Aires de Libertad

¿Quieres reaccionar a este mensaje? Regístrate en el foro con unos pocos clics o inicia sesión para continuar.

https://www.airesdelibertad.com

Leer, responder, comentar, asegura la integridad del espacio que compartes, gracias por elegirnos y participar

Estadísticas

Nuestros miembros han publicado un total de 1051082 mensajes en 47940 argumentos.

Tenemos 1579 miembros registrados

El último usuario registrado es Roberto Canales Camacho

¿Quién está en línea?

En total hay 173 usuarios en línea: 1 Registrado, 0 Ocultos y 172 Invitados :: 3 Motores de búsqueda

Pascual Lopez Sanchez


El record de usuarios en línea fue de 1156 durante el Mar 05 Dic 2023, 16:39

Últimos temas

» NO A LA GUERRA 3
CARLOS DRUMMOND DE ANDRADE (Brasil, 31/10/ 1902 –  17/08/ 1987) - Página 5 EmptyHoy a las 01:25 por Pascual Lopez Sanchez

» ANTOLOGÍA DE GRANDES POETAS HISPANOAMÉRICANAS
CARLOS DRUMMOND DE ANDRADE (Brasil, 31/10/ 1902 –  17/08/ 1987) - Página 5 EmptyHoy a las 00:32 por Lluvia Abril

» ELVIO ROMERO (1926-2004)
CARLOS DRUMMOND DE ANDRADE (Brasil, 31/10/ 1902 –  17/08/ 1987) - Página 5 EmptyHoy a las 00:25 por Lluvia Abril

» POESÍA SOCIAL XIX
CARLOS DRUMMOND DE ANDRADE (Brasil, 31/10/ 1902 –  17/08/ 1987) - Página 5 EmptyHoy a las 00:18 por Lluvia Abril

» MAIAKOVSKY Y OTROS POETAS RUSOS Y SOVIÉTICOS, 2
CARLOS DRUMMOND DE ANDRADE (Brasil, 31/10/ 1902 –  17/08/ 1987) - Página 5 EmptyHoy a las 00:14 por Lluvia Abril

» XI. SONETOS POETAS ESPAÑOLES SIGLO XX (VI)
CARLOS DRUMMOND DE ANDRADE (Brasil, 31/10/ 1902 –  17/08/ 1987) - Página 5 EmptyAyer a las 23:40 por Lluvia Abril

» POETAS LATINOAMERICANOS
CARLOS DRUMMOND DE ANDRADE (Brasil, 31/10/ 1902 –  17/08/ 1987) - Página 5 EmptyAyer a las 19:29 por Maria Lua

» LA POESIA MÍSTICA DEL SUFISMO. LA CONFERENCIA DE LOS PÁJAROS.
CARLOS DRUMMOND DE ANDRADE (Brasil, 31/10/ 1902 –  17/08/ 1987) - Página 5 EmptyAyer a las 19:22 por Maria Lua

» EDUARDO GALEANO (1940-2015)
CARLOS DRUMMOND DE ANDRADE (Brasil, 31/10/ 1902 –  17/08/ 1987) - Página 5 EmptyAyer a las 19:18 por Maria Lua

» CLARICE LISPECTOR II ( ESCRITORA BRASILEÑA)
CARLOS DRUMMOND DE ANDRADE (Brasil, 31/10/ 1902 –  17/08/ 1987) - Página 5 EmptyAyer a las 19:12 por Maria Lua

Julio 2024

LunMarMiérJueVieSábDom
1234567
891011121314
15161718192021
22232425262728
293031    

Calendario Calendario

Conectarse

Recuperar mi contraseña

Galería


CARLOS DRUMMOND DE ANDRADE (Brasil, 31/10/ 1902 –  17/08/ 1987) - Página 5 Empty

+15
Juan Martín
Samara Acosta
cecilia gargantini
Ligia Rafaela Gómez Deroy
helena
JuanPablo
Pedro Casas Serra
José Antonio Carmona
Ann Louise Gordon
Carmen Parra
MARI CRUZ VEGA
Elen Lackner
Pascual Lopez Sanchez
claudieta cabanyal
Andrea Diaz
19 participantes

    CARLOS DRUMMOND DE ANDRADE (Brasil, 31/10/ 1902 – 17/08/ 1987)

    Maria Lua
    Maria Lua
    Administrador-Moderador
    Administrador-Moderador


    Cantidad de envíos : 71951
    Fecha de inscripción : 12/04/2009
    Localización : Nova Friburgo / RJ / Brasil

    CARLOS DRUMMOND DE ANDRADE (Brasil, 31/10/ 1902 –  17/08/ 1987) - Página 5 Empty Re: CARLOS DRUMMOND DE ANDRADE (Brasil, 31/10/ 1902 – 17/08/ 1987)

    Mensaje por Maria Lua Lun 04 Mayo 2020, 08:02

    [Tienes que estar registrado y conectado para ver esa imagen]

    Poetas: Drummond, Vinícius, Bandeira, Quintana, Paulo Mendes


    _________________



    [Tienes que estar registrado y conectado para ver esa imagen]


    "Ser como un verso volando
    o un ciego soñando
    y en ese vuelo y en ese sueño
    compartir contigo sol y luna,
    siendo guardián en tu cielo
    y tren de tus ilusiones."
    (Hánjel)





    [Tienes que estar registrado y conectado para ver esa imagen]
    Maria Lua
    Maria Lua
    Administrador-Moderador
    Administrador-Moderador


    Cantidad de envíos : 71951
    Fecha de inscripción : 12/04/2009
    Localización : Nova Friburgo / RJ / Brasil

    CARLOS DRUMMOND DE ANDRADE (Brasil, 31/10/ 1902 –  17/08/ 1987) - Página 5 Empty Re: CARLOS DRUMMOND DE ANDRADE (Brasil, 31/10/ 1902 – 17/08/ 1987)

    Mensaje por Maria Lua Lun 04 Mayo 2020, 20:34

    Quero



    Quero que todos os dias do ano

    todos os dias da vida

    de meia em meia hora

    de 5 em 5 minutos

    me digas: Eu te amo.



    Ouvindo-te dizer: Eu te amo,

    creio, no momento, que sou amado.

    No momento anterior

    e no seguinte,

    como sabê-lo?



    Quero que me repitas até a exaustão

    que me amas que me amas que me amas.

    Do contrário evapora-se a amação

    pois ao não dizer: Eu te amo,

    desmentes

    apagas

    teu amor por mim.



    Exijo de ti o perene comunicado.

    Não exijo senão isto,

    isto sempre, isto cada vez mais.

    Quero ser amado por e em tua palavra

    nem sei de outra maneira a não ser esta

    de reconhecer o dom amoroso,

    a perfeita maneira de saber-se amado:

    amor na raiz da palavra

    e na sua emissão,

    amor

    saltando da língua nacional,

    amor

    feito som

    vibração espacial.



    No momento em que não me dizes:

    Eu te amo,

    inexoravelmente sei

    que deixaste de amar-me,

    que nunca me amastes antes.



    Se não me disseres urgente repetido

    Eu te amoamoamoamoamo,

    verdade fulminante que acabas de desentranhar,

    eu me precipito no caos,

    essa coleção de objetos de não-amor.


    _________________



    [Tienes que estar registrado y conectado para ver esa imagen]


    "Ser como un verso volando
    o un ciego soñando
    y en ese vuelo y en ese sueño
    compartir contigo sol y luna,
    siendo guardián en tu cielo
    y tren de tus ilusiones."
    (Hánjel)





    [Tienes que estar registrado y conectado para ver esa imagen]
    Maria Lua
    Maria Lua
    Administrador-Moderador
    Administrador-Moderador


    Cantidad de envíos : 71951
    Fecha de inscripción : 12/04/2009
    Localización : Nova Friburgo / RJ / Brasil

    CARLOS DRUMMOND DE ANDRADE (Brasil, 31/10/ 1902 –  17/08/ 1987) - Página 5 Empty Re: CARLOS DRUMMOND DE ANDRADE (Brasil, 31/10/ 1902 – 17/08/ 1987)

    Mensaje por Maria Lua Mar 05 Mayo 2020, 14:02

    CONVITE AO SUICÍDIO

    A MÁRIO DE ANDRADE



    Vamos dar o tiro no ouvido, Vamos ?

    Largar essa vida largar esse mundo comprar o ultimo bilhete

    e desembarcar na estação central do Infinito pe­rante a commissão importante de archan-jos bem-aventurados prophetas—vivôôôô !

    Vamos acabar com isso, dar o fóra nas aporrinhações. Adeus contrariedades. Nunca mais desastres nem callos nem desejos

    nem percevejos nem nada.

    Só um gesto PUM PUM Acabou-se.

    Já estou cansado da Metro, da Paramount, de todas as marcas inclusive a barbante. O fita pau.

    Repetir é casar dobrado. Me dá o braço, vamos s'embora.

    A vida foi feita pros trouxas

    que esperdiçam as riquezas do coração

    nessa lenga lenga infindável

    e depois vão dormir o somno abençoado dos burros

    justos pra recomeçar no dia seguinte cedinho.

    Vida que não é vida...

    (Suspirei

    foi pra abrir o peito, soltar o ultimo desgosto.)

    Estou prompto pra sahir. Vamos sahir juntos ? E' mais divertido

    e enche mais os jornaes: um suicídio duplo, hein ?

    que mina pros repórteres e pros cidadãos que gostam de misturar o café matinal com historias de Smith and Wess.



    A noite está fria.

    Noite indifferente.

    Vamos morrer daqui a um minuto

    (si você não roer a corda)

    e no entanto o Cruzeiro do Sul parece
    dizer: que m'importa,

    E astros aguas e terras repetem
    machinalmente: que m'importa.



    Elles têm razão.

    Nós também temos.

    Dois contribuintes de menos,

    que perderá o Brasil com isso.

    No frio da noite os amorosos multiplicam a espécie.

    O Brasil é tão grande.

    Mais grande que o mundo inteiro.

    Estamos caceteados, vamos s'embora



    Adeus minha terra
    terra bonita
    pintada de verde

    com bichos exquesitos e moleques
    treteiros,

    abençoada pelo Deus brasileiro das
    felicidades e descarrilamentos. Meu povo
    amigos inimigos
    canalha miúda

    me despéço de todos sem excepção.

    Apezar de ser inútil,

    se lembrem de mim nas suas orações.



    Está na hora.
    Agora vamos.

    Me acompanhe nesse passo
    tão complicado.
    Me ajude a morrer,
    morre com a gente, irmãosinho.



    Vamos fazer a grande besteira: rebentar os miolos

    e ir receber no céo o castigo de nossos
    amores
    e o premio de nossas
    devassidões.



