Aires de Libertad

¿Quieres reaccionar a este mensaje? Regístrate en el foro con unos pocos clics o inicia sesión para continuar.

https://www.airesdelibertad.com

Leer, responder, comentar, asegura la integridad del espacio que compartes, gracias por elegirnos y participar

Estadísticas

Nuestros miembros han publicado un total de 1042811 mensajes en 47670 argumentos.

Tenemos 1573 miembros registrados

El último usuario registrado es miriamdamaris21

¿Quién está en línea?

En total hay 65 usuarios en línea: 3 Registrados, 1 Ocultos y 61 Invitados :: 2 Motores de búsqueda

clara_fuente, Guadalupe Cisneros Villa, Simon Abadia


El record de usuarios en línea fue de 1156 durante el Mar 05 Dic 2023, 16:39

Últimos temas

» Josep Carner (1884-1970): "Los frutos sabrosos"
MARIO QUINTANA    ( Brasil: 30/07/1906 -05/05/1994)  - Página 30 EmptyHoy a las 03:49 por Siby

» NO A LA GUERRA 3
MARIO QUINTANA    ( Brasil: 30/07/1906 -05/05/1994)  - Página 30 EmptyHoy a las 03:08 por Pascual Lopez Sanchez

» ANTOLOGÍA DE GRANDES POETAS HISPANOAMÉRICANAS
MARIO QUINTANA    ( Brasil: 30/07/1906 -05/05/1994)  - Página 30 EmptyHoy a las 01:51 por Lluvia Abril

» ELVIO ROMERO (1926-2004)
MARIO QUINTANA    ( Brasil: 30/07/1906 -05/05/1994)  - Página 30 EmptyHoy a las 00:46 por Lluvia Abril

» POESÍA SOCIAL XIX
MARIO QUINTANA    ( Brasil: 30/07/1906 -05/05/1994)  - Página 30 EmptyHoy a las 00:26 por Lluvia Abril

» POESÍA INUI (Esquimal) // OTROS PUEBLOAS NATIVOS
MARIO QUINTANA    ( Brasil: 30/07/1906 -05/05/1994)  - Página 30 EmptyAyer a las 23:56 por Lluvia Abril

» DIARIO DE EL CHE.
MARIO QUINTANA    ( Brasil: 30/07/1906 -05/05/1994)  - Página 30 EmptyAyer a las 22:27 por Siby

» POETAS LATINOAMERICANOS
MARIO QUINTANA    ( Brasil: 30/07/1906 -05/05/1994)  - Página 30 EmptyAyer a las 18:27 por Maria Lua

» CLARICE LISPECTOR II
MARIO QUINTANA    ( Brasil: 30/07/1906 -05/05/1994)  - Página 30 EmptyAyer a las 18:14 por Maria Lua

» Rabindranath Tagore (1861-1941)
MARIO QUINTANA    ( Brasil: 30/07/1906 -05/05/1994)  - Página 30 EmptyAyer a las 18:13 por Maria Lua

Mayo 2024

LunMarMiérJueVieSábDom
  12345
6789101112
13141516171819
20212223242526
2728293031  

Calendario Calendario

Conectarse

Recuperar mi contraseña

Galería


MARIO QUINTANA    ( Brasil: 30/07/1906 -05/05/1994)  - Página 30 Empty

+14
Lluvia Abril
Adriana Pardo (Luia)
Pascual Lopez Sanchez
cecilia gargantini
Ana María Di Bert
Samara Acosta
Simon Abadia
Marusa F.Macias
Evangelina Valdez
Carmen Parra
Pedro Casas Serra
Andrea Diaz
Walter Faila
Juan Martín
18 participantes

    MARIO QUINTANA ( Brasil: 30/07/1906 -05/05/1994)

    Maria Lua
    Maria Lua
    Administrador-Moderador
    Administrador-Moderador


    Cantidad de envíos : 69622
    Fecha de inscripción : 12/04/2009
    Localización : Nova Friburgo / RJ / Brasil

    MARIO QUINTANA    ( Brasil: 30/07/1906 -05/05/1994)  - Página 30 Empty Re: MARIO QUINTANA ( Brasil: 30/07/1906 -05/05/1994)

    Mensaje por Maria Lua Sáb 09 Sep 2023, 09:30

    Noturno

    O gato, que mora no mundo para sempre perdido do cinema silencioso,
    atravessa o país do tapete, onde se abrem flores falsamente tropicais.



    *********************



    O silêncio

    Convivência entre o poeta e o leitor, só no silêncio da leitura a sós. A sós, os
    dois. Isto é, livro e leitor. Este não quer saber de terceiros, não quer que
    interpretem, que cantem, que dancem um poema. O verdadeiro amador de
    poemas ama em silêncio...


    _________________



    [Tienes que estar registrado y conectado para ver esa imagen]


    "Ser como un verso volando
    o un ciego soñando
    y en ese vuelo y en ese sueño
    compartir contigo sol y luna,
    siendo guardián en tu cielo
    y tren de tus ilusiones."
    (Hánjel)





    [Tienes que estar registrado y conectado para ver esa imagen]
    Maria Lua
    Maria Lua
    Administrador-Moderador
    Administrador-Moderador


    Cantidad de envíos : 69622
    Fecha de inscripción : 12/04/2009
    Localización : Nova Friburgo / RJ / Brasil

    MARIO QUINTANA    ( Brasil: 30/07/1906 -05/05/1994)  - Página 30 Empty Re: MARIO QUINTANA ( Brasil: 30/07/1906 -05/05/1994)

    Mensaje por Maria Lua Dom 10 Sep 2023, 19:35

    A canção do mar


    Esse embalo das ondas
    Das ondas do mar
    Não é um embalo
    Para te ninar...

    O mar é embalado
    Pelos afogados!
    O canto do vento
    Do vento no mar

    Não é um canto
    Para te ninar...
    São eles que tentam
    Que tentam falar!

    Tiveram um nome
    Tiveram um corpo
    Agora são vozes
    Do fundo do mar...

    Um dia viremos
    Vestidos de algas
    Os olhos mais verdes
    Que as ondas amargas

    Um dia viremos
    Com barcos e remos
    Um dia...
    Dorme, filhinha...

    São vozes, são vento, são nada...


    _________________



    [Tienes que estar registrado y conectado para ver esa imagen]


    "Ser como un verso volando
    o un ciego soñando
    y en ese vuelo y en ese sueño
    compartir contigo sol y luna,
    siendo guardián en tu cielo
    y tren de tus ilusiones."
    (Hánjel)





    [Tienes que estar registrado y conectado para ver esa imagen]
    Maria Lua
    Maria Lua
    Administrador-Moderador
    Administrador-Moderador


    Cantidad de envíos : 69622
    Fecha de inscripción : 12/04/2009
    Localización : Nova Friburgo / RJ / Brasil

    MARIO QUINTANA    ( Brasil: 30/07/1906 -05/05/1994)  - Página 30 Empty Re: MARIO QUINTANA ( Brasil: 30/07/1906 -05/05/1994)

    Mensaje por Maria Lua Miér 13 Sep 2023, 23:26

    Canção da Primavera''



    Um azul do céu mais alto,

    Do vento a canção mais pura

    Me acordou, num sobressalto,

    Como a outra criatura...


    Só conheci meus sapatos

    Me esperando, amigos fiéis,

    Tão afastado me achava

    Dos meus antigos papéis!


    Dormi, cheio de cuidados

    Como um barco soçobrando,

    Por entre uns sonhos pesados

    Que nem morcegos voejando...


    Quem foi que ao rezar por mim

    mudou o rumo da vela

    Para que eu desperte, assim,

    Como dentro de uma tela?


    Um azul do céu mais alto,

    Do vento a canção mais pura

    E agora... este sobressalto...

    Esta nova criatura!



    Mario Quintana
    de 'Nariz de Vidro'




    ************************




    Crônica

    Tia Rosaura tirava a dentadura para comer
    Por isso ela tinha o sorriso postiço mais sincero da minha rua
    Dona Maruca fazia uns biscoitinhos minúsculos, estalantes
    [e
    secos chamados mentirinhas
    Eduviges era pálida e lia romances lacrimosos de
    [Perez
    Escrich
    Tanto suspirou em cima deles que acabou fugindo com um
    [caixeiroviajante
    O tempo se desenrolava como um rio por entre as casas
    [de
    porta e janela
    Pequenas vidas
    Pequenos sonhos
    Na noite imensa as estrelas eram como girândolas brancas
    [que
    houvessem parado
    Sentados à porta
    — dois santos, dois mágicos, dois sábios —
    meu velho Tio Libório e o velho farmacêutico
    propunham-se e compunham charadas
    que depois orgulhosamente remetiam sob nomes supostos
    para o grande anuário estatístico recreativo e literário
    [da
    capital do Estado


    _________________



    [Tienes que estar registrado y conectado para ver esa imagen]


    "Ser como un verso volando
    o un ciego soñando
    y en ese vuelo y en ese sueño
    compartir contigo sol y luna,
    siendo guardián en tu cielo
    y tren de tus ilusiones."
    (Hánjel)





    [Tienes que estar registrado y conectado para ver esa imagen]
    Maria Lua
    Maria Lua
    Administrador-Moderador
    Administrador-Moderador


    Cantidad de envíos : 69622
    Fecha de inscripción : 12/04/2009
    Localización : Nova Friburgo / RJ / Brasil

    MARIO QUINTANA    ( Brasil: 30/07/1906 -05/05/1994)  - Página 30 Empty Re: MARIO QUINTANA ( Brasil: 30/07/1906 -05/05/1994)

    Mensaje por Maria Lua Sáb 16 Sep 2023, 20:02

    Intermezzo



    Nem tudo pode estar sumido
    ou consumido...
    Deve — forçosamente — a qualquer instante
    formar-se, pobre amigo, uma bolha de tempo nessa
    [Eternidade..e conde
    — o mesmo barman no mesmo balcão,
    por trás a esplêndida biblioteca de garrafas,
    fonte da nossa colorida erudição —
    haveremos de continuar aquela nossa velha discussão
    sobre tudo e nada
    até
    que, fartos de tudo e nada,
    desta e da outra vida,
    a rir como uns perdidos,
    a chorar como uns danados,
    beberemos os dois nos crânios um do outro...
    até o teto desabar!
    (Perdão! até a bolha rebentar...)





