Aires de Libertad

¿Quieres reaccionar a este mensaje? Regístrate en el foro con unos pocos clics o inicia sesión para continuar.

https://www.airesdelibertad.com

Leer, responder, comentar, asegura la integridad del espacio que compartes, gracias por elegirnos y participar

Estadísticas

Nuestros miembros han publicado un total de 1041594 mensajes en 47622 argumentos.

Tenemos 1570 miembros registrados

El último usuario registrado es Siby

¿Quién está en línea?

En total hay 92 usuarios en línea: 3 Registrados, 0 Ocultos y 89 Invitados :: 3 Motores de búsqueda

cecilia gargantini, Chambonnet Gallardo, Juan Martín


El record de usuarios en línea fue de 1156 durante el Mar 05 Dic 2023, 16:39

Últimos temas

» 2014-05-29 LAS TRENZAS
CECILIA MEIRELES  - Página 10 EmptyHoy a las 10:50 por cecilia gargantini

» CARMEN CONDE (1907-1996)
CECILIA MEIRELES  - Página 10 EmptyHoy a las 07:37 por Pedro Casas Serra

» Ángela Figuera Aymerich (1902-1984)
CECILIA MEIRELES  - Página 10 EmptyHoy a las 06:58 por Pedro Casas Serra

» MAIACOVSKI (1893-1930) Y OTROS POETAS RUSOS, 2
CECILIA MEIRELES  - Página 10 EmptyHoy a las 06:45 por Pascual Lopez Sanchez

» NO A LA GUERRA 3
CECILIA MEIRELES  - Página 10 EmptyHoy a las 03:53 por Pedro Casas Serra

» POESÍA SOCIAL XIX
CECILIA MEIRELES  - Página 10 EmptyHoy a las 01:07 por Pascual Lopez Sanchez

» ANTOLOGÍA DE GRANDES POETAS HISPANOAMÉRICANAS
CECILIA MEIRELES  - Página 10 EmptyHoy a las 00:35 por Pascual Lopez Sanchez

» CÉSAR VALLEJO (1892-1938)
CECILIA MEIRELES  - Página 10 EmptyHoy a las 00:30 por Pascual Lopez Sanchez

» ELVIO ROMERO (1926-2004)
CECILIA MEIRELES  - Página 10 EmptyHoy a las 00:27 por Pascual Lopez Sanchez

» CLARICE LISPECTOR II
CECILIA MEIRELES  - Página 10 EmptyAyer a las 21:52 por Maria Lua

Mayo 2024

LunMarMiérJueVieSábDom
  12345
6789101112
13141516171819
20212223242526
2728293031  

Calendario Calendario

Conectarse

Recuperar mi contraseña

Galería


CECILIA MEIRELES  - Página 10 Empty

+5
Pedro Casas Serra
Andrea Diaz
Carmen Parra
helena
Juan Martín
9 participantes

    CECILIA MEIRELES

    Maria Lua
    Maria Lua
    Administrador-Moderador
    Administrador-Moderador


    Cantidad de envíos : 69336
    Fecha de inscripción : 12/04/2009
    Localización : Nova Friburgo / RJ / Brasil

    CECILIA MEIRELES  - Página 10 Empty Re: CECILIA MEIRELES

    Mensaje por Maria Lua Mar 21 Jul 2020, 06:53

    Serenata




    Permita que eu feche os meus olhos,

    pois é muito longe e tão tarde!

    Pensei que era apenas demora,

    e cantando pus-me a esperar-te.

    Permita que agora emudeça:

    que me conforme em ser sozinha.

    Há uma doce luz no silêncio, e a dor é de origem divina.

    Permita que eu volte o meu rosto para um céu maior que este mundo,

    e aprenda a ser dócil no sonho como as estrelas no seu rumo.


    _________________



    [Tienes que estar registrado y conectado para ver esa imagen]


    "Ser como un verso volando
    o un ciego soñando
    y en ese vuelo y en ese sueño
    compartir contigo sol y luna,
    siendo guardián en tu cielo
    y tren de tus ilusiones."
    (Hánjel)





    [Tienes que estar registrado y conectado para ver esa imagen]
    Maria Lua
    Maria Lua
    Administrador-Moderador
    Administrador-Moderador


    Cantidad de envíos : 69336
    Fecha de inscripción : 12/04/2009
    Localización : Nova Friburgo / RJ / Brasil

    CECILIA MEIRELES  - Página 10 Empty Re: CECILIA MEIRELES

    Mensaje por Maria Lua Mar 21 Jul 2020, 06:54

    Tu tens um medo:

    Acabar.

    Não vês que acabas todo o dia.

    Que morres no amor.

    Na tristeza.

    Na dúvida.

    No desejo.

    Que te renovas todo o dia.

    No amor.

    Na tristeza.

    Na dúvida.

    No desejo.

    Que és sempre outro.

    Que és sempre o mesmo.

    Que morrerás por idades imensas.

    Até não teres medo de morrer.




    E então serás eterno.


    _________________



    [Tienes que estar registrado y conectado para ver esa imagen]


    "Ser como un verso volando
    o un ciego soñando
    y en ese vuelo y en ese sueño
    compartir contigo sol y luna,
    siendo guardián en tu cielo
    y tren de tus ilusiones."
    (Hánjel)





    [Tienes que estar registrado y conectado para ver esa imagen]
    Maria Lua
    Maria Lua
    Administrador-Moderador
    Administrador-Moderador


    Cantidad de envíos : 69336
    Fecha de inscripción : 12/04/2009
    Localización : Nova Friburgo / RJ / Brasil

    CECILIA MEIRELES  - Página 10 Empty Re: CECILIA MEIRELES

    Mensaje por Maria Lua Mar 21 Jul 2020, 06:55

    A arte de ser feliz

    Houve um tempo em que minha janela se abria
    sobre uma cidade que parecia ser feita de giz.
    Perto da janela havia um pequeno jardim quase seco.
    Era uma época de estiagem, de terra esfarelada,
    e o jardim parecia morto.
    Mas todas as manhãs vinha um pobre com um balde,
    e, em silêncio, ia atirando com a mão umas gotas de água sobre as plantas.
    Não era uma rega: era uma espécie de aspersão ritual, para que o jardim não morresse.
    E eu olhava para as plantas, para o homem, para as gotas de água que caíam de seus dedos magros e meu coração ficava completamente feliz.
    Às vezes abro a janela e encontro o jasmineiro em flor.
    Outras vezes encontro nuvens espessas.
    Avisto crianças que vão para a escola.
    Pardais que pulam pelo muro.
    Gatos que abrem e fecham os olhos, sonhando com pardais.
    Borboletas brancas, duas a duas, como refletidas no espelho do ar.
    Marimbondos que sempre me parecem personagens de Lope de Vega.
    Ás vezes, um galo canta.
    Às vezes, um avião passa.
    Tudo está certo, no seu lugar, cumprindo o seu destino.
    E eu me sinto completamente feliz.
    Mas, quando falo dessas pequenas felicidades certas,
    que estão diante de cada janela, uns dizem que essas coisas não existem,
    outros que só existem diante das minhas janelas, e outros,
    finalmente, que é preciso aprender a olhar, para poder vê-las assim.


    _________________



    [Tienes que estar registrado y conectado para ver esa imagen]


    "Ser como un verso volando
    o un ciego soñando
    y en ese vuelo y en ese sueño
    compartir contigo sol y luna,
    siendo guardián en tu cielo
    y tren de tus ilusiones."
    (Hánjel)





    [Tienes que estar registrado y conectado para ver esa imagen]
    Maria Lua
    Maria Lua
    Administrador-Moderador
    Administrador-Moderador


    Cantidad de envíos : 69336
    Fecha de inscripción : 12/04/2009
    Localización : Nova Friburgo / RJ / Brasil

    CECILIA MEIRELES  - Página 10 Empty Re: CECILIA MEIRELES

    Mensaje por Maria Lua Mar 21 Jul 2020, 06:56

    Renova-te.
    Renasce em ti mesmo.
    Multiplica os teus olhos, para verem mais.
    Multiplica-se os teus braços para semeares tudo.
    Destrói os olhos que tiverem visto.
    Cria outros, para as visões novas.
    Destrói os braços que tiverem semeado,
    Para se esquecerem de colher.
    Sê sempre o mesmo.
    Sempre outro. Mas sempre alto.
    Sempre longe.
    E dentro de tudo.