    Carlos Drummond de Andrade



    (poema publicado originalmente na edição da revista
    VERDE, Número 4, Anno 1, Dezembro 1927, Cataguases, MG)



    _________________



    [Tienes que estar registrado y conectado para ver esa imagen]


    "Ser como un verso volando
    o un ciego soñando
    y en ese vuelo y en ese sueño
    compartir contigo sol y luna,
    siendo guardián en tu cielo
    y tren de tus ilusiones."
    (Hánjel)





    [Tienes que estar registrado y conectado para ver esa imagen]
    Maria Lua
    Maria Lua
    Administrador-Moderador
    Administrador-Moderador


    Cantidad de envíos : 71951
    Fecha de inscripción : 12/04/2009
    Localización : Nova Friburgo / RJ / Brasil

    CARLOS DRUMMOND DE ANDRADE (Brasil, 31/10/ 1902 –  17/08/ 1987) - Página 5 Empty Re: CARLOS DRUMMOND DE ANDRADE (Brasil, 31/10/ 1902 – 17/08/ 1987)

    Mensaje por Maria Lua Miér 06 Mayo 2020, 10:16

    [Tienes que estar registrado y conectado para ver esa imagen]


    _________________



    [Tienes que estar registrado y conectado para ver esa imagen]


    "Ser como un verso volando
    o un ciego soñando
    y en ese vuelo y en ese sueño
    compartir contigo sol y luna,
    siendo guardián en tu cielo
    y tren de tus ilusiones."
    (Hánjel)





    [Tienes que estar registrado y conectado para ver esa imagen]
    Maria Lua
    Maria Lua
    Administrador-Moderador
    Administrador-Moderador


    Cantidad de envíos : 71951
    Fecha de inscripción : 12/04/2009
    Localización : Nova Friburgo / RJ / Brasil

    CARLOS DRUMMOND DE ANDRADE (Brasil, 31/10/ 1902 –  17/08/ 1987) - Página 5 Empty Re: CARLOS DRUMMOND DE ANDRADE (Brasil, 31/10/ 1902 – 17/08/ 1987)

    Mensaje por Maria Lua Miér 06 Mayo 2020, 16:33

    Carlos Drummond de Andrade: biografía, obras y poemas Núcleo Visual December 28, 2019

    Literatura


    Carlos Drummond de Andrade fue un poeta brasileño, escritor de cuentos y cronista de la época del modernismo.

    Considerado uno de los mejores escritores de Brasil, Drummond fue parte de la segunda generación modernista. Precursor de la llamada "poesía de los 30" con la publicación de la obra "Algo de poesia"

    Contenido
    Biografia
    Curiosidades
    Principales obras
    Algunas obras
    Poemas
    Poema de las siete caras
    Pandilla
    Ausencia
    BIOGRAFIA
    Carlos Drummond de Andrade nació el 31 de octubre de 1902 en Itabira do Mato Dentro, en el interior de Minas Gerais.

    Descendiente de una familia de agricultores tradicionales de la región, Drummond fue el noveno hijo de la pareja Carlos de Paula Andrade y Juliet Augusta Drummond de Andrade.



    Desde temprana edad, Carlos mostró gran interés por las palabras y la literatura. En 1916, ingresó al Colegio en Belo Horizonte.

    Dos años más tarde, fue a estudiar al internado jesuita en Anchieta College, en el interior de Río de Janeiro, Nova Friburgo, y fue galardonado con las "Exposiciones literarias".

    En 1919, fue expulsado de la universidad jesuita por "insubordinación mental" mientras discutía con el maestro portugués. Así, regresa a Belo Horizonte y desde 1921 comienza a publicar sus primeros trabajos en el Diario de Minas.



    Graduado en Farmacia en la Facultad de Odontología y Farmacia de Belo Horizonte, pero no ejerció.

    En 1925 se casó con Dolores Dutra de Morais, con quien tuvo dos hijos, Carlos Flávio (en 1926, que vive solo media hora) y María Julieta Drummond de Andrade, nacida en 1928.

    En 1926, impartió clases de Geografía y Portugués en el Gimnasio Itabira de América del Sur y trabajó como editor en jefe del Diário de Minas.



    Continuó sus obras literarias y en 1930 publica su primer libro titulado "Algo de poesia"

    Uno de sus poemas más conocidos es "En el medio del camino" Fue publicado en el São Paulo Journal of Anthropophagy en 1928. En ese momento, fue considerado uno de los mayores escándalos literarios en Brasil:

    "A medio camino había una roca
    Había una piedra en el camino
    Tenía una piedra
    A mitad de camino había una roca.
    Nunca olvidaré este evento
    En la vida de mis retinas fatigadas.
    Nunca olvidaré eso a medio camino
    Tenía una piedra
    Había una piedra en el camino
    A mitad de camino había una roca."



    Trabajó como funcionario durante gran parte de su vida y se retiró como Jefe de Sección de DPHAN después de 35 años de servicio público.

    En 1982, a los 80 años, recibió el título de "Doctor Honoris Causa”Por la Universidad Federal de Río Grande del Norte (UFRN).

    Drummond murió el 17 de agosto de 1987 en Río de Janeiro. Murió a los 85 años, pocos días después de la muerte de su hija, la cronista Maria Julieta Drummond de Andrade, su gran compañera.

    CURIOSIDADES
    Estatua de Drummond en Copacabana, Río de Janeiro

    Notoriamente importante en la cultura brasileña, Drummond es considerado uno de los poetas brasileños más influyentes del siglo XX. Algunos honores para él están en las ciudades de Porto Alegre, capital de Rio Grande do Sul con la estatua "Dos poetas"Y en la ciudad de Río de Janeiro, en la playa de Copacabana, la estatua conocida como"El pensador"
    El documental "El poeta de siete caras.”(2002) retrata la vida y el trabajo de Drummond. Fue escrita y dirigida por el cineasta brasileño Paulo Thiago.
    Entre 1988 y 1990, la imagen de Drummond estuvo representada en las notas de los cincuenta cruzados.
    Billete de cincuenta cruzados con imagen de Drummond

    PRINCIPALES OBRAS
    Drummond ha escrito poesía, prosa, literatura infantil y ha realizado varias traducciones.

    Tiene una gran obra que a menudo está marcada por elementos de su tierra natal, como la poesía "Confidencialidad Itabirano":

    "Algunos años viví en Itabira.
    Sobre todo nací en Itabira
    Por eso estoy triste, orgulloso: hierro.
    Noventa por ciento de hierro en las aceras.
    El ochenta por ciento de hierro en las almas.
    Y esta alienación de lo que en la vida es porosidad y comunicación.

    El deseo de amar que paraliza mi trabajo,
    Proviene de Itabira, de sus noches blancas, sin mujeres y sin horizontes.

    Y la costumbre de sufrir, que tanto me divierte,
    Es dulce herencia de Itabiran.

    De Itabira traje varios regalos que ahora te ofrezco:
    esta piedra de hierro, el futuro acero de Brasil,
    este San Benito del viejo santo creador Alfredo Duval;
    este tapir de cuero, extendido sobre el sofá de la sala;
    este orgullo, esta cabeza abajo …

    Tenía oro, tenía ganado, tenía granjas.
    Hoy soy un funcionario público.
    Itabira es solo una fotografía en la pared.
    ¡Pero cómo duele!"

    ALGUNAS OBRAS
    Algo de poesía (1930)
    Pantano de almas (1934)
    El sentimiento del mundo (1940)
    Confesiones de minas (1944)
    La rosa del pueblo (1945)
    Poesía hasta ahora (1948)
    El gerente (1945)
    Rompecabezas claro (1951)
    Cuentos de aprendices (1951)
    La mesa (1951)
    Tours por la isla (1952)
    Viola de bolsillo (1952)
    Air Farmer (1954)
    Viola de bolsillo ensartada (1955)
    Habla almendro (1957)
    Ciclo (1957)
    Lección de las cosas (1962)
    Antología Poética (1962)
    Obra completa (1964)
    Mecedora (1966)
    World Wide World (1967)
    Poemas (1971)
    Las impurezas del blanco (1973)
    Amor ama (1975)
    La visita (1977)
    Cuentos plausibles (1981)
    El amor aprende amando (1985)
    POEMAS
    Echa un vistazo a una selección de los mejores poemas de Drummond a continuación:

    POEMA DE LAS SIETE CARAS
    Cuando nací, un ángel torcido
    de los que viven a la sombra
    dijo: ¡Ve, Carlos! Sé gauche en la vida.

    Las casas espían a los hombres.
    que corren tras las mujeres.
    La tarde pudo haber sido azul
    No había tantos deseos.

    El tranvía va con las piernas llenas:
    Patas blancas negras amarillas.
    Por qué tanta pierna, Dios mío, pregunta a mi corazón.
    Pero mis ojos
    No piden nada.

    El hombre detrás del bigote.
    Es serio, simple y fuerte.
    Casi no se habla.
    Tiene pocos amigos raros.
    El hombre detrás de sus anteojos y bigote.

    Dios mío, ¿por qué me has abandonado?
    si supieras que yo no era Dios
    Si supieras que soy débil.

    En todo el mundo,
    si me llamaran Raimundo
    Sería una rima, no sería una solución.
    En todo el mundo,
    Más ancho es mi corazón.

    No debería decirte
    pero esta luna
    pero este brandy
    haznos mover como el diablo.

    PANDILLA
    João amaba a Teresa que amaba a Raimundo
    quien amaba a María que amaba a Joaquim que amaba a Lili,
    No amaba a nadie.
    John fue a los Estados Unidos, Teresa al convento,
    Raimundo murió de desastre, María se quedó por su tía,
    Joaquim se suicidó y Lili se casó con J. Pinto Fernandes
    eso no había entrado en la historia.

    AUSENCIA
    Durante mucho tiempo pensé que la ausencia es falta.
    Y lamentó, ignorantemente, la falta.
    Hoy no me arrepiento.
    No hay falta en ausencia.
    La ausencia es un ser en mí.
    Y la siento blanca, tan cerca, apretada en mis brazos,
    que me río y bailo y hago exclamaciones alegres,
    porque la ausencia, esta ausencia asimilada,
    Ya nadie me la roba.



    _________________



    [Tienes que estar registrado y conectado para ver esa imagen]


    "Ser como un verso volando
    o un ciego soñando
    y en ese vuelo y en ese sueño
    compartir contigo sol y luna,
    siendo guardián en tu cielo
    y tren de tus ilusiones."
    (Hánjel)





    [Tienes que estar registrado y conectado para ver esa imagen]
    Maria Lua
    Maria Lua
    Administrador-Moderador
    Administrador-Moderador


    Cantidad de envíos : 71951
    Fecha de inscripción : 12/04/2009
    Localización : Nova Friburgo / RJ / Brasil

    CARLOS DRUMMOND DE ANDRADE (Brasil, 31/10/ 1902 –  17/08/ 1987) - Página 5 Empty Re: CARLOS DRUMMOND DE ANDRADE (Brasil, 31/10/ 1902 – 17/08/ 1987)

    Mensaje por Maria Lua Jue 07 Mayo 2020, 09:34

    Carlos Drummond de Andrade: Sentimiento del mundo
    Hiperión, Madrid, 2006

    ¿Puede un libro de poemas publicado en Brasil en 1940 interesar a un lector español de hoy mismo…? Sentimiento del mundo de Carlos Drummond de Andrade, recientemente editado en nuestro país, nos demuestra que sí, que la buena poesía no está sujeta, como los productos perecederos, a una fecha de caducidad. Intentaré, pues, a través del recorrido por algunos poemas significativos, ilustrar su interés, su actualidad. Para empezar, los títulos de Carlos Drummond de Andrade (ya desde el título inicial, el del libro y el del primer poema) tienen un sentido abarcador, universalista, ambicioso. Sentido que no excluye, en alguna ocasión, tintes claramente irónicos. “Tengo apenas dos manos / y el sentimiento del mundo”, dicen los dos primeros versos. Es decir: está la humildad de lo concreto, de lo mínimo, frente a la vastedad del mundo, de su concepto mismo.

