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    Mensaje por Maria Lua Sáb 16 Mayo 2020, 04:02



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    Mensaje por Maria Lua Dom 17 Mayo 2020, 09:41

    Perdigão perdeu a pena

    Perdigão perdeu a pena
    Não há mal que lhe não venha.

    Perdigão que o pensamento
    Subiu a um alto lugar,
    Perde a pena do voar,
    Ganha a pena do tormento.
    Não tem no ar nem no vento
    Asas com que se sustenha:
    Não há mal que lhe não venha.

    Quis voar a u~a alta torre,
    Mas achou-se desasado;
    E, vendo-se depenado,
    De puro penado morre.
    Se a queixumes se socorre,
    Lança no fogo mais lenha:
    Não há mal que lhe não venha.

    Luís de Camões


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    Mensaje por Maria Lua Lun 18 Mayo 2020, 12:28

    Quando me quer enganar

    Quando me quer enganar
    A minha bela perjura,
    Pera mais me confirmar
    O que quer certificar,
    Pelos seus olhos mo jura.
    Como meu contentamento
    Todo se rege por eles,
    Imagina o pensamento
    Que se faz agravo a eles
    Não crer tão grão juramento.

    Porém, como em casos tais
    Ando já visto e corrente,
    Sem outros certos sinais,
    Quanto me ela jura mais,
    Tanto mais cuido que mente.
    Então, vendo-lhe ofender
    Uns tais olhos como aqueles,
    Deixo-me antes tudo crer,
    Só pela não constranger
    A jurar falso por eles.

    Luís de Camões


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    Mensaje por Maria Lua Mar 19 Mayo 2020, 04:02

    Nunca em amor danou o atrevimento

    Nunca em amor danou o atrevimento;
    Favorece a Fortuna a ousadia;
    Porque sempre a encolhida cobardia
    De pedra serve ao livre pensamento.

    Quem se eleva ao sublime Firmamento,
    A Estrela nele encontra que lhe é guia;
    Que o bem que encerra em si a fantasia,
    São u~as ilusões que leva o vento.

    Abrir-se devem passos à ventura;
    Sem si próprio ninguém será ditoso;
    Os princípios somente a Sorte os move.

    Atrever-se é valor e não loucura;
    Perderá por cobarde o venturoso
    Que vos vê, se os temores não remove.

    Luís de Camões


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    Mensaje por Maria Lua Miér 20 Mayo 2020, 03:56

    Busque Amor novas artes, novo engenho

    Busque Amor novas artes, novo engenho
    Pera matar-me, e novas esquivanças,
    Que não pode tirar-me as esperanças,
    Que mal me tirará o que eu não tenho.

    Olhai de que esperanças me mantenho!
    Vede que perigosas seguranças!
    Que não temo contrastes nem mudanças,
    Andando em bravo mar, perdido o lenho.

    Mas, enquanto não pode haver desgosto
    Onde esperança falta, lá me esconde
    Amor um mal, que mata e não se vê,

    Que dias há que na alma me tem posto
    Um não sei quê, que nasce não sei onde,
    Vem não sei como e dói não sei porquê.

    Luís de Camões


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    Mensaje por Maria Lua Jue 21 Mayo 2020, 03:07

    Eu cantarei de amor tão docemente

    Eu cantarei de amor tão docemente,
    Por uns termos em si tão concertados,
    Que dois mil acidentes namorados
    Faça sentir ao peito que não sente.

    Farei que amor a todos avivente,
    Pintando mil segredos delicados,
    Brandas iras, suspiros magoados,
    Temerosa ousadia e pena ausente.

    Também, Senhora, do desprezo honesto
    De vossa vista branda e rigorosa,
    Contentar-me-ei dizendo a menor parte.

    Porém, pera cantar de vosso gesto
    A composição alta e milagrosa
    Aqui falta saber, engenho e arte.

