Aires de Libertad

¿Quieres reaccionar a este mensaje? Regístrate en el foro con unos pocos clics o inicia sesión para continuar.

https://www.airesdelibertad.com

Leer, responder, comentar, asegura la integridad del espacio que compartes, gracias por elegirnos y participar

Estadísticas

Nuestros miembros han publicado un total de 1041714 mensajes en 47628 argumentos.

Tenemos 1570 miembros registrados

El último usuario registrado es Siby

¿Quién está en línea?

En total hay 85 usuarios en línea: 3 Registrados, 0 Ocultos y 82 Invitados :: 3 Motores de búsqueda

javier eguílaz, Maria Lua, Ramón Carballal


El record de usuarios en línea fue de 1156 durante el Mar 05 Dic 2023, 16:39

Temas similares

    Últimos temas

    » Concha Zardoya (1914-2004)
    VINICIUS DE MORAES  - Página 33 EmptyHoy a las 13:32 por Pedro Casas Serra

    » ANGELINA GATELL (1926-2017)
    VINICIUS DE MORAES  - Página 33 EmptyHoy a las 13:04 por Pedro Casas Serra

    » Metáfora. Poemas sobre cuadros. Diego Rivera. Hombre cargando alcatraces (1944)
    VINICIUS DE MORAES  - Página 33 EmptyHoy a las 12:29 por Pedro Casas Serra

    » 2014-05-31 ADJETIVOS
    VINICIUS DE MORAES  - Página 33 EmptyHoy a las 11:56 por Pedro Casas Serra

    » Berta Cardoso (Fado Faia)
    VINICIUS DE MORAES  - Página 33 EmptyHoy a las 10:38 por cecilia gargantini

    » POEMAS SIDERALES ( Sol, Luna, Estrellas, Tierra, Naturaleza, Galaxias...)
    VINICIUS DE MORAES  - Página 33 EmptyHoy a las 10:32 por Maria Lua

    » LA POESIA MÍSTICA DEL SUFISMO. LA CONFERENCIA DE LOS PÁJAROS.
    VINICIUS DE MORAES  - Página 33 EmptyHoy a las 10:15 por Maria Lua

    » MAIACOVSKI (1893-1930) Y OTROS POETAS RUSOS, 2
    VINICIUS DE MORAES  - Página 33 EmptyHoy a las 08:26 por Pascual Lopez Sanchez

    » POESÍA INUI (Esquimal) // OTROS PUEBLOAS NATIVOS
    VINICIUS DE MORAES  - Página 33 EmptyHoy a las 07:09 por Pascual Lopez Sanchez

    » 2014-05-29 LAS TRENZAS
    VINICIUS DE MORAES  - Página 33 EmptyHoy a las 03:47 por Pedro Casas Serra

    Mayo 2024

    LunMarMiérJueVieSábDom
      12345
    6789101112
    13141516171819
    20212223242526
    2728293031  

    Calendario Calendario

    Conectarse

    Recuperar mi contraseña

    Galería


    VINICIUS DE MORAES  - Página 33 Empty

    +13
    Evangelina Valdez
    Beatrice
    Lluvia Abril
    isabel nuñez jimenez
    Walter Faila
    Pascual Lopez Sanchez
    cecilia gargantini
    Pedro Casas Serra
    Adriana Pardo (Luia)
    Miguel Garza
    Horacio Oliveira
    Antonietta Valentina
    Juan Martín
    17 participantes

      VINICIUS DE MORAES

      Maria Lua
      Maria Lua
      Administrador-Moderador
      Administrador-Moderador


      Cantidad de envíos : 69349
      Fecha de inscripción : 12/04/2009
      Localización : Nova Friburgo / RJ / Brasil

      VINICIUS DE MORAES  - Página 33 Empty Re: VINICIUS DE MORAES

      Mensaje por Maria Lua Jue 25 Ene 2024, 10:12

      SONETO DE CARTA E MENSAGEM


      “Sim, depois de tanto tempo volto a ti
      Sinto-me exausta e sou mulher e te amo
      Dentro de mim há frutos, há aves, há tempestades
      E apenas em ti há espaço para as consolações.

      “Sim, meus seios vazios me mortificam — e nas noites
      Eles têm ânsias de semente que sente germinar seu broto
      Ah, meu amado! é sobre ti que eu me debruço
      E é como se me debruçasse sobre o infinito!

      “Pesa-me, no entanto, o medo de que me tenhas esquecido
      Ai de mim! que farei sem o meu homem, sem o meu esposo
      Que rios não me levarão de esterilidade e de tristeza?

      “Mulher, para onde caminharei senão para a sombra
      Se tu, oh meu companheiro, não me fecundares
      E não esparzires do teu grão a terra pálida dos lírios?...”


