    na mortalha dos lençóis, lambuzando
    a cama ou campo de batalha.

    Durante séculos pensei
    que a guerra fosse o desvio
    e a paz a rota. Enganei-me. São paralelas
    margens de um mesmo rio, a mão e a luva,
    o pé e a bota. Mais que gêmeas
    são xifópagas, par e ímpar, sorte e azar
    são o ouroboro- cobra circular
    eternamente a nos devorar.

    A guerra não é um entreato.
    É parte do espetáculo. E não é tragédia apenas
    é comédia, real ou popular,
    é algo melhor que circo:
    -é onde o alegre trapezista
    vestido de kamikase
    salta sem rede e suporte,
    quebram-se todos os pratos
    e o contorcionista se parte
    no kamasutra da morte.

    A guerra não é o avesso da paz.
    É seu berço e seio complementar.
    E o horror não é o inverso do belo
    -é seu par. Os homens amam o belo
    mas gostam do horror na arte. O horror
    não é escuro, é a contraparte da luz.
    Lúcifer é Lubel, brilha como Gabriel
    e o terror seduz.
    Nada mais sedutor
    que Cristo morto na cruz.

    Portanto, a guerra não é só missa
    que oficia o padre, ciência
    que alucina o sábio, esporte
    que fascina o forte. A guerra é arte.
    E com o ardor dos vanguardistas
    frequentamos a bienal do horror
    e inauguramos a Bauhaus da morte.

    Por isso, em cima da carniça não há urubu,
    chacais, abutres, hienas.
    Há lindas garças de alumínio, serenas,
    num eletrônico balé.

    Talvez fosse a dança da morte, patética.
    Não é . É apenas outra lição de estética.
    Daí que os soldados modernos
    são como médico e engenheiro
    e nenhum ministro da guerra
    usa roupa de açougueiro.

    Guerra é guerra!
    dizia o invasor violento
    violentando a freira no convento
    Guerra é guerra!
    dizia a estátua do almirante
    com a boca de cimento.
    Guerra é guerra!
    dizemos no radar
    desgustando o inimigo
    ao norte do paladar.

    Não é preciso disfarçar
    o amor à guerra, com história de amor à pátria
    e defesa do lar. Amamos a guerra
    e a paz, em bigamia exemplar.
    Eu, poeta moderno ou o eterno Baudelaire
    eu e você, hypocrite lecteur,
    mon semblable, mon frère.
    Queremos a batalha, aviões em chamas
    navios afundando, o espetacular confronto.

    De manhã abrimos vísceras de peixes
    com a ponta das baionetas
    e ao som da culinária trombeta
    enfiamos adagas em nossos porcos
    e requintamos de medalha
    -os mortos sobre a mesa.

    Se possível, a carne limpa, sem sangue.
    Que o míssil silente lançado à distância
    não respingue em nossa roupa.
    Mas se for preciso um banho de sangue
    -como dizia Terêncio:-sou humano
    e nada do que é humano me é estranho.

    A morte e a guerra
    não mais me pegam ao acaso.
    Inscrevo sua dupla efígie na pedra
    como se o dado de minha sorte
    já não rolasse ao azar,
    como se passasse do branco
    ao preto e ao branco retornasse
    sem nunca me sombrear.
    Que venha a guerra! Cruel. Total.
    O atômico clarim e a gênese do fim.
    Cauto, como convém aos sábios,
    primeiro bradarei contra esse fato.
    Mas, voraz como convém à espécie,
    ao ver que invadem meus quintais,
    das folhas da bananeira inventarei
    a ideológica bandeira e explodirei
    o corpo do inimigo antes que ataque.
    E se ele não atirar primeiro, aproveito
    seu descuido de homem fraco, invado sua casa
    realizando minha fome milenar de canibal
    rugindo sob a máscara de homem.

    -Terrível é o teu discurso, poeta!
    Escuto alguém falar.
    Terrível o foi elaborar.
    Agora me sinto livre.
    A morte e a guerra
    já não podem me alarmar.
    Como Édipo perplexo
    decifrei-a em minhas vísceras
    antes que a dúbia esfinge
    pudesse me devorar.