    Pero al lado de un cierto sentimiento de impotencia, el que deriva de fuerzas desiguales, está también un voluntarismo, resuelto aunque no inconsciente: la lucha es necesaria a pesar de todo, de la propia individualidad, de las proclividades de la historia, incluida la historia de la literatura. Se apela asimismo a lo material básico, “fuego y alimento”, integrándose el autor en la urdimbre dialéctica de las revoluciones de principios del siglo xx. No obstante, una palabra emblemática de aquella retórica se envilece, o se contamina de pesimismo histórico, ante las tercas evidencias de la realidad: “ese amanecer / más noche que la noche”. Autocrítica e ironía son dos registros que no debemos olvidar aquí. Rasgo este de modernidad que matiza un discurso equidistante tanto de la fe del carbonero como del escepticismo decadente de algunos estetas. “Confidencias del itabirano” (Itabira es la ciudad donde nació el poeta) nos introduce en algunos procedimientos estilísticos peculiares: la reiteración de la oración simple, la yuxtaposición aparentemente simplista, la paradoja, la ruptura de una lógica semántica, la inversión de un orden gradativo que puede, también, señalar ambivalencia en la lectura: “Tuve oro, tuve ganado, tuve haciendas”. Por encima de todo destaca en el poema el determinismo vital que imponen algunas circunstancias, la imposible deserción de unas raíces: “Itabira es solo una fotografía en la pared. / ¡Pero cómo duele!”. “Poema de la necesidad” es una especie de letanía ingenuista (?) en la que no faltan contradicciones que exigen, naturalmente, una relectura: ¿cómo se puede conciliar, por ejemplo, la lectura de Baudelaire, cuyas flores mórbidas son símbolo de placeres solitarios, de individualismo exacerbado, con el sueño colectivista de una revolución que, además, debe ser blanca, incruenta…? Es preciso “anunciar el fin del mundo”, reza, con mayúsculas, el poeta. El fin, por apocalíptico que parezca, es también, como los bárbaros de Kavafis, una promesa de regeneración, de savia nueva. Y en cualquier caso la voz de los profetas, de los agoreros del desastre, puede tener (eso solo ya bastaría) una función de revulsivo, de sacudida de conciencias instaladas en el letargo y en una inercia decadente. De decadencia, en fin, nos vuelve a hablar “Tristeza del imperio”. Un imperio ¿carioca? que parece diseñado no sobre los patrones de un sibaritismo romano, sino sobre los clichés de un hortera enriquecido, sea este de la latitud que sea. El mal gusto también es, por desgracia, universal: “Soñaban la futura liberación de los instintos / y nidos de amor que serían instalados en los rascacielos de / Copacabana, con radio y teléfono automático”. “El obrero en el mar”, único poema en prosa del libro, parte de una imagen que tiene su origen en la iconografía evangélica. El texto, lejos del tono panfletario, crítico incluso con ese lenguaje simplista, nos presenta a un obrero semidesnudo, mesiánico, “apenas más oscuro que los otros”, que anda sobre las aguas: ¿hacia dónde? ¿hacia una tierra de promisión como Moisés cuando, huyendo de la esclavitud de Egipto, abre un camino en el mar Rojo…? No solo Cristo en el lago de Tiberíades es aquí un referente. El poeta, por otra parte, sabe que entre él y ese ser enigmático (en el fondo todo obrero, al margen de falsas demagogias, lo es para un intelectual) hay una distancia insalvable: son realidades sociales y espirituales distintas, divergentes incluso. Por eso el poema, muy bello y misterioso en todo momento, no revela al final, coherentemente, el sentido, o destino, de ese viaje prodigioso. Subraya, eso sí, una separación casi cósmica que sin embargo acoge un poderoso signo de comprensión lejana, quizá utópica… “Niño llorando en la noche”, con ese encanto de una sencillez engañosa (engañosa por difícil de conseguir), seduce casi desde el primer verso, o versículo. Inconsolable, ese niño puede ser metáfora del dolor del mundo; un dolor que no está ubicado en ningún sitio concreto, o que se ubica en todos, porque el dolor es universal, atemporal… Abierto así el llanto a la indiferencia de la noche, a un inmenso vacío de conciencia, al silencio culpable de todos los que, en sentido amplio, duermen, ignoran, no oyen. Pero siempre habrá alguien, un poeta de guardia por ejemplo, que oirá, con sensibilidad agudizada, incluso “el rumor de la gota del remedio (¿no debería traducirse bálsamo?) cayendo en la cuchara”. Carlos Drummond de Andrade aboga por una poesía contaminada, impura, claramente antiacademicista: “En vano asesinaron la poesía en los libros”, “los sobrevivientes están aquí, poetas directos de la Calle Ancha”. Nos recuerda en este sentido aquella admonición de otro autor populista, Pablo Neruda: “Quien huye del mal gusto cae en el hielo”. No es ajeno tampoco a una imaginería, no muy frecuente, de índole vagamente surrealista: “Un gusano comenzó a roer las levitas indiferentes”. “Privilegio del mar” denuncia otra vez el estatus, no idílico pero sí “mediocremente confortable”, de una clase insolidaria. Para ella “el mundo es verdaderamente de cemento armado”. Pero, ¿qué ocurriría si ese buque fondeado en la bahía fuese un barco ebrio, “un crucero loco”, un acorazado como el de los filmes rusos de antaño…? No cabe preocuparse: los marineros son fieles, las aguas tranquilas, el mundo inamovible. “Podemos beber honradamente nuestra cerveza”. La pax burguesa, no obstante, siempre tiene en esta poesía el acecho, o la insinuación, de una inminencia: ¿inminencia de qué…? Es algo que no se hace explícito, que queda ahí colgado, como una amenaza, como una incógnita: “Los inocentes de Leblón / no vieron al navío entrar / ¿Trajo bailarinas?/ ¿Trajo emigrantes?/ ¿Trajo un gramo de radio?”. El adjetivo “inocentes” es, por supuesto, irónico. Significa cínicos, o lo que es peor: tontos inconscientes, tontos culpables. Inocentes que en la arena caliente, adormecedora, disfrutan pasándose por la espalda “un aceite suave”. Todo el mundo, quizá, está narcotizado, magnetizado, idiotizado por una especie de gigantesco “Bolero de Ravel”. Tanto que “los tambores apagan la muerte del Emperador”: de nuevo la ignorancia, real o fingida, de ese peligro, esa inminencia… Los pecados de omisión son tan graves aquí como los pecados de acción. Y la teoría que no cede paso a la praxis tan culpable como la inercia del conformismo. Las palabras, en efecto, no son inocentes. Configuran, con demasiada frecuencia, lenguajes nocivos. Así, un poema como “De la mano” podrá leerse como brevísimo manual de crítica de poesía: la lírica decadentista de los estetas, el futurismo verbalista de las orgías revolucionarias, el romanticismo crepuscular, el ombliguismo de los suicidas, el escapismo de los exóticos, la bobería de los místicos seráficos… Frente a todo ello “el tiempo es mi materia, el tiempo presente, los hombres presentes, la vida presente”. Toda una declaración de principios. Poesía de ahora mismo, sí, la de Carlos Drummond de Andrade.

    Eugenio García Fernández


    _________________



    [Tienes que estar registrado y conectado para ver esa imagen]


    "Ser como un verso volando
    o un ciego soñando
    y en ese vuelo y en ese sueño
    compartir contigo sol y luna,
    siendo guardián en tu cielo
    y tren de tus ilusiones."
    (Hánjel)





    [Tienes que estar registrado y conectado para ver esa imagen]
    Maria Lua
    Maria Lua
    Administrador-Moderador
    Administrador-Moderador


    Cantidad de envíos : 71951
    Fecha de inscripción : 12/04/2009
    Localización : Nova Friburgo / RJ / Brasil

    CARLOS DRUMMOND DE ANDRADE (Brasil, 31/10/ 1902 –  17/08/ 1987) - Página 5 Empty Re: CARLOS DRUMMOND DE ANDRADE (Brasil, 31/10/ 1902 – 17/08/ 1987)

    Mensaje por Maria Lua Vie 08 Mayo 2020, 04:05



    _________________



    [Tienes que estar registrado y conectado para ver esa imagen]


    "Ser como un verso volando
    o un ciego soñando
    y en ese vuelo y en ese sueño
    compartir contigo sol y luna,
    siendo guardián en tu cielo
    y tren de tus ilusiones."
    (Hánjel)





    [Tienes que estar registrado y conectado para ver esa imagen]
    Maria Lua
    Maria Lua
    Administrador-Moderador
    Administrador-Moderador


    Cantidad de envíos : 71951
    Fecha de inscripción : 12/04/2009
    Localización : Nova Friburgo / RJ / Brasil

    CARLOS DRUMMOND DE ANDRADE (Brasil, 31/10/ 1902 –  17/08/ 1987) - Página 5 Empty Re: CARLOS DRUMMOND DE ANDRADE (Brasil, 31/10/ 1902 – 17/08/ 1987)

    Mensaje por Maria Lua Vie 08 Mayo 2020, 20:52

    No hagas versos sobre acontecimientos.
    No hay creación ni muerte ante la poesía.
    Ante ella, la vida es sol estático,
    no calienta, ni ilumina, ni alumbra.
    Las afinidades, los cumpleaños, los incidentes personales no cuentan.
    No hagas poesía con el cuerpo,
    ese excelente, completo y confortable cuerpo,
    tan inmune a la efusión lírica.