    Luís de Camões


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    Mensaje por Maria Lua Vie 22 Mayo 2020, 07:16

    Erros meus, má fortuna, amor ardente

    Erros meus, má fortuna, amor ardente
    Em minha perdição se conjuraram;
    Os erros e a fortuna sobejaram,
    Que pera mim bastava amor somente.

    Tudo passei; mas tenho tão presente
    A grande dor das cousas que passaram,
    Que as magoadas iras me ensinaram
    A não querer já nunca ser contente.

    Errei todo o discurso de meus anos;
    Dei causa [a] que a Fortuna castigasse
    As minhas mal fundadas esperanças.

    De amor não vi senão breves enganos.
    Oh! quem tanto pudesse, que fartasse
    Este meu duro Génio de vinganças!

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    Mensaje por Maria Lua Vie 22 Mayo 2020, 13:49

    Verdes são os campos

    Verdes são os campos,
    De cor de limão:
    Assim são os olhos
    Do meu coração.

    Campo, que te estendes
    Com verdura bela;
    Ovelhas, que nela
    Vosso pasto tendes,
    De ervas vos mantendes
    Que traz o Verão,
    E eu das lembranças
    Do meu coração.

    Gados que pasceis
    Com contentamento,
    Vosso mantimento
    Não no entendereis;
    Isso que comeis
    Não são ervas, não:
    São graças dos olhos
    Do meu coração.

    Luís de Camões


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    Mensaje por Maria Lua Sáb 23 Mayo 2020, 04:00

    O dia em que nasci moura e pereça,

    O dia em que nasci moura e pereça,
    Não o queira jamais o tempo dar;
    Não torne mais ao Mundo, e, se tornar,
    Eclipse nesse passo o Sol padeça.

    A luz lhe falte, O Sol se [lhe] escureça,
    Mostre o Mundo sinais de se acabar,
    Nasçam-lhe monstros, sangue chova o ar,
    A mãe ao próprio filho não conheça.

    As pessoas pasmadas, de ignorantes,
    As lágrimas no rosto, a cor perdida,
    Cuidem que o mundo já se destruiu.

    Ó gente temerosa, não te espantes,
    Que este dia deitou ao Mundo a vida
    Mais desgraçada que jamais se viu!

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    Mensaje por Maria Lua Sáb 23 Mayo 2020, 14:50

    Se me vem tanta glória só de olhar-te

    Se me vem tanta glória só de olhar-te,
    ă pena desigual deixar de ver-te;
    Se presumo com obras merecer-te,
    Grão paga de um engano é desejar-te.

    Se aspiro por quem és a celebrar-te,
    Sei certo por quem sou que hei-de ofender-te;
    Se mal me quero a mim por bem querer-te,
    Que prémio querer posso mais que amar-te?

    Porque um tão raro amor não me socorre?
    Ó humano tesouro! Ó doce glória!
    Ditoso quem à morte por ti corre!

    Sempre escrita estarás nesta memória;
    E esta alma viverá, pois por ti morre,
    Porque ao fim da batalha é a vitória.

    Luís de Camões


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    Mensaje por Maria Lua Dom 24 Mayo 2020, 07:56

    O fogo que na branda cera ardia,

    O fogo que na branda cera ardia,
    Vendo o rosto gentil que na alma vejo.
    Se acendeu de outro fogo do desejo,
    Por alcançar a luz que vence o dia.

    Como de dois ardores se incendia,
    Da grande impaciência fez despejo,
    E, remetendo com furor sobejo,
    Vos foi beijar na parte onde se via.

    Ditosa aquela flama, que se atreve
    Apagar seus ardores e tormentos
    Na vista do que o mundo tremer deve!

    Namoram-se, Senhora, os Elementos
    De vós, e queima o fogo aquela nave
    Que queima corações e pensamentos.

    Luís de Camões


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    Mensaje por Maria Lua Lun 25 Mayo 2020, 12:51

    Enquanto quis Fortuna que tivesse

    Enquanto quis Fortuna que tivesse
    Esperança de algum contentamento,
    O gosto de um suave pensamento
    Me fez que seus efeitos escrevesse.

