Aires de Libertad

¿Quieres reaccionar a este mensaje? Regístrate en el foro con unos pocos clics o inicia sesión para continuar.

https://www.airesdelibertad.com

Leer, responder, comentar, asegura la integridad del espacio que compartes, gracias por elegirnos y participar

Estadísticas

Nuestros miembros han publicado un total de 991782 mensajes en 45742 argumentos.

Tenemos 1531 miembros registrados

El último usuario registrado es Fabiola

Últimos temas

» HILDA HIST
CASTRO ALVES (1847-1871) - Página 6 EmptyHoy a las 13:07 por Pascual Lopez Sanchez

» MAIACOVSKI (1893-1930) Y OTROS POETAS RUSOS
CASTRO ALVES (1847-1871) - Página 6 EmptyHoy a las 12:59 por Pascual Lopez Sanchez

» Leopoldo de Luis (1918-2005)
CASTRO ALVES (1847-1871) - Página 6 EmptyHoy a las 12:57 por Pedro Casas Serra

» ¡NO A LA GUERRA! (Exposición Colectiva)
CASTRO ALVES (1847-1871) - Página 6 EmptyHoy a las 12:27 por Pascual Lopez Sanchez

» POESÍA ÁRABE
CASTRO ALVES (1847-1871) - Página 6 EmptyHoy a las 10:11 por Maria Lua

» CLARICE LISPECTOR II
CASTRO ALVES (1847-1871) - Página 6 EmptyHoy a las 09:49 por Maria Lua

» MARIO QUINTANA ( 30/07/1906... 05/05/1994)
CASTRO ALVES (1847-1871) - Página 6 EmptyHoy a las 09:44 por Maria Lua

» CECILIA MEIRELES (7 de noviembre de 1901, Río de Janeiro/9 de noviembre de 1964, Río de Janeiro/Brasil
CASTRO ALVES (1847-1871) - Página 6 EmptyHoy a las 09:34 por Maria Lua

» CARLOS DRUMMOND DE ANDRADE
CASTRO ALVES (1847-1871) - Página 6 EmptyHoy a las 09:29 por Maria Lua

» MANUEL BANDEIRA (1886-1968)
CASTRO ALVES (1847-1871) - Página 6 EmptyHoy a las 09:23 por Maria Lua

Clik Boton derecho y elige abrir en pestaña nueva- DICC. R.A.E

¿Quién está en línea?

En total hay 46 usuarios en línea: 4 Registrados, 0 Ocultos y 42 Invitados :: 3 Motores de búsqueda

Chambonnet Gallardo, Pedro Casas Serra, Ramón Carballal, sergio cassarino


El record de usuarios en línea fue de 360 durante el Sáb 02 Nov 2019, 06:25

Clik Boton derecho y elige abrir en pestaña nueva- DICC. R.A.E

Marzo 2023

LunMarMiérJueVieSábDom
  12345
6789101112
13141516171819
20212223242526
2728293031  

Calendario Calendario

Conectarse

Recuperar mi contraseña

Galería


CASTRO ALVES (1847-1871) - Página 6 Empty

5 participantes

    CASTRO ALVES (1847-1871)

    Maria Lua
    Maria Lua
    Administrador-Moderador
    Administrador-Moderador


    Cantidad de envíos : 58123
    Fecha de inscripción : 12/04/2009
    Localización : Nova Friburgo / RJ / Brasil

    CASTRO ALVES (1847-1871) - Página 6 Empty Re: CASTRO ALVES (1847-1871)

    Mensaje por Maria Lua Miér 17 Feb 2021, 10:05

    Adormecida





    Ses longs cheveux épars la couvrent tout entière

    La croix de son collier repose dans sa main,

    Comme pour témoigner qu'elle a fait sa prière.

    Et qu'elle va la faire en s'éveillant demain.



    A DE MUSSET





    Uma noite eu me lembro... Ela dormia

    Numa rede encostada molemente...

    Quase aberto o roupão... solto o cabelo

    E o pé descalço do tapete rente.





    'Stava aberta a janela. Um cheiro agreste

    Exalavam as silvas da campina...

    E ao longe, num pedaço do horizonte

    Via-se a noite plácida e divina.





    De um jasmineiro os galhos encurvados,

    Indiscretos entravam pela sala,

    E de leve oscilando ao tom das auras

    Iam na face trêmulos — beijá-la.





    Era um quadro celeste!... A cada afago

    Mesmo em sonhos a moça estremecia...

    Quando ela serenava... a flor beijava-a...

    Quando ela ia beijar-lhe... a flor fugia...





    Dir-se-ia que naquele doce instante

    Brincavam duas cândidas crianças...

    A brisa, que agitava as folhas verdes,

    Fazia-lhe ondear as negras tranças!





    E o ramo ora chegava ora afastava-se...

    Mas quando a via despeitada a meio,

    P'ra não zangá-la... sacudia alegre

    Uma chuva de pétalas no seio...





    Eu, fitando esta cena, repetia

    Naquela noite lânguida e sentida:

    "ó flor! — tu és a virgem das campinas!

    "Virgem! — tu és a flor da minha vida!..."



    _________________



    [Tienes que estar registrado y conectado para ver esa imagen]


    "Ser como un verso volando
    o un ciego soñando
    y en ese vuelo y en ese sueño
    compartir contigo sol y luna,
    siendo guardián en tu cielo
    y tren de tus ilusiones."
    (Hánjel)





    [Tienes que estar registrado y conectado para ver esa imagen]
    Maria Lua
    Maria Lua
    Administrador-Moderador
    Administrador-Moderador


    Cantidad de envíos : 58123
    Fecha de inscripción : 12/04/2009
    Localización : Nova Friburgo / RJ / Brasil

    CASTRO ALVES (1847-1871) - Página 6 Empty Re: CASTRO ALVES (1847-1871)

    Mensaje por Maria Lua Jue 18 Feb 2021, 15:29

    Alma das flores — quando as flores morrem,
    Os perfumes emigram para as belas,
    Trocam lábios de virgens — por boninas,
    Trocam lírios — por seios de donzelas!


