Tomou-me vossa vista soberana
Aonde tinha as armas mais à mão,
Por mostrar que quem busca defensão
Contra esses belos olhos, que se engana.
Por ficar da vitória mais ufana,
Deixou-me armar primeiro da razão;
Cuidei de me salvar, mas foi em vão,
Que contra o Céu não vale defensa humana.
Mas porém, se vos tinha prometido
O vosso alto destino esta vitória,
Ser-vos tudo bem pouco está sabido.
Que posto que estivesse apercebido,
Não levais de vencer-me grande glória;
Maior a levo eu de ser vencido.
Luís de Camões
» ANTOLOGÍA DE GRANDES POETAS HISPANOAMÉRICANAS
» ELVIO ROMERO (1926-2004)
» POESÍA SOCIAL XIX
» MAIAKOVSKY Y OTROS POETAS RUSOS Y SOVIÉTICOS, 2
» XI. SONETOS POETAS ESPAÑOLES SIGLO XX (VI)
» POETAS LATINOAMERICANOS
» LA POESIA MÍSTICA DEL SUFISMO. LA CONFERENCIA DE LOS PÁJAROS.
» EDUARDO GALEANO (1940-2015)
» CLARICE LISPECTOR II ( ESCRITORA BRASILEÑA)