    Porém, temendo Amor que aviso desse
    Minha escritura a algum juízo isento,
    Escureceu-me o engenho co'o tormento,
    Para que seus enganos não disesse

    Ó vós que Amor obriga a ser sujeitos
    A diversas vontades! Quando lerdes
    Num breve livro casos tão diversos,

    Verdades puras são e não defeitos;
    E sabei que, segundo o amor tiverdes,
    Tereis o entendimento de meus versos.

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    Mensaje por Maria Lua Mar 26 Mayo 2020, 09:15

    Descalça vai para a fonte

    Descalça vai para a fonte
    Lianor pela verdura;
    Vai fermosa, e não segura.

    Leva na cabeça o pote,
    O testo nas mãos de prata,
    Cinta de fina escarlata,
    Sainho de chamelote;
    Traz a vasquinha de cote,
    Mais branca que a neve pura.
    Vai fermosa e não segura.

    Descobre a touca a garganta,
    Cabelos de ouro entrançado
    Fita de cor de encarnado,
    Tão linda que o mundo espanta.
    Chove nela graça tanta,
    Que dá graça à fermosura.
    Vai fermosa e não segura.

    Luís de Camões


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    Mensaje por Maria Lua Jue 28 Mayo 2020, 03:52

    Mudam-se os tempos, mudam-se as vontades

    Mudam-se os tempos, mudam-se as vontades,
    Muda-se o ser, muda-se a confiança;
    Todo o mundo é composto de mudança,
    Tomando sempre novas qualidades.

    Continuamente vemos novidades,
    Diferentes em tudo da esperança;
    Do mal ficam as mágoas na lembrança,
    E do bem, se algum houve, as saudades.

    O tempo cobre o chão de verde manto,
    Que já coberto foi de neve fria,
    E em mim converte em choro o doce canto.

    E, afora este mudar-se cada dia,
    Outra mudança faz de mor espanto:
    Que não se muda já como soía.

    Luís de Camões


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    Mensaje por Maria Lua Sáb 30 Mayo 2020, 03:39

    Quem presumir, Senhora, de louvar-vos

    Quem presumir, Senhora, de louvar-vos
    Com humano saber, e não divino,
    Ficará de tamanha culpa dino
    Quamanha ficais sendo em contemplar-vos.

    Não pretenda ninguém de louvor dar-vos,
    Por mais que raro seja, e peregrino:
    Que vossa fermosura eu imagino
    Que Deus a ele só quis comparar-vos.

    Ditosa esta alma vossa, que quisestes
    Em posse pôr de prenda tão subida,
    Como, Senhora, foi a que me destes.

    Melhor a guardarei que a própria vida;
    Que, pois mercê tamanha me fizestes,
    De mim será jamais nunca esquecida.

    Luís de Camões


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    Mensaje por Maria Lua Dom 31 Mayo 2020, 13:13

    Posto me tem Fortuna em tal estado

    Posto me tem Fortuna em tal estado,
    E tanto a seus pés me tem rendido!
    Não tenho que perder já, de perdido;
    Não tenho que mudar já, de mudado.

    Todo o bem pera mim é acabado;
    Daqui dou o viver já por vivido;
    Que, aonde o mal é tão conhecido,
    Também o viver mais será escusado,

    Se me basta querer, a morte quero,
    Que bem outra esperança não convém;
    E curarei um mal com outro mal.

    E, pois do bem tão pouco bem espero,
    Já que o mal este só remédio tem,
    Não me culpem em querer remédio tal.

    Luís de Camões


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    Mensaje por Maria Lua Miér 03 Jun 2020, 08:30

    Lembranças, que lembrais meu bem passado

    Lembranças, que lembrais meu bem passado,
    Pera que sinta mais o mal presente,
    Deixai-me, se quereis, viver contente,
    Não me deixeis morrer em tal estado.

    Mas se também de tudo está ordenado
    Viver, como se vê, tão descontente,
    Venha, se vier, o bem por acidente,
    E dê a morte fim a meu cuidado.