    _________________



    [Tienes que estar registrado y conectado para ver esa imagen]


    "Ser como un verso volando
    o un ciego soñando
    y en ese vuelo y en ese sueño
    compartir contigo sol y luna,
    siendo guardián en tu cielo
    y tren de tus ilusiones."
    (Hánjel)





    [Tienes que estar registrado y conectado para ver esa imagen]
    Maria Lua
    Maria Lua
    Administrador-Moderador
    Administrador-Moderador


    Cantidad de envíos : 69336
    Fecha de inscripción : 12/04/2009
    Localización : Nova Friburgo / RJ / Brasil

    CECILIA MEIRELES  - Página 10 Empty Re: CECILIA MEIRELES

    Mensaje por Maria Lua Mar 21 Jul 2020, 06:56

    SONETO ANTIGO

    Responder a perguntas não respondo.
    Perguntas impossíveis não pergunto.
    Só do que sei de mim aos outros conto:
    de mim, atravessada pelo mundo.

    Toda a minha experiência, o meu estudo,
    sou eu mesma que, em solidão paciente,
    recolho do que em mim observo e escuto
    muda lição, que ninguém mais entende.

    O que sou vale mais do que o meu canto.
    Apenas em linguagem vou dizendo
    caminhos invisíveis por onde ando.

    Tudo é secreto e de remoto exemplo.
    Todos ouvimos, longe, o apelo do Anjo.
    E todos somos pura flor de vento.


    _________________



    [Tienes que estar registrado y conectado para ver esa imagen]


    "Ser como un verso volando
    o un ciego soñando
    y en ese vuelo y en ese sueño
    compartir contigo sol y luna,
    siendo guardián en tu cielo
    y tren de tus ilusiones."
    (Hánjel)





    [Tienes que estar registrado y conectado para ver esa imagen]
    Maria Lua
    Maria Lua
    Administrador-Moderador
    Administrador-Moderador


    Cantidad de envíos : 69336
    Fecha de inscripción : 12/04/2009
    Localización : Nova Friburgo / RJ / Brasil

    CECILIA MEIRELES  - Página 10 Empty Re: CECILIA MEIRELES

    Mensaje por Maria Lua Mar 21 Jul 2020, 06:57

    Não digas onde acaba o dia.
    Onde começa a noite.
    Não fales palavras vãs.
    As palavras do mundo.
    Não digas onde começa a Terra,
    Onde termina o céu
    Não digas até onde és tu.
    Não digas desde onde és Deus.
    Não fales palavras vãs.
    Desfaze-te da vaidade triste de falar.
    Pensa,completamente silencioso,
    Até a glória de ficar silencioso,
    Sem pensar.


    _________________



    [Tienes que estar registrado y conectado para ver esa imagen]


    "Ser como un verso volando
    o un ciego soñando
    y en ese vuelo y en ese sueño
    compartir contigo sol y luna,
    siendo guardián en tu cielo
    y tren de tus ilusiones."
    (Hánjel)





    [Tienes que estar registrado y conectado para ver esa imagen]
    Maria Lua
    Maria Lua
    Administrador-Moderador
    Administrador-Moderador


    Cantidad de envíos : 69336
    Fecha de inscripción : 12/04/2009
    Localización : Nova Friburgo / RJ / Brasil

    CECILIA MEIRELES  - Página 10 Empty Re: CECILIA MEIRELES

    Mensaje por Maria Lua Mar 21 Jul 2020, 06:58

    De que são feitos os dias?
    - De pequenos desejos,
    vagarosas saudades,
    silenciosas lembranças.

    Entre mágoas sombrias,
    momentâneos lampejos:
    vagas felicidades,
    inatuais esperanças.

    De loucuras, de crimes,
    de pecados, de glórias
    - do medo que encadeia
    todas essas mudanças.

    Dentro deles vivemos,
    dentro deles choramos,
    em duros desenlaces
    e em sinistras alianças...


    _________________



    [Tienes que estar registrado y conectado para ver esa imagen]


    "Ser como un verso volando
    o un ciego soñando
    y en ese vuelo y en ese sueño
    compartir contigo sol y luna,
    siendo guardián en tu cielo
    y tren de tus ilusiones."
    (Hánjel)





    [Tienes que estar registrado y conectado para ver esa imagen]
    Maria Lua
    Maria Lua
    Administrador-Moderador
    Administrador-Moderador


    Cantidad de envíos : 69336
    Fecha de inscripción : 12/04/2009
    Localización : Nova Friburgo / RJ / Brasil

    CECILIA MEIRELES  - Página 10 Empty Re: CECILIA MEIRELES

    Mensaje por Maria Lua Jue 23 Jul 2020, 08:43

    A la gran poeta brasileña Cecília Meireles le pasó lo mismo que a Robindronath Tagore. Son muchos en el mundo los que conocen a ambos en su faceta literaria, pero no así en su faceta más importante, que fue la pedagógica y educativa. Por cierto, Cecília fue la mayor tagoreana del Brasil. Tradujo cinco de sus libros al portugués, le dedicó a Tagore varios y hermosos poemas y numerosos artículos, además de promover en el Brasil la conmemoración de su centenario. 


    Cecília Benevides de Carvalho Meireles nació en el barrio de Tijuca de la ciudad de Rio de Janeiro el 7 de noviembre de 1901, hija de los azorianos Carlos Alberto de Carvalho Meireles, funcionario de banca, y Matilde Benevides Meireles, una profesora. Cecília Meireles fue hija huérfana criada por su abuela azoriana, Dª Jacinta Garcia Benevides, natural de la isla de San Miguel en las Azores. A los nueve años comenzó a escribir poesía. 
    Frecuentó la Escuela Normal de Rio de Janeiro entre los años de 1913 y 1916, y estudió idiomas, literatura, música, folklore y teoría educativa. Se diplomó en el curso normal del Instituto de  Educación de Rio de Janeiro en 1917 y el magisterio se convirtió en una de sus pasiones. 


    Lo que la llevó a escribir para el público infantil en libros didácticos, como Criança, Meu Amor (Niño, mi amor) en 1924, o en poemas como Ou isto, ou aquilo (O esto, o aquello), en 1964. 


    De 1930 a 1933 mantuvo en el periódico Diário de Notícias una página diaria sobre problemas de educación, con los que se publicó un libro póstumo en cinco volúmenes, Crônicas de Educação (Crónicas de la Educación), y, en 1934, organizó la primera biblioteca infantil del Brasil en Rio de Janeiro. En 1932 firma con los educadores Fernando de Azevedo (1894- 1974), Anísio Teixeira (1900-1971) y Afrânio Peixoto (1876-1947), entre otros, el Manifesto dos Pioneiros da Educação Nova (Manifiesto de los Pioneros de la Educación Nueva), marco de la renovación educativa en el Brasil. 


    Tal como señalamos, en 1934 funda, con la ayuda de su marido, la primera biblioteca infantil del Brasil, en el Centro Cultural Infantil del Pabellón Mourisco del barrio de Botafogo de Rio de Janeiro. Esta biblioteca se mantiene abierta sólo durante cuatro años, a causa de las intrigas políticas en el país. Además de ser un sueño desde la infancia de Cecília, tuvo un éxito enorme en la ciudad de Rio hasta el año 1937, cuando el interventor del Distrito Federal invadió el centro y encontró en él el libro As aventuras de Tom Sawyer, de Mark Twain, un clásico norteamericano, que secuestró bajo la acusación de promover el comunismo.


     El caso repercutió mucho, tanto en Brasil como en el exterior. Después de la invasión, el Centro Cultural Infantil fue cerrado por el Estado Novo, siendo presidente del país Getúlio Vargas. En el mismo año de 1934 Cecília realiza su primer viaje al extranjero, viajando a Portugal, donde difunde la cultura, la literatura y el folklore brasileños, en una serie de conferencias pronunciadas en Coímbra y Lisboa. 


    Como ya comentamos, infelizmente son pocas las personas que conocen la faceta educadora y de periodista pedagógica de esta gran poetisa. tres meses después de la muerte de su padre, perdió también a su madre, la profesora Mathilde Benevides, cuando sólo tenía 3 años de edad. Por ello, acabó siendo criada por su abuela materna, Jacinta, y por su ama de llaves, Pedrina. Tanto una como otra tuvieron una fuerte influencia en la vida profesional posterior de Cecília: la abuela, en el gusto por la lectura, y Pedrina por las canciones y leyendas folklóricas, que acabaron por formar parte del repertorio literario de la escritora. 