    *********************



    Vida
    Não sei
    o que querem de mim essas árvores
    essas velhas esquinas
    para ficarem tão minhas só de as olhar um momento.
    Ah! se exigirem documentos aí do Outro Lado,
    extintas as outras memórias,
    só poderei mostrar-lhes as folhas soltas de um álbum de
    [imagens:
    aqui uma pedra lisa, ali um cavalo parado
    ou
    uma
    nuvem perdida,
    perdida...
    Meu Deus, que modo estranho de contar uma vida!



    *******************


    Ah, mundo...


    Perdão!
    Eu distraí-me ao receber a Extrema-Unção.
    Enquanto a voz do padre zumbia como um besouro
    eu pensava era nos meus primeiros sapatos
    que continuavam andando
    que continuam andando
    — rotos e felizes! —
    por essas estradas do mundo


    ***************


    Preparativos para a viagem


    Uns vão de guarda-chuva e galochas,
    outros arrastam um baú de guardados...
    Inúteis precauções!
    Mas,
    se levares apenas as visões deste lado,
    nada te será confiscado:
    todo o mundo respeita os sonhos de um ceguinho
    — a sua única felicidade!
    E os próprios Anjos, esses que fitam eternamente a face
    [do
    Senhor...
    os próprios Anjos te invejarão.



    Do Livro Esconderijos do tempo


    [Tienes que estar registrado y conectado para ver este vínculo]


    _________________



    [Tienes que estar registrado y conectado para ver esa imagen]


    "Ser como un verso volando
    o un ciego soñando
    y en ese vuelo y en ese sueño
    compartir contigo sol y luna,
    siendo guardián en tu cielo
    y tren de tus ilusiones."
    (Hánjel)





    [Tienes que estar registrado y conectado para ver esa imagen]
    Maria Lua
    Maria Lua
    Administrador-Moderador
    Administrador-Moderador


    Cantidad de envíos : 69622
    Fecha de inscripción : 12/04/2009
    Localización : Nova Friburgo / RJ / Brasil

    MARIO QUINTANA    ( Brasil: 30/07/1906 -05/05/1994)  - Página 30 Empty Re: MARIO QUINTANA ( Brasil: 30/07/1906 -05/05/1994)

    Mensaje por Maria Lua Dom 17 Sep 2023, 17:54

    EL AUTORRETRATO

    En el retrato que me hago
    –trazo a trazo–
    A veces me pinto nube,
    A veces me pinto árbol...

    A veces me pinto cosas
    De las que no hay más recuerdo...
    O cosas que no existen
    Pero que un día existirán...

    Y, de esta leída, en que busco
    –poco a poco–
    Mi eterna semejanza,

    Al final, ¿qué quedará?
    Un diseño de niño...
    ¡Corregido por un loco!




    CLASE INAUGURAL

    Es verdad que en la Ilíada no había tantos héroes como en la guerra de Paraguay...
    Pero eran bien hablados
    Y todos sus gestos eran ritmados como en un ballet
    Por la cadencia de los metros homéricos.
    Fuera del ritmo, sólo hay condenación.
    Fuera de la poesía no hay salvación.
    La poesía es danza y la danza es alegría.
    Danza, pues, tu desesperación, danza.
    Tus júbilos
    Y,
    Aunque temas inmensamente a Dios,
    Danza como David ante el Arca de la Alianza;
    Así temas inmensamente la muerte
    Danza delante de tu fosa.
    Teje coronas de rimas...
    Mientras el poema no termina
    La rima es como una esperanza
    Que eternamente se renueva.
    La canción, la simple canción, es una luz en medio de la noche.
    (Lo saben todas las almas perdidas...)
    El solemne canto es una antorcha en las sombras.
    (Lo saben todas las almas perdidas...)

    Danza, encantado dominador de monstruos,
    Tirano de las esfinges,
    Danza, Poeta,
    Y sobre lo aéreo, lo implacable, el irresistible ritmo de tus pies,
    Deja rugir el Caos atónito...





    AH, SÍ, LA VIEJA POESÍA...

    Poesía, mi vieja amiga...
    yo te entrego todo
    lo que otros no dan importancia alguna...
    a saber:
    el silencio de los viejos pasillos
    una esquina
    una luna
    (porque hay muchas, muchas lunas...)
    la primera mirada de aquella primera enamorada
    que todavía ilumina, el alma,
    como una tenue luz de lamparilla,
    a tu cámara de horrores.
    ¿Y los grillos?
    ¿No están oyendo, allá afuera, los grillos?
    Sí, los grillos...
    Los grillos son los poetas muertos.

    Te entrego grillos a los millones un lápiz verde un retrato
    amarilleado un viejo huevo de costura tus pecados las
    reivindicaciones las explicaciones – menos
    el alzar de hombros y las risas contenidas
    pero
    todas las lágrimas que el orgullo estancó en la fuente
    las explosiones de cólera

    el crujir de dientes
    las alegrías agudas hasta el grito
    la danza de los huesos...
    Pues bien
    hay veces
    de todo cuando le entrego, la Poesía hace una cosa que
    parece nada tener que ver con los ingredientes pero que
    tiene por eso mismo un sabor total: eternamente ese
    gusto de nunca y de siempre.





    [Tienes que estar registrado y conectado para ver este vínculo]


    _________________



    [Tienes que estar registrado y conectado para ver esa imagen]


    "Ser como un verso volando
    o un ciego soñando
    y en ese vuelo y en ese sueño
    compartir contigo sol y luna,
    siendo guardián en tu cielo
    y tren de tus ilusiones."
    (Hánjel)





    [Tienes que estar registrado y conectado para ver esa imagen]
    Maria Lua
    Maria Lua
    Administrador-Moderador
    Administrador-Moderador


    Cantidad de envíos : 69622
    Fecha de inscripción : 12/04/2009
    Localización : Nova Friburgo / RJ / Brasil

    MARIO QUINTANA    ( Brasil: 30/07/1906 -05/05/1994)  - Página 30 Empty Re: MARIO QUINTANA ( Brasil: 30/07/1906 -05/05/1994)

    Mensaje por Maria Lua Lun 18 Sep 2023, 20:53

    EL POEMA



    Un poema como un sorbo de agua bebido en lo oscuro.
    Como un pobre animal palpitando herido.
    Como pequeñita moneda de plata perdida para siempre en la floresta nocturna.
    Un poema sin otra angustia que su misteriosa condición de poema.
    Triste.
    Solitario.
    Único.
    Herido de mortal belleza.


    **************



    EL POEMA



    El poema es una piedra en el abismo,
    El eco del poema disloca los perfiles:
    Para bien de las aguas y de las almas
    Asesinemos al poeta.


    *************



    EL NIÑO LOCO

    Yo te pagué mi pesada moneda,
    Poesía...
    ¡A tus espejos deformantes y límpidos
    Como el agua! Sí, desde niño,
    Mis ojos se abrían insomnes como flores en lo oscuro
    Hasta que, lejos, en el horizonte, yo veía
    A la Luna viniendo, esbelta como un lirio...
    Algunas veces en una túnica de Infanta
    Sonámbula... Algunas veces vertiginosamente desnuda...
    Y era blanca como las nueces d ellas ardillas descascaran en la rama...
    Pura como un puñal de sacrificio...
    (¡En mis labios se quemaba, ignorada, la palabra mágica!)


    *******************


    ENVEJECER

    Antes, todos los caminos iban.
    Ahora todos los caminos vienen.
    La casa es acogedora, los libros pocos.
    Y yo mismo preparo el té para los fantasmas.