    E ali — silfos travessos, traiçoeiros
    Voam cantando em lânguido compasso
    Ocultos nesses cálices macios
    Das covinhas de um rosto ou dum regaço.


    Vós, que não entendeis a lenda oculta,
    A linguagem mimosa dos aromas,
    De Madalena a urna olhais apenas
    Como um primor de orientais redomas;


    _________________



    [Tienes que estar registrado y conectado para ver esa imagen]


    "Ser como un verso volando
    o un ciego soñando
    y en ese vuelo y en ese sueño
    compartir contigo sol y luna,
    siendo guardián en tu cielo
    y tren de tus ilusiones."
    (Hánjel)





    [Tienes que estar registrado y conectado para ver esa imagen]
    Maria Lua
    Maria Lua
    Administrador-Moderador
    Administrador-Moderador


    Cantidad de envíos : 58123
    Fecha de inscripción : 12/04/2009
    Localización : Nova Friburgo / RJ / Brasil

    CASTRO ALVES (1847-1871) - Página 6 Empty Re: CASTRO ALVES (1847-1871)

    Mensaje por Maria Lua Sáb 20 Feb 2021, 04:58

    Jesuítas

    (SÉCULO XIII)





    O mes frères, je viens vous apporter mon Dieu,

    Je viens vous apporter ma tête!

    V. HUGO (Châtiments)





    Quando o vento da Fé soprava Europa,

    Como o tufão, que impele ao ar a tropa

    Das águias, que pousavam no alcantil;

    Do zimbório de Roma — a ventania

    O bando dos Apóst'los sacudia

    Aos cerros do Brasil.





    Tempos idos! Extintos luzimentos!

    O pó da catequese aos quatro ventos

    Revoava nos céus...

    Floria após na Índia, ou na Tartária,

    No Mississipi, no Peru, na Arábia

    Uma palmeira — Deus! —





    O navio maltês, do Lácio a vela,

    A lusa nau, as quinas de Castela,

    Do Holandês a galé

    Levava sem saber ao mundo inteiro

    Os vândalos sublimes do cordeiro,

    Os átilas da fé.





    Onde ia aquela nau? — Ao Oriente.

    A outra? — Ao pólo. A outra? — Ao ocidente.

    Outra? — Ao norte. Outra? — Ao sul.

    E o que buscava? A foca além no pólo;

    O âmbar, o cravo no indiano solo

    Mulheres em 'Stambul.





    Grandes homens! Apóstolos heróicos!...

    Eles diziam mais do que os estóicos:

    "Dor, — tu és um prazer!

    "Grelha, — és um leito! Brasa, — és uma gema!

    Cravo, — és um cetro! Chama, — um diadema

    Ó morte, — és o viver!"





    Outras vezes no eterno itinerário

    O sol, que vira um dia no Calvário

    Do Cristo a santa cruz,

    Enfiava de vir achar nos Andes

    A mesma cruz, abrindo os braços grandes

    Aos índios rubros, nus.





    Eram eles que o verbo do Messias

    Pregavam desde o vale às serranias,

    Do pólo ao Equador...

    E o Niagara ia contar aos mares...

    E o Chimborazo arremessava aos ares

    O nome do Senhor!...













    Poesia e Mendicidade

    (NO álbum da Ex.ma Sr.a D. MARIA JUSTINA PROENÇA PEREIRA PEIXOTO)



    _________________



    [Tienes que estar registrado y conectado para ver esa imagen]


    "Ser como un verso volando
    o un ciego soñando
    y en ese vuelo y en ese sueño
    compartir contigo sol y luna,
    siendo guardián en tu cielo
    y tren de tus ilusiones."
    (Hánjel)





    [Tienes que estar registrado y conectado para ver esa imagen]
    Maria Lua
    Maria Lua
    Administrador-Moderador
    Administrador-Moderador


    Cantidad de envíos : 58123
    Fecha de inscripción : 12/04/2009
    Localización : Nova Friburgo / RJ / Brasil

    CASTRO ALVES (1847-1871) - Página 6 Empty Re: CASTRO ALVES (1847-1871)

    Mensaje por Maria Lua Lun 22 Feb 2021, 05:32

    As Trevas

    (Traduzido de LORD BYRON)





    A meu amigo, o DR. FRANCO MEIRELES, inspirado tradutor das "Melodias Hebraicas".





    Tive um sonho que em tudo não foi sonho! ..





    O sol brilhante se apagava: e os astros,

    Do eterno espaço na penumbra escura,

    Sem raios, e sem trilhos, vagueavam.

    A terra fria balouçava cega

    E tétrica no espaço ermo de lua.

    A manhã ia, vinha... e regressava...

    Mas não trazia o dia! Os homens pasmos

    Esqueciam no horror dessas ruínas

    Suas paixões: E as almas conglobadas

    Gelavam-se num grito de egoísmo

    Que demandava "luz". Junto às fogueiras

    Abrigavam-se... e os tronos e os palácios,

    Os palácios dos reis, o albergue e a choça

    Ardiam por fanais. Tinham nas chamas

    As cidades morrido. Em torno às brasas

    Dos seus lares os homens se grupavam,

    P'ra à vez extrema se fitarem juntos.

    Feliz de quem vivia junto às lavas

    Dos vulcões sob a tocha alcantilada!





    Hórrida esp'rança acalentava o mundo!

    As florestas ardiam!... de hora em hora

    Caindo se apagavam; creditando,

    Lascado o tronco desabava em cinzas.

    E tudo... tudo as trevas envolviam.