    _________________



    [Tienes que estar registrado y conectado para ver esa imagen]


    "Ser como un verso volando
    o un ciego soñando
    y en ese vuelo y en ese sueño
    compartir contigo sol y luna,
    siendo guardián en tu cielo
    y tren de tus ilusiones."
    (Hánjel)





    [Tienes que estar registrado y conectado para ver esa imagen]
    Maria Lua
    Maria Lua
    Administrador-Moderador
    Administrador-Moderador


    Cantidad de envíos : 71951
    Fecha de inscripción : 12/04/2009
    Localización : Nova Friburgo / RJ / Brasil

    CARLOS DRUMMOND DE ANDRADE (Brasil, 31/10/ 1902 –  17/08/ 1987) - Página 5 Empty Re: CARLOS DRUMMOND DE ANDRADE (Brasil, 31/10/ 1902 – 17/08/ 1987)

    Mensaje por Maria Lua Sáb 09 Mayo 2020, 13:51



    _________________



    [Tienes que estar registrado y conectado para ver esa imagen]


    "Ser como un verso volando
    o un ciego soñando
    y en ese vuelo y en ese sueño
    compartir contigo sol y luna,
    siendo guardián en tu cielo
    y tren de tus ilusiones."
    (Hánjel)





    [Tienes que estar registrado y conectado para ver esa imagen]
    Maria Lua
    Maria Lua
    Administrador-Moderador
    Administrador-Moderador


    Cantidad de envíos : 71951
    Fecha de inscripción : 12/04/2009
    Localización : Nova Friburgo / RJ / Brasil

    CARLOS DRUMMOND DE ANDRADE (Brasil, 31/10/ 1902 –  17/08/ 1987) - Página 5 Empty Re: CARLOS DRUMMOND DE ANDRADE (Brasil, 31/10/ 1902 – 17/08/ 1987)

    Mensaje por Maria Lua Dom 10 Mayo 2020, 03:44

    Carlos Drummond de Andrade
    31 de octubre de 1902 - 17 de agosto de 1987


    Carlos Drummond de Andrade (Itabira, Minas Gerais, 31 de octubre de 1902 – Rio de Janeiro, 17 de agosto de 1987) fue un poeta, periodista y político brasileño. A los 23 años edita junto a otros escritores La Revista, cuyo objeto era dar difusión a las expresiones del modernismo brasileño, movimiento que tiene su inicio durante la Semana de Arte Moderno realizada en São Paulo durante 1922.

    En 1925 Andrade ingresó en la Facultad de Farmacia en Belo Horizonte, se graduó aunque nunca llegó a ejercer su profesión. Junto a su amigo Emilio Moura y otros amigos fundó La Revista, que fue uno de los principales órganos de difusión del modernismo local. En 1930 publicó su primer libro Alguna poesía. En 1934 se trasladó definitivamente a Rio de Janeiro, ocupando el cargo de jefe de gabinete del nuevo ministro de Educación y Salud Pública. En ese mismo año ve la luz su segunda obra Brejo das Almas y en 1940 Sentimiento do Mundo.
    Al finalizar la segunda guerra mundial y caer el gobierno de Getúlio Vargas, ocupó por un corto período la dirección del diario Tribuna Popular. Regresó al ministerio de Educación desempeñándose en la Dirección de Patrimonio Histórico y Artístico. En forma paralela una intensa actividad periodística a la vez que una riquísima labor poética. Ejerció en su país primero y luego en el mundo la representación de los altos valores del modernismo de Brasil (nacionalismo no dogmático, empatía con el pueblo, creatividad no académica y libertad total a la palabra). En su momento no tembló su conciencia al renunciar a un importantísimo premio nacional que iba acompañado de una gran cantidad de dinero ya que éste era otorgado por el entonces gobierno militar de su país.
    Desde sus primeros libros la poesía de Drummond se destacó del resto; es un obsequio verbal de la más alta calidad; es auténtica, legítima y grande. Siempre mantuvo una estrecha relación con la gente ejerciendo el poema y su prosa de prensa. Este enorme autor brasileño (tiene 28 libros de poesía editados) es considerado por la crítica como uno de los mayores poetas del Brasil.
    Murió el 17 de agosto de 1987 en la ciudad de Río de Janeiro, doce días después de la muerte de su única hija María Julieta Drummond de Andrade. Alcanzó gran repercusión con sus libros y a pesar de haber sido un fuerte candidato al Premio Nobel de Literatura rechazó cualquier indicación al Premio.


    _________________



    [Tienes que estar registrado y conectado para ver esa imagen]


    "Ser como un verso volando
    o un ciego soñando
    y en ese vuelo y en ese sueño
    compartir contigo sol y luna,
    siendo guardián en tu cielo
    y tren de tus ilusiones."
    (Hánjel)





    [Tienes que estar registrado y conectado para ver esa imagen]
    Maria Lua
    Maria Lua
    Administrador-Moderador
    Administrador-Moderador


    Cantidad de envíos : 71951
    Fecha de inscripción : 12/04/2009
    Localización : Nova Friburgo / RJ / Brasil

    CARLOS DRUMMOND DE ANDRADE (Brasil, 31/10/ 1902 –  17/08/ 1987) - Página 5 Empty Re: CARLOS DRUMMOND DE ANDRADE (Brasil, 31/10/ 1902 – 17/08/ 1987)

    Mensaje por Maria Lua Dom 10 Mayo 2020, 06:43

    “El mundo es grande y cabe”
    [Tienes que estar registrado y conectado para ver esa imagen]Estatua de Carlos Drummond en Rio de Janeiro

    El mundo es grande y cabe
    en esta ventana sobre el mar.
    El mar es grande y cabe
    en la cama y en el colchón de amar.
    El amor es grande y cabe
    en el breve espacio de besar.


    _________________



    [Tienes que estar registrado y conectado para ver esa imagen]


    "Ser como un verso volando
    o un ciego soñando
    y en ese vuelo y en ese sueño
    compartir contigo sol y luna,
    siendo guardián en tu cielo
    y tren de tus ilusiones."
    (Hánjel)





    [Tienes que estar registrado y conectado para ver esa imagen]
    Maria Lua
    Maria Lua
    Administrador-Moderador
    Administrador-Moderador


    Cantidad de envíos : 71951
    Fecha de inscripción : 12/04/2009
    Localización : Nova Friburgo / RJ / Brasil

    CARLOS DRUMMOND DE ANDRADE (Brasil, 31/10/ 1902 –  17/08/ 1987) - Página 5 Empty Re: CARLOS DRUMMOND DE ANDRADE (Brasil, 31/10/ 1902 – 17/08/ 1987)

    Mensaje por Maria Lua Dom 10 Mayo 2020, 07:04

    El pavo
    [Minicuento - Texto completo.]
    Carlos Drummond de Andrade



    En las metrópolis hasta las operaciones más sencillas, si salen de la rutina, exigen una larga y meditada preparación. Por lo cual, desde noviembre el diario anunciaba: “Encargue sus pavos con anticipación a la Granja Castorina: son los más grandes y tiernos”.
    La Dueña-de-Casa consideró un deber tomar en cuenta la advertencia. Llamó por teléfono a un número siempre ocupado: la ciudad entera poseída por el espíritu de la previsión, o simplemente por la angurria navideña, encargaba pavos. Después de varias tentativas logró inscribirse.
    El pavo llegó a su debido tiempo, ni grande ni chico, ni gordo ni flaco, especialmente silencioso y sin el aire ofendido que tienen los pavos vivos. Llegó con la factura que certificaba sus kilos y los tasaba en medio millón de cruzeiros. La Dueña-de-Casa respiró: hay pavos que fallan causando aflicciones y vergüenzas inconmensurables. Dio una propina al repartidor y sin perder un segundo llevó a la heladera al objeto de sus desvelos.
    Ahí apareció la eximia Cesarina, de Campo Grande, convocada debido a su pericia en lidiar con vivientes de pluma y cresta. Le echó a la pieza una mirada experta e inició los preparativos.
    La Dueña-de-Casa, sin menospreciar la sabiduría, basada en experiencias, de Cesarina, le sugirió que para los pormenores siguiera la receta que Mario de Andrade había copiado de una francesa que publicó en sus Cuentos nuevos: el pavo debe tener dos farofas¹, una espesa con los menudos, y una seca, doradita, con bastante mantequilla; el buche se rellenará con la farofa espesa, ciruelas secas, nueces y una copa de jerez. Así lo hizo.

    El empeño de la Dueña-de-Casa en presentar un pavo bien preparado, se debía a que esa noche comería con ellos el argentino, muy versado en aves, a quien tenía que retribuir el envío de un pavo inmenso que incrustado en hielo seco atravesó triunfante el cielo de tres países y durante un mes alimentó a la familia y a los convidados. El de ahora era un ave cualquiera, pero el toque literario de la receta le otorgaba el quid deseado.
    Llegada la cena, las dos parejas se aprontaban para la masticación ritual y el trinchante iba a funcionar cuando por hábito, una nariz se aproximó a la superficie de oro; se detuvo, perpleja: el olor no correspondía a la apariencia; era peculiar e inoportuno. Solicitada su opinión, el argentino sentenció:
    -Podrido.
    Estaba. El fenómeno se hacía manifiesto en la región posterior. Las partes nobles, aún inmunes, exhalaban buen olor pero adentro cundía una lucha sorda, semejante a esas conmociones nacionales intestinas que nadie percibe pero que el gobierno denuncia.
    La fuente fue rechazada con temor como si de ella pudiera desprenderse un gusano para desearles Feliz Navidad. Hubo que reanimar a Cesarina eximiéndola de culpa: ya lo ha dicho por televisión el doctor Arruda, médico de la municipalidad, por lo menos cinco mil pavos podridos son vendidos para las cenas de Navidad. Nadie advierte la avería sino después que el ave sale del horno. Sucede.
    Se comió lo demás, con buen humor: a situaciones heroicas, remedios heroicos. Se contó la historia de nuestro Jacinto de Torres: al ir a servir, el mucamo se resbala y, ¡plaf! El pavo en el piso. La anfitriona, imperturbable, ordena: “Joaquín, llévese ese pavo y traiga OTRO”. Ahora no se podía hacer lo mismo y había que tirarlo.

