Aires de Libertad

¿Quieres reaccionar a este mensaje? Regístrate en el foro con unos pocos clics o inicia sesión para continuar.

https://www.airesdelibertad.com

Leer, responder, comentar, asegura la integridad del espacio que compartes, gracias por elegirnos y participar

Estadísticas

Nuestros miembros han publicado un total de 1024610 mensajes en 46976 argumentos.

Tenemos 1556 miembros registrados

El último usuario registrado es Mariam Quintero

¿Quién está en línea?

En total hay 226 usuarios en línea: 3 Registrados, 0 Ocultos y 223 Invitados :: 2 Motores de búsqueda

Amalia Lateano, Maria Lua, Ramón Carballal


El record de usuarios en línea fue de 819 durante el Lun 04 Dic 2023, 15:55

Últimos temas

» Poema al Poeta Pascual Lopez Sanchez
AFFONSO ROMANO DE SANTA'ANNA (1937- - Página 5 EmptyHoy a las 16:45 por Amalia Lateano

» ADONIS (Ali Ahmad Said) (1930-
AFFONSO ROMANO DE SANTA'ANNA (1937- - Página 5 EmptyHoy a las 16:05 por Maria Lua

» Fabricio Carpinejar (1972-
AFFONSO ROMANO DE SANTA'ANNA (1937- - Página 5 EmptyHoy a las 15:59 por Maria Lua

» Yalal ad-Din Muhammad Rumi (1207-1273)
AFFONSO ROMANO DE SANTA'ANNA (1937- - Página 5 EmptyHoy a las 15:50 por Maria Lua

» ANTONIO GALA (1930 - 2023)
AFFONSO ROMANO DE SANTA'ANNA (1937- - Página 5 EmptyHoy a las 15:44 por Pascual Lopez Sanchez

» Jitka N. Srbová (1976-
AFFONSO ROMANO DE SANTA'ANNA (1937- - Página 5 EmptyHoy a las 15:41 por cecilia gargantini

» Simona Racková (1976-
AFFONSO ROMANO DE SANTA'ANNA (1937- - Página 5 EmptyHoy a las 15:38 por cecilia gargantini

» Jirí H. Krchovsky (1960-
AFFONSO ROMANO DE SANTA'ANNA (1937- - Página 5 EmptyHoy a las 15:35 por cecilia gargantini

» CÉSAR VALLEJO (1892-1938)
AFFONSO ROMANO DE SANTA'ANNA (1937- - Página 5 EmptyHoy a las 15:26 por cecilia gargantini

» MAIACOVSKI (1893-1930) Y OTROS POETAS RUSOS
AFFONSO ROMANO DE SANTA'ANNA (1937- - Página 5 EmptyHoy a las 15:24 por Pascual Lopez Sanchez

Diciembre 2023

LunMarMiérJueVieSábDom
    123
45678910
11121314151617
18192021222324
25262728293031

Calendario Calendario

Conectarse

Recuperar mi contraseña

Galería


AFFONSO ROMANO DE SANTA'ANNA (1937- - Página 5 Empty

3 participantes

    AFFONSO ROMANO DE SANTA'ANNA (1937-

    Maria Lua
    Maria Lua
    Administrador-Moderador
    Administrador-Moderador


    Cantidad de envíos : 65049
    Fecha de inscripción : 12/04/2009
    Localización : Nova Friburgo / RJ / Brasil

    AFFONSO ROMANO DE SANTA'ANNA (1937- - Página 5 Empty Re: AFFONSO ROMANO DE SANTA'ANNA (1937-

    Mensaje por Maria Lua Lun 20 Nov 2023, 16:48

    A PRIMEIRA VEZ QUE ENTENDI





    A primeira vez que entendi do mundo
    alguma coisa
    foi quando na infância
    cortei o rabo de uma lagartixa
    e ele continuou se mexendo.

    De lá pra cá
    fui percebendo que as coisas permanecem
    vivas e tortas
    que o amor não acaba assim
    que é difícil extirpar o mal pela raiz.

    A segunda vez que entendi do mundo
    alguma coisa
    foi quando na adolescência me arrancaram
    do lado esquerdo três certezas
    e eu tive que seguir em frente.

    De lá pra cá
    aprendi a achar no escuro o rumo
    e sou capaz de decifrar mensagens
    seja nas nuvens
    ou no grafite de qualquer muro.