    As frontes ao clarão da luz doente

    Tinham do inferno o aspecto... quando às vezes

    As faíscas das chamas borrifavam-nas.

    Uns, de bruços no chão, tapando os olhos

    Choravam. Sobre as mãos cruzadas  —  outros  —

    Firmando a barba, desvairados riam.

    Outros correndo à toa procuravam

    O ardente pasto p'ra funéreas piras.

    Inquietos, no esgar do desvario,

    Os olhos levantavam p'ra o céu torvo,

    Vasto sudário do universo - —  espectro  — ,

    E após em terra se atirando em raivas,

    Rangendo os dentes, blásfemos, uivavam!





    Lúgubre grito os pássaros selvagens

    Soltavam, revoando espavoridos

    Num vôo tonto co'as inúteis asas!

    As feras 'stavam mansas e medrosas!

    As víboras rojando s'enroscavam

    Pelos membros dos homens, sibilantes,

    Mas sem veneno ... a fome lhes matavam!

    E a guerra, que um momento s'extinguira,

    De novo se fartava. Só com sangue





    Comprava-se o alimento, e após à parte

    Cada um se sentava taciturno,

    P'ra fartar-se nas trevas infinitas!

    Já não havia amor!... O mundo inteiro

    Era um só pensamento, e o pensamento

    Era a morte sem glória e sem detença!

    O estertor da fome apascentava-se

    Nas entranhas... Ossada ou carne pútrida

    Ressupino, insepulto era o cadáver.





    Mordiam-se entre si os moribundos:

    Mesmo os cães se atiravam sobre os donos,

    Todos exceto um só... que defendia

    O cadáver do seu, contra os ataques

    Dos pássaros, das feras e dos homens,

    Até que a fome os extinguisse, ou fossem

    Os dentes frouxos saciar algures!

    Ele mesmo alimento não buscava...

    Mas, gemendo num uivo longo e triste,

    Morreu lambendo a mão, que inanimada

    Já não podia lhe pagar o afeto.





    Faminta a multidão morrera aos poucos.

    Escaparam dous homens tão-somente

    De uma grande cidade. E se odiavam....

    Foi junto dos lições quase apagados

    De um altar, sobre o qual se amontoaram

    Sacros objetos p'ra um profano uso,

    Que encontraram-se os dous... e, as cinzas mornas

    Reunindo nas mãos frias de espectros,

    De seus sopros exaustos ao bafejo

    Uma chama irrisória produziram!...

    Ao clarão que tremia sobre as cinzas

    Olharam-se e morreram dando um grito.

    Mesmo da própria hediondez morreram,

    Desconhecendo aquele em cuja fronte

    Traçara a fome o nome de Duende!





    O mundo fez-se um vácuo. A terra esplêndida,

    Populosa tornou-se numa massa

    Sem estações, sem árvores, sem erva.

    Sem verdura, sem homens e sem vida,

    Caos de morte, inanimada argila!

    Calaram-se o Oceano, o rio, os lagos!

    Nada turbava a solidão profunda!

    Os navios no mar apodreciam

    Sem marujos! os mastros desabando

    Dormiam sobre o abismo, sem que ao menos

    Uma vaga na queda alevantassem,

    Tinham morrido as vagas! e jaziam

    As marés no seu túmulo... antes dela

    A lua que as guiava era já morta!

    No estagnado céu murchara o vento;

    Esvaíram-se as nuvens. E nas trevas

    Era só trevas o universo inteiro.














    _________________



    [Tienes que estar registrado y conectado para ver esa imagen]


    "Ser como un verso volando
    o un ciego soñando
    y en ese vuelo y en ese sueño
    compartir contigo sol y luna,
    siendo guardián en tu cielo
    y tren de tus ilusiones."
    (Hánjel)





    [Tienes que estar registrado y conectado para ver esa imagen]
    Maria Lua
    Maria Lua
    Administrador-Moderador
    Administrador-Moderador


    Cantidad de envíos : 58123
    Fecha de inscripción : 12/04/2009
    Localización : Nova Friburgo / RJ / Brasil

    CASTRO ALVES (1847-1871) - Página 6 Empty Re: CASTRO ALVES (1847-1871)

    Mensaje por Maria Lua Miér 24 Feb 2021, 06:45

    As horas passam longas, sonolentas...
    Desce a tarde no carro vaporoso...
    D'Ave-Maria o sino, que soluça,
    É por ti que soluça mais queixoso.


    E não Vens te sentar perto, bem perto
    Nem derramas ao vento da tardinha,
    A caçoula de notas rutilantes
    Que tua alma entornava sobre a minha.


    E, quando uma tristeza irresistível
    Mais fundo cava-me um abismo n'alma,
    Como a harpa de Davi teu riso santo
    Meu acerbo sofrer já não acalma.


    _________________



    [Tienes que estar registrado y conectado para ver esa imagen]


    "Ser como un verso volando
    o un ciego soñando
    y en ese vuelo y en ese sueño
    compartir contigo sol y luna,
    siendo guardián en tu cielo
    y tren de tus ilusiones."
    (Hánjel)





    [Tienes que estar registrado y conectado para ver esa imagen]
    Maria Lua
    Maria Lua
    Administrador-Moderador
    Administrador-Moderador


    Cantidad de envíos : 58123
    Fecha de inscripción : 12/04/2009
    Localización : Nova Friburgo / RJ / Brasil

    CASTRO ALVES (1847-1871) - Página 6 Empty Re: CASTRO ALVES (1847-1871)

    Mensaje por Maria Lua Jue 25 Feb 2021, 06:46

    Quando Eu Morrer





    Eu morro, eu morro. A matutina brisa

    Já não me arranca um riso. A rósea tarde

    Já não me doura as descoradas faces

    Que gélidas se encovam.



    JUNQUEIRA FREIRE




    Quando eu morrer... não lancem meu cadáver

    No fosso de um sombrio cemitério...