    Aquí comienza otra historia. La mucama informa que no hay dónde tirar el pavo. Los camiones recolectores de basura no aparecían por ahí desde hacía tres días; los depósitos llenos; el calor nocturno iba en aumento…
    El Dueño-de-Casa deliberó con el argentino y decidieron sacar con urgencia la basura. La envolvieron en hojas de diario y muy dignos penetraron en la noche con dos paquetes: el brasileño con el de la carne, el otro con el de la farofa.
    Anduvieron en busca de un terreno baldío, pero no lo había o estaba ocupado por parejitas sin hogar. Se miraron:
    -¡El mar!
    El mar se extendía frente a ellos, purificador, cómplice. Frente a Cosme y Damián, antes de que estos, cumpliendo su deber de policías, los interpelasen, fueron murmurando: “Comida para los pobres”. En la playa, los columpios y los toboganes estaban llenos de muchachas que salían de la Misa del Gallo. Se sentaron en un banco y consideraron fríamente la situación.
    -Si arrojamos el pavo, creerán que es un feto o una macumba, la gente se junta, nos llevan presos.
    -¿Y entonces, che?
    Disimuladamente se agacharon, dejaron los paquetes debajo del banco, y se alejaron despacito. Las radios vociferaban: “Noche de Paz”.
    FIN



    [size]
    1. Farofa. Comida típica brasileña cuya base es la harina de mandioca.[/size]


    _________________



    [Tienes que estar registrado y conectado para ver esa imagen]


    "Ser como un verso volando
    o un ciego soñando
    y en ese vuelo y en ese sueño
    compartir contigo sol y luna,
    siendo guardián en tu cielo
    y tren de tus ilusiones."
    (Hánjel)





    [Tienes que estar registrado y conectado para ver esa imagen]
    Maria Lua
    Maria Lua
    Administrador-Moderador
    Administrador-Moderador


    Cantidad de envíos : 71951
    Fecha de inscripción : 12/04/2009
    Localización : Nova Friburgo / RJ / Brasil

    CARLOS DRUMMOND DE ANDRADE (Brasil, 31/10/ 1902 –  17/08/ 1987) - Página 5 Empty Re: CARLOS DRUMMOND DE ANDRADE (Brasil, 31/10/ 1902 – 17/08/ 1987)

    Mensaje por Maria Lua Dom 10 Mayo 2020, 07:04

    En la escuela
    [Minicuento - Texto completo.]
    Carlos Drummond de Andrade



    Es democrática doña Amarilis, maestra de una escuela pública situada en una calle que no voy a nombrar; también el nombre de doña Amarilis es inventado, pero el hecho aconteció.
    La maestra se dirigió a los alumnos, al comienzo de la clase, y dijo:
    -Hoy quiero que ustedes resuelvan algo muy importante. ¿Puede ser?
    -¡Sí! -respondió la chiquilinada en coro.
    -Muy bien. Será una especie de plebiscito. La palabra es complicada, pero la cosa es simple. Cada uno da su opinión, sumamos y la mayoría decide. Cuando den su opinión no hablen todos a la vez, porque así va a ser muy difícil que yo sepa lo que cada uno piensa. ¿Está bien?
    -¡Muy bien! -respondió el coro, interesadísimo.
    -Excelente. Entonces, vamos al grano. Ha surgido un movimiento para que las maestras puedan usar pantalones en las escuelas. El gobierno ya dijo que lo permite, la directora también, pero yo, personalmente, no quiero decidir por mí misma. En el aula todo debe hacerse de acuerdo con los alumnos, para que todos queden satisfechos y nadie pueda decir que no le gusta. Así no hay problemas. Bien, voy a empezar por Renato Carlos. Renato Carlos: ¿crees que tu maestra debe o no usar pantalón en la escuela?
    -Creo que no debe -respondió bajando los ojos.
    -¿Por qué?
    -Porque es mejor no usar pantalones.
    -¿Y por qué es mejor?
    -Porque la minifalda es mucho más linda.
    -¡Perfecto! Un voto en contra. Marilena, por favor, anota en tu cuaderno los votos en contra. Y tú, Leonardo, anota los votos a favor, si los hay. Ahora va a responder Inesita.
    -Claro que debe, señorita. Usted usa pantalones fuera de la escuela. ¿Por qué no los va a usar aquí dentro?
    -Pero aquí es otro lugar.
    -Es lo mismo. El otro día la vi en la calle con uno rojo que estaba bárbaro.
    -Uno a favor. ¿Y tú, Aparecida?
    -¿Puedo ser sincera, señorita?
    -No puedes, tienes que ser sincera.
    -Yo, si fuese usted, no usaría pantalones.
    -¿Por qué?
    -Y… por las caderas, ¿sabe? Como las tiene medio anchas…
    -Muchas gracias, Aparecida. ¿Anotaste, Marilena? Ahora tú, Edmundo.
    -Yo creo que Aparecida no tiene razón, señorita. Usted debe quedar fenómeno de pantalones. Sus caderas son muy lindas.
    -No estamos votando a favor o en contra de mis caderas sino de los pantalones. ¿Estás a favor o en contra?
    -A favor, ciento por ciento.
    -¿Y tú, Peter?
    -A mí me da lo mismo.
    -¿No tienes preferencia?
    -No sé. En cosas de mujeres yo no me meto, señorita.
    -Una abstención. Mónica, tú quedas encargada de tomar nota de los votos como el de Peter: ni a favor ni en contra.
    Y seguían votando como si estuviesen eligiendo al presidente de la República, tarea que tal vez ¿quién sabe? sean llamados a desempeñar en el futuro. Votaban con la mayor seriedad. Le tocó el turno a Rinalda.
    -¡Ah! Cada uno en la suya.
    -¿Cómo en la suya?
    -Yo en la mía, usted en la suya, cada uno en la propia. ¿Estamos?
    -Explicáte mejor.
    -La cosa es así: si usted quiere venir con pantalones, viene. Yo quiero venir de midi, de maxi, de pantalón corto, vengo. El uniforme es una estupidez.
    -Fuiste más allá de la pregunta, Rinalda. ¿Entonces estás a favor?
    -Evidente. Cada cual se copa como quiere.
    -¡Mil! -exclamó Jorgito-. El uniforme está superado, señorita. Usted viene de pantalones y nosotros aparecemos como se nos dé la gana.
    -¡Ah, no! -refutó Gilberto-. Ahí se arma un lío. En mi casa nadie anda en pijama o con la camisa abierta en el sala. Hay que respetar el uniforme.
    Que hay que respetar, que no hay que respetar, la discusión subía de tono. Doña Amarilis pedía orden, orden, así no se puede, pero los grupos asumían posiciones extremas, hablaban todos al mismo tiempo, nadie conseguía hacerse oír, por lo cual, con cuatro votos a favor de los pantalones, dos en contra y una abstención, y antes de que se decretara por mayoría absoluta la abolición del uniforme escolar, la maestra consideró prudente dar por terminado el plebiscito y pasó a la lección de historia de Brasil.
    FIN


    _________________



    [Tienes que estar registrado y conectado para ver esa imagen]


    "Ser como un verso volando
    o un ciego soñando
    y en ese vuelo y en ese sueño
    compartir contigo sol y luna,
    siendo guardián en tu cielo
    y tren de tus ilusiones."
    (Hánjel)





    [Tienes que estar registrado y conectado para ver esa imagen]
    Maria Lua
    Maria Lua
    Administrador-Moderador
    Administrador-Moderador


    Cantidad de envíos : 71951
    Fecha de inscripción : 12/04/2009
    Localización : Nova Friburgo / RJ / Brasil

    CARLOS DRUMMOND DE ANDRADE (Brasil, 31/10/ 1902 –  17/08/ 1987) - Página 5 Empty Re: CARLOS DRUMMOND DE ANDRADE (Brasil, 31/10/ 1902 – 17/08/ 1987)

    Mensaje por Maria Lua Dom 10 Mayo 2020, 07:06

    El asalto
    [Minicuento - Texto completo.]
    Carlos Drummond de Andrade




    La casa suntuosa en Leblon está guardada por un mastín de terrible semblante, que duerme con los ojos abiertos; o quizás no duerma, de tan vigilante que es. Por eso, la familia vive tranquila, y nunca hubo noticia de asalto a una residencia tan bien protegida.
    Hasta la semana pasada. La noche del jueves, un hombre logró abrir el pesado portal de hierro y penetrar en el jardín. Iba a hacer lo mismo con la puerta de la casa, cuando el perro, que astutamente lo había dejado acercarse (para arrancarle toda la ilusión conquistada), se lanza hacia él y lo acomete en la pierna izquierda. El ladrón quiso sacar el revólver, pero no hubo ni tiempo para ello. Cayendo al suelo, bajo las patas del enemigo, le suplicó con los ojos que lo dejase vivir y con la boca prometió que jamás intentaría asaltar aquella casa. Habló por lo bajo para no despertar a los residentes, temiendo que la situación pudiera agravarse.
    El animal pareció entender la súplica del ladrón y lo dejó salir en un estado lamentable. En el jardín quedó un trozo de pantalón. Al día siguiente, la criada no comprendió por qué razón una voz, al teléfono, diciendo que era de Salud Pública, preguntaba si el perro estaba vacunado. En ese momento, el perro, que estaba al lado de la doméstica, agitó la cola, afirmativamente.
    FIN




    “O assalto”,
    Contos Plausíveis, 1981




    [Tienes que estar registrado y conectado para ver este vínculo]






    _________________



    [Tienes que estar registrado y conectado para ver esa imagen]


    "Ser como un verso volando
    o un ciego soñando
    y en ese vuelo y en ese sueño
    compartir contigo sol y luna,
    siendo guardián en tu cielo
    y tren de tus ilusiones."
    (Hánjel)





    [Tienes que estar registrado y conectado para ver esa imagen]
    Maria Lua
    Maria Lua
    Administrador-Moderador
    Administrador-Moderador


    Cantidad de envíos : 71951
    Fecha de inscripción : 12/04/2009
    Localización : Nova Friburgo / RJ / Brasil

    CARLOS DRUMMOND DE ANDRADE (Brasil, 31/10/ 1902 –  17/08/ 1987) - Página 5 Empty Re: CARLOS DRUMMOND DE ANDRADE (Brasil, 31/10/ 1902 – 17/08/ 1987)

    Mensaje por Maria Lua Dom 10 Mayo 2020, 07:15

    [Tienes que estar registrado y conectado para ver esa imagen]


    _________________



    [Tienes que estar registrado y conectado para ver esa imagen]


    "Ser como un verso volando
    o un ciego soñando
    y en ese vuelo y en ese sueño
    compartir contigo sol y luna,
    siendo guardián en tu cielo
    y tren de tus ilusiones."
    (Hánjel)





    [Tienes que estar registrado y conectado para ver esa imagen]
    Maria Lua
    Maria Lua
    Administrador-Moderador
    Administrador-Moderador


    Cantidad de envíos : 71951
    Fecha de inscripción : 12/04/2009
    Localización : Nova Friburgo / RJ / Brasil

    CARLOS DRUMMOND DE ANDRADE (Brasil, 31/10/ 1902 –  17/08/ 1987) - Página 5 Empty Re: CARLOS DRUMMOND DE ANDRADE (Brasil, 31/10/ 1902 – 17/08/ 1987)

    Mensaje por Maria Lua Dom 10 Mayo 2020, 07:19

    Encontro de poetas modernistas, década de 1950... Manuel Bandeira, Carlos Drummond de Andrade, Cecília Meireles e Vinicius de Moraes


    [Tienes que estar registrado y conectado para ver este vínculo]


    _________________



    [Tienes que estar registrado y conectado para ver esa imagen]


    "Ser como un verso volando
    o un ciego soñando
    y en ese vuelo y en ese sueño
    compartir contigo sol y luna,
    siendo guardián en tu cielo
    y tren de tus ilusiones."
    (Hánjel)





    [Tienes que estar registrado y conectado para ver esa imagen]
    Maria Lua
    Maria Lua
    Administrador-Moderador
    Administrador-Moderador


    Cantidad de envíos : 71951
    Fecha de inscripción : 12/04/2009
    Localización : Nova Friburgo / RJ / Brasil

    CARLOS DRUMMOND DE ANDRADE (Brasil, 31/10/ 1902 –  17/08/ 1987) - Página 5 Empty Re: CARLOS DRUMMOND DE ANDRADE (Brasil, 31/10/ 1902 – 17/08/ 1987)

    Mensaje por Maria Lua Lun 11 Mayo 2020, 03:48

    Poema de sete faces

    Quando nasci, um anjo torto
    desses que vivem na sombra
    disse: Vai, Carlos! ser gauche na vida.