    Cecília Meireles comenzó su carrera en el magisterio con 17 años. Un año después publicó su primer libro de poemas, Espectro. Como profesora opositó, en 1929, a la cátedra de Literatura de la Escuela Normal del Distrito Federal, quedando en segundo lugar. Su tesis defendía una modernización de la enseñanza, siguiendo los principios de la Escuela Nueva, entre los que destacaba que el trabajo del profesor debía ser realizado con amor y enfocado al desarrollo del niño y el valor de la libertad. El tribunal examinador consideró muy osada su propuesta.


     Pero ella siguió defendiendo siempre los postulados de una educación más moderna y renovadora. De 1930 a 1933, como ya dijimos, escribió artículos diarios sobre educación en el periódico Diário de Notícias. Y de 1941 a 1943 en el diario A Manhã (La Mañana). El pensamiento de los educadores como Anísio Teixeira y Fernando de Azevedo encontró sucesivo eco en su columna periodística. Ya antes, bajo el título de Pedagogia de ministro, en el Diário de Notícias del 30 de abril de 1931, había criticado duramente la política educativa que llevaba a cabo Francisco Campos, Ministro de Educación y Salud. 
    En otros tres artículos en el mismo diario, el 2, 5 y 10 de mayo de ese año, continuó abundando en su crítica. Su lucha por una educación de mayor calidad para su país la llevó a firmar en 1932 con otros grandes educadores brasileños, el manifiesto que mencionamos antes, y dos años después, en 1934, fue invitada por Anísio Teixeira, que a la sazón era director del departamento de Educación del Distrito Federal, para que desarrollase sus ideas educativas en el Centro de Cultura Infantil de Rio, que citamos antes, y la creación de la biblioteca para niños. Se puede considerar, por todo ello, a Cecília Meireles como una educadora militante, que falleció en Rio de Janeiro, a la edad de 63 años, el 9 de noviembre de 1964.


     El suicidio de su marido, en 1935, fue para ella terrible, teniendo que quedar de cabeza de familia criando a sus tres hijas. Pero también, porque en este mismo año, Anísio Teixeira tuvo que dimitir de su cargo, siendo sustituido por su enemigo político Francisco Campos, situación que le provocó a Cecília una gran inestabilidad profesional y educativa. Pero no dejó de seguir escribiendo, publicando dos libros: Olhinhos de Gato (Ojitos de gato), en prosa, y Viagem (Viaje) en poesía. Tampoco estos problemas le impidieron seguir criticando duramente al gobierno de Getúlio Vargas, al que trataba claramente de dictador, como realmente lo era. Y Getúlio acabó cerrando en 1937 el Centro Cultural Infantil, con la disculpa de que en él había actividades subversivas, como la divulgación del libro de Mark Twain que señalamos antes y publicado en 1876, por sus supuestas ideas comunistas. 


    Con dificultades financieras, Cecília inscribe su libro Viagem en un concurso de poesía de la Academia Brasileira de Letras. Concurrió al premio denominado Olavo Bilac, que ofrecía una buena cantidad de dinero. Ganó dicho premio, pero no profirió su discurso de agradecimiento, por haber sufrido censura por parte de algunos académicos. En 1940 pasó a ser profesora de Literatura y Cultura Brasileña en la universidad estadounidense de Tejas. En los años siguientes continuó publicando otros muchos libros, casi sin tregua: Vaga Música (1942), Mar absoluto e Outros Poemas (1945), Retrato Natural (1949), Amor em Leonoreta (1951), Doze Noturnos de Holanda y O Aeronauta (1952) y Romanceiro da Inconfidência (1953).


     A lo largo de todos esos años fue una “educadora andante”, recorriendo América Latina, Europa y Asia, dando clases y pronunciando conferencias. En 1953 fue nombrada Doctora Honoris Causa por la Universidad de Nueva Delhi, donde viajó para participar en el acto. Todavía en el último año de su vida, 1964, publicó Ou isto, ou aquilo y Escolha seu sonho (O esto, o aquello y Escoja su sueño). Pero, con su salud muy debilitada, el 9 de noviembre de ese mismo año fallecía en su ciudad natal. El 6 de julio de 1932, en la revista Vida Prática de Rio había escrito: Es necesario creer en el sueño. Y salvarlo siempre. Para ser salvados. Para dejar la frente radiosa de nuestra alegría en el último canto, y en la última sombra, donde otras vidas después vengan un día a preguntar las cosas que hoy nos estamos preguntando. Pensamiento educativo de Cecília Meireles Cecília Meireles rompe los tabúes de la sociedad brasileña, dejando su marca en su historia educativa como defensora universal de la educación. 


    Se preocupó por la psicología de la infancia y también por los niños y la literatura infantil, a la que dedicó mucho tiempo y esfuerzos. También por el cine educativo y su uso didáctico en las aulas. Su conocimiento de varios idiomas ayudó mucho a Cecília en los viajes que hizo al extranjero, iniciados en 1940. Por este motivo, pudo enseñar Literatura y cultura brasileña en Tejas (EE.UU.), proferir un ciclo de conferencias sobre literatura, folklore y educación en la ciudad de Méjico, siguiendo de 1944 a 1958, Uruguay, Argentina, Azores, Puerto Rico, India, Goa, Israel y varias ciudades de Europa. 


    La India, que, desde que era adolescente, fascinaba a Cecília, despertó en la educadora y poetisa un gran interés, llegando a publicar un libro de poemas dedicado a este inmenso país de Asia. En su pensamiento pedagógico lo que más destaca es su decidido apoyo al modelo educativo de la Escuela Nueva o Moderna, magníficamente expuesto en el libro del brasileño Manuel B. Lourenço Filho Introducción al estudio de la Escuela Nueva, libro y autor que Cecília conocía muy bien. Cecília posee una trayectoria de actuación social riquísima, figurando como educadora, poetisa, folklorista, cronista de prensa, crítica literaria y hasta incluso traductora de libros de autores extranjeros al idioma portugués. 


    De los años 1920 a 1930 se implicó totalmente en el movimiento de renovación educativa en su país. En los tres primeros años de la década de 1930, dirigió la Página da Educação (Página de la Educación) del Diário de Notícias de Rio, por medio de la cual expresaba y difundía las ideas educativas de la Escuela Nueva para el gran público. También ya al final de la década de 1940, se envolvió en el Movimiento Folklórico Brasileño (1947-1967), participando activamente de sus actividades nacionales y regionales. 


    Buena parte de la bibliografía que existe dedicada a Cecília aborda su implicación en las áreas educativas y participación en el grupo brasileño de la Escuela Nueva. Todos los estudiosos de su figura concuerdan en la valoración de sus actividades vinculadas a la educación, desempeñando funciones de profesora, directora de escuelas públicas, autora de libros escolares, intelectual que reflexiona sobre el alcance educativo del movimiento folklórico, pedagoga brasileña perteneciente al movimiento de la Escuela Nueva o Moderna, organizadora y directora de bibliotecas infantiles, periodista y cronista pedagógica en la prensa y la radio, divulgando temas relacionados con la escuela y la educación, poetisa para niños, escritora de piezas infantiles para teatro, y una de las primeras en el Brasil en profundizar en los problemas relativos a la literatura para la infancia, la formación de los lectores y la animación a la lectura. En su trabajo de divulgación del ideario pedagógico de la Escuela Nueva, confería un lugar destacado a la problemática de la educación de los niños y la reflexión sobre la etapa infantil. 


    Depositaba en los niños su esperanza de transformación social, además de verlos como seres puros, diferentes de los adultos. Dentro de su columna Professores e Estudantes en el diario A Manhã (1941- 1943), pasó a publicar una serie de estudios sobre folklore infantil, bajo el título de Infância e Folclore. Como pionera de la Educación Nueva en el Brasil, junto con otros 25 educadores brasileños también pioneros, firmantes del manifiesto tantas veces citado, Cecília proponía un programa de política educativa amplio e integrador. 


    Dentro del que tenemos que destacar las siguientes propuestas: la selección de los alumnos en sus aptitudes naturales, la supresión de las instituciones creadoras de diferencias sobre base económica, la incorporación de los estudios de magisterio a la universidad, la equiparación de los maestros y profesores en remuneración y trabajo, la correlación y la continuidad de la enseñanza en todos los grados y la reacción contra todo lo que quiebra la coherencia interna y la unidad vital, constituyendo un programa de política educativa, fundada sobre la aplicación del principio unificador, que modifica profundamente la estructura íntima y la organización de los elementos constitutivos de la enseñanza y de los sistemas escolares. 