    Odeio o mausoléu que espera o morto

    Como o viajante desse hotel funéreo.





    Corre nas veias negras desse mármore

    Não sei que sangue vil de messalina,

    A cova, num bocejo indiferente,

    Abre ao primeiro o boca libertina.





    Ei-la a nau do sepulcro — o cemitério...

    Que povo estranho no porão profundo!

    Emigrantes sombrios que se embarcam

    Para as plagas sem fim do outro mundo.





    Tem os fogos — errantes — por santelmo.

    Tem por velame — os panos do sudário...

    Por mastro — o vulto esguio do cipreste,

    Por gaivotas — o mocho funerário...





    Ali ninguém se firma a um braço amigo

    Do inverno pelas lúgubres noitadas...

    No tombadilho indiferentes chocam-se

    E nas trevas esbarram-se as ossadas...





    Como deve custar ao pobre morto

    Ver as placas da vida além perdidas,

    Sem ver o branco fumo de seus lares

    Levantar-se por entre as avenidas!...





    Oh! perguntai aos frios esqueletos

    Por que não têm o coração no peito...

    E um deles vos dirá "Deixei-o há pouco

    De minha amante no lascivo leito."





    Outro: "Dei-o a meu pai". Outro: "Esqueci-o

    Nas inocentes mãos de meu filhinho"...

    ... Meus amigos! Notai... bem como um pássaro

    O coração do morto volta ao ninho!...





    _________________



    [Tienes que estar registrado y conectado para ver esa imagen]


    "Ser como un verso volando
    o un ciego soñando
    y en ese vuelo y en ese sueño
    compartir contigo sol y luna,
    siendo guardián en tu cielo
    y tren de tus ilusiones."
    (Hánjel)





    [Tienes que estar registrado y conectado para ver esa imagen]
    Maria Lua
    Maria Lua
    Administrador-Moderador
    Administrador-Moderador


    Cantidad de envíos : 58123
    Fecha de inscripción : 12/04/2009
    Localización : Nova Friburgo / RJ / Brasil

    CASTRO ALVES (1847-1871) - Página 6 Empty Re: CASTRO ALVES (1847-1871)

    Mensaje por Maria Lua Jue 25 Feb 2021, 07:38

    Onde Estás





    É meia-noite... e rugindo

    Passa triste a ventania,

    Como um verbo de desgraça,

    Como um grito de agonia.

    E eu digo ao vento, que passa

    Por meus cabelos fugaz:

    "Vento frio do deserto,

    Onde ela está? Longe ou perto?

    " Mas, como um hálito incerto,

    Responde-me o eco ao longe:

    "Oh! minh'amante, onde estás?...





    Vem! É tarde! Por que tardas?

    São horas de brando sono,

    Vem reclinar-te em meu peito

    Com teu lânguido abandono!...

    'Stá vazio nosso leito...

    'Stá vazio o mundo inteiro;

    E tu não queres qu'eu fique

    Solitário nesta vida...

    Mas por que tardas, querida?...

    Já tenho esperado assaz...

    Vem depressa, que eu deliro

    Oh! minh'amante, onde estás?..





    Estrela — na tempestade,

    Rosa — nos ermos da vida,

    Íris — do náufrago errante,

    Ilusão — d'alma descrida!

    Tu foste, mulher formosa!

    Tu foste, ó filha do céu!...

    ... E hoje que o meu passado

    Para sempre morto jaz...

    Vendo finda a minha sorte,

    Pergunto aos ventos do Norte...

    "Oh! minh'amante, onde estás?..."



    _________________



    [Tienes que estar registrado y conectado para ver esa imagen]


    "Ser como un verso volando
    o un ciego soñando
    y en ese vuelo y en ese sueño
    compartir contigo sol y luna,
    siendo guardián en tu cielo
    y tren de tus ilusiones."
    (Hánjel)





    [Tienes que estar registrado y conectado para ver esa imagen]
    Maria Lua
    Maria Lua
    Administrador-Moderador
    Administrador-Moderador


    Cantidad de envíos : 58123
    Fecha de inscripción : 12/04/2009
    Localización : Nova Friburgo / RJ / Brasil

    CASTRO ALVES (1847-1871) - Página 6 Empty Re: CASTRO ALVES (1847-1871)

    Mensaje por Maria Lua Dom 28 Feb 2021, 10:39

    Era um quadro celeste!… A cada afago
    Mesmo em sonhos a moça estremecia…
    Quando ela serenava… a flor beijava-a…
    Quando ela ia beijar-lhe… a flor fugia…

    Dir-se-ia que naquele doce instante
    Brincavam duas cândidas crianças…
    A brisa, que agitava as folhas verdes,
    Fazia-lhe ondear as negras tranças!

    E o ramo ora chegava ora afastava-se…
    Mas quando a via despeitada a meio,
    Pra não zangá-la… sacudia alegre
    Uma chuva de pétalas no seio…

    Eu, fitando esta cena, repetia
    Naquela noite lânguida e sentida:
    “Ó flor! – tu és a virgem das campinas!
    “Virgem! – tu és a flor da minha vida!…”


    _________________



    [Tienes que estar registrado y conectado para ver esa imagen]


    "Ser como un verso volando
    o un ciego soñando
    y en ese vuelo y en ese sueño
    compartir contigo sol y luna,
    siendo guardián en tu cielo
    y tren de tus ilusiones."
    (Hánjel)





    [Tienes que estar registrado y conectado para ver esa imagen]
    Maria Lua
    Maria Lua
    Administrador-Moderador
    Administrador-Moderador


    Cantidad de envíos : 58123
    Fecha de inscripción : 12/04/2009
    Localización : Nova Friburgo / RJ / Brasil

    CASTRO ALVES (1847-1871) - Página 6 Empty Re: CASTRO ALVES (1847-1871)

    Mensaje por Maria Lua Mar 02 Mar 2021, 10:05

    O Coração





    O Coração é o colibri dourado

    Das veigas puras do jardim do céu.