      _________________



      [Tienes que estar registrado y conectado para ver esa imagen]


      "Ser como un verso volando
      o un ciego soñando
      y en ese vuelo y en ese sueño
      compartir contigo sol y luna,
      siendo guardián en tu cielo
      y tren de tus ilusiones."
      (Hánjel)





      [Tienes que estar registrado y conectado para ver esa imagen]
      Maria Lua
      Maria Lua
      Administrador-Moderador
      Administrador-Moderador


      Cantidad de envíos : 69349
      Fecha de inscripción : 12/04/2009
      Localización : Nova Friburgo / RJ / Brasil

      VINICIUS DE MORAES  - Página 33 Empty Re: VINICIUS DE MORAES

      Mensaje por Maria Lua Vie 26 Ene 2024, 19:26

      VIDA E POESIA



      A lua projetava o seu perfil azul
      Sobre os velhos arabescos das flores calmas
      A pequena varanda era como o ninho futuro
      E as ramadas escorriam gotas que não havia.
      Na rua ignorada anjos brincavam de roda...
      — Ninguém sabia, mas nós estávamos ali.
      Só os perfumes teciam a renda da tristeza
      Porque as corolas eram alegres como frutos
      E uma inocente pintura brotava do desenho das cores

      Eu me pus a sonhar o poema da hora.

      E, talvez ao olhar meu rosto exasperado
      Pela ânsia de te ter tão vagamente amiga
      Talvez ao pressentir na carne misteriosa
      A germinação estranha do meu indizível apelo
      Ouvi bruscamente a claridade do teu riso
      Num gorjeio de gorgulhos de água enluarada.
      E ele era tão belo, tão mais belo do que a noite
      Tão mais doce que o mel dourado dos teus olhos
      Que ao vê-lo trilar sobre os teus dentes como um címbalo
      E se escorrer sobre os teus lábios como um suco
      E marulhar entre os teus seios como uma onda
      Eu chorei docemente na concha de minhas mãos vazias
      De que me tivesses possuído antes do amor.




      _________________



      [Tienes que estar registrado y conectado para ver esa imagen]


      "Ser como un verso volando
      o un ciego soñando
      y en ese vuelo y en ese sueño
      compartir contigo sol y luna,
      siendo guardián en tu cielo
      y tren de tus ilusiones."
      (Hánjel)





      [Tienes que estar registrado y conectado para ver esa imagen]
      Maria Lua
      Maria Lua
      Administrador-Moderador
      Administrador-Moderador


      Cantidad de envíos : 69349
      Fecha de inscripción : 12/04/2009
      Localización : Nova Friburgo / RJ / Brasil

      VINICIUS DE MORAES  - Página 33 Empty Re: VINICIUS DE MORAES

      Mensaje por Maria Lua Sáb 27 Ene 2024, 10:21

      A você, com amor



      O amor é o murmúrio da terra
      quando as estrelas se apagam
      e os ventos da aurora vagam
      no nascimento do dia...
      O ridente abandono,
      a rútila alegria
      dos lábios, da fonte
      e da onda que arremete
      do mar...

      O amor é a memória
      que o tempo não mata,
      a canção bem-amada
      feliz e absurda...

      E a música inaudível...

      O silêncio que treme
      e parece ocupar
      o coração que freme
      quando a melodia
      do canto de um pássaro
      parece ficar...

      O amor é Deus em plenitude
      a infinita medida
      das dádivas que vêm
      com o sol e com a chuva
      seja na montanha
      seja na planura
      a chuva que corre
      e o tesouro armazenado
      no fim do arco-íris.


      _________________



      [Tienes que estar registrado y conectado para ver esa imagen]


      "Ser como un verso volando
      o un ciego soñando
      y en ese vuelo y en ese sueño
      compartir contigo sol y luna,
      siendo guardián en tu cielo
      y tren de tus ilusiones."
      (Hánjel)





      [Tienes que estar registrado y conectado para ver esa imagen]
      Maria Lua
      Maria Lua
      Administrador-Moderador
      Administrador-Moderador


      Cantidad de envíos : 69349
      Fecha de inscripción : 12/04/2009
      Localización : Nova Friburgo / RJ / Brasil

      VINICIUS DE MORAES  - Página 33 Empty Re: VINICIUS DE MORAES

      Mensaje por Maria Lua Sáb 27 Ene 2024, 10:22

      Amor


      Vamos brincar, amor? vamos jogar peteca
      Vamos atrapalhar os outros, amor, vamos sair correndo
      Vamos subir no elevador, vamos sofrer calmamente e sem precipitação?
      Vamos sofrer, amor? males da alma, perigos
      Dores de má fama íntimas como as chagas de Cristo
      Vamos, amor? vamos tomar porre de absinto
      Vamos tomar porre de coisa bem esquisita, vamos
      Fingir que hoje é domingo, vamos ver
      O afogado na praia, vamos correr atrás do batalhão?
      Vamos, amor, tomar thé na Cavé com madame de Sevignée
      Vamos roubar laranja, falar nome, vamos inventar
      Vamos criar beijo novo, carinho novo, vamos visitar N. S. do Parto?
      Vamos, amor? vamos nos persuadir imensamente dos acontecimentos
      Vamos fazer neném dormir, botar ele no urinol
      Vamos, amor?
      Porque excessivamente grave é a Vida.