    Nem cínico nem triste. Animal
    humano, vou em marcha, danças, preces
    para o grande carnaval.
    Soldado, penitente, poeta
    -a paz e a guerra, a vida e a morte
    me aguardam
    - num atômico funeral.

    -Acabará a espécie humana sobre a Terra?
    Não. Hão de sobrar um novo Adão e Eva
    a refazer o amor, e dois irmão:
    -Caim e Abel
    -a reinventar a guerra.


    ********************



    ******************


    Los hombres aman la guerra


    Los hombres aman la guerra. Por eso
    se arman alegres en coro y colores
    para el dudoso deporte de la muerte.

    Aman y no lo disfrazan.
    Alardean de ese amor en las plazas,
    crean manuales y escuelas
    alzando banderas y recogiendo cajones
    entonando slogans y sepultando canciones.

    Los hombres aman la guerra. Pero no la aman
    sólo con el coraje del atleta
    y el orgullo militar, sino con la piados
    voz del sacerdote, que antes del combate
    -sirve la Hostia de la Muerte.

    Fue así en Crimea y Troya
    en Eritrea y Angola
    en Mongolia y Argelia
    en Siberia y Ahora.

    Los hombres aman la guerra
    y mal soportan la paz.

    Los hombres aman la guerra, profana
    o santa, lo mismo da.

    Los hombres tienen la guerra como amante
    aunque se desposen con la paz.

    Y qué arrobos ¡Dios mío! En ese encuentro voraz,
    ¡Qué placeres, qué gemidos, qué ayes!
    Qué sublimes perversiones urdidas
    en la mortaja de las sábanas, agostando
    la cama o el campo de batalla.

    Durante siglos pensé
    que la guerra sería el desvío
    y la paz la ruta. Me equivoqué, son paralelas,
    márgenes de un mismo río, la mano y el guante,
    el pie y la bota. Más que gemelas,
    son siamesas, par e impar, suerte y pesar
    son el uróboro-serpiente circular
    devorándonos eternamente.

    La guerra no es un intervalo
    es parte del espectáculo, y no sólo es tragedia,
    es comedia, real o popular.
    La guerra no es cruel imprevisto.
    Es reincidente vicio. Es un rito
    lleno de riesgos. Por eso
    es mejor que el circo:

    -es donde el alegre trapecista
    vestido de kamikaze
    salta sin red ni soporte,

    se quiebran todos los platos
    y el contorsionista se parte
    en el Kamasutra de la Muerte.

    Pero la guerra no es el revés de la paz,
    es su cuna, y seno complementario.
    Y el horror no es el revés de lo bello. El horror
    no es oscuro, es la contrapartida de la luz,
    Lucifer es Luzbel, brilla como Gabriel
    y el terror seduce. Nada más seductor
    -que Cristo muerto en la cruz.
    Por lo tanto, la guerra no es sólo misa
    que oficia el sacerdote, ciencia
    que alucina al sabio, deporte
    que fascina al fuerte. La guerra es arte.
    Por eso con ardor de vanguardistas
    frecuentamos la Bienal del Horror
    e inauguramos la Bauhaus de la Muerte.

    Pero sobre la carnicería no hay cuervos,
    chacales, buitres, hienas.
    Hay lindas garzas de aluminio, serenas
    en un electrónico ballet.

    Tal vez fuese la danza de la muerte, patética.
    Pero no lo es. Apenas es otra lección de estética.
    Por eso los soldados modernos
    son como los médicos o los ingenieros
    y ningún ministro de guerra
    usa ropa de carnicero.

    Guerra es guerra
    -decía el invasor violento
    violando a la monja en el convento.
    Guerra es guerra
    -decía la estatua del almirante
    con su boca de cemento.
    Guerra es guerra
    -decimos en el radar
    degustando al enemigo
    al norte del paladar.

    Por lo tanto no es preciso disfrazar
    el amor a la guerra, con historias de amor a la Patria
    y defensa del hogar. amamos la guerra
    y la paz, en bigamia ejemplar.
    Yo, poeta moderno y el eterno Baudelaire,
    yo y hasta vos hipocrite lecteur
    mon semblable, mon frère.