    Um — tem o mel da granadilha agreste,

    Bebe os perfumes, que a bonina deu.





    O outro — voa em mais virentes balças,

    Pousa de um riso na rubente flor.

    Vive do mel — a que se chama — crenças — ,

    Vive do aroma — que se diz — amor. —



    _________________



    [Tienes que estar registrado y conectado para ver esa imagen]


    "Ser como un verso volando
    o un ciego soñando
    y en ese vuelo y en ese sueño
    compartir contigo sol y luna,
    siendo guardián en tu cielo
    y tren de tus ilusiones."
    (Hánjel)





    [Tienes que estar registrado y conectado para ver esa imagen]
    Maria Lua
    Maria Lua
    Administrador-Moderador
    Administrador-Moderador


    Cantidad de envíos : 58123
    Fecha de inscripción : 12/04/2009
    Localización : Nova Friburgo / RJ / Brasil

    CASTRO ALVES (1847-1871) - Página 6 Empty Re: CASTRO ALVES (1847-1871)

    Mensaje por Maria Lua Mar 02 Mar 2021, 10:06

    O Tonel das Danaides

    DIÁLOGO





    Na torrente caudal de seus cabelos negros

    Alegre eu embarquei da vida a rubra flor.





    — Poeta! Eras o Doge o anel lançando às ondas ...

    Ao fundo de um abismo... arremessaste c amor.





    Depois minh'alma ao som da Lira de cem vozes

    Sublimes fantasias em notas desfolhou.





    — Cleópatra também p'ra erguer no Tibre a espuma

    As pér'las do colar nas vagas desfiou!





    Depois fiz de meu verso a púrpura escarlate

    Por onde ela pisasse em marcha triunfal!





    — Como Hércules, volveste aos pós da insana Onfália

    O fuso feminil de uma paixão fatal.





    Um dia ela me disse: "Eu sou uma exilada!"

    Ergui-me... e abandonei meu lar e meu país...





    — Assim o filho pródigo atira as vestes quentes

    E treme no caminho aos pés da meretriz.





    E quando debrucei-me à beira daquela alma

    P'ra ver toda riqueza e afetos que lhe dei! ...





    — Ai! nada mais achaste! o abismo 05 devorara...

    O pego se esqueceu da dádiva do Rei!





    Na gruta do chacal ao menos restam ossos...

    Mas tudo sepultou-me aquele amor cruel!





    — Poeta! O coração da fria Messalina

    É das fatais Danaides o pérfido Tonel!





    _________________



    [Tienes que estar registrado y conectado para ver esa imagen]


    "Ser como un verso volando
    o un ciego soñando
    y en ese vuelo y en ese sueño
    compartir contigo sol y luna,
    siendo guardián en tu cielo
    y tren de tus ilusiones."
    (Hánjel)





    [Tienes que estar registrado y conectado para ver esa imagen]
    Maria Lua
    Maria Lua
    Administrador-Moderador
    Administrador-Moderador


    Cantidad de envíos : 58123
    Fecha de inscripción : 12/04/2009
    Localización : Nova Friburgo / RJ / Brasil

    CASTRO ALVES (1847-1871) - Página 6 Empty Re: CASTRO ALVES (1847-1871)

    Mensaje por Maria Lua Mar 09 Mar 2021, 12:55

    “E amamos – Este amor foi um delírio...
    Foi ela minha crença, foi meu lírio,

    Minha estrela sem véu...
    Seu nome era o meu canto de poesia,
    Que com o sol – pena de ouro – eu escrevia
    Nas lâminas do céu.

    “Em teu seio escondi-me ... como a noite
    Incauto colibri, temendo o açoite
    Das iras do tufão,
    A cabecinha esconde sob asas,
    Faz seu leito gentil por entre as gazas
    Da rosa do Japão”.

    (Dalila, p. 130)


    _________________



    [Tienes que estar registrado y conectado para ver esa imagen]


    "Ser como un verso volando
    o un ciego soñando
    y en ese vuelo y en ese sueño
    compartir contigo sol y luna,
    siendo guardián en tu cielo
    y tren de tus ilusiones."
    (Hánjel)





    [Tienes que estar registrado y conectado para ver esa imagen]
    Maria Lua
    Maria Lua
    Administrador-Moderador
    Administrador-Moderador


    Cantidad de envíos : 58123
    Fecha de inscripción : 12/04/2009
    Localización : Nova Friburgo / RJ / Brasil

    CASTRO ALVES (1847-1871) - Página 6 Empty Re: CASTRO ALVES (1847-1871)

    Mensaje por Maria Lua Miér 10 Mar 2021, 07:18

    Alma das flores — quando as flores morrem,
    Os perfumes emigram para as belas,
    Trocam lábios de virgens — por boninas,
    Trocam lírios — por seios de donzelas!


    E ali — silfos travessos, traiçoeiros
    Voam cantando em lânguido compasso
    Ocultos nesses cálices macios
    Das covinhas de um rosto ou dum regaço.


    Vós, que não entendeis a lenda oculta,
    A linguagem mimosa dos aromas,
    De Madalena a urna olhais apenas
    Como um primor de orientais redomas;


    _________________



    [Tienes que estar registrado y conectado para ver esa imagen]


    "Ser como un verso volando
    o un ciego soñando
    y en ese vuelo y en ese sueño
    compartir contigo sol y luna,
    siendo guardián en tu cielo
    y tren de tus ilusiones."
    (Hánjel)





    [Tienes que estar registrado y conectado para ver esa imagen]
    Maria Lua
    Maria Lua
    Administrador-Moderador
    Administrador-Moderador


    Cantidad de envíos : 58123
    Fecha de inscripción : 12/04/2009
    Localización : Nova Friburgo / RJ / Brasil

    CASTRO ALVES (1847-1871) - Página 6 Empty Re: CASTRO ALVES (1847-1871)

    Mensaje por Maria Lua Miér 10 Mar 2021, 08:20

    O livro e a América (trecho)


    Talhado para as grandezas,
    P'ra crescer, criar, subir,
    O Novo Mundo nos músculos
    Sente a seiva do porvir.
    —Estatuário de colossos —
    Cansado doutros esboços
    Disse um dia Jeová:
    "Vai, Colombo, abre a cortina
    "Da minha eterna oficina...
    "Tira a América de lá".