    En el libro de Lourenço Filho, antes mencionado, vienen recogidos muy bien los 30 principios educativo-didácticos y organizativos básicos, aprobados en Calais por el movimiento de la Escuelas Nuevas. Con todos los que concordaba en la teoría y en la práctica la pedagoga Cecília Meireles.



    Sus ideas educativas más importantes Bajo el título de Crônicas de Educação (Crónicas de la Educación) fueron publicados por la editora Nova Fronteira de Rio de Janeiro, en cinco volúmenes, al cuidado y presentación del profesor Leodegário A. de Azevedo Filho, los artículos publicados en diferentes diarios, muchos de carácter educativo, en publicaciones periódicas que ya fueron relacionadas a lo largo del presente artículo. 


    Tomando como base esta publicación póstuma, escogimos las que consideramos las ideas educativas más importantes de Cecília Meireles, que reseñamos a continuación: ì Llevar a la práctica en todas las escuelas los 30 principios educativos y organizativos propuestos en el Congreso de Calais (Francia) de 1919 por los representantes de las Escuelas Nuevas que allí acudieron. Los que Lourenço Filho recogió en el libro anteriormente citado. ì Educar para un mundo mejor: los educadores deben entrar con la fuerza de su esperanza, confiando en que en el devenir de las nuevas generaciones se irá operando una transformación lenta pero segura de la ideología de los hombres y los pueblos, acercándose a una condición más perfecta, en un mundo más feliz. ì 


    El verdadero valor de la educación: todo es siempre una cuestión de educación. Para que el sueño no se pierda, y se haga realidad sin dejar de ser sueño. Para ello debemos seguir el ejemplo de los grandes educadores e intelectuales que hubo en el mundo. ì Educación y libertad: el principal problema de la educación moderna es la libertad humana, en su más grandioso sentido. Las personas adquieren su libertad por medio, justamente, de la educación. Para ello es necesario democratizar la enseñanza y trabajar por una escuela única y pública. ì Educación y paz: el sueño de la paz sobre la tierra descansa en el hecho conmovedor de hacer iguales a todos los seres humanos, a partir del instante neutro de la infancia, dentro de la neutralidad de la escuela.


     La escuela tiene que ser el lugar de la reunión de aquellos que se preparan para el arte difícil de vivir, formando armónicamente a niños y niñas, en una coherencia admirable de todos sus elementos. ì El hogar y la escuela: la educación moderna, para ser una realidad viva, depende del entendimiento entre profesores y padres, de modo que la obra de la escuela y del hogar se unifique en una común intención. La escuela moderna es francamente abierta al público. Su mayor deseo es establecer el contacto de padres y profesores, para que ambos aporten el mejor esfuerzo al servicio de los niños. Es necesario que exista una directriz armónica en el ambiente infantil, en el hogar y en la escuela. ì 


    Modelo de profesor: ser profesor es como ser un artista: no se hace, ya se nace. Y tener el corazón para emocionarse delante de cada temperamento, y tener imaginación para sugerir, y tener conocimientos para enriquecer los caminos transitados. Saber ser poeta para inspirar. Tener prestigio moral y conducir con dulzura y entusiasmo las vidas de los niños que le fueron confiados. ì Uso de las nuevas tecnologías: uno de los elementos de más inmediata importancia en las escuelas de hoy es el cine educativo. Además de instructivo, el cine puede ser considerado hasta curativo. 


    La introducción del cine en las escuelas obedece a una necesidad natural a la que las circunstancias del progreso humano pueden atender. Hay que enseñar a los niños a ver buen cine y aprender visionando documentales. Sobre el tema del uso del cine educativo en las clases ya escribía en el año 1929. ì Desarrollo de las áreas artísticas: la música, el teatro, la buena literatura infantil, las manualidades, las actividades lúdicas, el folklore infantil, la poesía, los cuentacuentos, las visitas a museos, el cine, la animación a la lectura, la danza, la artesanía… Todo lo citado debe tener un tiempo y espacio importante en las escuelas •



    Nota: lamentablemente, no existe casi nada de Cecília Meireles publicado en castellano. Ni tampoco estudios sobre ella en este idioma. Aquellas personas que quieran informarse sobre su figura de poetisa y educadora tendrán que hacer un esfuerzo para leer lo que hay en portugués, que es mucho. 


    Meireles, C. (1979). Problemas de literatura infantil. São Paulo: Summus. Meireles, C. (1980). O que se diz e o que se entende (Crônicas). Rio de Janeiro: Nova Fronteira. Meireles, C. (2012). Ou isto, ou aquilo. São Paulo: Editora Global. Meireles, C. (2003). Giroflê Giroflá. São Paulo: Editora Moderna. Meireles, C. (1944). Criança, meu amor. Rio de Janeiro: Nova Fronteira. Meireles, C. (1938). Rute e Alberto resolveram ser turistas. Porto Alegre: Edições Globo. Meireles, C. (1996). A festa das letras. Rio de Janeiro: Nova Fronteira. Meireles, C. (2001). Crônicas de Educação (5 volúmenes). Rio de Janeiro: Nova Fronteira. Meireles, C. (1998). Obra em prosa (6 volúmenes). Rio de Janeiro: Nova Fronteira. Lamego, V. (1996). A farsa na lira: Cecília Meireles na revolução de 30. Rio de Janeiro: Record. Souza neves, M. de (et al.). (2001). Cecília Meireles: a poética da educação. São Paulo: Edições Loyola. Lourenço filho, M. B. (1966). Introducción al estudio de la Escuela Nueva. Buenos Aires: Ed. Kapelusz (Nota: Este libro, con el título de La Escuela Nueva fue publicado por la editorial Labor de Barcelona en el año 1933).


    José Paz Rodríguez  Universidad de Vigo


    [url=file:///E:/Maria Lua/Downloads/7752-Texto del art%C3%ADculo-16886-1-10-20170316 (6).pdf][Tienes que estar registrado y conectado para ver este vínculo]


    _________________



    [Tienes que estar registrado y conectado para ver esa imagen]


    "Ser como un verso volando
    o un ciego soñando
    y en ese vuelo y en ese sueño
    compartir contigo sol y luna,
    siendo guardián en tu cielo
    y tren de tus ilusiones."
    (Hánjel)





    [Tienes que estar registrado y conectado para ver esa imagen]
    Maria Lua
    Maria Lua
    Administrador-Moderador
    Administrador-Moderador


    Cantidad de envíos : 69336
    Fecha de inscripción : 12/04/2009
    Localización : Nova Friburgo / RJ / Brasil

    CECILIA MEIRELES  - Página 10 Empty Re: CECILIA MEIRELES

    Mensaje por Maria Lua Sáb 25 Jul 2020, 06:42

    DESPEDIDA 


    Por mim, e por vós, e por mais aquilo


    que está onde as outras coisas nunca estão


    deixo o mar bravo e o céu tranqüilo:


    quero solidão.




    Meu caminho é sem marcos nem paisagens.


    E como o conheces ? – me perguntarão.


    – Por não ter palavras, por não ter imagem.


    Nenhum inimigo e nenhum irmão.




    Que procuras? – Tudo. Que desejas? – Nada.


    Viajo sozinha com o meu coração.


    Não ando perdida, mas desencontrada.


    Levo o meu rumo na minha mão.




    A memória voou da minha fronte.


    Voou meu amor, minha imaginação …


    Talvez eu morra antes do horizonte.


    Memória, amor e o resto onde estarão?




    Deixo aqui meu corpo, entre o sol e a terra.


    (Beijo-te, corpo meu, todo desilusão !


    Estandarte triste de uma estranha guerra … )




    Quero solidão.


    _________________



    [Tienes que estar registrado y conectado para ver esa imagen]


    "Ser como un verso volando
    o un ciego soñando
    y en ese vuelo y en ese sueño
    compartir contigo sol y luna,
    siendo guardián en tu cielo
    y tren de tus ilusiones."
    (Hánjel)





    [Tienes que estar registrado y conectado para ver esa imagen]
    Maria Lua
    Maria Lua
    Administrador-Moderador
    Administrador-Moderador


    Cantidad de envíos : 69336
    Fecha de inscripción : 12/04/2009
    Localización : Nova Friburgo / RJ / Brasil

    CECILIA MEIRELES  - Página 10 Empty Re: CECILIA MEIRELES

    Mensaje por Maria Lua Dom 26 Jul 2020, 07:10

    “Uma pequena aldeia”


    Uma pequena aldeia
    No canto do galo há uma pequena aldeia
    de mulheres risonhas e pobres
    que trabalham em casas de pedra
    com belos braços brancos
    e olhos cor de lágrima.