    Queremos la batalla, aviones en llamas
    navíos hundiéndose, el espectacular enfrentamiento.
    De mañana abrimos vísceras de peces
    con la punta de las bayonetas,
    y al son del culinario clarín
    hundimos nuestras dagas en los chanchos
    y adornamos con medallas
    -a los muertos sobre la mesa.

    Si es posible, la carne limpia, sin sangre
    que el misil, lanzado a la distancia
    en silencio, no salpique nuestra ropa.
    Pero si fuera preciso un “baño de sangre”,
    como decía Terencio: “ Soy humano
    y nada de lo que es humano me es extraño.”

    La muerte y la guerra, por lo tanto
    ya no me agarran de sorpresa.
    Inscribo su efigie en la piedra
    como si el dado de mi suerte
    ya no rodase al azar.
    Como si pasase del blanco
    al negro y al blanco retornase
    sin ensombrecerme jamás.

    Que venga la guerra. Cruel. Total.
    El atómico clarín y la génesis del fin.
    Cauto como conviene a los sabios,
    primero gritaré contra ese hecho
    pero voraz, como conviene a la especie,
    al ver que invaden mis huertas
    de las hojas del banano inventaré
    la ideológica bandera
    y haré estallar el cuerpo de mi enemigo
    antes de que ataque.

    Y si él no tira, ni viene, aprovecho
    su descuido de hombre débil, invado su casa
    realizando mi hambre de caníbal
    rugiendo bajo mío máscara de hombre.

    -¡Terrible es tu discurso, poeta!
    Escucho a alguien decir.
    Terrible fue elaborarlo,
    ahora me siento libre.
    La muerte y la guerra
    ya no me pueden alarmar.
    Como Edipo perplejo
    las descifré en mis vísceras
    antes de que la dudosa esfinge
    me pudiese devorar.


    Ni cínico ni triste. Animal
    Humano, voy en marcha, danzas, rezos
    para el gran carnaval.
    Soldado, penitente, poeta
    -la paz y la guerra, la vida y la muerte
    me aguardan
    -en un atómico funeral.

    -¿Se acabará la especie humana sobre la tierra?
    No. Han de sobrar un nuevo Adán y Eva
    para rehacer el amor, y dos hermanos:
    -Caín y Abel –para reinventar la guerra.





    (traducción Nahuel Santana)




    ***********************


    MEN LOVE WAR

    (Affonso Romano de Sant'Anna)



    Men love war. In joyous chorus
    They sound the colorful call to arms
    For the dubious sport of death.

    They love it with undisguised love.
    They parede it in the streets
    Create manuals and schools
    Raising flags and lowering coffins
    Entoning slogans and burying songs.

    Men love war. And they don’t love war
    Merely with athletic courage
    And military pride, but with the pious
    Voice of the priest, who before the battle
    -serves the Host of Death.

    It was thus in Crimea and Troy
    In Eritrea and Angola
    In Algiers and Mongolia
    In Siberia and Now.

    Men love war
    And can barely stand peace.
    Mem love war and so
    There is no danger of peace.
    Men love war, profane
    Or holy, it’s all the same.

    Men make war their mistress
    Although they’re wedded to peace.
    And Lord, what ravenous pastures when they meet!
    What pleasures! What screams! What moans!
    What sublime pervertions schemed
    In the shroud of sheets, soiling
    The bed or battlefield.

    For centuries I thought
    War was a detour
    And peace was the route. Wrong. They’re paralled
    Banks of the same river, hand and glove
    Foot and boot. More than twins,
    Odd and even, good luck and bad,
    they’re sword-swallowers,
    tail-in-mouth snake, they’re ouroboros
    eternally devouring us.

    War is no intermezzo.
    It is part of the show. And not just a tragedy,
    It’s comedy two, royal or plebeian.
    War is not cruelly unforeseen.
    It is recidivistic vice. A rite
    Full of risks. Why
    It’s better than the circus:
    It’s where the happy acrobat
    Dressed like a kamikase
    Jumps without a rope or net,
    All the plates get smashed
    And the contortionist breaks in half
    In Death’s own Kamasutra.