    Molhado inda do dilúvio,
    Qual Tritão descomunal,
    O continente desperta
    No concerto universal.


    _________________



    [Tienes que estar registrado y conectado para ver esa imagen]


    "Ser como un verso volando
    o un ciego soñando
    y en ese vuelo y en ese sueño
    compartir contigo sol y luna,
    siendo guardián en tu cielo
    y tren de tus ilusiones."
    (Hánjel)





    [Tienes que estar registrado y conectado para ver esa imagen]
    Maria Lua
    Maria Lua
    Administrador-Moderador
    Administrador-Moderador


    Cantidad de envíos : 58123
    Fecha de inscripción : 12/04/2009
    Localización : Nova Friburgo / RJ / Brasil

    CASTRO ALVES (1847-1871) - Página 6 Empty Re: CASTRO ALVES (1847-1871)

    Mensaje por Maria Lua Miér 10 Mar 2021, 08:22

    A Um Coração

    "Coração de Filigrana de Oiro"

    Ai! Pobre coração! Assim vazio
    E frio
    Sem guardar a lembrança de um amor!
    Nada em teu seio os dias hão deixado!…
    É fado?
    Nem relíquias de um sonho encantador? Não, frio coração! É que na terra
    Ninguém te abriu…Nada teu seio encerra!
    O vácuo apenas queres tu conter!
    Não te faltam suspiros delirantes,
    Nem lágrimas de afeto verdadeiro…
    - É que nem mesmo o oceano inteiro
    Poderia te encher!


    _________________



    [Tienes que estar registrado y conectado para ver esa imagen]


    "Ser como un verso volando
    o un ciego soñando
    y en ese vuelo y en ese sueño
    compartir contigo sol y luna,
    siendo guardián en tu cielo
    y tren de tus ilusiones."
    (Hánjel)





    [Tienes que estar registrado y conectado para ver esa imagen]
    Maria Lua
    Maria Lua
    Administrador-Moderador
    Administrador-Moderador


    Cantidad de envíos : 58123
    Fecha de inscripción : 12/04/2009
    Localización : Nova Friburgo / RJ / Brasil

    CASTRO ALVES (1847-1871) - Página 6 Empty Re: CASTRO ALVES (1847-1871)

    Mensaje por Maria Lua Vie 12 Mar 2021, 04:53



    _________________



    [Tienes que estar registrado y conectado para ver esa imagen]


    "Ser como un verso volando
    o un ciego soñando
    y en ese vuelo y en ese sueño
    compartir contigo sol y luna,
    siendo guardián en tu cielo
    y tren de tus ilusiones."
    (Hánjel)





    [Tienes que estar registrado y conectado para ver esa imagen]
    Maria Lua
    Maria Lua
    Administrador-Moderador
    Administrador-Moderador


    Cantidad de envíos : 58123
    Fecha de inscripción : 12/04/2009
    Localización : Nova Friburgo / RJ / Brasil

    CASTRO ALVES (1847-1871) - Página 6 Empty Re: CASTRO ALVES (1847-1871)

    Mensaje por Maria Lua Vie 12 Mar 2021, 04:54



    _________________



    [Tienes que estar registrado y conectado para ver esa imagen]


    "Ser como un verso volando
    o un ciego soñando
    y en ese vuelo y en ese sueño
    compartir contigo sol y luna,
    siendo guardián en tu cielo
    y tren de tus ilusiones."
    (Hánjel)





    [Tienes que estar registrado y conectado para ver esa imagen]
    Maria Lua
    Maria Lua
    Administrador-Moderador
    Administrador-Moderador


    Cantidad de envíos : 58123
    Fecha de inscripción : 12/04/2009
    Localización : Nova Friburgo / RJ / Brasil

    CASTRO ALVES (1847-1871) - Página 6 Empty Re: CASTRO ALVES (1847-1871)

    Mensaje por Maria Lua Vie 12 Mar 2021, 04:55



    _________________



    [Tienes que estar registrado y conectado para ver esa imagen]


    "Ser como un verso volando
    o un ciego soñando
    y en ese vuelo y en ese sueño
    compartir contigo sol y luna,
    siendo guardián en tu cielo
    y tren de tus ilusiones."
    (Hánjel)





    [Tienes que estar registrado y conectado para ver esa imagen]
    Maria Lua
    Maria Lua
    Administrador-Moderador
    Administrador-Moderador


    Cantidad de envíos : 58123
    Fecha de inscripción : 12/04/2009
    Localización : Nova Friburgo / RJ / Brasil

    CASTRO ALVES (1847-1871) - Página 6 Empty Re: CASTRO ALVES (1847-1871)

    Mensaje por Maria Lua Vie 12 Mar 2021, 04:56



    _________________



    [Tienes que estar registrado y conectado para ver esa imagen]


    "Ser como un verso volando
    o un ciego soñando
    y en ese vuelo y en ese sueño
    compartir contigo sol y luna,
    siendo guardián en tu cielo
    y tren de tus ilusiones."
    (Hánjel)





    [Tienes que estar registrado y conectado para ver esa imagen]
    Maria Lua
    Maria Lua
    Administrador-Moderador
    Administrador-Moderador


    Cantidad de envíos : 58123
    Fecha de inscripción : 12/04/2009
    Localización : Nova Friburgo / RJ / Brasil