    [Tienes que estar registrado y conectado para ver este vínculo]


    _________________



    [Tienes que estar registrado y conectado para ver esa imagen]


    "Ser como un verso volando
    o un ciego soñando
    y en ese vuelo y en ese sueño
    compartir contigo sol y luna,
    siendo guardián en tu cielo
    y tren de tus ilusiones."
    (Hánjel)





    [Tienes que estar registrado y conectado para ver esa imagen]
    Maria Lua
    Maria Lua
    Administrador-Moderador
    Administrador-Moderador


    Cantidad de envíos : 69622
    Fecha de inscripción : 12/04/2009
    Localización : Nova Friburgo / RJ / Brasil

    MARIO QUINTANA    ( Brasil: 30/07/1906 -05/05/1994)  - Página 30 Empty Re: MARIO QUINTANA ( Brasil: 30/07/1906 -05/05/1994)

    Mensaje por Maria Lua Vie 22 Sep 2023, 21:36

    [Tienes que estar registrado y conectado para ver esa imagen]



    "Un librero de Porto Alegre ( Rio Grande do Sul/ Brasil) descubrió un poema inédito firmado por Mario Quintana. El manuscrito de la "Canção do Primeiro do Ano" fue encontrado por George Augusto dentro de un libro del poeta, adquirido en una colección privada compuesta por más de 5 mil volúmenes. Lea el poema a continuación.

    El papel, ya amarillento, lleva la firma de Quintana y la fecha: 1 de enero de 1941. George y el profesor y director del Teatro São Pedro, Antônio Hohlfeldt, analizaron la escritura y la compararon con otros registros de la caligrafía de Quintana. Por la escritura característica, no había duda de que se trataba de un original legítimo.

    El poema y el libro fueron encontrados hace unas dos semanas( enero de 2022) y fueron publicados por la columnista de GZH Juliana Bublitz. El libro llamó la atención porque tenía dos dedicatorias, transmitidas como regalo a dos personas distintas. George decidió hojear el volumen y encontró el papel dentro de las páginas, doblado.

    El presidente de la Asociación de Amigos de la Biblioteca Pública Estatal de RS, Gilberto Schwartzmann, afirma que el documento es original y define el poema como un "misterio". Tiene un formato similar a otros poemas escritos por Quintana, lo que hace creer que el escritor trabajó sobre esas ideas hasta llegar a un resultado para ser publicado.

    — Ver la letra del propio autor, en el documento original, es algo tan maravilloso desde el punto de vista de la experiencia humana, es como si estuviéramos viendo a un ser humano creando arte, es diferente a leer un documento — señala Schwartzmann."




    Canção do primeiro do ano


    Pelas estradas antigas
    As horas vêm a cantar.
    As horas são raparigas,
    Entram na praça a dançar.

    As horas são raparigas…

    E a doce algazarra sua
    De rua em rua se ouvia.
    De casa em casa, na rua,
    Uma janela se abria.

    As horas são raparigas
    Lindas de ouvir e de olhar.
    As horas cantam cantigas

    E eu vivo só de momentos,
    Sou como as nuvens do céu…

    Prendi a rosa dos ventos
    Na fita do meu chapéu.
    Uma por uma, as janelas
    Se abriram de par em par.

    As horas são raparigas…

    Passam na rua a dançar.
    As horas são raparigas
    Lindas de ouvir e de olhar.

    As horas cantam cantigas
    E eu vivo só de momentos,
    Sou como as nuvens do céu…

    Prendi a rosa dos ventos
    Na fita do meu chapéu.


    _________________



    [Tienes que estar registrado y conectado para ver esa imagen]


    "Ser como un verso volando
    o un ciego soñando
    y en ese vuelo y en ese sueño
    compartir contigo sol y luna,
    siendo guardián en tu cielo
    y tren de tus ilusiones."
    (Hánjel)





    [Tienes que estar registrado y conectado para ver esa imagen]
    Maria Lua
    Maria Lua
    Administrador-Moderador
    Administrador-Moderador


    Cantidad de envíos : 69622
    Fecha de inscripción : 12/04/2009
    Localización : Nova Friburgo / RJ / Brasil

    MARIO QUINTANA    ( Brasil: 30/07/1906 -05/05/1994)  - Página 30 Empty Re: MARIO QUINTANA ( Brasil: 30/07/1906 -05/05/1994)

    Mensaje por Maria Lua Dom 24 Sep 2023, 09:36

    Noturno III

    Os cuidados se foram, ou tornaram
    Estranhas máscaras de sonho...

    Teus cabelos de náufrago
    Estão bordados no brancor da fronha.

    E onde foste arranjar essas mãos de cera
    Que parecem levemente luminosas no escuro?

    Toda a casa encalhou nalgum porto noturno:
    Ninguém no cais deserto...

    Apagaram-se os grilos,
    As estrelas estão imóveis e tristes com num mapa sideral.

    Nunca estiveram também tão fixos os olhos dos retratos,
    Como se fossem apenas fotografias.

    O único rumor de vida,
    Esse vem de muito, muito longe: o pobre arroio antigo

    Gota a gota a fluir no soluço da pia!


    Nocturno III

    Los cuidados desaparecieron, o se volvieron
    Extrañas máscaras de sueño...

    Tus cabellos de náufrago
    Están bordados en la blancura de la almohada.

    ¿Dónde conseguiste esas manos de cera
    Que parecen levemente luminosas en la oscuridad?

    Toda la casa encalló en algún puerto nocturno:
    Nadie en el muelle desierto...

    Se apagaron los grillos,
    Las estrellas están inmóviles y tristes como en un mapa sideral.

    Tampoco nunca estuvieron tan fijos los ojos de los retratos,
    Como si fueran sólo fotografías.

    El único rumor de vida,
    Viene de muy, muy lejos: pobre arroyo antiguo

    ¡Fluyendo gota a gota en el sollozo de la pila!


    ***


    Mario Quintana (Apontamentos de História Sobrenatural, 1976)
    (Versión de Pedro Casas Serra)


    _________________



    [Tienes que estar registrado y conectado para ver esa imagen]


    "Ser como un verso volando
    o un ciego soñando
    y en ese vuelo y en ese sueño
    compartir contigo sol y luna,
    siendo guardián en tu cielo
    y tren de tus ilusiones."
    (Hánjel)





    [Tienes que estar registrado y conectado para ver esa imagen]
    Maria Lua
    Maria Lua
    Administrador-Moderador
    Administrador-Moderador


    Cantidad de envíos : 69622
    Fecha de inscripción : 12/04/2009
    Localización : Nova Friburgo / RJ / Brasil

    MARIO QUINTANA    ( Brasil: 30/07/1906 -05/05/1994)  - Página 30 Empty Re: MARIO QUINTANA ( Brasil: 30/07/1906 -05/05/1994)

    Mensaje por Maria Lua Lun 25 Sep 2023, 20:58

    Mário Quintana al trasluz.


    La ventana,

    Lucio Muñoz (1963)


    Apenas estaba saboreando la última página de Intenta olvidarme (Madrid, 2018) de Mário Quintana (1906-1994) cuando José Luis García Martín publicaba una reseña sobre esta antología poética prologada, seleccionada y editada en versión bilingüe por Enrique García-Máiquez. Exacto e irritante como es su personaje, García Martín se me había adelantado a citar aquellos poemas concretos que más me gustaban y hasta aquellas versiones de García-Máiquez a las que podían oponerse algunos reparos. Confieso a media voz que tal grado de coincidencia llegó a asustarme.


    Vuelvo de todos modos a las páginas antológicas de Quintana por el desafiante sesgo imperativo que el título del volumen lanza a sus lectores. No he podido olvidarlos, ni al poeta ni a su exquisita antología. La memoria desnuda de sus poemas me acompaña ahora bajo la forma de unas glosas que quisieran ser no por su oscura inclinación menos ligeras.

    En unas necesarias y concisas páginas García-Máiquez esboza a carboncillo la evolución literaria de Mário Quintana. Entre líneas y como al vuelo, sus breves notas contextualizadoras le sirven para afinar las facciones con que ha ido madurando su propia poética: el autobiografismo, el humor leve, la inquietud de la muerte, la íntima relación de su verso libre con la métrica clásica, la conciencia metapoética….

    Con la esperanza de que el espíritu de Quintana arraigue en la poesía española, García-Máiquez señala que “he tratado de trasladar el aire, el humor, los guiños, la música, las rimas, la sorpresa de los giros de Mario Quintana”. ¿Cómo lograrlo?: “Entre los extremos de la traducción literal y de la variación literaria, he tratado de moverme en el amplio término de la versión poética”.

    La adopción de esta perspectiva es crucial. Su objetivo es “familiarizar” al lector con la poesía a la que debe enfrentarse. García-Máiquez cita para lograrlo a Rafael Alberti o a Antonio Machado, como también a Wislawa Szymborska o a Horacio. Si a García Martín la conceptualidad breve de algunos poemas de Espejo mágico (1951) le recordaban las humoradas de Ramón de Campoamor, no pocos de los chispazos poéticos de la poesía madura de Quintana, entre Apuntes de historia sobrenatural (1976) y La pereza como método de trabajo (1987), se me entremezclan en el recuerdo con Prosemas o menos de Ángel González o, por provocar, con Satura de Eugenio Montale.