    Que muito melhor é perder a vida,
    Perdendo-se as lembranças da memória,
    Pois fazem tanto dano ao pensamento.

    Assim que nada perde quem perdida
    A esperança traz de sua glória,
    Se esta vida há-de ser sempre em tormento.

    Luís Vaz de Camões


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    Mensaje por Maria Lua Vie 05 Jun 2020, 13:05

    Quem pode livre ser, gentil Senhora,

    Quem pode livre ser, gentil Senhora,
    Vendo-vos com juízo sossegado,
    Se o Menino que de olhos é privado
    Nas meninas de vossos olhos mora?

    Ali manda, ali reina, ali namora,
    Ali vive das gentes venerado;
    Que o vivo lume e o rosto delicado
    Imagens são nas quais o Amor se adora.

    Quem vê que em branca neve nascem rosas
    Que fios crespos de ouro vão cercando,
    Se por entre esta luz a vista passa,

    Raios de ouro verá, que as duvidosas
    Almas estão no peito trespassando
    Assim como um cristal o Sol trespassa.

    Luís de Camões


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    Mensaje por Maria Lua Sáb 06 Jun 2020, 04:11

    Tanto de meu estado me acho incerto

    Tanto de meu estado me acho incerto,
    Que em vivo ardor tremendo estou de frio;
    Sem causa, juntamente choro e rio;
    O mundo todo abarco e nada aperto.

    É tudo quanto sinto um desconcerto;
    Da alma um fogo me sai, da vista um rio;
    Agora espero, agora desconfio,
    Agora desvario, agora acerto.

    Estando em terra, chego ao Céu voando;
    Nu~a hora acho mil anos, e é de jeito
    Que em mil anos não posso achar u~a hora.

    Se me pergunta alguém porque assim ando,
    Respondo que não sei; porém suspeito
    Que só porque vos vi, minha Senhora.

    Luís de Camões


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    Mensaje por Maria Lua Dom 07 Jun 2020, 13:03

    Amor, que o gesto humano na alma escreve

    Amor, que o gesto humano na alma escreve,
    Vivas faíscas me mostrou um dia,
    Donde um puro cristal se derretia
    Por entre vivas rosas e alva neve.

    A vista, que em si mesma não se atreve,
    Por se certificar do que ali via,
    Foi convertida em fonte, que fazia
    A dor ao sofrimento doce e leve.

    Jura Amor que brandura de vontade
    Causa o primeiro efeito; o pensamento
    Endoudece, se cuida que é verdade.

    Olhai como Amor gera, num momento
    De lágrimas de honesta piedade,
    Lágrimas de imortal contentamento.

    Luís de Camões


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    Mensaje por Maria Lua Mar 09 Jun 2020, 07:54

    Ah! minha Dinamene! Assim deixaste

    Ah! minha Dinamene! Assim deixaste
    Quem não deixara nunca de querer-te!
    Ah! Ninfa minha, já não posso ver-te,
    Tão asinha esta vida desprezaste!

    Como já pera sempre te apartaste
    De quem tão longe estava de perder-te?
    Puderam estas ondas defender-te
    Que não visses quem tanto magoaste?

    Nem falar-te somente a dura Morte
    Me deixou, que tão cedo o negro manto
    Em teus olhos deitado consentiste!

    Oh mar! oh céu! oh minha escura sorte!
    Que pena sentirei que valha tanto,
    Que inda tenha por pouco viver triste?

    Luís de Camões


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    Mensaje por Maria Lua Miér 10 Jun 2020, 14:20

    Quando me quer enganar

    Quando me quer enganar
    A minha bela perjura,
    Pera mais me confirmar
    O que quer certificar,
    Pelos seus olhos mo jura.
    Como meu contentamento
    Todo se rege por eles,
    Imagina o pensamento
    Que se faz agravo a eles
    Não crer tão grão juramento.