    CASTRO ALVES (1847-1871) - Página 6 Empty Re: CASTRO ALVES (1847-1871)

    Mensaje por Maria Lua Vie 12 Mar 2021, 04:57



    _________________



    [Tienes que estar registrado y conectado para ver esa imagen]


    "Ser como un verso volando
    o un ciego soñando
    y en ese vuelo y en ese sueño
    compartir contigo sol y luna,
    siendo guardián en tu cielo
    y tren de tus ilusiones."
    (Hánjel)





    [Tienes que estar registrado y conectado para ver esa imagen]
    Maria Lua
    Maria Lua
    Administrador-Moderador
    Administrador-Moderador


    Cantidad de envíos : 58123
    Fecha de inscripción : 12/04/2009
    Localización : Nova Friburgo / RJ / Brasil

    CASTRO ALVES (1847-1871) - Página 6 Empty Re: CASTRO ALVES (1847-1871)

    Mensaje por Maria Lua Vie 12 Mar 2021, 04:58



    _________________



    [Tienes que estar registrado y conectado para ver esa imagen]


    "Ser como un verso volando
    o un ciego soñando
    y en ese vuelo y en ese sueño
    compartir contigo sol y luna,
    siendo guardián en tu cielo
    y tren de tus ilusiones."
    (Hánjel)





    [Tienes que estar registrado y conectado para ver esa imagen]
    Maria Lua
    Maria Lua
    Administrador-Moderador
    Administrador-Moderador


    Cantidad de envíos : 58123
    Fecha de inscripción : 12/04/2009
    Localización : Nova Friburgo / RJ / Brasil

    CASTRO ALVES (1847-1871) - Página 6 Empty Re: CASTRO ALVES (1847-1871)

    Mensaje por Maria Lua Vie 12 Mar 2021, 04:59



    _________________



    [Tienes que estar registrado y conectado para ver esa imagen]


    "Ser como un verso volando
    o un ciego soñando
    y en ese vuelo y en ese sueño
    compartir contigo sol y luna,
    siendo guardián en tu cielo
    y tren de tus ilusiones."
    (Hánjel)





    [Tienes que estar registrado y conectado para ver esa imagen]
    Maria Lua
    Maria Lua
    Administrador-Moderador
    Administrador-Moderador


    Cantidad de envíos : 58123
    Fecha de inscripción : 12/04/2009
    Localización : Nova Friburgo / RJ / Brasil

    CASTRO ALVES (1847-1871) - Página 6 Empty Re: CASTRO ALVES (1847-1871)

    Mensaje por Maria Lua Vie 12 Mar 2021, 05:02



    _________________



    [Tienes que estar registrado y conectado para ver esa imagen]


    "Ser como un verso volando
    o un ciego soñando
    y en ese vuelo y en ese sueño
    compartir contigo sol y luna,
    siendo guardián en tu cielo
    y tren de tus ilusiones."
    (Hánjel)





    [Tienes que estar registrado y conectado para ver esa imagen]
    Maria Lua
    Maria Lua
    Administrador-Moderador
    Administrador-Moderador


    Cantidad de envíos : 58123
    Fecha de inscripción : 12/04/2009
    Localización : Nova Friburgo / RJ / Brasil

    CASTRO ALVES (1847-1871) - Página 6 Empty Re: CASTRO ALVES (1847-1871)

    Mensaje por Maria Lua Sáb 13 Mar 2021, 04:50

    Ó sono! Unge-me as pálpebras..
    Entorna o esquecimento
    Na luz do pensamento,
    Que abrasa o crânio meu.
    Como o pastor da Arcádia,
    Que uma ave errante aninha...
    Minh'alma é uma andorinha...
    Abre-lhe o seio teu.


    Tu, que fechaste as pétalas
    Do lírio, que pendia,
    Chorando a luz do dia
    E os raios do arrebol,
    Também fecha-me as pálpebras...
    Sem Ela o que é a vida?
    Eu sou a flor pendida
    Que espera a luz do sol.


    _________________



    [Tienes que estar registrado y conectado para ver esa imagen]


    "Ser como un verso volando
    o un ciego soñando
    y en ese vuelo y en ese sueño
    compartir contigo sol y luna,
    siendo guardián en tu cielo
    y tren de tus ilusiones."
    (Hánjel)





    [Tienes que estar registrado y conectado para ver esa imagen]
    Maria Lua
    Maria Lua
    Administrador-Moderador
    Administrador-Moderador


    Cantidad de envíos : 58123
    Fecha de inscripción : 12/04/2009
    Localización : Nova Friburgo / RJ / Brasil

    CASTRO ALVES (1847-1871) - Página 6 Empty Re: CASTRO ALVES (1847-1871)

    Mensaje por Maria Lua Sáb 13 Mar 2021, 04:52

    O Livro e a América



    Ao Grêmio Literário









    Talhado para as grandezas,

    P'ra crescer, criar, subir,

    O Novo Mundo nos músculos

    Sente a seiva do porvir.

    — Estatuário de colossos —

    Cansado doutros esboços

    Disse um dia Jeová:

    "Vai, Colombo, abre a cortina

    "Da minha eterna oficina...

    "Tira a América de lá".





    Molhado inda do dilúvio,

    Qual Tritão descomunal,

    O continente desperta

    No concerto universal.

    Dos oceanos em tropa

    Um — traz-lhe as artes da Europa,

    Outro — as bagas de Ceilão...

    E os Andes putrificados,

    Como braços levantados,

    Lhe apontam para a amplidão.





    Olhando em torno então brada:

    "Tudo marcha!... O grande Deus!

    As cataratas — p'ra terra,

    As estrelas — para os céus

    Lá, do pólo sobre as plagas,

    O seu rebanho de vagas

    Vai o mar apascentar...