    El estrecho abrazo del tiempo y la vida con la música y la poesía puede suscitar este tipo de asociaciones más o menos bizarras que, en el fondo, constatan una feliz impotencia explicativa. Podrían bastar para expresar el esfuerzo de un lector por apropiarse de un sentido huidizo, de una ligereza que parece al alcance la mano y que se esfuma al hacer tan sólo el gesto de apresarlo.

    Nada refleja mejor su exigencia que la elección de la “versión poética” subrayada hace un momento. Ella representa en su denso compromiso la tarea encomendada a cada lector de que se convierta, para sí, en un "traductor". No debe caer en saco roto el consejo del antólogo de detenerse en la lectura de los poemas en su portugués original. Como en el fondo de un pozo, se oyen tintinear entre ellos y sus versiones los sonidos de un lenguaje puro que roza levemente, con una inmediatez misteriosa, la realidad a la que apuntan como un deíctico en la sombra.

    Pudiera ser que, místico o mesiánico, no haya dejado de creer que, aun tratándose de “un poeta para todos los públicos”, como García Martín considera a Quintana, el choque entre la pervivencia de una obra como la suya y su actualización en las diversas lenguas plantea también a sus traductores, como advertía Walter Benjamin, “la prueba de su sagrada creencia: la prueba de la lejanía que hay entre su secreto y su revelación, y todo lo que puede volverse presente en el saber que uno se hace de esta lejanía”.




    continuará

    [Tienes que estar registrado y conectado para ver este vínculo]


    _________________



    [Tienes que estar registrado y conectado para ver esa imagen]


    "Ser como un verso volando
    o un ciego soñando
    y en ese vuelo y en ese sueño
    compartir contigo sol y luna,
    siendo guardián en tu cielo
    y tren de tus ilusiones."
    (Hánjel)





    [Tienes que estar registrado y conectado para ver esa imagen]
    Maria Lua
    Maria Lua
    Administrador-Moderador
    Administrador-Moderador


    Cantidad de envíos : 69622
    Fecha de inscripción : 12/04/2009
    Localización : Nova Friburgo / RJ / Brasil

    MARIO QUINTANA    ( Brasil: 30/07/1906 -05/05/1994)  - Página 30 Empty Re: MARIO QUINTANA ( Brasil: 30/07/1906 -05/05/1994)

    Mensaje por Maria Lua Lun 25 Sep 2023, 21:03

    ***


    Fiel a su letra, reconozco que la poesía de Quintana me ha proporcionado una intensa emoción sobre todo por sus efectos de “extrañamiento”. La tensión imaginativa y lingüística entre el original y su versión a lo largo de los sucesivos libros aleja y a la par atrae al lector hacia la refulgente singularidad del mundo poético del autor de Baúl de asombros (1986). Por poner el ejemplo más circunstancial posible, el subtítulo de "[Noviazgo]", añadido por el editor en su versión al soneto "A minha morte quando eu nasci" de La calle de las veletas (1940), casi me ha empujado a bailar perentoriamente, con jovialidad estremecida, una Danza de la Muerte barroca.

    Por todas estas razones, cabe agradecer que García-Máiquez no desobedezca su mandato de “atarse muy en largo” en las versiones. El esfuerzo es notable en La calle de las veletas y Canciones (1946), pero los resultados deslumbran, casi en el detalle microscópico, en poemas de Apuntes de historia sobrenatural como “Elegía”, “Emergencia”, “Yo oigo música”, “El viejo del espejo” o “De gramática y lenguaje”. En ellos brilla el encanto de la poesía de Quintana que consistiría, por utilizar otra vez un juicio de García Martín, “en no perder con el ultraje de los años la ingenuidad del niño”. O al revés: en dejar testimonio del ultraje de los años con la ingenuidad del niño. El rostro que una y otra vez intenta plasmar con su voz cada vez más personal se le va desdibujando con la misma fuerza que se graban cada vez más hondamente sus palabras claras y esquivas.



    Presencia



    [Para Lama de Lamos]


                       
    Es preciso que la nostalgia dibuje tus líneas perfectas
                       y tu perfil exacto. Que apenas, levemente, el viento
                       de las horas deje un temblor en tu pelo…
                       Preciso es que tu ausencia huela
                       sutilmente, en el aire, a trébol que has pisado,
                       o a hojas de romero hace tiempo guardadas
                       no se sabe bien por quién en algún mueble antiguo…
                       Es preciso, también, que sea como abrir una ventana
                       y respirarte, azul y luminosa, respirarte en el aire.
                       Precisa es la nostalgia, para que yo te sienta
                       igual que siento -en mí- la vida, su presencia misteriosa…
                       Pero, si surges, eres tan otra y múltiple, imprevista,
                       que nunca te pareces a tu propio retrato…
                       y acabo por cerrar los ojos para verte”


                       (Mario Quintana, Intenta olvidarme)


    A presença misteriosa da vida… tão outra e múltipla e imprevista... com o teu retrato hace cerrar los ojos para ver -y seguir viviendo- el sentido de estos poemas...





    [Tienes que estar registrado y conectado para ver este vínculo]


    _________________



    [Tienes que estar registrado y conectado para ver esa imagen]


    "Ser como un verso volando
    o un ciego soñando
    y en ese vuelo y en ese sueño
    compartir contigo sol y luna,
    siendo guardián en tu cielo
    y tren de tus ilusiones."
    (Hánjel)





    [Tienes que estar registrado y conectado para ver esa imagen]
    Maria Lua
    Maria Lua
    Administrador-Moderador
    Administrador-Moderador


    Cantidad de envíos : 69622
    Fecha de inscripción : 12/04/2009
    Localización : Nova Friburgo / RJ / Brasil

    MARIO QUINTANA    ( Brasil: 30/07/1906 -05/05/1994)  - Página 30 Empty Re: MARIO QUINTANA ( Brasil: 30/07/1906 -05/05/1994)

    Mensaje por Maria Lua Jue 28 Sep 2023, 18:41

    DA IRRESISTÍVEL BELEZA

    O leão é um animal tão belo que ser devorado por ele é melhor do que ser devorado por um crocodilo... Diante da sua arremetida, bem sei que se pode morrer de puro medo... porém nunca de horror.
    ___________________Mario Quintana - Caderno H


    *********************



    De la irresistible belleza

    El León es un animal tan bello que ser devorado por él es mejor que ser devorado por un cocodrilo... ante su acometida, bien sé que se puede morir de puro miedo... pero nunca de horror.
    ___________________ Mario Quintana - Cuaderno H




    **************


    **************


    O menino e o milagre


    O primeiro verso que um poeta faz é sempre o mais belo porque toda a poesia do mundo está em ser aquele o seu primeiro verso...



    *******************


    *******************


    Momento


    O homem parou, cheio de dedos, para procurar os fósforos nos bolsos. A insidiosa frescura do mar lhe mandou um pensamento suicida. E Veio um riso límpido, e irresistível -em i, em a, em o -do fundo de um pátio da infância. Um riso... Senão quando o homem achou os fósforos e a vida recomeçou. Apressada, implacável, urgente. Avida é cheia de pacotes... O doloroso sulco lábio-nasal junto à garrafa morta...


    _________________



    [Tienes que estar registrado y conectado para ver esa imagen]


    "Ser como un verso volando
    o un ciego soñando
    y en ese vuelo y en ese sueño
    compartir contigo sol y luna,
    siendo guardián en tu cielo
    y tren de tus ilusiones."
    (Hánjel)





    [Tienes que estar registrado y conectado para ver esa imagen]
    Maria Lua
    Maria Lua
    Administrador-Moderador
    Administrador-Moderador


    Cantidad de envíos : 69622
    Fecha de inscripción : 12/04/2009
    Localización : Nova Friburgo / RJ / Brasil

    MARIO QUINTANA    ( Brasil: 30/07/1906 -05/05/1994)  - Página 30 Empty Re: MARIO QUINTANA ( Brasil: 30/07/1906 -05/05/1994)

    Mensaje por Maria Lua Sáb 30 Sep 2023, 21:40

    Não pretendo que a poesia seja um antídoto para a tecnocracia atual. Mas
    sim um alívio. Como quem se livra de vez em quando de um sapato apertado e
    passeia descalço sobre a relva, ficando assim mais próximo da natureza, mais
    por dentro da vida. Porque as máquinas um dia viram sucata. A poesia, nunca.



    *********************


    No pretendo que la poesía sea un antídoto contra la tecnocracia actual. Pero
    si un alivio. Como alguien que se deshace de un zapato ajustado de vez en cuando y
    se pasea descalzo sobre la hierba, acercándose así a la naturaleza, más
    dentro de la vida. Porque las máquinas un día se convierten en chatarra.La poesía, nunca.