    But war is not the opposite of peace
    It is its cradle, its complementary teat.
    Horror is not the inverse of beauty
    -they’re on a par. Men love the beautiful, but
    they like horror in art. Horror
    is not darkness, it’s counterpart of light.
    Lucifer,light-bringer, is brilliant like Gabriel
    And terror attracts. Nothing more attracting
    -then Christ dead on the cross.

    War is not, then, just a mass
    That the father says, a science
    That hallucinates wise, a sport
    That fascinates the strong. War is art.
    And so wirth the ardor of vanguardist
    We attend the Biennial of Horror
    And inaugurate the Bauhaus of Death.

    But atop the carnage are no buzzards,
    Jackals, vultures, hyenas.
    Only showy heron of aluminum, serene
    In their electronic ballet.

    Perhaps it was the Dance of Death, pathetic.
    Not so. It’s just another lesson in aesthetics.
    And thus the modern soldiers
    Are like doctor and engineers
    And no the minister of war
    Would wear a butcher’s gear.

    War is war!
    Said the violent invader
    Raping the nun in the convent.
    War is war!
    Said the statue of the admiral
    With his mouth full of cement.
    War is war!
    We say with our radar
    Savoring the enemy
    Somewhere north ou our resentment.

    There is no nead, then, no disguise
    The love of war was Patriotic Love
    Of Defense of Home. We love both war
    And peace-will such bigamy ever cease?
    I, a poet of today, eternal Baudelaire,
    You and I, mon hypocrite lecteur,
    Mon semblable, mon frère.

    We want battles, planes in flames,
    Sinking ships, the spectacles of confrontation.
    Tomorrow we’ll open up fish bellies
    With a bayonet blade.
    And when the trumpet plays “Soupy”
    We’ll stick our pigs with knives
    And pin exquisite medals on
    -the dead men on the table.

    Clean flesch, if posible, no blood.
    Let the missile,launched from afar,
    In silence, not splatter our clothes.
    But if a “blood bath” it be,
    Then , as Terece said:” I am human
    And nothing human is alien to me.”

    Death and war, in any case
    Will catch me off guard no more.
    I inscribe theeir effigy on the stone
    As if the dice of my fate
    No longer rolled on their own.
    As if I passed from white
    To black and back to with again
    And was never in the dark.

    So bring on war. Total.
    Atomic trumpet blast, beginning of the end.
    With caution as befits the sage
    I’ll first cry out against what’s done.
    But with voraciousness as befits the race
    And seeing then invade my garden space
    I’ll fashion from the leaves of the banana
    An ideological banner
    And fulminate my enemy before he can attack.

    And should he not shoot back or come,
    I’ll take advantage of weakling’s slipe,
    Invade his house and sate my millenial cannibal-wise
    Roaring behind my human mask.

    -Poet, your words terrify!
    (I hear someone say).
    Terrified I wrote them.
    Now I feel I’m free.
    Death and war
    No longer frighten me.
    Like Oedipus perplexed
    I deciphered them in my bowels
    Before I was devoured
    By the inscrutable sphinx.

    Neither cynical nor sad. An animal
    Human too, I go marching, dancing, praying
    Toward the mighty carnival.
    Soldier, penitent, poet,
    -peace and war, life and death
    await for me
    -at the atomic funeral.

    -Will the human species disappear from Earth?
    No. There’ll be some new Adam and Eve
    To remake love, and two brothers:
    -Cain and Abel
    - to reinvent war.



    (Translated from Portuguese by Fred Ellison)





    https://edicoespqp.blogs.sapo.pt/oo-homens-amam-a-guerra-3379819


    https://alpialdelapalabra.blogspot.com/2010/12/affonso-romano-de-santanna-poemas.html


    _________________



    AFFONSO ROMANO DE SANTA'ANNA (1937- - Página 6 Marialuaf


    "Ser como un verso volando
    o un ciego soñando
    y en ese vuelo y en ese sueño
    compartir contigo sol y luna,
    siendo guardián en tu cielo
    y tren de tus ilusiones."
    (Hánjel)