    Eu quero marchar com os ventos,

    Com os mundos... co'os firmamentos!!!

    E Deus responde — "Marchar!"





    "Marchar!... Mas como?... Da Grécia

    Nos dóricos Partenons

    A mil deuses levantando

    Mil marmóreos Panteons?...

    Marchar cota espada de Roma

    — Leoa de raiva coma

    De presa enorme no chão,

    Saciando o ódio profundo...

    — Com as garras nas mãos do mundo,

    — Com os dentes no coração?...





    "Marchar!... Mas como a Alemanha

    Na tirania feudal,

    Levantando uma montanha

    Em cada uma catedral?...

    Não!... Nem templos feitos de ossos,

    Nem gládios a cavar fossos

    São degraus do progredir...

    Lá brada César morrendo:

    "No pugilato tremendo

    "Quem sempre vence é o porvir!'





    Filhos do séc'lo das luzes!

    Filhos da Grande nação!

    Quando ante Deus vos mostrardes,

    Tereis um livro na mão:

    O livro — esse audaz guerreiro

    Que conquista o mundo inteiro

    Sem nunca ter Waterloo...

    Eólo de pensamentos,

    Que abrira a gruta dos ventos

    Donde a Igualdade voou!...





    Por uma fatalidade

    Dessas que descem de além,

    O séc'lo, que viu Colombo,

    Viu Guttenberg também.

    Quando no tosco estaleiro

    Da Alemanha o velho obreiro

    A ave da imprensa gerou...

    O Genovês salta os mares...

    Busca um ninho entre os palmares

    E a pátria da imprensa achou...





    Por isso na impaciência

    Desta sede de saber,

    Como as aves do deserto —

    As almas buscam beber...

    Oh! Bendito o que semeia

    Livros... livros à mão cheia...

    E manda o povo pensar!

    O livro caindo n'alma

    É germe — que faz a palma,

    É chuva — que faz o mar.





    Vós, que o templo das idéias

    Largo — abris às multidões,

    P'ra o batismo luminoso

    Das grandes revoluções,

    Agora que o trem de ferro

    Acorda o tigre no cerro

    E espanta os caboclos nus,

    Fazei desse "rei dos ventos"

    — Ginete dos pensamentos,

    — Arauto da grande luz!...





    Bravo! a quem salva o futuro

    Fecundando a multidão!...

    Num poema amortalhada

    Nunca morre uma nação.

    Como Goethe moribundo

    Brada "Luz!" o Novo Mundo

    Num brado de Briaréu...

    Luz! pois, no vale e na serra...

    Que, se a luz rola na terra,

    Deus colhe gênios no céu! ...





    _________________



    [Tienes que estar registrado y conectado para ver esa imagen]


    "Ser como un verso volando
    o un ciego soñando
    y en ese vuelo y en ese sueño
    compartir contigo sol y luna,
    siendo guardián en tu cielo
    y tren de tus ilusiones."
    (Hánjel)





    [Tienes que estar registrado y conectado para ver esa imagen]
    Maria Lua
    Maria Lua
    Administrador-Moderador
    Administrador-Moderador


    Cantidad de envíos : 58123
    Fecha de inscripción : 12/04/2009
    Localización : Nova Friburgo / RJ / Brasil

    CASTRO ALVES (1847-1871) - Página 6 Empty Re: CASTRO ALVES (1847-1871)

    Mensaje por Maria Lua Sáb 13 Mar 2021, 04:52

    Hebréia





    Flos campi et lilium convallium



    (Cântico dos Cânticos)





    Pomba d'esp'rança sobre um mar d'escolhos!

    Lírio do vale oriental, brilhante!

    Estrela vésper do pastor errante!

    Ramo de murta a recender cheirosa!...





    Tu és, ó filha de Israel formosa...

    Tu és, ó linda, sedutora Hebréia...

    Pálida rosa da infeliz Judéia

    Sem ter o orvalho, que do céu deriva!





    Por que descoras, quando a tarde esquiva

    Mira-se triste sobre o azul das vagas?

    Serão saudades das infindas plagas,

    Onde a oliveira no Jordão se inclina?





    Sonhas acaso, quando o sol declina,

    A terra santa do Oriente imenso?

    E as caravanas no deserto extenso?

    E os pegureiros da palmeira à sombra?!...





    Sim, fora belo na relvosa alfombra,

    Junto da fonte, onde Raquel gemera,

    Viver contigo qual Jacó vivera

    Guiando escravo teu feliz rebanho..





    Depois nas águas de cheiroso banho

    — Como Susana a estremecer de frio —

    Fitar-te, ó flor do babilônio rio,

    Fitar-te a medo no salgueiro oculto...





    Vem pois!... Contigo no deserto inculto,

    Fugindo às iras de Saul embora,

    Davi eu fora, — se Micol tu foras,

    Vibrando na harpa do profeta o canto...





    Não vês?... Do seio me goteja o pranto

    Qual da torrente do Cédron deserto!...

    Como lutara o patriarca incerto

    Lutei, meu anjo, mas caí vencido.





    Eu sou o lótus para o chão pendido.

    Vem ser o orvalho oriental, brilhante!.

    Ai! guia o passo ao viajor perdido,

    Estrela vésper do pastor errante!...



    _________________



    [Tienes que estar registrado y conectado para ver esa imagen]


    "Ser como un verso volando
    o un ciego soñando
    y en ese vuelo y en ese sueño
    compartir contigo sol y luna,
    siendo guardián en tu cielo
    y tren de tus ilusiones."
    (Hánjel)





    [Tienes que estar registrado y conectado para ver esa imagen]

    Contenido patrocinado


    CASTRO ALVES (1847-1871) - Página 6 Empty Re: CASTRO ALVES (1847-1871)

    Mensaje por Contenido patrocinado


      Fecha y hora actual: Miér 29 Mar 2023, 14:24