    [Tienes que estar registrado y conectado para ver este vínculo]


    _________________



    [Tienes que estar registrado y conectado para ver esa imagen]


    "Ser como un verso volando
    o un ciego soñando
    y en ese vuelo y en ese sueño
    compartir contigo sol y luna,
    siendo guardián en tu cielo
    y tren de tus ilusiones."
    (Hánjel)





    [Tienes que estar registrado y conectado para ver esa imagen]
    Maria Lua
    Maria Lua
    Administrador-Moderador
    Administrador-Moderador


    Cantidad de envíos : 69622
    Fecha de inscripción : 12/04/2009
    Localización : Nova Friburgo / RJ / Brasil

    MARIO QUINTANA    ( Brasil: 30/07/1906 -05/05/1994)  - Página 30 Empty Re: MARIO QUINTANA ( Brasil: 30/07/1906 -05/05/1994)

    Mensaje por Maria Lua Miér 04 Oct 2023, 18:33

    Do gigantismo


    Olha o que aconteceu com os Grandes Impérios! Por eles se vê que a mania de grandeza é sempre fatal. E espia só os iguanodontes, esses pesadelos ridículos... Se fossem do tamanho de lagartixas, existiriam até hoje.

    ************


    De gigantismo


    ¡Mira lo que pasó con los Grandes Imperios! De ellos se ve que la manía de la grandeza es siempre fatal. Y solo espiar a los iguanodones, esas ridículas pesadillas... Si fueran del tamaño de lagartijas, todavía existirían hoy.


    _________________



    [Tienes que estar registrado y conectado para ver esa imagen]


    "Ser como un verso volando
    o un ciego soñando
    y en ese vuelo y en ese sueño
    compartir contigo sol y luna,
    siendo guardián en tu cielo
    y tren de tus ilusiones."
    (Hánjel)





    [Tienes que estar registrado y conectado para ver esa imagen]
    Maria Lua
    Maria Lua
    Administrador-Moderador
    Administrador-Moderador


    Cantidad de envíos : 69622
    Fecha de inscripción : 12/04/2009
    Localización : Nova Friburgo / RJ / Brasil

    MARIO QUINTANA    ( Brasil: 30/07/1906 -05/05/1994)  - Página 30 Empty Re: MARIO QUINTANA ( Brasil: 30/07/1906 -05/05/1994)

    Mensaje por Maria Lua Sáb 07 Oct 2023, 18:27




    Parcialidade


    A irmã lesma, a irmã barata, o irmão piolho, os irmãozinhos vermes que pululam nas chagas... Mas por que também não os louvaste, ó amantíssimo São Francisco, no teu amável Cântico das criaturas?




    ****************

    Parcialidad


    La hermana babosa, la hermana cucaracha, el hermano piojo, los hermanitos gusanitos que pululan en las heridas... Pero ¿por qué no los alabaste también tú, oh amantísimo San Francisco, en tu amantísimo Cántico de las criaturas?



    ***********************

    *****************

    Emergência

    Quem faz um poema abre uma janela.
    Respira, tu que estás numa cela
    abafada,
    esse ar que entra por ela.
    Por isso é que os poemas têm ritmo —
    para que possas profundamente respirar.
    Quem faz um poema salva um afogado.



    *******************


    Emergencia



    Quien hace un poema abre una ventana.

    Respira, tú que estás en una celda

    asfixiante,

    ese aire que entra por ella.

    Por eso es que los poemas tienen ritmo

    - para que puedas profundamente respirar.

    Quien hace un poema salva un ahogado.






    (Traducido por Carlos Humberto Llanos)


    _________________



    [Tienes que estar registrado y conectado para ver esa imagen]


    "Ser como un verso volando
    o un ciego soñando
    y en ese vuelo y en ese sueño
    compartir contigo sol y luna,
    siendo guardián en tu cielo
    y tren de tus ilusiones."
    (Hánjel)





    [Tienes que estar registrado y conectado para ver esa imagen]
    Maria Lua
    Maria Lua
    Administrador-Moderador
    Administrador-Moderador


    Cantidad de envíos : 69622
    Fecha de inscripción : 12/04/2009
    Localización : Nova Friburgo / RJ / Brasil

    MARIO QUINTANA    ( Brasil: 30/07/1906 -05/05/1994)  - Página 30 Empty Re: MARIO QUINTANA ( Brasil: 30/07/1906 -05/05/1994)

    Mensaje por Maria Lua Mar 10 Oct 2023, 18:05

    Noturno

    O relógio costura, meticulosamente, quilômetros e quilômetros do
    silêncio noturno.
    De vez em quando, os velhos armários estalam como ossos.
    Na ilha do pátio, o cachorro, ladrando.
    (É a Lua.)
    E, à lembrança da Lua, Lili arregala os olhos no escuro.


    ***************


    Nocturno


    El reloj cose minuciosamente kilómetros y kilómetros de
    Silencio nocturno.
    De vez en cuando, los viejos armarios se rompen como huesos.
    En la isla del patio, el perro ladrando.
    (Es la Luna)
    Y al recordar la Luna, los ojos de Lili se abren en la oscuridad.



    _________________



    [Tienes que estar registrado y conectado para ver esa imagen]


    "Ser como un verso volando
    o un ciego soñando
    y en ese vuelo y en ese sueño
    compartir contigo sol y luna,
    siendo guardián en tu cielo
    y tren de tus ilusiones."
    (Hánjel)





    [Tienes que estar registrado y conectado para ver esa imagen]
    Maria Lua
    Maria Lua
    Administrador-Moderador
    Administrador-Moderador


    Cantidad de envíos : 69622
    Fecha de inscripción : 12/04/2009
    Localización : Nova Friburgo / RJ / Brasil

    MARIO QUINTANA    ( Brasil: 30/07/1906 -05/05/1994)  - Página 30 Empty Re: MARIO QUINTANA ( Brasil: 30/07/1906 -05/05/1994)

    Mensaje por Maria Lua Sáb 14 Oct 2023, 19:09

    Noturno da viação férrea




    Ora, os fantasmas são viajantes noturnos.
    Se aboletam nos carros vazios e ficam
    (por que será que os fantasmas não fumam?)
    a olhar o mundo que desliza...
    Mas sucede que as máquinas estavam manobrando apenas.
    E depois veio a luz crescente, a luz cruel,
    situando e ambientando as coisas.
    E quando surgem, cabalísticos, os primeiros letreiros:
    Hotel Savóia, Ao Pente de Ouro, Saúde da Mulher,
    os fantasmas, puídos de claridades,
    soltam um suspiro e se desvanecem.



    **************



    Nocturno de la via férrea




    Ahora, los fantasmas son viajeros nocturnos.
    Se acomodan en los coches vacíos y se ponen
    (¿por qué será que los fantasmas no fuman?)
    a mirar el mundo que se desliza...
    Pero sucede que las máquinas estaban maniobrando sólo.
    Y después vino la luz creciente, la luz cruel,
    situando y ambientando las cosas.
    Y cuando surgen, cabalísticos, los primeros letreros:
    Hotel Saboya, Al Peine de Oro, Salud de la Mujer,
    los fantasmas, raídos de claridades,
    dejan ir un suspiro y se desvanecen.






    ( versión al español de Pedro Casas Serra)



    _________________



    [Tienes que estar registrado y conectado para ver esa imagen]


    "Ser como un verso volando
    o un ciego soñando
    y en ese vuelo y en ese sueño
    compartir contigo sol y luna,
    siendo guardián en tu cielo
    y tren de tus ilusiones."
    (Hánjel)





    [Tienes que estar registrado y conectado para ver esa imagen]
    Maria Lua
    Maria Lua
    Administrador-Moderador
    Administrador-Moderador


    Cantidad de envíos : 69622
    Fecha de inscripción : 12/04/2009
    Localización : Nova Friburgo / RJ / Brasil

    MARIO QUINTANA    ( Brasil: 30/07/1906 -05/05/1994)  - Página 30 Empty Re: MARIO QUINTANA ( Brasil: 30/07/1906 -05/05/1994)

    Mensaje por Maria Lua Lun 16 Oct 2023, 20:00

    Segunda canción de muy lejos




    Había un corredor que hacía ángulo:
    Un misterio encanalando con otro misterio, en lo oscuro...
    Pero vamos a cerrar los ojos
    Y pensar en una otra cosa...
    Vamos a oír el ruido cantado, el ruido arrastrado por las corrientes en el aljibe,
    Empujando el agua fresca y profunda.
    Había en el arco del aljibe trepadoras trémulas.
    Nosotros nos inclinábamos en el borde, gritando los nombres de unos y otros,
    Y allá adentro las palabras resonaban fuertes, cavernosas como voces de león.
    Nosotros éramos cuatro, una prima, dos negrillos y yo.
    Había azulejos relucientes, el muro del huerto pequeño,1 que limitaba el mundo,
    Una pianeira2 enorme y, siempre y cada vez más, los grillos y las estrellas...
    Había todos los ruidos, todas las voces de aquellos tiempos...
    Las lindas y absurdas cantigas, tía Tula regañando a los cachorros,
    El chillar de las teteras...
    ¿Dónde andará ahora el pince-nez3 de tía Tula
    Que ella no hallaba nunca?
    La pobre no llegó a terminar la Toutinegre del Molino,4
    ¡Que salía en folletín en el Correo del Pueblo!...
    La última vez que la vi, ella ya doblando aquel corredor oscuro.
    Ya encogida, pequeñísima, humilde. Sus pasos no hacían ruido.
    ¡Y ella no se volteó para atrás!