    As casas espiam os homens
    que correm atrás de mulheres.
    A tarde talvez fosse azul,
    não houvesse tantos desejos.

    O bonde passa cheio de pernas:
    pernas brancas pretas amarelas.
    Para que tanta perna, meu Deus, pergunta meu coração.
    Porém meus olhos
    não perguntam nada.

    O homem atrás do bigode
    é sério, simples e forte.
    Quase não conversa.
    Tem poucos, raros amigos
    o homem atrás dos óculos e do bigode.

    Meu Deus, por que me abandonaste
    se sabias que eu não era Deus,
    se sabias que eu era fraco.

    Mundo mundo vasto mundo
    se eu me chamasse Raimundo
    seria uma rima, não seria uma solução.
    Mundo mundo vasto mundo,
    mais vasto é meu coração.

    Eu não devia te dizer
    mas essa lua
    mas esse conhaque
    botam a gente comovido como o diabo.

    [Tienes que estar registrado y conectado para ver este vínculo]










    POEMA DE LAS SIETE CARAS

    Cuando nací, un ángel torcido
    de los que viven a la sombra
    dijo: ¡Ve, Carlos! Sé gauche en la vida.

    Las casas espían a los hombres.
    que corren tras las mujeres.
    La tarde pudo haber sido azul
    No había tantos deseos.

    El tranvía va con las piernas llenas:
    Patas blancas negras amarillas.
    Por qué tanta pierna, Dios mío, pregunta a mi corazón.
    Pero mis ojos
    No piden nada.

    El hombre detrás del bigote.
    Es serio, simple y fuerte.
    Casi no se habla.
    Tiene pocos amigos raros.
    El hombre detrás de sus anteojos y bigote.

    Dios mío, ¿por qué me has abandonado?
    si supieras que yo no era Dios
    Si supieras que soy débil.

    En todo el mundo,
    si me llamaran Raimundo
    Sería una rima, no sería una solución.
    En todo el mundo,
    Más ancho es mi corazón.

    No debería decirte
    pero esta luna
    pero este brandy
    haznos mover como el diablo.


    _________________



    [Tienes que estar registrado y conectado para ver esa imagen]


    "Ser como un verso volando
    o un ciego soñando
    y en ese vuelo y en ese sueño
    compartir contigo sol y luna,
    siendo guardián en tu cielo
    y tren de tus ilusiones."
    (Hánjel)





    [Tienes que estar registrado y conectado para ver esa imagen]
    Maria Lua
    Maria Lua
    Administrador-Moderador
    Administrador-Moderador


    Cantidad de envíos : 71951
    Fecha de inscripción : 12/04/2009
    Localización : Nova Friburgo / RJ / Brasil

    CARLOS DRUMMOND DE ANDRADE (Brasil, 31/10/ 1902 –  17/08/ 1987) - Página 5 Empty Re: CARLOS DRUMMOND DE ANDRADE (Brasil, 31/10/ 1902 – 17/08/ 1987)

    Mensaje por Maria Lua Mar 12 Mayo 2020, 09:19



    _________________



    [Tienes que estar registrado y conectado para ver esa imagen]


    "Ser como un verso volando
    o un ciego soñando
    y en ese vuelo y en ese sueño
    compartir contigo sol y luna,
    siendo guardián en tu cielo
    y tren de tus ilusiones."
    (Hánjel)





    [Tienes que estar registrado y conectado para ver esa imagen]
    Maria Lua
    Maria Lua
    Administrador-Moderador
    Administrador-Moderador


    Cantidad de envíos : 71951
    Fecha de inscripción : 12/04/2009
    Localización : Nova Friburgo / RJ / Brasil

    CARLOS DRUMMOND DE ANDRADE (Brasil, 31/10/ 1902 –  17/08/ 1987) - Página 5 Empty Re: CARLOS DRUMMOND DE ANDRADE (Brasil, 31/10/ 1902 – 17/08/ 1987)

    Mensaje por Maria Lua Miér 13 Mayo 2020, 03:41



    _________________



    [Tienes que estar registrado y conectado para ver esa imagen]


    "Ser como un verso volando
    o un ciego soñando
    y en ese vuelo y en ese sueño
    compartir contigo sol y luna,
    siendo guardián en tu cielo
    y tren de tus ilusiones."
    (Hánjel)





    [Tienes que estar registrado y conectado para ver esa imagen]
    Maria Lua
    Maria Lua
    Administrador-Moderador
    Administrador-Moderador


    Cantidad de envíos : 71951
    Fecha de inscripción : 12/04/2009
    Localización : Nova Friburgo / RJ / Brasil

    CARLOS DRUMMOND DE ANDRADE (Brasil, 31/10/ 1902 –  17/08/ 1987) - Página 5 Empty Re: CARLOS DRUMMOND DE ANDRADE (Brasil, 31/10/ 1902 – 17/08/ 1987)

    Mensaje por Maria Lua Miér 13 Mayo 2020, 13:21

    [Tienes que estar registrado y conectado para ver esa imagen]


    _________________



    [Tienes que estar registrado y conectado para ver esa imagen]


    "Ser como un verso volando
    o un ciego soñando
    y en ese vuelo y en ese sueño
    compartir contigo sol y luna,
    siendo guardián en tu cielo
    y tren de tus ilusiones."
    (Hánjel)





    [Tienes que estar registrado y conectado para ver esa imagen]
    Maria Lua
    Maria Lua
    Administrador-Moderador
    Administrador-Moderador


    Cantidad de envíos : 71951
    Fecha de inscripción : 12/04/2009
    Localización : Nova Friburgo / RJ / Brasil

    CARLOS DRUMMOND DE ANDRADE (Brasil, 31/10/ 1902 –  17/08/ 1987) - Página 5 Empty Re: CARLOS DRUMMOND DE ANDRADE (Brasil, 31/10/ 1902 – 17/08/ 1987)

    Mensaje por Maria Lua Miér 13 Mayo 2020, 13:42

    [Tienes que estar registrado y conectado para ver esa imagen]


    _________________



    [Tienes que estar registrado y conectado para ver esa imagen]


    "Ser como un verso volando
    o un ciego soñando
    y en ese vuelo y en ese sueño
    compartir contigo sol y luna,
    siendo guardián en tu cielo
    y tren de tus ilusiones."
    (Hánjel)





    [Tienes que estar registrado y conectado para ver esa imagen]
    Maria Lua
    Maria Lua
    Administrador-Moderador
    Administrador-Moderador


    Cantidad de envíos : 71951
    Fecha de inscripción : 12/04/2009
    Localización : Nova Friburgo / RJ / Brasil

    CARLOS DRUMMOND DE ANDRADE (Brasil, 31/10/ 1902 –  17/08/ 1987) - Página 5 Empty Re: CARLOS DRUMMOND DE ANDRADE (Brasil, 31/10/ 1902 – 17/08/ 1987)

    Mensaje por Maria Lua Jue 14 Mayo 2020, 05:51



    _________________



    [Tienes que estar registrado y conectado para ver esa imagen]


    "Ser como un verso volando
    o un ciego soñando
    y en ese vuelo y en ese sueño
    compartir contigo sol y luna,
    siendo guardián en tu cielo
    y tren de tus ilusiones."
    (Hánjel)





    [Tienes que estar registrado y conectado para ver esa imagen]
    Maria Lua
    Maria Lua
    Administrador-Moderador
    Administrador-Moderador


    Cantidad de envíos : 71951
    Fecha de inscripción : 12/04/2009
    Localización : Nova Friburgo / RJ / Brasil

    CARLOS DRUMMOND DE ANDRADE (Brasil, 31/10/ 1902 –  17/08/ 1987) - Página 5 Empty Re: CARLOS DRUMMOND DE ANDRADE (Brasil, 31/10/ 1902 – 17/08/ 1987)

    Mensaje por Maria Lua Vie 15 Mayo 2020, 04:27

    Os Ombros Suportam o Mundo

    Chega um tempo em que não se diz mais: meu Deus.
    Tempo de absoluta depuração.
    Tempo em que não se diz mais: meu amor.
    Porque o amor resultou inútil.
    E os olhos não choram.
    E as mãos tecem apenas o rude trabalho.
    E o coração está seco.

    Em vão mulheres batem à porta, não abrirás.
    Ficaste sozinho, a luz apagou-se,
    mas na sombra teus olhos resplandecem enormes.
    És todo certeza, já não sabes sofrer.
    E nada esperas de teus amigos.

    Pouco importa venha a velhice, que é a velhice?
    Teus ombros suportam o mundo
    e ele não pesa mais que a mão de uma criança.
    As guerras, as fomes, as discussões dentro dos edifícios
    provam apenas que a vida prossegue
    e nem todos se libertaram ainda.
    Alguns, achando bárbaro o espetáculo
    prefeririam (os delicados) morrer.
    Chegou um tempo em que não adianta morrer.
    Chegou um tempo em que a vida é uma ordem.
    A vida apenas, sem mistificação.
    Publicado em 1940, na antologia Sentimento do Mundo, este poema foi escrito no final da década de 1930, durante a Segunda Guerra Mundial. É notória a temática social presente, retratando um mundo injusto e repleto de sofrimento.
    O sujeito descreve a dureza da sua vida sem amor, religião, amigos ou sequer emoções ("o coração está seco"). Em tempos tão cruéis, repletos de violência e morte, ele tem que se tornar praticamente insensível para suportar tanto sofrimento. Deste modo, sua preocupação é apenas trabalhar e sobreviver, o que resulta numa solidão inevitável.
    Apesar do tom pessimista de toda a composição, surge um laivo de esperança no futuro, simbolizada pela "mão de uma criança". Aproximando as imagens da velhice e do nascimento, faz referência ao ciclo da vida e à sua renovação.
    Nos versos finais, como se transmitisse uma lição ou conclusão, afirma que "a vida é uma ordem" e deve ser vivida de forma simples, focada no momento presente.