    São umas corajosas mulheres
    que tecem em teares antigos,
    são Penélopes obscuras
    em suas casas de pedra
    com fogões de pedra
    nestes tempos de pedra.


    Elas, porém, cantam com frescura,
    a leveza, a graça, a alegria generosa
    da água das cascatas,
    que corre de dentro do mundo
    pelo mundo
    para fora do mundo.


    No canto do galo há, de repente,
    essa pequena aldeia,
    com essas belas mulheres,
    essas boas mulheres escondidas,
    essas criaturas lendárias
    que trabalham e cantam
    e morrem




    **************




    "Un pequeño pueblo"




    Un pequeño pueblo
    En el cantar del gallo hay un pequeño pueblo.
    de risa y mujeres pobres
    quienes trabajan en casas de piedra
    con hermosos brazos blancos
    y ojos color de lágrima.


    Son mujeres valientes
    que tejen viejos telares
    son Penélopes obscuras
    en sus casas de piedra
    con estufas de piedra
    En estos tiempos de piedra.


    Sin embargo, cantan con frescura,
    ligereza, gracia, alegría generosa
    de agua de cascada
    que corre desde adentro del mundo
    por el mundo
    fuera del mundo.


    En el cantar del gallo, de repente,
    este pequeño pueblo
    con estas hermosas mujeres,
    estas buenas mujeres escondidas,
    estas criaturas legendarias
    quienes trabajan y cantan
    y mueren.




    MEIRELES, Cecília. Poesias completas. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira; Brasília: INL, 1973, v. 8, p. 60-61.


    _________________



    [Tienes que estar registrado y conectado para ver esa imagen]


    "Ser como un verso volando
    o un ciego soñando
    y en ese vuelo y en ese sueño
    compartir contigo sol y luna,
    siendo guardián en tu cielo
    y tren de tus ilusiones."
    (Hánjel)





    [Tienes que estar registrado y conectado para ver esa imagen]
    Maria Lua
    Maria Lua
    Administrador-Moderador
    Administrador-Moderador


    Cantidad de envíos : 69336
    Fecha de inscripción : 12/04/2009
    Localización : Nova Friburgo / RJ / Brasil

    CECILIA MEIRELES  - Página 10 Empty Re: CECILIA MEIRELES

    Mensaje por Maria Lua Mar 28 Jul 2020, 04:56

    Confissão







    Na quermesse da miséria,


    fiz tudo o que não devia:


    se os outros se riam, ficava séria;


    se ficavam sérios, me ria.






    (Talvez o mundo nascesse certo;


    mas depois ficou errado.


    Nem longe nem perto


    se encontra o culpado!)






    De tanto querer ser boa,


    misturei o céu com a terra,


    e por uma coisa à-toa


    levei meus anjos à guerra.






    Aos mudos de nascimento


    fui perguntar minha sorte.


    E dei minha vida, momento a momento,


    por coisas da morte.






    Pus caleidoscópio de estrelas,


    entre cegos de ambas as vistas.


    Geometrias imprevistas,


    quem se inclinou para vê-las?






    (Talvez o mundo nascesse certo;


    mas evadiu-se o culpado.


    Deixo meu coração – aberto,


    à porta do céu – fechado.)


    _________________



    [Tienes que estar registrado y conectado para ver esa imagen]


    "Ser como un verso volando
    o un ciego soñando
    y en ese vuelo y en ese sueño
    compartir contigo sol y luna,
    siendo guardián en tu cielo
    y tren de tus ilusiones."
    (Hánjel)





    [Tienes que estar registrado y conectado para ver esa imagen]
    Maria Lua
    Maria Lua
    Administrador-Moderador
    Administrador-Moderador


    Cantidad de envíos : 69336
    Fecha de inscripción : 12/04/2009
    Localización : Nova Friburgo / RJ / Brasil

    CECILIA MEIRELES  - Página 10 Empty Re: CECILIA MEIRELES

    Mensaje por Maria Lua Mar 28 Jul 2020, 05:41

    ¿De qué están hechos los días?
    - De pequeños deseos,
    nostalgia lenta,
    recuerdos silenciosos


    En medio de penas oscuras,
    flashes momentáneos:
    vaga felicidad
    esperanzas innatas.


    De locura, de crímenes,
    de pecados, de glorias
    - el miedo que une
    Todos estos cambios.


    Dentro de ellos vivimos
    dentro de ellos lloramos
    en finales difíciles
    y en siniestras alianzas ...


    _________________



    [Tienes que estar registrado y conectado para ver esa imagen]


    "Ser como un verso volando
    o un ciego soñando
    y en ese vuelo y en ese sueño
    compartir contigo sol y luna,
    siendo guardián en tu cielo
    y tren de tus ilusiones."
    (Hánjel)





    [Tienes que estar registrado y conectado para ver esa imagen]
    Maria Lua
    Maria Lua
    Administrador-Moderador
    Administrador-Moderador


    Cantidad de envíos : 69336
    Fecha de inscripción : 12/04/2009
    Localización : Nova Friburgo / RJ / Brasil

    CECILIA MEIRELES  - Página 10 Empty Re: CECILIA MEIRELES

    Mensaje por Maria Lua Miér 29 Jul 2020, 07:30

    RITMO


    O RITMO em que gemo
    doçuras e mágoas
    é um dourado remo
    por douradas águas.


    Tudo, quando passo,
    olha-me e suspira.
     - Será meu compasso
    que tanto os admira?






    *************






    RITMO


    EL RITMO  en que gimo 
    dulzuras y dolores
    es un dorado remo 
    doradas aguas.


    Todo, cuando paso,
    mírame y suspira.
      - Será mi compaso
    ¿Qué tanto los admira?


    _________________



    [Tienes que estar registrado y conectado para ver esa imagen]


    "Ser como un verso volando
    o un ciego soñando
    y en ese vuelo y en ese sueño
    compartir contigo sol y luna,
    siendo guardián en tu cielo
    y tren de tus ilusiones."
    (Hánjel)





    [Tienes que estar registrado y conectado para ver esa imagen]
    Maria Lua
    Maria Lua
    Administrador-Moderador
    Administrador-Moderador


    Cantidad de envíos : 69336
    Fecha de inscripción : 12/04/2009
    Localización : Nova Friburgo / RJ / Brasil

    CECILIA MEIRELES  - Página 10 Empty Re: CECILIA MEIRELES

    Mensaje por Maria Lua Sáb 01 Ago 2020, 10:56

    Desejo de Regresso




    Deixai-me nascer de novo,
    nunca mais em terra estranha,
    mas no meio do meu povo,
    com meu céu, minha montanha,
    meu mar e minha família.


    E que na minha memória
    fique esta vida bem viva,
    para contar minha história
    de mendiga e de cativa
    e meus suspiros de exílio.


    Porque há doçura e beleza
    na amargura atravessada,
    e eu quero memória acesa
    depois da angústia apagada.
    Com que afeição me remiro!


    Marinheiro de regresso
    com seu barco posto a fundo,
    às vezes quase me esqueço
    que foi verdade este mundo.
    (Ou talvez fosse mentira…)


    _________________



    [Tienes que estar registrado y conectado para ver esa imagen]


    "Ser como un verso volando
    o un ciego soñando
    y en ese vuelo y en ese sueño
    compartir contigo sol y luna,
    siendo guardián en tu cielo
    y tren de tus ilusiones."
    (Hánjel)





    [Tienes que estar registrado y conectado para ver esa imagen]
    Maria Lua
    Maria Lua
    Administrador-Moderador
    Administrador-Moderador


    Cantidad de envíos : 69336
    Fecha de inscripción : 12/04/2009
    Localización : Nova Friburgo / RJ / Brasil

    CECILIA MEIRELES  - Página 10 Empty Re: CECILIA MEIRELES

    Mensaje por Maria Lua Mar 04 Ago 2020, 14:25

    O que sou vale mais do que o meu canto.
    Apenas em linguagem vou dizendo
    caminhos invisíveis por onde ando.