    _________________



    [Tienes que estar registrado y conectado para ver esa imagen]


    "Ser como un verso volando
    o un ciego soñando
    y en ese vuelo y en ese sueño
    compartir contigo sol y luna,
    siendo guardián en tu cielo
    y tren de tus ilusiones."
    (Hánjel)





    [Tienes que estar registrado y conectado para ver esa imagen]
    Maria Lua
    Maria Lua
    Administrador-Moderador
    Administrador-Moderador


    Cantidad de envíos : 69622
    Fecha de inscripción : 12/04/2009
    Localización : Nova Friburgo / RJ / Brasil

    MARIO QUINTANA    ( Brasil: 30/07/1906 -05/05/1994)  - Página 30 Empty Re: MARIO QUINTANA ( Brasil: 30/07/1906 -05/05/1994)

    Mensaje por Maria Lua Sáb 21 Oct 2023, 17:31

    Poema transitório

    Eu que nasci na Era da Fumaça: - trenzinho
    vagoroso com vagarosas
    paradas
    em cada estaçãozinha pobre
    para comprar
    ............pastéis
    ............pés-de-moleque
    ............sonhos
    - principalmente sonhos!
    porque as moças da cidade vinham olhar o trem passar:
    elas suspirando maravilhosas viagens
    e a gente com um desejo súbito de ali ficar morando
    sempre... Nisto
    o apito da locomotiva
    e o trem se afastando
    e o trem arquejando
    é preciso partir
    é preciso chegar
    é preciso partir é preciso chegar... Ah, como esta vida é urgente!
    ... no entanto
    eu gostava era mesmo de partir...
    e - até hoje - quando acaso embarco
    para alguma parte
    acomodo-me no meu lugar
    fecho os olhos e sonho:
    viajar, viajar
    mas para parte nenhuma...
    viajar indefinidamente...
    como uma nave espacial perdida entre as estrelas.


    *************


    Poema transitorio

    Yo que nací en la Era del Humo: - trenecito
    calmoso con calmosas
    paradas
    en cada estacioncita pobre
    para comprar
    ............pasteles
    ............garrapiñados
    ............sueños
    - ¡sobre todo sueños!
    porque las mozas de la ciudad venían a ver pasar el tren:
    suspirando por maravillosos viajes
    y la gente con un deseo súbito de quedarse allí viviendo
    siempre... En esto
    el silbido de la locomotora
    y el tren alejándose
    y el tren jadeando
    es preciso partir
    es preciso llegar
    es preciso partir es preciso llegar... ¡Ah, qué urgente es esta vida!
    ... sin embargo
    a mí me gustaba salir enseguida...
    y - hasta hoy - cuando aún embarco
    hacia algún lugar
    me acomodo en mi sitio
    cierro los ojos y sueño:
    viajar, viajar
    pero hacia ningún sitio...
    viajar indefinidamente...
    como una nave espacial perdida en las estrellas.


    Mario Quintana (Baú de Espantos, 1986)
    (versión de Pedro Casas Serra)


    _________________



    [Tienes que estar registrado y conectado para ver esa imagen]


    "Ser como un verso volando
    o un ciego soñando
    y en ese vuelo y en ese sueño
    compartir contigo sol y luna,
    siendo guardián en tu cielo
    y tren de tus ilusiones."
    (Hánjel)





    [Tienes que estar registrado y conectado para ver esa imagen]
    Maria Lua
    Maria Lua
    Administrador-Moderador
    Administrador-Moderador


    Cantidad de envíos : 69622
    Fecha de inscripción : 12/04/2009
    Localización : Nova Friburgo / RJ / Brasil

    MARIO QUINTANA    ( Brasil: 30/07/1906 -05/05/1994)  - Página 30 Empty Re: MARIO QUINTANA ( Brasil: 30/07/1906 -05/05/1994)

    Mensaje por Maria Lua Lun 23 Oct 2023, 20:04

    AH, SÍ, LA VIEJA POESÍA...

    Poesía, mi vieja amiga...
    yo te entrego todo
    lo que otros no dan importancia alguna...
    a saber:
    el silencio de los viejos pasillos
    una esquina
    una luna
    (porque hay muchas, muchas lunas...)
    la primera mirada de aquella primera enamorada
    que todavía ilumina, el alma,
    como una tenue luz de lamparilla,
    a tu cámara de horrores.
    ¿Y los grillos?
    ¿No están oyendo, allá afuera, los grillos?
    Sí, los grillos...
    Los grillos son los poetas muertos.

    Te entrego grillos a los millones un lápiz verde un retrato
    amarilleado un viejo huevo de costura tus pecados las
    reivindicaciones las explicaciones – menos
    el alzar de hombros y las risas contenidas
    pero
    todas las lágrimas que el orgullo estancó en la fuente
    las explosiones de cólera

    el crujir de dientes
    las alegrías agudas hasta el grito
    la danza de los huesos...
    Pues bien
    hay veces
    de todo cuando le entrego, la Poesía hace una cosa que
    parece nada tener que ver con los ingredientes pero que
    tiene por eso mismo un sabor total: eternamente ese
    gusto de nunca y de siempre.


    EL POEMA

    Un poema como un sorbo de agua bebido en lo oscuro.
    Como un pobre animal palpitando herido.
    Como pequeñita moneda de plata perdida para siempre en la floresta nocturna.
    Un poema sin otra angustia que su misteriosa condición de poema.
    Triste.
    Solitario.
    Único.
    Herido de mortal belleza.


    EL POEMA

    El poema es una piedra en el abismo,
    El eco del poema disloca los perfiles:
    Para bien de las aguas y de las almas
    Asesinemos al poeta.


    _________________



    [Tienes que estar registrado y conectado para ver esa imagen]


    "Ser como un verso volando
    o un ciego soñando
    y en ese vuelo y en ese sueño
    compartir contigo sol y luna,
    siendo guardián en tu cielo
    y tren de tus ilusiones."
    (Hánjel)





    [Tienes que estar registrado y conectado para ver esa imagen]
    Maria Lua
    Maria Lua
    Administrador-Moderador
    Administrador-Moderador


    Cantidad de envíos : 69622
    Fecha de inscripción : 12/04/2009
    Localización : Nova Friburgo / RJ / Brasil

    MARIO QUINTANA    ( Brasil: 30/07/1906 -05/05/1994)  - Página 30 Empty Re: MARIO QUINTANA ( Brasil: 30/07/1906 -05/05/1994)

    Mensaje por Maria Lua Vie 27 Oct 2023, 19:46

    Quem Sabe um Dia


    Quem
    sabe um dia
    Quem sabe um seremos
    Quem sabe um viveremos
    Quem sabe um morreremos!

    Quem é que
    Quem é macho
    Quem é fêmea
    Quem é humano, apenas!

    Sabe amar
    Sabe de mim e de si
    Sabe de nós
    Sabe ser um!

    Um dia
    Um mês
    Um ano
    Um(a) vida!

    Sentir primeiro, pensar depois
    Perdoar primeiro, julgar depois

    Amar primeiro, educar depois
    Esquecer primeiro, aprender depois

    Libertar primeiro, ensinar depois
    Alimentar primeiro, cantar depois

    Possuir primeiro, contemplar depois
    Agir primeiro, julgar depois

    Navegar primeiro, aportar depois
    Viver primeiro, morrer depois


    ******************


    Obsessão do mar oceano



    Vou andando feliz pelas ruas sem nome...
    Que vento bom sopra do Mar Oceano!
    Meu amor eu nem sei como se chama,
    Nem sei se é muito longe o Mar Oceano...
    Mas há vasos cobertos de conchinhas
    Sobre as mesas... e moças nas janelas
    Com brincos e pulseiras de coral...
    Búzios calçando portas... caravelas
    Sonhando imóveis sobre velhos pianos...
    Nisto,
    Na vitrina do bric o teu sorriso, Antínous,
    E eu me lembrei do pobre imperador Adriano,
    De su'alma perdida e vaga na neblina...
    Mas como sopra o vento sobre o Mar Oceano!
    Se eu morresse amanhã, só deixaria, só,
    Uma caixa de música
    Uma bússola
    Um mapa figurado
    Uns poemas cheios de beleza única
    De estarem inconclusos...
    Mas como sopra o vento nestas ruas de outono!
    E eu nem sei, eu nem sei como te chamas...
    Mas nos encontramos sobre o Mar Oceano,
    Quando eu também já não tiver mais nome.


    _________________



    [Tienes que estar registrado y conectado para ver esa imagen]


    "Ser como un verso volando
    o un ciego soñando
    y en ese vuelo y en ese sueño
    compartir contigo sol y luna,
    siendo guardián en tu cielo
    y tren de tus ilusiones."
    (Hánjel)





    [Tienes que estar registrado y conectado para ver esa imagen]
    Maria Lua
    Maria Lua
    Administrador-Moderador
    Administrador-Moderador


    Cantidad de envíos : 69622
    Fecha de inscripción : 12/04/2009
    Localización : Nova Friburgo / RJ / Brasil

    MARIO QUINTANA    ( Brasil: 30/07/1906 -05/05/1994)  - Página 30 Empty Re: MARIO QUINTANA ( Brasil: 30/07/1906 -05/05/1994)

    Mensaje por Maria Lua Sáb 28 Oct 2023, 21:55

    Mudança de temperatura


    Nos fios telegráficos pousaram uma, duas, três, quatro andorinhas.
    Olham de um lado e outro...
    Irão partir?
    Sobre as cercas rasas do arrabalde, os girassóis espiam como girafas...