    AFFONSO ROMANO DE SANTA'ANNA (1937- - Página 6 Luna7
    Maria Lua
    Maria Lua
    Administrador-Moderador
    Administrador-Moderador


    Cantidad de envíos : 71951
    Fecha de inscripción : 12/04/2009
    Localización : Nova Friburgo / RJ / Brasil

    AFFONSO ROMANO DE SANTA'ANNA (1937- - Página 6 Empty Re: AFFONSO ROMANO DE SANTA'ANNA (1937-

    Mensaje por Maria Lua Sáb 06 Jul 2024, 17:05

    A intrusa


    Ela queria entrar no meu poema
    à força.
    Primeiro, meteu a perna
    expondo a coxa.
    (O poema resistindo.)
    Depois as unhas pintadas.
    Quando abriu a boca para o beijo
    tirei toda as bilabiais do texto.
    Restaram seus longos cabelos
    cobrindo-me uma estrofe inteira.
    Mas isto só verão aqueles
    que sabem ler palimpsestos.



    (do livro “Intervalo amoroso e outros poemas escolhidos”, L&PM Pocket)


    ********************




    LA INTRUSA



    Ella quería entrar a la fuerza en mi poema.

    Primero, metió la pierna

    con el muslo expuesto.

    (El poema resistiendo.)

    Después las uñas pintadas.

    Cuando abrió la boca para el beso

    saqué todas las bilabiales del texto.

    Restaron sus largos cabellos

    cubriéndome una estrofa entera.

    Pero esto lo verán tan sólo

    quienes sepan leer palimpsestos.


    _________________



    AFFONSO ROMANO DE SANTA'ANNA (1937- - Página 6 Marialuaf


    "Ser como un verso volando
    o un ciego soñando
    y en ese vuelo y en ese sueño
    compartir contigo sol y luna,
    siendo guardián en tu cielo
    y tren de tus ilusiones."
    (Hánjel)





    AFFONSO ROMANO DE SANTA'ANNA (1937- - Página 6 Luna7
    Maria Lua
    Maria Lua
    Administrador-Moderador
    Administrador-Moderador


    Cantidad de envíos : 71951
    Fecha de inscripción : 12/04/2009
    Localización : Nova Friburgo / RJ / Brasil

    AFFONSO ROMANO DE SANTA'ANNA (1937- - Página 6 Empty Re: AFFONSO ROMANO DE SANTA'ANNA (1937-

    Mensaje por Maria Lua Jue 11 Jul 2024, 14:45

    O Duplo


    Debaixo de minha mesa
    tem sempre um cão faminto
    -que me alimenta a tristeza.
    Debaixo de minha cama
    tem sempre um fantasma vivo
    -que perturba quem me ama.

    Debaixo de minha pele
    alguém me olha esquisito
    -pensando que eu sou ele.

    Debaixo de minha escrita
    há sangue em lugar de tinta
    -e alguém calado que grita.



    ***************


    El doble


    Bajo mi mesa
    siempre hay un perro hambriento
    -que me alimenta la tristeza.
    Bajo mi cama
    siempre hay un fantasma viviente
    -que molesta a quien me ama.

    Bajo mi piel
    alguien me mira raro
    -pensando que yo soy él.

    Bajo mi escritura
    hay sangre en lugar de tinta
    -y alguien callado que grita.


    _________________



    AFFONSO ROMANO DE SANTA'ANNA (1937- - Página 6 Marialuaf


    "Ser como un verso volando
    o un ciego soñando
    y en ese vuelo y en ese sueño
    compartir contigo sol y luna,
    siendo guardián en tu cielo
    y tren de tus ilusiones."
    (Hánjel)





    AFFONSO ROMANO DE SANTA'ANNA (1937- - Página 6 Luna7
    Maria Lua
    Maria Lua
    Administrador-Moderador
    Administrador-Moderador


    Cantidad de envíos : 71951
    Fecha de inscripción : 12/04/2009
    Localización : Nova Friburgo / RJ / Brasil

    AFFONSO ROMANO DE SANTA'ANNA (1937- - Página 6 Empty Re: AFFONSO ROMANO DE SANTA'ANNA (1937-

    Mensaje por Maria Lua Miér 17 Jul 2024, 15:22

    Limites do Amor



    Condenado estou a te amar
    nos meus limites
    até que exausta e mais querendo
    um amor total, livre das cercas,
    te despeça de mim, sofrida,
    na direção de outro amor
    que pensas ser total e total será
    nos seus limites da vida.