    Tudo é secreto e de remoto exemplo.
    Todos ouvimos, longe, o apelo do Anjo.
    E todos somos pura flor de vento.


    _________________



    [Tienes que estar registrado y conectado para ver esa imagen]


    "Ser como un verso volando
    o un ciego soñando
    y en ese vuelo y en ese sueño
    compartir contigo sol y luna,
    siendo guardián en tu cielo
    y tren de tus ilusiones."
    (Hánjel)





    [Tienes que estar registrado y conectado para ver esa imagen]
    Maria Lua
    Maria Lua
    Administrador-Moderador
    Administrador-Moderador


    Cantidad de envíos : 69336
    Fecha de inscripción : 12/04/2009
    Localización : Nova Friburgo / RJ / Brasil

    CECILIA MEIRELES  - Página 10 Empty Re: CECILIA MEIRELES

    Mensaje por Maria Lua Miér 05 Ago 2020, 05:28

    O vento do mês de Agosto

    leva as folhas pelo chão;

    só não toca no teu rosto

    que está no meu coração.











    El viento del mes de Agosto

    tira las hojas al suelo;

    sólo no toca tu rostro

    poque está en mi corazón.







    VErsión de Pedro Casas Serra


    _________________



    [Tienes que estar registrado y conectado para ver esa imagen]


    "Ser como un verso volando
    o un ciego soñando
    y en ese vuelo y en ese sueño
    compartir contigo sol y luna,
    siendo guardián en tu cielo
    y tren de tus ilusiones."
    (Hánjel)





    [Tienes que estar registrado y conectado para ver esa imagen]
    Maria Lua
    Maria Lua
    Administrador-Moderador
    Administrador-Moderador


    Cantidad de envíos : 69336
    Fecha de inscripción : 12/04/2009
    Localización : Nova Friburgo / RJ / Brasil

    CECILIA MEIRELES  - Página 10 Empty Re: CECILIA MEIRELES

    Mensaje por Maria Lua Vie 07 Ago 2020, 09:21

    [Tienes que estar registrado y conectado para ver esa imagen]


    _________________



    [Tienes que estar registrado y conectado para ver esa imagen]


    "Ser como un verso volando
    o un ciego soñando
    y en ese vuelo y en ese sueño
    compartir contigo sol y luna,
    siendo guardián en tu cielo
    y tren de tus ilusiones."
    (Hánjel)





    [Tienes que estar registrado y conectado para ver esa imagen]
    Maria Lua
    Maria Lua
    Administrador-Moderador
    Administrador-Moderador


    Cantidad de envíos : 69336
    Fecha de inscripción : 12/04/2009
    Localización : Nova Friburgo / RJ / Brasil

    CECILIA MEIRELES  - Página 10 Empty Re: CECILIA MEIRELES

    Mensaje por Maria Lua Sáb 08 Ago 2020, 08:06

    Canção da tarde no campo




     


    Caminho do campo verde,


    estrada depois de estrada.


    Cercas de flores, palmeiras,


    serra azul, água calada.


     


    Eu ando sozinha


    no meio do vale.


    Mas a tarde é minha.


     


    Meus pés vão pisando a terra


    que é a imagem da minha vida:


    tão vazia, mas tão bela,


    tão certa, mas tão perdida!


     


    Eu ando sozinha


    por cima de pedras.


    Mas a flor é minha.


     


    Os meus passos no caminho


    são como os passos da lua:


    vou chegando, vais fugindo


    minha alma é a sombra da tua.


     


    Eu ando sozinha


    por dentro de bosques.


    Mas a fonte é minha.


     


    De tanto olhar para longe,


    não vejo o que passa perto.


    Subo monte, desço monte,


    meu peito é puro deserto.


     


    Eu ando sozinha,


    ao longo da noite.


    Mas a estrela é minha.






     


    Cecília Meireles


    In Obra Poética


    _________________



    [Tienes que estar registrado y conectado para ver esa imagen]


    "Ser como un verso volando
    o un ciego soñando
    y en ese vuelo y en ese sueño
    compartir contigo sol y luna,
    siendo guardián en tu cielo
    y tren de tus ilusiones."
    (Hánjel)





    [Tienes que estar registrado y conectado para ver esa imagen]
    Maria Lua
    Maria Lua
    Administrador-Moderador
    Administrador-Moderador


    Cantidad de envíos : 69336
    Fecha de inscripción : 12/04/2009
    Localización : Nova Friburgo / RJ / Brasil

    CECILIA MEIRELES  - Página 10 Empty Re: CECILIA MEIRELES

    Mensaje por Maria Lua Dom 09 Ago 2020, 07:15

    EPIGRAMA DO ESPELHO INFIEL




    A João de Castro Osório





    Entre o desenho do meu rosto


    e o seu reflexo,


    meu sonho agoniza, perplexo.






    Ah! pobres linhas do meu rosto,


    desmanchadas do lado oposto,


    e sem nexo!






    E a lágrima do seu desgosto


    sumida no espelho convexo!






    ********************



    EPIGRAMA DEL ESPEJO INFIEL






    A João de Castro Osório






    Entre el dibujo de mi rostro


    y su reflejo,


    mi sueño agoniza, perplejo.






    ¡Ah! ¡pobres líneas de mi rostro,


    desanudadas por el lado opuesto,


    y sin nexo!






    ¡Y la lágrima de su disgusto


    sumida en el espejo convexo!






    Cecilia Meireles
    (Versión de Pedro Casas Serra)


    _________________



    [Tienes que estar registrado y conectado para ver esa imagen]


    "Ser como un verso volando
    o un ciego soñando
    y en ese vuelo y en ese sueño
    compartir contigo sol y luna,
    siendo guardián en tu cielo
    y tren de tus ilusiones."
    (Hánjel)





    [Tienes que estar registrado y conectado para ver esa imagen]
    Maria Lua
    Maria Lua
    Administrador-Moderador
    Administrador-Moderador


    Cantidad de envíos : 69336
    Fecha de inscripción : 12/04/2009
    Localización : Nova Friburgo / RJ / Brasil

    CECILIA MEIRELES  - Página 10 Empty Re: CECILIA MEIRELES

    Mensaje por Maria Lua Miér 12 Ago 2020, 05:55

    Retrato



    Eu não tinha este rosto de hoje,


    assim calmo, assim triste, assim magro,


    nem estes olhos tão vazios,


    nem o lábio amargo.






    Eu não tinha estas mãos sem força,


    tão paradas e frias e mortas;


    eu não tinha este coração


    que nem se mostra.






    Eu não dei por esta mudança,


    tão simples, tão certa, tão fácil:


    – Em que espelho ficou perdida


    a minha face?






    **************




     
    Retrato 




    Yo no mostraba este rostro de ahora,


    tan tranquilo, tan triste, tan delgado,


    ni estos ojos vacíos,


    ni el labio amargo.






    No eran mías estas manos sin fuerza,


    tan paradas, tan frías, tan muertas;


    no sentía este corazón


    que ni late apenas.






    No me di cuenta del cambio,


    tan paulatino, tan adecuado, tan sencillo:


    – En que espejo quedó mi rostro


    perdido?









    Tradução Pedro Sevylla de Juana



    _________________



    [Tienes que estar registrado y conectado para ver esa imagen]


    "Ser como un verso volando
    o un ciego soñando
    y en ese vuelo y en ese sueño
    compartir contigo sol y luna,
    siendo guardián en tu cielo
    y tren de tus ilusiones."
    (Hánjel)





    [Tienes que estar registrado y conectado para ver esa imagen]
    Maria Lua
    Maria Lua
    Administrador-Moderador
    Administrador-Moderador


    Cantidad de envíos : 69336
    Fecha de inscripción : 12/04/2009
    Localización : Nova Friburgo / RJ / Brasil

    CECILIA MEIRELES  - Página 10 Empty Re: CECILIA MEIRELES

    Mensaje por Maria Lua Miér 12 Ago 2020, 06:54

    A arte de ser feliz



    Houve um tempo em que minha janela se abria
    sobre uma cidade que parecia ser feita de giz.
    Perto da janela havia um pequeno jardim quase seco.
    Era uma época de estiagem, de terra esfarelada,
    e o jardim parecia morto.
    Mas todas as manhãs vinha um pobre com um balde,
    e, em silêncio, ia atirando com a mão umas gotas de água sobre as plantas.
    Não era uma rega: era uma espécie de aspersão ritual, para que o jardim não morresse.
    E eu olhava para as plantas, para o homem, para as gotas de água que caíam de seus dedos magros e meu coração ficava completamente feliz.
    Às vezes abro a janela e encontro o jasmineiro em flor.
    Outras vezes encontro nuvens espessas.
    Avisto crianças que vão para a escola.
    Pardais que pulam pelo muro.
    Gatos que abrem e fecham os olhos, sonhando com pardais.
    Borboletas brancas, duas a duas, como refletidas no espelho do ar.
    Marimbondos que sempre me parecem personagens de Lope de Vega.
    Ás vezes, um galo canta.
    Às vezes, um avião passa.
    Tudo está certo, no seu lugar, cumprindo o seu destino.
    E eu me sinto completamente feliz.
    Mas, quando falo dessas pequenas felicidades certas,
    que estão diante de cada janela, uns dizem que essas coisas não existem,
    outros que só existem diante das minhas janelas, e outros,
    finalmente, que é preciso aprender a olhar, para poder vê-las assim.