    ***************


    Cambio de temperatura


    Una, dos, tres, cuatro golondrinas aterrizaron en los cables del telégrafo.
    Miran de lado a lado...
    ¿Se irán?
    Sobre las cercas poco profundas de las afueras, los girasoles se asoman como jirafas...


    _________________



    [Tienes que estar registrado y conectado para ver esa imagen]


    "Ser como un verso volando
    o un ciego soñando
    y en ese vuelo y en ese sueño
    compartir contigo sol y luna,
    siendo guardián en tu cielo
    y tren de tus ilusiones."
    (Hánjel)





    [Tienes que estar registrado y conectado para ver esa imagen]
    Maria Lua
    Maria Lua
    Administrador-Moderador
    Administrador-Moderador


    Cantidad de envíos : 69622
    Fecha de inscripción : 12/04/2009
    Localización : Nova Friburgo / RJ / Brasil

    MARIO QUINTANA    ( Brasil: 30/07/1906 -05/05/1994)  - Página 30 Empty Re: MARIO QUINTANA ( Brasil: 30/07/1906 -05/05/1994)

    Mensaje por Maria Lua Vie 03 Nov 2023, 20:36

    Da paginação


    Os livros de poemas devem ter margens largas e muitas páginas em branco e suficientes claros nas páginas impressas, para que as crianças possam enchê-los de desenhos gatos, homens, aviões, casas, chaminés, árvores, luas, pontes, automóveis, cachorros, cavalos, bois, tranças, estrelas - que passarão também a fazer parte dos poemas...



    *****************


    De la paginación


    Los libros de poemas deben tener márgenes amplios y muchas páginas en blanco y lo suficientemente claras en las páginas impresas, para que los niños puedan llenarlas con dibujos de gatos, hombres, aviones, casas, chimeneas, árboles, lunas, puentes, autos, perros, caballos, bueyes, trenzas, estrellas, que también pasarán a formar parte de los poemas ...


    _________________



    [Tienes que estar registrado y conectado para ver esa imagen]


    "Ser como un verso volando
    o un ciego soñando
    y en ese vuelo y en ese sueño
    compartir contigo sol y luna,
    siendo guardián en tu cielo
    y tren de tus ilusiones."
    (Hánjel)





    [Tienes que estar registrado y conectado para ver esa imagen]
    Maria Lua
    Maria Lua
    Administrador-Moderador
    Administrador-Moderador


    Cantidad de envíos : 69622
    Fecha de inscripción : 12/04/2009
    Localización : Nova Friburgo / RJ / Brasil

    MARIO QUINTANA    ( Brasil: 30/07/1906 -05/05/1994)  - Página 30 Empty Re: MARIO QUINTANA ( Brasil: 30/07/1906 -05/05/1994)

    Mensaje por Maria Lua Miér 08 Nov 2023, 08:22

    O pobre poema


    Eu escrevi um poema horrível!
    É claro que ele queria dizer alguma coisa...
    Mas o quê?
    Estaria engasgado?
    Nas suas meias-palavras havia no entanto uma ternura mansa
    como a que se vê nos olhos de uma criança doente,
    uma precoce, incompreensível gravidade
    de quem, sem ler os jornais,
    soubesse dos seqüestros
    dos que morrem sem culpa
    dos que se desviam porque todos os caminhos estão tomados...
    Poema, menininho condenado,
    bem se via que ele não era deste mundo nem para este mundo...
    Tomado, então, de um ódio insensato,
    esse ódio que enlouquece os homens ante a insuportável
    verdade, dilacerei-o em mil pedaços.
    E respirei...
    Também! quem mandou ter ele nascido no mundo errado?


    _________________



    [Tienes que estar registrado y conectado para ver esa imagen]


    "Ser como un verso volando
    o un ciego soñando
    y en ese vuelo y en ese sueño
    compartir contigo sol y luna,
    siendo guardián en tu cielo
    y tren de tus ilusiones."
    (Hánjel)





    [Tienes que estar registrado y conectado para ver esa imagen]
    Maria Lua
    Maria Lua
    Administrador-Moderador
    Administrador-Moderador


    Cantidad de envíos : 69622
    Fecha de inscripción : 12/04/2009
    Localización : Nova Friburgo / RJ / Brasil

    MARIO QUINTANA    ( Brasil: 30/07/1906 -05/05/1994)  - Página 30 Empty Re: MARIO QUINTANA ( Brasil: 30/07/1906 -05/05/1994)

    Mensaje por Maria Lua Lun 13 Nov 2023, 17:26

    Apuntamiento para una elegía




    I
    Me inclino
    Sobre mí
    Con una melancolía
    De quien contempla las cosas disparatadas que hay en la vitrina de un baratillo...
    ¡Pobre alma, niña fea!
    Las lágrimas empañan tus anteojos.
    Y lo más triste es que no son verdaderas lágrimas,
    Son un mero subproducto del tiempo,
    Como ese polvo de alas de mariposas
    Que ella va pulverizando, aquí y allí, sobre todas las cosas...

    II
    Mi Ángel de la Guarda es dentudo,
    Tiene un ala más baja que la otra.

    III
    Agradecido, niñinina, por ese mirar confiante,
    Por tu beso como una estrellita...
    Hacía mucho que yo no me sentía así, tan bien conmigo...
    ¡Hacía mucho que sólo me dirigían miradas de interrogación!

    IV
    Y agradecido, papel, por tu palidez de espanto.

    V
    Poeta, estás en la hora en que los gallos mueven los pararrayos
    Picotean la rosa de los vientos,
    Estás en la hora de cambiar tu vestido de fiesta de los momentos...
    Estás en la hora
    Y cuando
    Afligido
    Llevas
    Tu reloj al oído
    ¡Sólo oyes el misterioso llamamiento de las aguas cantando distantes!


    _________________



    [Tienes que estar registrado y conectado para ver esa imagen]


    "Ser como un verso volando
    o un ciego soñando
    y en ese vuelo y en ese sueño
    compartir contigo sol y luna,
    siendo guardián en tu cielo
    y tren de tus ilusiones."
    (Hánjel)





    [Tienes que estar registrado y conectado para ver esa imagen]
    Maria Lua
    Maria Lua
    Administrador-Moderador
    Administrador-Moderador


    Cantidad de envíos : 69622
    Fecha de inscripción : 12/04/2009
    Localización : Nova Friburgo / RJ / Brasil

    MARIO QUINTANA    ( Brasil: 30/07/1906 -05/05/1994)  - Página 30 Empty Re: MARIO QUINTANA ( Brasil: 30/07/1906 -05/05/1994)

    Mensaje por Maria Lua Vie 17 Nov 2023, 08:50

    Cavalo de fogo

    Mas a minha mais remota recordação
    só muito tempo depois eu vim a saber que era um cometa
    e precisamente o cometa de Halley

    maravilhoso Cavalo Celestial
    com a sua longa cauda vermelha atravessando, ondulante, de lado a lado,
    bem sobre o meio do mundo,
    a noite misteriosa do pátio…
    Jamais esquecerei a sua aparição
    porque
    naquele tempo de espantos e encantos
    o cometa de Halley não se contentava em parecer um cavalo, apenas:
    o cometa de Halley era um cavalo!



    (Veja aqui um relato do meu encontro com o cometa Halley [Tienes que estar registrado y conectado para ver este vínculo]


    «El caballo de fuego»,

    Mi remoto primer recuerdo
    solo mucho después llegué a saber que era un cometa
    —precisamente el cometa Halley.

    maravilloso caballo celestial
    con una larga cola bermeja,
    atravesando, ondulante, de lado a lado
    justo en medio del mundo
    la noche misteriosa de mi patio…
    Yo jamás olvidé aquella aparición
    porque
    en aquel tiempo de sombras y de asombros
    el cometa Halley no se conformaba con parecer un caballo:
    el cometa Halley era un caballo!».