    Porém, como em casos tais
    Ando já visto e corrente,
    Sem outros certos sinais,
    Quanto me ela jura mais,
    Tanto mais cuido que mente.
    Então, vendo-lhe ofender
    Uns tais olhos como aqueles,
    Deixo-me antes tudo crer,
    Só pela não constranger
    A jurar falso por eles.

    Luís de Camões


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    Mensaje por Maria Lua Dom 14 Jun 2020, 09:06

    No mundo quis o Tempo que se achasse

    No mundo quis o Tempo que se achasse
    O bem que por acerto ou sorte vinha;
    E, por exprimentar que dita tinha,
    Quis que a Fortuna em mim se exprimentasse.

    Mas por que meu destino me mostrasse
    Que nem ter esperanças me convinha,
    Nunca nesta tão longa vida minha
    Cousa me deixou ver que desejasse.

    Mudando andei costume, terra e estado,
    Por ver se se mudava a sorte dura;
    A vida pus nas mãos de um leve lenho.

    Mas, segundo o que o Céu me tem mostrado,
    Já sei que deste meu buscar ventura
    Achado tenho já que não a tenho.

    Luís de Camões


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    Mensaje por Maria Lua Vie 19 Jun 2020, 08:19



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    Mensaje por Maria Lua Dom 21 Jun 2020, 14:22

    Quando de minhas mágoas a comprida

    Quando de minhas mágoas a comprida
    Maginação os olhos me adormece,
    Em sonhos aquela alma me aparece
    Que pera mim foi sonho nesta vida.

    Lá nu~a saudade, onde estendida
    A vista pelo campo desfalece,
    Corro pera ela; e ela então parece
    Que mais de mim se alonga, compelida.

    Brado: -- Não me fujais, sombra benina! --
    Ela, os olhos em mim c'um brando pejo,
    Como quem diz que já não pode ser,

    Torna a fugir-me; e eu gritando: -- Dina...
    Antes que diga: -- mene, acordo, e vejo
    Que nem um breve engano posso ter.

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    Mensaje por Maria Lua Jue 25 Jun 2020, 20:36



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    Mensaje por Maria Lua Dom 28 Jun 2020, 04:07



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    Mensaje por Maria Lua Miér 01 Jul 2020, 05:35

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    Mensaje por Maria Lua Vie 03 Jul 2020, 07:10

    Busque Amor novas artes, novo engenho

    Busque Amor novas artes, novo engenho
    Pera matar-me, e novas esquivanças,
    Que não pode tirar-me as esperanças,
    Que mal me tirará o que eu não tenho.

    Olhai de que esperanças me mantenho!
    Vede que perigosas seguranças!
    Que não temo contrastes nem mudanças,
    Andando em bravo mar, perdido o lenho.

    Mas, enquanto não pode haver desgosto
    Onde esperança falta, lá me esconde
    Amor um mal, que mata e não se vê,

    Que dias há que na alma me tem posto
    Um não sei quê, que nasce não sei onde,
    Vem não sei como e dói não sei porquê.

    Luís de Camões


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    Mensaje por Maria Lua Lun 06 Jul 2020, 08:13

    As orixes galegas de Luís Camões




    É fillo do exilio galego do século XIV. Descendente dun daqueles cincocentos rebeldes que, por loitar contra Castela, se viu na obriga de refuxiarse en Portugal.
    É fillo do exilio galego do século XIV. Descendente dun daqueles cincocentos rebeldes que por loitar contra Castela se viu na obriga de refuxiarse en Portugal, remataría por converterse nunha das figuras cimeiras da literatura portuguesa. Falamos de Luís de Camões, un dos grandes poetas nacionais de Portugal e unha das referencias inescusábeis da tradición lírica occidental.


    Camões, un dos grandes edificios literarios da lusofonía

    Estamos diante dun dos grandes edificios literarios da lusofonía. A obra de Luís de Camões, considerada como unha das grandes achegas da nosa lingua á literatura universal, aínda que non esqueceu o teatro, está ligada fundamentalmente á poesía lírica e épica. Ningunha obra como Os Lusíadas, de clara vontade patriótica, para seguir a epopea portuguesa, facendo parada nas navegacións do seu parente Vasco de Gama arredor do Cabo de Boa Esperanza, na busca dunha nova ruta para a India, ou tamén no grande fito de Aljubarrota, tan ligada a súa propia historia familiar.