    _________________



    AFFONSO ROMANO DE SANTA'ANNA (1937- - Página 5 Marialuaf


    "Ser como un verso volando
    o un ciego soñando
    y en ese vuelo y en ese sueño
    compartir contigo sol y luna,
    siendo guardián en tu cielo
    y tren de tus ilusiones."
    (Hánjel)





    AFFONSO ROMANO DE SANTA'ANNA (1937- - Página 5 Luna7
    Maria Lua
    Maria Lua
    Administrador-Moderador
    Administrador-Moderador


    Cantidad de envíos : 65049
    Fecha de inscripción : 12/04/2009
    Localización : Nova Friburgo / RJ / Brasil

    AFFONSO ROMANO DE SANTA'ANNA (1937- - Página 5 Empty Re: AFFONSO ROMANO DE SANTA'ANNA (1937-

    Mensaje por Maria Lua Ayer a las 08:06

    “OS DESAPARECIDOS"

    De repente, naqueles dias, começaram
    a desaparecer pessoas, estranhamente.
    Desaparecia-se. Desaparecia-se muito
    naqueles dias.

    Ia-se colher a flor oferta
    e se esvanecia.
    Eclipsava-se entre um endereço e outro
    ou no táxi que se ia.
    Culpado ou não, sumia-se
    ao regressar do escritório ou da orgia.
    Entre um trago de conhaque
    e um aceno de mão, o bebedor sumia.
    Evaporava o pai
    ao encontro da filha que não via.
    Mães segurando filhos e compras,
    gestantes com tricô ou grupos de estudantes
    desapareciam.
    Desapareciam amantes em pleno beijo
    e médicos em meio à cirurgia.
    Mecânicos se diluíam
    - mal ligavam o torno do dia.

    Desaparecia-se. Desaparecia-se muito
    naqueles dias.
    Desaparecia-se a olhos vistos
    e não era miopia. Desaparecia-se
    até a primeira vista. Bastava
    que alguém visse um desaparecido
    e o desaparecido desaparecia.
    Desaparecia o mais conspícuo
    e o mais obscuro sumia.
    Até deputados e presidentes esvaneciam.
    Sacerdotes, igualmente, levitando
    iam, arefeitos, constatar no além,
    como os pescadores partiam.

    Desaparecia-se. Desaparecia-se muito
    naqueles dias.
    Os atores no palco
    entre um gesto e outro, e os da platéia
    enquanto riam.
    Não, não era fácil ser poeta naqueles dias.
    Porque os poetas, sobretudo
    - desapareciam.

    Se fosse ao tempo da Bíblia, eu diria
    que carros de fogo arrebatavam os mais puros
    em mística euforia. Não era. É ironia.
    E os que estavam perto, em pânico, fingiam
    que não viam. Se abstraíam.
    Continuavam seu baralho a conversar demências
    com o ausente, como se ele estivesse ali sorrindo
    com suas roupas e dentes.

    Em toda família à mesa havia
    uma cadeira vazia, a qual se dirigiam.
    Servia-se comida fria ao extinguido parente
    e isto alimentava ficções
    - nas salas e mentes
    enquanto no palácio, remorsos vivos boiavam
    - na sopa do presidente.

    As flores olhando a cena, não compreendiam.
    Indagavam dos pássaros, que emudeciam.
    As janelas das casas, mal podiam crer
    - no que viam.
    As pedras, no entanto,
    gravavam os nomes dos fantasmas
    pois sabiam que quando chegasse a hora
    por serem pedras, falariam.

    O desaparecido é como um rio:
    - se tem nascente, tem foz.
    Se teve corpo, tem ou terá voz.
    Não há verme que em sua fome
    roa totalmente um nome. O nome
    habita as vísceras da fera
    Como a vítima corrói o algoz.

    E surgiam sinais precisos
    de que os desaparecidos, cansados
    de desaparecerem vivos
    iam aparecer mesmo mortos
    florescendo com seus corpos
    a primavera de ossos.

    Brotavam troncos de árvores,
    rios, insetos e nuvens em cujo porte se viam
    vestígios dos que sumiam.

    Os desaparecidos, enfim,
    amadureciam sua morte.

    Desponta um dia uma tíbia
    na crosta fria dos dias
    e no subsolo da história
    - coberto por duras botas,
    faz-se amarga arqueologia.

    A natureza, como a história,
    segrega memória e vida
    e cedo ou tarde desova
    a verdade sobre a aurora.

    Não há cova funda
    que sepulte
    - a rasa covardia.
    Não há túmulo que oculte
    os frutos da rebeldia.

    Cai um dia em desgraça
    a mais torpe ditadura
    quando os vivos saem à praça
    e os mortos da sepultura.


    _________________



    AFFONSO ROMANO DE SANTA'ANNA (1937- - Página 5 Marialuaf


    "Ser como un verso volando
    o un ciego soñando
    y en ese vuelo y en ese sueño
    compartir contigo sol y luna,
    siendo guardián en tu cielo
    y tren de tus ilusiones."
    (Hánjel)





    AFFONSO ROMANO DE SANTA'ANNA (1937- - Página 5 Luna7

      Fecha y hora actual: Lun 04 Dic 2023, 19:05