    _________________



    [Tienes que estar registrado y conectado para ver esa imagen]


    "Ser como un verso volando
    o un ciego soñando
    y en ese vuelo y en ese sueño
    compartir contigo sol y luna,
    siendo guardián en tu cielo
    y tren de tus ilusiones."
    (Hánjel)





    [Tienes que estar registrado y conectado para ver esa imagen]
    Maria Lua
    Maria Lua
    Administrador-Moderador
    Administrador-Moderador


    Cantidad de envíos : 69622
    Fecha de inscripción : 12/04/2009
    Localización : Nova Friburgo / RJ / Brasil

    MARIO QUINTANA    ( Brasil: 30/07/1906 -05/05/1994)  - Página 30 Empty Re: MARIO QUINTANA ( Brasil: 30/07/1906 -05/05/1994)

    Mensaje por Maria Lua Jue 23 Nov 2023, 10:47

    Os retratos




    Os antigos retratos de parede
    não conseguem ficar longo tempo abstratos.
    Às vezes os seus olhos te fixam, obstinados
    porque eles nunca se desumanizam de todo.
    Jamais te voltes para trás de repente.
    Não, não olhes agora!
    O remédio é cantares cantigas loucas e sem fim...
    Sem fim e sem sentido...
    Dessas que a gente inventava para enganar a solidão dos
    [caminhos
    sem Lua





    ************************



    Los retratos





    Los antiguos retratos de pared
    no pueden permanecer abstractos durante mucho tiempo.
    A veces sus ojos te fijan obstinados
    porque nunca deshumanizan por completo.
    Nunca vuelvas atrás de repente.
    ¡No, no mires ahora!
    El remedio es cantar canciones locas e interminables...
    Sin fin y sin sentido...
    De esas que la gente inventó para engañar la soledad de
    [loa caminos
    sin LUNA


    _________________



    [Tienes que estar registrado y conectado para ver esa imagen]


    "Ser como un verso volando
    o un ciego soñando
    y en ese vuelo y en ese sueño
    compartir contigo sol y luna,
    siendo guardián en tu cielo
    y tren de tus ilusiones."
    (Hánjel)





    [Tienes que estar registrado y conectado para ver esa imagen]
    Maria Lua
    Maria Lua
    Administrador-Moderador
    Administrador-Moderador


    Cantidad de envíos : 69622
    Fecha de inscripción : 12/04/2009
    Localización : Nova Friburgo / RJ / Brasil

    MARIO QUINTANA    ( Brasil: 30/07/1906 -05/05/1994)  - Página 30 Empty Re: MARIO QUINTANA ( Brasil: 30/07/1906 -05/05/1994)

    Mensaje por Maria Lua Vie 24 Nov 2023, 20:26

    O que chegou de outros mundos...


    Tenho uma cadeira de espaldar muito alto
    Para o visitante noturno
    E enquanto levemente balanço entre uma e outra vaga de sono,
    Ei-lo
    O que chegou de outros mundos...
    ali sentado e sem um movimento.
    Talvez me olhe como se eu fora a branca estátua
    derribada de um deus.
    Talvez me olhe como a forma já ultrapassada
    (que tudo o seu espanto e imobilidade pode dizer).
    E eu então - ele ainda deve estar ali! -
    Levanto-me e vou cumprindo
    Todos os meus rituais.
    Todos os estranhos rituais de minha condição e espécie.
    Religiosamente.
    Cheio de humildade e orgulho.


    *****************

    El que llegó de otros mundos



    Tengo una silla de espaldar muy alto
    Para el visitante nocturno
    Y en cuanto levemente me balanceo entre una y otra onda de sueño
    Helo aquí

    El que llegó de otros mundos —
    Allí sentado y sin un movimiento

    Tal vez me mira como si yo fuera la blanca estatua derribada de un dios.
    Tal vez me mira como a una forma ya ultrapasada
    (Que todo él es espanto e inmovilidad se puede decir)

    Y yo
    Entonces
    —¡él todavía debe estar allí!—
    Me levanto y voy cumpliendo
    Todos mis rituales.

    Todos los extraños rituales de mi condición y especie.
    Religiosamente. Lleno de humildad y orgullo.


    _________________



    [Tienes que estar registrado y conectado para ver esa imagen]


    "Ser como un verso volando
    o un ciego soñando
    y en ese vuelo y en ese sueño
    compartir contigo sol y luna,
    siendo guardián en tu cielo
    y tren de tus ilusiones."
    (Hánjel)





    [Tienes que estar registrado y conectado para ver esa imagen]
    Maria Lua
    Maria Lua
    Administrador-Moderador
    Administrador-Moderador


    Cantidad de envíos : 69622
    Fecha de inscripción : 12/04/2009
    Localización : Nova Friburgo / RJ / Brasil

    MARIO QUINTANA    ( Brasil: 30/07/1906 -05/05/1994)  - Página 30 Empty Re: MARIO QUINTANA ( Brasil: 30/07/1906 -05/05/1994)

    Mensaje por Maria Lua Sáb 25 Nov 2023, 18:39

    A TERRA




    As fronteiras foram riscadas no mapa,
    A terra não sabe disso:
    São para elas tão inexistentes
    Como esses medianos com que os velhos
    Sábios a recortaram como se fosse um
    Melão.

    É verdade que vem sentindo há muito uns
    pruridos, uma leve comichão que às vezes
    se agrava: ela não sabe que são os homens...
    Ela não sabe que são os homens com as suas
    Guerras e outros meios de comunicação.




    Mario Quintana
    In “A vaca e o hipogrifo”







    ***************


    La Tierra




    Las fronteras fueron trazadas en el mapa,
    La Tierra no sabe de eso:
    Son para ella todas inexistentes
    Como esos meridianos que los viejos sabios recortaron
    Como si fuese un melón.
    Es verdad que viene sintiendo desde hace mucho unos pruritos.
    Una leve comezón que a veces se agrava:
    Ella no sabe que son los hombres...
    Ella no sabe que son los hombres con sus guerras
    Y otros medios de comunicación.


    _________________



    [Tienes que estar registrado y conectado para ver esa imagen]


    "Ser como un verso volando
    o un ciego soñando
    y en ese vuelo y en ese sueño
    compartir contigo sol y luna,
    siendo guardián en tu cielo
    y tren de tus ilusiones."
    (Hánjel)





    [Tienes que estar registrado y conectado para ver esa imagen]
    Maria Lua
    Maria Lua
    Administrador-Moderador
    Administrador-Moderador


    Cantidad de envíos : 69622
    Fecha de inscripción : 12/04/2009
    Localización : Nova Friburgo / RJ / Brasil

    MARIO QUINTANA    ( Brasil: 30/07/1906 -05/05/1994)  - Página 30 Empty Re: MARIO QUINTANA ( Brasil: 30/07/1906 -05/05/1994)

    Mensaje por Maria Lua Lun 27 Nov 2023, 18:12

    Noturno citadino



    Um cartaz luminoso ri no ar.
    Ó noite, ó minha nêga
    toda acesa
    de letreiros!... Pena
    é que a gente saiba ler... Senão
    tu serias de uma beleza única
    inteiramente feita
    para o amor dos nossos olhos.


    ****************

    Nocturno en la ciudad



    Un cartel brillante se ríe en el aire.
    Oh noche, oh mi negra
    todo encendida
    de señales!... Pena
    es que sabemos leer... si no
    serías de una belleza única
    enteramente hecha
    para el amor de nuestros ojos.


    _________________



    [Tienes que estar registrado y conectado para ver esa imagen]


    "Ser como un verso volando
    o un ciego soñando
    y en ese vuelo y en ese sueño
    compartir contigo sol y luna,
    siendo guardián en tu cielo
    y tren de tus ilusiones."
    (Hánjel)





    [Tienes que estar registrado y conectado para ver esa imagen]
    Maria Lua
    Maria Lua
    Administrador-Moderador
    Administrador-Moderador


    Cantidad de envíos : 69622
    Fecha de inscripción : 12/04/2009
    Localización : Nova Friburgo / RJ / Brasil

    MARIO QUINTANA    ( Brasil: 30/07/1906 -05/05/1994)  - Página 30 Empty Re: MARIO QUINTANA ( Brasil: 30/07/1906 -05/05/1994)

    Mensaje por Maria Lua Miér 29 Nov 2023, 15:46

    O GRILO


    O grilo procura
    no escuro
    o mais puro diamante perdido.

    O grilo
    com as suas frágeis britadeiras de vidro
    perfura

    as implacáveis solidões noturnas.
    E se o que tanto busca só existe

    em tua limpida loucura
    – que importa? –
    isso

    exatamente isso
    é o teu diamante mais puro!





    *******

    ****************



    Poema


    El grillo procura
    En lo oscuro
    El más puro diamante perdido.

    El grillo
    Con sus frágiles trituradoras de vidrio
    Perfora

    Las implacables soledades nocturnas.
    Y si eso que tanto buscas sólo existe

    En tu límpida locura
    —¿qué importa?—

    ¡Exactamente esto
    Es tu diamante más puro!


    _________________



    [Tienes que estar registrado y conectado para ver esa imagen]


    "Ser como un verso volando
    o un ciego soñando
    y en ese vuelo y en ese sueño
    compartir contigo sol y luna,
    siendo guardián en tu cielo
    y tren de tus ilusiones."
    (Hánjel)





    [Tienes que estar registrado y conectado para ver esa imagen]

    Contenido patrocinado


    MARIO QUINTANA    ( Brasil: 30/07/1906 -05/05/1994)  - Página 30 Empty Re: MARIO QUINTANA ( Brasil: 30/07/1906 -05/05/1994)

    Mensaje por Contenido patrocinado


      Fecha y hora actual: Dom 19 Mayo 2024, 06:01