    ****************




    El arte de ser feliz 




    Hubo un tiempo en que mi ventana se abría sobre una ciudad que parecía hecha de tiza. Cerca de la ventana había un pequeño jardín casi seco.
    Era una época de sequías, de tierra resquebrajada, y el jardín parecía muerto . Pero, todas las mañanas venía un pobre con un balde, y en silencio, iba echando con la mano unas gotas de agua sobre las plantas. No era un riego: era una especie de aspersión ritual, para que el jardín no muriera. Y yo miraba las plantas, el hombre, las gotas de agua que caían de sus dedos flacos y mi corazón era completamente feliz.
    A veces abro la ventana y veo el jazminero en flor. Otras veo nubes espesas. Avisto a los niños que van a la escuela. Los chingolos saltando por el muro. Gatos que abren y cierran los ojos, soñando con chingolos. Mariposas blancas, de dos en dos, como reflejadas en el espejo del aire. Tábanos que siempre me parecen personajes de Lope de Vega. A veces, un gallo canta. A veces, pasa un avión. Todo está bien, en su lugar, cumpliendo su destino. Y yo me siento completamente feliz.
    Pero cuando hablo de esas pequeñas felicidades ciertas, que están delante de cada ventana, unos dicen que esas cosas no existen, otros que existen apenas delante de mis ventanas y otros, finalmente, que es necesario aprender a mirar, para poder verlas así.






    Cecilia Meireles, Brasil - 1901-1964 ( traducción Lota Moncada)







    _________________



    [Tienes que estar registrado y conectado para ver esa imagen]


    "Ser como un verso volando
    o un ciego soñando
    y en ese vuelo y en ese sueño
    compartir contigo sol y luna,
    siendo guardián en tu cielo
    y tren de tus ilusiones."
    (Hánjel)





    [Tienes que estar registrado y conectado para ver esa imagen]
    Maria Lua
    Maria Lua
    Administrador-Moderador
    Administrador-Moderador


    Cantidad de envíos : 69336
    Fecha de inscripción : 12/04/2009
    Localización : Nova Friburgo / RJ / Brasil

    CECILIA MEIRELES  - Página 10 Empty Re: CECILIA MEIRELES

    Mensaje por Maria Lua Miér 12 Ago 2020, 07:20

    EPIGRAMA Nº 4






    O choro vem perto dos olhos

    para que a dor transborde e caia.

    O choro vem quase chorando

    como a onda que toca na praia.




    Descem dos céus ordens augustas

    e o mar chama a onda para o centro.

    O choro foge sem vestígios,

    mas levando náufragos dentro.










    ****************










    EPIGRAMA Nº 4




    El llanto llega a los ojos
    para que el dolor rebose y caiga.
    El llanto llega casi llorando
    como la ola que toca la playa.


    Descienden de los cielos órdenes augustas
    y el mar llama a la ola a su centro.
    El llanto huye sin vestigios,
    pero llevando náufragos dentro.








    (Traducción de Pedro Casas Serra)


    _________________



    [Tienes que estar registrado y conectado para ver esa imagen]


    "Ser como un verso volando
    o un ciego soñando
    y en ese vuelo y en ese sueño
    compartir contigo sol y luna,
    siendo guardián en tu cielo
    y tren de tus ilusiones."
    (Hánjel)





    [Tienes que estar registrado y conectado para ver esa imagen]
    Maria Lua
    Maria Lua
    Administrador-Moderador
    Administrador-Moderador


    Cantidad de envíos : 69336
    Fecha de inscripción : 12/04/2009
    Localización : Nova Friburgo / RJ / Brasil

    CECILIA MEIRELES  - Página 10 Empty Re: CECILIA MEIRELES

    Mensaje por Maria Lua Miér 12 Ago 2020, 13:36

    [Tienes que estar registrado y conectado para ver esa imagen]


    _________________



    [Tienes que estar registrado y conectado para ver esa imagen]


    "Ser como un verso volando
    o un ciego soñando
    y en ese vuelo y en ese sueño
    compartir contigo sol y luna,
    siendo guardián en tu cielo
    y tren de tus ilusiones."
    (Hánjel)





    [Tienes que estar registrado y conectado para ver esa imagen]
    Maria Lua
    Maria Lua
    Administrador-Moderador
    Administrador-Moderador


    Cantidad de envíos : 69336
    Fecha de inscripción : 12/04/2009
    Localización : Nova Friburgo / RJ / Brasil

    CECILIA MEIRELES  - Página 10 Empty Re: CECILIA MEIRELES

    Mensaje por Maria Lua Lun 17 Ago 2020, 13:38

    Declaração de amor em tempos de guerra




    Senhora, eu vos amarei numa alcova de seda,
    entre mármores claros e altos ramos de rosas,
    e cantarei por vós árias serenas
    com luar e barcas, em finas águas melodiosas.


    (Na minha terra, os homens, Senhora,
    andavam nos campos, agora.)


    Para ver vossos olhos, acenderei as velas
    que tornam suaves as pestanas e os diamantes.
    Caminharão pelos meus dedos vossas pérolas,
    — por minha alma, as areias destes límpidos instantes.


    (Na minha terra, os homens, Senhora,
    começam a sofrer, agora.)


    Estaremos tão sós, entre as compactas cortinas,
    e tão graves serão nossos profundos espelhos
    que poderei deixar as minhas lágrimas tranquilas
    pelas colinas de cristal de vossos joelhos.


    (Na minha terra, os homens, Senhora,
    estão sendo mortos, agora.)


    Vós sois o meu cipreste, e a janela e a coluna
    e a estátua que ficar, — com seu vestido de hera;
    o pássaro a que um romano faz a última pergunta,
    e a flor que vem na mão ressuscitada da primavera.


    (Na minha terra, os homens, Senhora,
    apodrecem no campo, agora...)


    _________________



    [Tienes que estar registrado y conectado para ver esa imagen]


    "Ser como un verso volando
    o un ciego soñando
    y en ese vuelo y en ese sueño
    compartir contigo sol y luna,
    siendo guardián en tu cielo
    y tren de tus ilusiones."
    (Hánjel)





    [Tienes que estar registrado y conectado para ver esa imagen]
    Maria Lua
    Maria Lua
    Administrador-Moderador
    Administrador-Moderador


    Cantidad de envíos : 69336
    Fecha de inscripción : 12/04/2009
    Localización : Nova Friburgo / RJ / Brasil

    CECILIA MEIRELES  - Página 10 Empty Re: CECILIA MEIRELES

    Mensaje por Maria Lua Mar 18 Ago 2020, 08:48

    Cecília Meireles


    Cânticos






    Dize:
    O vento do meu espírito
    Soprou sobre a vida.
    E tudo que era efêmero
    Se desfez.
    E ficaste só tu, que és eterno...






    I


    Não queiras ter Pátria.
    Não dividas a Terra.
    Não dividas o Céu.
    Não arranques pedaços ao mar.
    Não queiras ter.
    Nasce bem alto,
    Que as coisas todas serão tuas.
    Que alcançarás todos os horizontes.
    Que o teu olhar, estando em toda a parte
    Te ponha em tudo,
    Como Deus.