    _________________



    [Tienes que estar registrado y conectado para ver esa imagen]


    "Ser como un verso volando
    o un ciego soñando
    y en ese vuelo y en ese sueño
    compartir contigo sol y luna,
    siendo guardián en tu cielo
    y tren de tus ilusiones."
    (Hánjel)





    [Tienes que estar registrado y conectado para ver esa imagen]
    Maria Lua
    Maria Lua
    Administrador-Moderador
    Administrador-Moderador


    Cantidad de envíos : 71951
    Fecha de inscripción : 12/04/2009
    Localización : Nova Friburgo / RJ / Brasil

    CARLOS DRUMMOND DE ANDRADE (Brasil, 31/10/ 1902 –  17/08/ 1987) - Página 5 Empty Re: CARLOS DRUMMOND DE ANDRADE (Brasil, 31/10/ 1902 – 17/08/ 1987)

    Mensaje por Maria Lua Sáb 16 Mayo 2020, 05:16



    _________________



    [Tienes que estar registrado y conectado para ver esa imagen]


    "Ser como un verso volando
    o un ciego soñando
    y en ese vuelo y en ese sueño
    compartir contigo sol y luna,
    siendo guardián en tu cielo
    y tren de tus ilusiones."
    (Hánjel)





    [Tienes que estar registrado y conectado para ver esa imagen]
    Maria Lua
    Maria Lua
    Administrador-Moderador
    Administrador-Moderador


    Cantidad de envíos : 71951
    Fecha de inscripción : 12/04/2009
    Localización : Nova Friburgo / RJ / Brasil

    CARLOS DRUMMOND DE ANDRADE (Brasil, 31/10/ 1902 –  17/08/ 1987) - Página 5 Empty Re: CARLOS DRUMMOND DE ANDRADE (Brasil, 31/10/ 1902 – 17/08/ 1987)

    Mensaje por Maria Lua Lun 18 Mayo 2020, 12:41

    Carlos Drummond de Andrade

    Contenido: Carlos Drummond de Andrade. Introducción. Mi poema sobre la traducción de A máquina do mundo. A Máquina do mundo traduzido.Biografia de Carlos Drummond de Andrade. Video
    La traducción para mí es traslación, es tomar un relato o un poema: prefiero la poesía porque es más dúctil, más maleable; y trasladarlo a otra casa con todas las pertenencias. También es el acomodo en el nuevo espacio. Me siento obligado a dejar lo mejor posible en la nueva residencia todo lo recogido de la anterior; habitaciones nuevas, nuevo salón, jardín recién conquistado. Espero haber tomado en mi mente lo más de lo que Drummond de Andrade quiso decir y sugerir en “La Máquina do Mundo”
    Espero haberlo trasladado sin romper ninguna pieza, ni el jarrón de Sévres ni el hombrecillo de los gansos, adorno de terracota que rompió siendo niño con disgusto y pegó con resina. Espero haberlo colocado como él lo hubiera querido, contando con que todo en la nueva casa es distinto queriendo ser lo mismo. Por eso quise conocer a Drummond lo suficiente para atreverme a traducirlo, para atreverme a interpretarlo. Como el nuevo espacio es mayor, las piezas pueden estar más separadas. Conocer el idioma de partida o dominar las herramientas que lo cercan, diccionarios, referencias de uso; conocer el idioma de llegada, conocer el género literario de la pieza. Eso necesita el traductor; y con frecuencia no se tiene todo.
    Trabalhos do tradutor


    Pedro Sevylla de Juana


    Tinha trazido ao castelhano

    desde o idioma português vários centos

    de poemas, filhos de muito diferentes

    bardos;

    por isso me atrevi com um dos grandes:

    Carlos Drummond

    de Andrade e seu audaz

    e celebrado

    “A Máquina do Mundo”;

    pilar do Modernismo neste

    Brasil

    de meus desvelos.

    “…se foi miudamente recompondo,

    enquanto eu, avaliando o que perdera,

    seguia vagaroso, de mão pensas.”

    Cheguei ao ponto morto,

    certamente,

    na postrema estrofe, pedra angular

    e fechamento do poema.

    Mas stricto sensu

    a di culdade,

    insuperável por então,

    de mão pensas

    premeditada falta de concordância

    estava nas três palavras

    últimas.

    “Y como mis pies palparan suavemente

    una carretera de Minas, empedrada,

    y en la aldaba de la tarde una campana ronca…”

    Me animou o princípio, o confesso,

    e me crendo

    capaz de traduzí-lo inteiro

    continuei carregado

    de otimismo contagioso:

    “…la máquina del mundo se entreabrió

    para quien de romperla ya se arrepentía

    y solo por haberlo imaginado lagrimaba.”

    Pressentia a minha imodéstia

    algum inconveniente

    dos considerados menores.

    Nada ni nadie iba a suponer obstáculo bastante

    para que, mi fuerza expresiva, expresara

    -raíz y tallo nutriéndose, armonía encadenada-

    lo mucho que mi inteligencia compartía.

    “Arrancó suntuosa y reservada,

    sin emitir un sonido considerado impuro

    ni un resplandor mayor que el soportable…”

    Progresivos

    sonido y movimiento, amanecían

    martes y miércoles unidos,

    jueves y viernes de la mano

    y yo me las prometía

    tan felices.

    Desconhecendo ainda

    o que agora sei, minha intuição

    apagava: Se abrió, para escrever

    em seu lugar: Arrancó:

    palavra-chave.

    “…esa exégesis integral de la vida

    ese vínculo inicial y único

    que no llegas a interpretar pues tan arisco…”

    Filosofía, metafísica, teosofía, naturalismo,

    sociología, sicología: entiendo al hombre

    en su conjunto y en las partes:

    homo homini lupus; amor, primera fuerza

    metafórica:

    estoy bien preparado:

    me dije: exégesis sin duda tiene ahí su hueco.

    ¿Sé adónde voy?: conozco el sendero.

    “…y la gloria de los dioses y el imponente

    sentimiento de muerte, que florece,

    en el mástil de la existencia más gloriosa…”

    Exultante estava e convencido

    de minhas instáveis reservas, ente eu

    que se autoalimenta

    alimentando a própria dúvida;

    já, sexta-feira dia nove,

    pouco antes

    das duas da manhã,

    desconhecendo que numa noite de insónia

    posterior,

    o laberinto de mão pensas

    pensando e repensando

    me ia mostrar sua saída.

    “…como olvidados credos requeridos

    pronto y vibrantes no se dispusieran

    a colorear de nuevo la cara neutra…”

    Presto y fremente:

    pronto y vibrantes: pluralizo;

    mas mão pensas segue martelando a minha cabeça

    porque perguntada R^Bomfim,

    temporalmente lisboeta, não

    me pode fechar uma mão,

    nem o dicionário Priberam, sempre tão

    atento a minhas necessidades;

    recorro a Mario

    também Andrade de apelido,

    a suas cartas cruzadas com Carlos,

    e não está nelas a saída.

    A Ester Abreu voy, último recurso,

    y de su respuesta rauda y precavida,

    minucioso análisis de las palabras,

    infiero una posición de duda sobre la fiabilidad

    del texto de partida.

    Incorporo la incertidumbre a las posibles soluciones;

    y decido escribir: “olvidados credos requeridos”

    como versión del verso al que,

    por el momento, llego.

    “…pasara a dirigir mi voluntad

    que, ya de por sí inestable, se cerraba

    semejante a esas ores indecisas…”

    Descobria admirável o nexo literário,

    o ritmo, a paixão,

    a veemência sujeitada; mas na amanhecida

    me intrigava mais ainda

    o sentido exato que o poeta

    quis dar às indômitas palavras

    de mão pensas, sua concreção abstrata.

    Me encontraba en punto muerto

    esperando una resurrección imposible

    o un entierro profiláctico, cuando

    la primera luz de la alborada, en otra noche,

    avivó mi mente trasladándome,

    infante, a mi pueblo;

    época agitada do traçado

    dessa breve estrada que vai de Valdepero

    a Valdeolmillos:

    povos limítrofes separados pelos montes

    de azinheiras.

    Allí el burrero y su reata de asnos,

    serones repletos de rocas;

    allí los pedreros, que

    con sus martillos largos

    machacaban peñas, alisando;

    allí los peones con sus paladas de tierra,

    allí la máquina aplanadora,

    apisonadora por buen nombre:

    férreo cilindro macizo la rueda delantera

    destinada a compactar el suelo,

    transformando

    tierra y piedra sueltas

    en calzada resistente.

    Isso era, aí estava o quid.

    Esclarecido e esclarecedor

    compreendi que podia retirar da engrenagem o pau

    na tradução de «A Máquina do Mundo».

    La acompasada voz silente de la cachazuda máquina,

    vino a mí: atrás y adelante, adelante y atrás,

    guiada por un operario experimentado,

    sutil e inteligente, que se hacía preguntas y respuestas,

    iluminado en la noche

    por un fanal sereno,

    y en los descansos muchos

    bajaba a tierra para palpar con el pie el empedrado

    o apoyaba, pensativo, en el timón

    los brazos cruzados, las manos sobrepuestas,

    observando los trajines de los demás oficios

    desarrollados a sus pies.

    Ainda habitava eu a dúvida, quando Carlos Machado,

    poeta difusor de poetas, grande pesquisador

    de Drummond

    com firme conhecimento de causa,

    me enviou o carinhoso e esclarecedor aviso:

    “Essa falta de concordância não existe:”

    as edições certas incluem o “s” de mãos.

    Assim que eu havia sofrido sem ração verdadeira

    porque nesse verso postreiro

    Drummond escreveu

    inequivocamente:

    seguia vagaroso, de mãos pensas.

    Saturados de murmullos: “hálito, eco

    o simple sacudida”, mis oídos internos,

    lleno yo de un vigor intuitivo

    destinado a seguir vertiendo

    al castellano

    esas “verdades más altas que tantos

    monumentos erigidos a la verdad;”

    esclarecido o mistério das três robustas palavras,

    últimas do vibrante poema,

    adotei a decisão de terminá-lo assim:

    “…poco a poco se fue recomponiendo,

    mientras yo, valorando lo perdido,

    permanecía indolente, mano sobre mano.”


    _________________



    [Tienes que estar registrado y conectado para ver esa imagen]


    "Ser como un verso volando
    o un ciego soñando
    y en ese vuelo y en ese sueño
    compartir contigo sol y luna,
    siendo guardián en tu cielo
    y tren de tus ilusiones."
    (Hánjel)





    [Tienes que estar registrado y conectado para ver esa imagen]
    Maria Lua
    Maria Lua
    Administrador-Moderador
    Administrador-Moderador


    Cantidad de envíos : 71951
    Fecha de inscripción : 12/04/2009
    Localización : Nova Friburgo / RJ / Brasil

    CARLOS DRUMMOND DE ANDRADE (Brasil, 31/10/ 1902 –  17/08/ 1987) - Página 5 Empty Re: CARLOS DRUMMOND DE ANDRADE (Brasil, 31/10/ 1902 – 17/08/ 1987)

    Mensaje por Maria Lua Mar 19 Mayo 2020, 04:10

    CONVITE AO SUICÍDIO
    A MÁRIO DE ANDRADE                   
      
    Vamos dar o tiro no ouvido, Vamos ?
    Largar essa vida largar esse mundo comprar o ultimo bilhete
    e desembarcar na estação central do Infinito pe­rante a commissão importante de archan-jos bem-aventurados prophetas—vivôôôô !
    Vamos acabar com isso, dar o fóra nas aporrinhações. Adeus contrariedades. Nunca mais desastres nem callos nem desejos
    nem percevejos nem nada.
    Só um gesto PUM PUM Acabou-se.
    Já estou cansado da Metro, da Paramount, de todas as marcas inclusive a barbante. O fita pau.
    Repetir é casar dobrado. Me dá o braço, vamos s'embora.
    A vida foi feita pros trouxas
    que esperdiçam as riquezas do coração
    nessa lenga lenga infindável
    e depois vão dormir o somno abençoado dos burros
    justos pra recomeçar no dia seguinte cedinho.
    Vida que não é vida...
    (Suspirei
    foi pra abrir o peito, soltar o ultimo desgosto.)
    Estou prompto pra sahir. Vamos sahir juntos ? E' mais divertido
    e enche mais os jornaes: um suicídio duplo, hein ?
    que mina pros repórteres e pros cidadãos que gostam de misturar o café matinal com historias de Smith and Wess.
     