    O amor não se mede
    pela liberdade de se expor nas praças
    e bares, em empecilho.
    É claro que isto é bom e, às vezes,
    sublime.
    Mas se ama também de outra forma, incerta,
    e este o mistério:

    - ilimitado o amor às vezes se limita,
    proibido é que o amor às vezes se liberta.


    _________________



    AFFONSO ROMANO DE SANTA'ANNA (1937- - Página 6 Marialuaf


    "Ser como un verso volando
    o un ciego soñando
    y en ese vuelo y en ese sueño
    compartir contigo sol y luna,
    siendo guardián en tu cielo
    y tren de tus ilusiones."
    (Hánjel)





    AFFONSO ROMANO DE SANTA'ANNA (1937- - Página 6 Luna7
    Maria Lua
    Maria Lua
    Administrador-Moderador
    Administrador-Moderador


    Cantidad de envíos : 71951
    Fecha de inscripción : 12/04/2009
    Localización : Nova Friburgo / RJ / Brasil

    AFFONSO ROMANO DE SANTA'ANNA (1937- - Página 6 Empty Re: AFFONSO ROMANO DE SANTA'ANNA (1937-

    Mensaje por Maria Lua Miér 17 Jul 2024, 15:23

    Mistério


    O mistério começa do joelho para cima.
    O mistério começa do umbigo para baixo
    e nunca termina.


    ****************


    Misterio


    El misterio comienza desde la rodilla hacia arriba.
    El misterio empieza desde el ombligo hacia abajo.
    y nunca termina.


    _________________



    AFFONSO ROMANO DE SANTA'ANNA (1937- - Página 6 Marialuaf


    "Ser como un verso volando
    o un ciego soñando
    y en ese vuelo y en ese sueño
    compartir contigo sol y luna,
    siendo guardián en tu cielo
    y tren de tus ilusiones."
    (Hánjel)





    AFFONSO ROMANO DE SANTA'ANNA (1937- - Página 6 Luna7
    Maria Lua
    Maria Lua
    Administrador-Moderador
    Administrador-Moderador


    Cantidad de envíos : 71951
    Fecha de inscripción : 12/04/2009
    Localización : Nova Friburgo / RJ / Brasil

    AFFONSO ROMANO DE SANTA'ANNA (1937- - Página 6 Empty Re: AFFONSO ROMANO DE SANTA'ANNA (1937-

    Mensaje por Maria Lua Mar 23 Jul 2024, 13:50

    Límites del amor



    Condenado te estoy amando
    dentro de mis limites
    hasta agotarme y querer más
    un amor total, libre de vallas,
    despidete de mi, sufriendo,
    hacia otro amor
    que crees que es total y total sera
    dentro de los límites de la vida.

    El amor no se mide
    por la libertad de exponerse en las plazas
    y bares, en estorbo.
    Por supuesto que esto es bueno y a veces
    sublime.
    Pero también se ama de otra manera, incierta,
    y este es el misterio:

    - ilimitado el amor a veces se limita,
    prohibido, el amor a veces se liberta.


    _________________



    AFFONSO ROMANO DE SANTA'ANNA (1937- - Página 6 Marialuaf


    "Ser como un verso volando
    o un ciego soñando
    y en ese vuelo y en ese sueño
    compartir contigo sol y luna,
    siendo guardián en tu cielo
    y tren de tus ilusiones."
    (Hánjel)





    AFFONSO ROMANO DE SANTA'ANNA (1937- - Página 6 Luna7

    Contenido patrocinado


    AFFONSO ROMANO DE SANTA'ANNA (1937- - Página 6 Empty Re: AFFONSO ROMANO DE SANTA'ANNA (1937-

    Mensaje por Contenido patrocinado


      Fecha y hora actual: Vie 26 Jul 2024, 23:11