    (continuará)


    _________________



    [Tienes que estar registrado y conectado para ver esa imagen]


    "Ser como un verso volando
    o un ciego soñando
    y en ese vuelo y en ese sueño
    compartir contigo sol y luna,
    siendo guardián en tu cielo
    y tren de tus ilusiones."
    (Hánjel)





    [Tienes que estar registrado y conectado para ver esa imagen]
    Maria Lua
    Maria Lua
    Administrador-Moderador
    Administrador-Moderador


    Cantidad de envíos : 69336
    Fecha de inscripción : 12/04/2009
    Localización : Nova Friburgo / RJ / Brasil

    CECILIA MEIRELES  - Página 10 Empty Re: CECILIA MEIRELES

    Mensaje por Maria Lua Lun 24 Ago 2020, 10:13

    Noções
     
    Entre mim e mim, há vastidões bastantes
    para a navegação dos meus desejos afligidos.


    Descem pela água minhas naves revestidas de espelhos.
    Cada lâmina arrisca um olhar, e investiga o elemento que
    a atinge.


    Mas, nesta aventura do sonho exposto à correnteza,
    só recolho o gosto infinito das respostas que não se
    encontram.


    Virei-me sobre a minha própria existência, e contemplei-a
    Minha virtude era esta errância por mares contraditórios,
    e este abandono para além da felicidade e da beleza.


    Ó meu Deus, isto é a minha alma:
    qualquer coisa que flutua sobre este corpo efêmero e
    precário,
    como o vento largo do oceano sobre a areia passiva e
    inúmera...
     


    _________________



    [Tienes que estar registrado y conectado para ver esa imagen]


    "Ser como un verso volando
    o un ciego soñando
    y en ese vuelo y en ese sueño
    compartir contigo sol y luna,
    siendo guardián en tu cielo
    y tren de tus ilusiones."
    (Hánjel)





    [Tienes que estar registrado y conectado para ver esa imagen]
    Maria Lua
    Maria Lua
    Administrador-Moderador
    Administrador-Moderador


    Cantidad de envíos : 69336
    Fecha de inscripción : 12/04/2009
    Localización : Nova Friburgo / RJ / Brasil

    CECILIA MEIRELES  - Página 10 Empty Re: CECILIA MEIRELES

    Mensaje por Maria Lua Mar 25 Ago 2020, 05:01

    Encomenda
     
    Desejo uma fotografia
    como esta — o senhor vê? — como esta:
    em que para sempre me ria
    como um vestido de eterna festa.


    Como tenho a testa sombria,
    derrame luz na minha testa.
    Deixe esta ruga, que me empresta
    um certo ar de sabedoria.


    Não meta fundos de floresta
    nem de arbitrária fantasia...
    Não... Neste espaço que ainda resta,
    ponha uma cadeira vazia.

     


    _________________



    [Tienes que estar registrado y conectado para ver esa imagen]


    "Ser como un verso volando
    o un ciego soñando
    y en ese vuelo y en ese sueño
    compartir contigo sol y luna,
    siendo guardián en tu cielo
    y tren de tus ilusiones."
    (Hánjel)





    [Tienes que estar registrado y conectado para ver esa imagen]
    Maria Lua
    Maria Lua
    Administrador-Moderador
    Administrador-Moderador


    Cantidad de envíos : 69336
    Fecha de inscripción : 12/04/2009
    Localización : Nova Friburgo / RJ / Brasil

    CECILIA MEIRELES  - Página 10 Empty Re: CECILIA MEIRELES

    Mensaje por Maria Lua Vie 28 Ago 2020, 17:13

    Balada das dez bailarinas do cassino
     
    Dez bailarinas deslizam
    por um chão de espelho.
    Têm corpos egípcios com placas douradas,
    pálpebras azuis e dedos vermelhos.
    Levantam véus brancos, de ingênuos aromas,
    e dobram amarelos joelhos.


    Andam as dez bailarinas
    sem voz, em redor das mesas.
    Há mãos sobre facas, dentes sobre flores
    e com os charutos toldam as luzes acesas.
    Entre a música e a dança escorre
    uma sedosa escada de vileza.


    As dez bailarinas avançam
    como gafanhotos perdidos.
    Avançam, recuam, na sala compacta,
    empurrando olhares e arranhando o ruído.
    Tão nuas se sentem que já vão cobertas
    de imaginários, chorosos vestidos.


    A dez bailarinas escondem
    nos cílios verdes as pupilas.
    Em seus quadris fosforescentes,
    passa uma faixa de morte tranqüila.
    Como quem leva para a terra um filho morto,
    levam seu próprio corpo, que baila e cintila.


    Os homens gordos olham com um tédio enorme
    as dez bailarinas tão frias.
    Pobres serpentes sem luxúria,
    que são crianças, durante o dia.
    Dez anjos anêmicos, de axilas profundas,
    embalsamados de melancolia.


    Vão perpassando como dez múmias,
    as bailarinas fatigadas.
    Ramo de nardos inclinando flores
    azuis, brancas, verdes, douradas.
    Dez mães chorariam, se vissem
    as bailarinas de mãos dadas.
     
    (in Mar Absoluto e outros poemas: Retrato Natural. Rio de Janeiro, Nova Fronteira, 1983.)


    _________________



    [Tienes que estar registrado y conectado para ver esa imagen]


    "Ser como un verso volando
    o un ciego soñando
    y en ese vuelo y en ese sueño
    compartir contigo sol y luna,
    siendo guardián en tu cielo
    y tren de tus ilusiones."
    (Hánjel)





    [Tienes que estar registrado y conectado para ver esa imagen]
    Maria Lua
    Maria Lua
    Administrador-Moderador
    Administrador-Moderador


    Cantidad de envíos : 69336
    Fecha de inscripción : 12/04/2009
    Localización : Nova Friburgo / RJ / Brasil

    CECILIA MEIRELES  - Página 10 Empty Re: CECILIA MEIRELES

    Mensaje por Maria Lua Sáb 29 Ago 2020, 04:46

    Ísis
     
    E diz-me a desconhecida:
    "Mais depressa! Mais depressa!
    "Que eu vou te levar a vida! . . .
     
    "Finaliza! Recomeça!
    "Transpõe glórias e pecados! . . ."
    Eu não sei que voz seja essa
     
    Nos meus ouvidos magoados:
    Mas guardo a angústia e a certeza
    De ter os dias contados . . .
     
    Rolo, assim, na correnteza
    Da sorte que se acelera,
    Entre margens de tristeza,
     
    Sem palácios de quimera,
    Sem paisagens de ventura,
    Sem nada de primavera . . .
     
    Lá vou, pela noite escura,
    Pela noite de segredo,
    Como um rio de loucura . . .
     
    Tudo em volta sente medo . . .
    E eu passo desiludida,
    Porque sei que morro cedo . . .
     
    Lá me vou, sem despedida . . .
    Às vezes, quem vai, regressa . . .
    E diz-me a Desconhecida:
     
    "Mais depressa" Mais depressa" . . .
     


    _________________



    [Tienes que estar registrado y conectado para ver esa imagen]


    "Ser como un verso volando
    o un ciego soñando
    y en ese vuelo y en ese sueño
    compartir contigo sol y luna,
    siendo guardián en tu cielo
    y tren de tus ilusiones."
    (Hánjel)





    [Tienes que estar registrado y conectado para ver esa imagen]
    Maria Lua
    Maria Lua
    Administrador-Moderador
    Administrador-Moderador


    Cantidad de envíos : 69336
    Fecha de inscripción : 12/04/2009
    Localización : Nova Friburgo / RJ / Brasil

    CECILIA MEIRELES  - Página 10 Empty Re: CECILIA MEIRELES

    Mensaje por Maria Lua Sáb 29 Ago 2020, 04:47

    Cecília Meireles


    Fio

    No fio da respiração,
    rola a minha vida monótona,
    rola o peso do meu coração.


    Tu não vês o jogo perdendo-se
    como as palavras de uma canção.


    Passas longe, entre nuvens rápidas,
    com tantas estrelas na mão...


    — Para que serve o fio trêmulo
    em que rola o meu coração?


    _________________



    [Tienes que estar registrado y conectado para ver esa imagen]


    "Ser como un verso volando
    o un ciego soñando
    y en ese vuelo y en ese sueño
    compartir contigo sol y luna,
    siendo guardián en tu cielo
    y tren de tus ilusiones."
    (Hánjel)





    [Tienes que estar registrado y conectado para ver esa imagen]

    Contenido patrocinado


    CECILIA MEIRELES  - Página 10 Empty Re: CECILIA MEIRELES

    Mensaje por Contenido patrocinado


      Fecha y hora actual: Miér 08 Mayo 2024, 11:08