    A noite está fria.
    Noite indifferente.
    Vamos morrer daqui a um minuto
    (si você não roer a corda)
    e no entanto o Cruzeiro do Sul parece
    dizer: que m'importa,

    E astros   aguas e terras  repetem
    machinalmente: que m'importa.

     
    Elles têm razão.
    Nós também temos.
    Dois contribuintes de menos,
    que perderá o Brasil com isso.
    No frio da noite os amorosos multiplicam a espécie.
    O Brasil é tão grande.
    Mais grande que o mundo inteiro.
    Estamos caceteados, vamos s'embora
     
    Adeus minha terra
    terra bonita
    pintada de verde

    com bichos exquesitos e moleques
    treteiros,

    abençoada pelo Deus brasileiro das
    felicidades e descarrilamentos. Meu povo
    amigos inimigos
    canalha miúda

    me despéço de todos sem excepção.
    Apezar de ser inútil,
    se lembrem de mim nas suas orações.
     
    Está na hora.
    Agora vamos.

    Me acompanhe nesse passo
    tão complicado.
    Me ajude a morrer,
    morre com a gente, irmãosinho.

     
    Vamos fazer a grande besteira: rebentar os miolos
    e ir receber no céo o castigo de nossos
    amores
    e o premio de nossas
    devassidões.

     
                       Carlos Drummond de Andrade
     
    (poema publicado originalmente na edição da revista
    VERDE, Número 4, Anno 1, Dezembro 1927, Cataguases, MG)


    _________________



    [Tienes que estar registrado y conectado para ver esa imagen]


    "Ser como un verso volando
    o un ciego soñando
    y en ese vuelo y en ese sueño
    compartir contigo sol y luna,
    siendo guardián en tu cielo
    y tren de tus ilusiones."
    (Hánjel)





    [Tienes que estar registrado y conectado para ver esa imagen]
    Maria Lua
    Maria Lua
    Administrador-Moderador
    Administrador-Moderador


    Cantidad de envíos : 71951
    Fecha de inscripción : 12/04/2009
    Localización : Nova Friburgo / RJ / Brasil

    CARLOS DRUMMOND DE ANDRADE (Brasil, 31/10/ 1902 –  17/08/ 1987) - Página 5 Empty Re: CARLOS DRUMMOND DE ANDRADE (Brasil, 31/10/ 1902 – 17/08/ 1987)

    Mensaje por Maria Lua Miér 20 Mayo 2020, 04:03



    _________________



    [Tienes que estar registrado y conectado para ver esa imagen]


    "Ser como un verso volando
    o un ciego soñando
    y en ese vuelo y en ese sueño
    compartir contigo sol y luna,
    siendo guardián en tu cielo
    y tren de tus ilusiones."
    (Hánjel)





    [Tienes que estar registrado y conectado para ver esa imagen]
    Maria Lua
    Maria Lua
    Administrador-Moderador
    Administrador-Moderador


    Cantidad de envíos : 71951
    Fecha de inscripción : 12/04/2009
    Localización : Nova Friburgo / RJ / Brasil

    CARLOS DRUMMOND DE ANDRADE (Brasil, 31/10/ 1902 –  17/08/ 1987) - Página 5 Empty Re: CARLOS DRUMMOND DE ANDRADE (Brasil, 31/10/ 1902 – 17/08/ 1987)

    Mensaje por Maria Lua Jue 21 Mayo 2020, 03:15

    O enterrado vivo
     
    É sempre no passado aquele orgasmo,
    é sempre no presente aquele duplo,
    é sempre no futuro aquele pânico.
     
    É sempre no meu peito aquela garra.
    É sempre no meu tédio aquele aceno.
    É sempre no meu sono aquela guerra.
     
    É sempre no meu trato o amplo distrato.
    Sempre na minha firma a antiga fúria.
    Sempre no mesmo engano outro retraio.
     
    É sempre nos meus pulos o limite.
    É sempre nos meus lábios a estampilha.
    É sempre no meu não aquele trauma.
     
    Sempre no meu amor a noite rompe.
    Sempre dentro de mim meu inimigo.
    É sempre no meu sempre a mesma ausência.
     
     
    El enterrado vivo
     
    Está siempre en el pasado el mismo orgasmo,
    y siempre en el presente el mismo doble,
    y siempre en el futuro el mismo pánico.
     
    Esta siempre en mi pecho la misma garra.
    Y siempre en mi tedio la misma llamada.
    Y siempre en mi sueño la misma guerra.
     
    Está siempre en mi acuerdo el gran desacuerdo.
    Siempre en mi firma la antigua furia.
    Siempre en el mismo engaño otro retrato.
     
    Está siempre en mis saltos el límite.
    Y siempre en mis labios la estampilla.
    Y siempre en mi no el mismo trauma.
     
    Y siempre en mi amor la noche rompe.
    Y siempre dentro de mí mi enemigo.
    Y en mi siempre la misma ausencia siempre.
     
    De Fazendeiro do ar (19S2-19S3)
     
     
     Metadados: Mãe (poesia); Itabira (Minas Gerais); Metapoesia; Metapoema; Poesia erótica. Modernismo.


    _________________



    [Tienes que estar registrado y conectado para ver esa imagen]


    "Ser como un verso volando
    o un ciego soñando
    y en ese vuelo y en ese sueño
    compartir contigo sol y luna,
    siendo guardián en tu cielo
    y tren de tus ilusiones."
    (Hánjel)





    [Tienes que estar registrado y conectado para ver esa imagen]
    Maria Lua
    Maria Lua
    Administrador-Moderador
    Administrador-Moderador


    Cantidad de envíos : 71951
    Fecha de inscripción : 12/04/2009
    Localización : Nova Friburgo / RJ / Brasil

    CARLOS DRUMMOND DE ANDRADE (Brasil, 31/10/ 1902 –  17/08/ 1987) - Página 5 Empty Re: CARLOS DRUMMOND DE ANDRADE (Brasil, 31/10/ 1902 – 17/08/ 1987)

    Mensaje por Maria Lua Vie 22 Mayo 2020, 07:30



    _________________



    [Tienes que estar registrado y conectado para ver esa imagen]


    "Ser como un verso volando
    o un ciego soñando
    y en ese vuelo y en ese sueño
    compartir contigo sol y luna,
    siendo guardián en tu cielo
    y tren de tus ilusiones."
    (Hánjel)





    [Tienes que estar registrado y conectado para ver esa imagen]
    Maria Lua
    Maria Lua
    Administrador-Moderador
    Administrador-Moderador


    Cantidad de envíos : 71951
    Fecha de inscripción : 12/04/2009
    Localización : Nova Friburgo / RJ / Brasil

    CARLOS DRUMMOND DE ANDRADE (Brasil, 31/10/ 1902 –  17/08/ 1987) - Página 5 Empty Re: CARLOS DRUMMOND DE ANDRADE (Brasil, 31/10/ 1902 – 17/08/ 1987)

    Mensaje por Maria Lua Sáb 23 Mayo 2020, 04:08

    Reconocimiento del amor








    Amiga, cómo carecen de norte


    los caminos de la amistad.


    Apareciste para ser el hombro suave


    donde se reclina la inquietud del fuerte


    (o que ingenuamente se pensaba fuerte).


    Traías en los ojos pensativos


    la bruma de la renuncia:


    no querías la vida plena,


    tenías el previo desencanto de las uniones para toda la vida,


    no pedías nada,


    no reclamabas tu cota de luz.


    Y te deslizabas en ritmo gratuito de ronda.


    Descansé en ti mi fajo de desencuentros


    y de encuentros funestos.


    Quería tal vez -sin percibirlo, lo juro-


    sádicamente masacrarte


    bajo el hierro de culpas y vacilaciones y angustias que dolían


    desde la hora del nacimiento,


    estigma desde el momento de la concepción


    en cierto mes perdido en la Historia,


    o más lejos, desde aquel momento intemporal


    en que los seres son apenas hipótesis no formuladas


    en el caos universal.


    ¡Cómo nos engañamos huyéndole al amor!


    Cómo lo desconocimos, tal vez con recelo de enfrentar


    su espada reluciente, su formidable


    poder de penetrar la sangre y en ella


    imprimir una orquídea de fuego y lágrimas.


    Pero, él llegó mansamente y me envolvió


    en dulzura y celestes hechizos.


    No quemaba, no brillaba, sonreía.


    No entendí, tonto que fui, esa sonrisa.


    Me herí con mis propias manos, no por el amor


    que traías para mí y que tus dedos confirmaban


    al juntarse a los míos, en la infantil búsqueda del Otro,


    el Otro que yo me suponía, el Otro que te imaginaba,


    cuando -por agudeza del amor- sentí que éramos uno sólo.


    Amiga, amada, amada amiga, así el amor


    disuelve el mezquino deseo de existir de cara al mundo


    con la mirada perdida y la ancha ciencia de las cosas.


    Ya no enfrentamos al mundo: en él nos diluimos,


    y la pura esencia en que nos transmutamos perdona


    alegorías, circunstancias, referencias temporales,


    imaginaciones oníricas,


    el vuelo del Pájaro Azul, la aurora boreal,


    las llaves de oro de los sonetos y de los castillos medievales,


    todos los engaños de la razón y de la experiencia,


    para existir en sí y para sí,


    con la rebeldía de cuerpos amantes,


    pues ya ni somos nosotros,


    somos el número perfecto: Uno.


    Tomó su tiempo, yo se, para que el «Yo» renunciase


    a la vacuidad de persistir, fijo y solar,


    y se confesara jubilosamente vencido,


    hasta respirar el más grande júbilo de la integración.


    Ahora, amada mía para siempre,


    ni mirada tenemos para ver, ni oídos para captar la melodía,


    el paisaje, la transparencia de la vida,


    perdidos como estamos en la concha ultramarina de mar.


    _________________



    [Tienes que estar registrado y conectado para ver esa imagen]


    "Ser como un verso volando
    o un ciego soñando
    y en ese vuelo y en ese sueño
    compartir contigo sol y luna,
    siendo guardián en tu cielo
    y tren de tus ilusiones."
    (Hánjel)





    [Tienes que estar registrado y conectado para ver esa imagen]

    Contenido patrocinado


    CARLOS DRUMMOND DE ANDRADE (Brasil, 31/10/ 1902 –  17/08/ 1987) - Página 5 Empty Re: CARLOS DRUMMOND DE ANDRADE (Brasil, 31/10/ 1902 – 17/08/ 1987)

    Mensaje por Contenido patrocinado


      Fecha y hora actual: Sáb 27 Jul 2024, 01:58