    O mapa trazado por Camões nesta obra maxestosa non esquece episodios tan caros da nosa historia en común coa nación irmá como a vida de Inés de Castro, a galega do Val do Lemos que reinou en Portugal no marco da alternativa atlantista formulada polas nosas clases dirixentes á volta do século XIV.



    A biografía de Luís de Camões está por facer. Malia os innumerábeis traballos dedicados ao estudo da obra e traxectoria vital do autor, tanto nos países da lusofonía como no resto do espazo occidental, os dados que coñecemos del seguen a ser contraditorios. Nado probabelmente en Lisboa arredor de 1524, pasou varios anos de formación en Coimbra, volvendo á capital lusa, onde viviría xornadas de bohemia até alistarse como soldado na armada portuguesa.
    Embarcado no San Bento chegaría á India, instalaríase en Goa, combatería aos turcos no estreito de Ormuz, residiría en Macao, naufragaría na desembocadura do río Mekong, viviría xornadas en Mozambique e regresaría a Lisboa en 1570. Será precisamente neses dezasete anos nos que residiu fóra de Portugal onde elaborou e deu remate aos Lusiadas e boa parte da obra lírica que sería publicada co poeta xa morto baixo o título de Rimas. Finou en Lisboa o 10 de xuño de 1579 ou 1580.



    Os antepasados de Camões chegaron a Portugal nas décadas finais do século XIV. Vasco Pires de Camões, fixo parte do continxente daqueles cincocentos galegos obrigados a exiliarse no país irmán por defender unha Galiza arredada de Castela, unida a Portugal, hexemónica no espazo ibérico e ligada aos pobos atlánticos.
    O tataravó do poeta era un fidalgo da Costa da Morte, señor do castelo de Camões de Fisterra e significado trobador galego, cuxa obra non chegou até nós pero aparece referida noutros textos da época, entre eles na Epístola da gaia ciencia de Íñigo López de Mendoza, o marqués de Santillana. Vasco de Camões participou nalgúns dos capítulos máis decisivos da revolución galega do século XIV, ficando documentada a súa presenza n´A Coruña á volta de 1470, ao carón do monarca portugués Fernando I, proclamado rei de Galiza como aposta das nosas clases dirixentes por seguir desenvolvendo as potencialidades nacionais do país fronte ao hexemonismo castelán que tentaba anulalas.




    O tataravó do poeta era un fidalgo da Costa da Morte, señor do castelo de Camões de Fisterra e significado trobador galego






    O exilio portugués de Vasco de Camões

    Vasco Pires de Camões recibirá propiedades, como tantos outros exiliados galegos, da coroa portuguesa. Segundo sinalou o cronista Fernán Lópes, na crónica de João I, o tataravó do poeta, será favorecido por Fernando I de Portugal e III de Galiza con bens en Alcaidarias-Mores de Alenquer e Portalegre, as localidades da Sardoal, Punhete, Calvo, Amendoa e Gestaço, no actual distrito de Santarén e os inmóbeis e terras agrícolas que a Infanta Beatriz dispuña en Estremoz, pasando ao tempo, a formar parte do circulo próximo do monarca.
    Membro activo do partido galego na corte portuguesa, non dubidará, como a maioría dos exiliados, en optar pola filla de Fernando no preito sucesorio que se abre ao falecer este, aparecendo na loita contra Avis en Aljubarrota, onde é feito prisioneiro e onde morre o seu curmán Airas Pires de Camões, para rematar despoxado das súas propiedades portuguesas e obrigado a fuxir de Portugal. Un seu fillo, antepasado tamén do poeta, João Vaz de Camões, dará continuidade á saga, formando no círculo máis próximo do rei Afonso V e sendo nomeado correxedor de Coimbra.




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