      _________________



      [Tienes que estar registrado y conectado para ver esa imagen]


      "Ser como un verso volando
      o un ciego soñando
      y en ese vuelo y en ese sueño
      compartir contigo sol y luna,
      siendo guardián en tu cielo
      y tren de tus ilusiones."
      (Hánjel)





      [Tienes que estar registrado y conectado para ver esa imagen]
      Maria Lua
      Maria Lua
      Administrador-Moderador
      Administrador-Moderador


      Cantidad de envíos : 69349
      Fecha de inscripción : 12/04/2009
      Localización : Nova Friburgo / RJ / Brasil

      VINICIUS DE MORAES  - Página 33 Empty Re: VINICIUS DE MORAES

      Mensaje por Maria Lua Sáb 27 Ene 2024, 10:23

      Ela entrou como um pássaro no museu de memórias

      Ela entrou como um pássaro no museu de memórias
      E no mosaico em preto e branco pôs-se a brincar de dança.
      Não soube se era um anjo, seus braços magros
      Eram muito brancos para serem asas, mas voava.
      Tinha cabelos inesquecíveis, assim como um nicho barroco
      Onde repousasse uma face de santa de talha inacabada.
      Seus olhos pesavam-lhe, mas não era modéstia
      Era medo de ser amada; vinha de preto
      A boca como uma marca do beijo na face pálida.
      Reclinado; nem tive tempo de a achar bela, já a amava.



      [Tienes que estar registrado y conectado para ver este vínculo]


      _________________



      [Tienes que estar registrado y conectado para ver esa imagen]


      "Ser como un verso volando
      o un ciego soñando
      y en ese vuelo y en ese sueño
      compartir contigo sol y luna,
      siendo guardián en tu cielo
      y tren de tus ilusiones."
      (Hánjel)





      [Tienes que estar registrado y conectado para ver esa imagen]
      Maria Lua
      Maria Lua
      Administrador-Moderador
      Administrador-Moderador


      Cantidad de envíos : 69349
      Fecha de inscripción : 12/04/2009
      Localización : Nova Friburgo / RJ / Brasil

      VINICIUS DE MORAES  - Página 33 Empty Re: VINICIUS DE MORAES

      Mensaje por Maria Lua Dom 28 Ene 2024, 12:32

      ALBA


      Alba, no canteiro dos lírios estão caídas as pétalas de uma rosa cor de sangue
      Que tristeza esta vida, minha amiga...
      Lembras-te quando vínhamos na tarde roxa e eles jaziam puros
      E houve um grande amor no nosso coração pela morte distante?
      Ontem, Alba, sofri porque vi subitamente a nódoa rubra entre a carne pálida ferida
      Eu vinha passando tão calmo, Alba, tão longe da angústia, tão suavizado
      Quando a visão daquela flor gloriosa matando a serenidade dos lírios entrou em mim
      E eu senti correr em meu corpo palpitações desordenadas de luxúria.
      Eu sofri, minha amiga, porque aquela rosa me trouxe a lembrança do teu sexo que eu não via
      Sob a lívida pureza da tua pele aveludada e calma
      Eu sofri porque de repente senti o vento e vi que estava nu e ardente
      E porque era teu corpo dormindo que existia diante de meus olhos.
      Como poderias me perdoar, minha amiga, se soubesses que me aproximei da flor como um perdido
      E a tive desfolhada entre minhas mãos nervosas e senti escorrer de mim o sêmen da minha volúpia?
      Ela está lá, Alba, sobre o canteiro dos lírios, desfeita e cor de sangue
      Que destino nas coisas, minha amiga!
      Lembras-te quando eram só os lírios altos e puros?
      Hoje eles continuam misteriosamente vivendo, altos e trêmulos
      Mas a pureza fugiu dos lírios como o último suspiro dos moribundos
      Ficaram apenas as pétalas da rosa, vivas e rubras como a tua lembrança
      Ficou o vento que soprou nas minhas faces e a terra que eu segurei nas minhas mãos.


      [Tienes que estar registrado y conectado para ver este vínculo]


      _________________



      [Tienes que estar registrado y conectado para ver esa imagen]


      "Ser como un verso volando
      o un ciego soñando
      y en ese vuelo y en ese sueño
      compartir contigo sol y luna,
      siendo guardián en tu cielo
      y tren de tus ilusiones."
      (Hánjel)





      [Tienes que estar registrado y conectado para ver esa imagen]
      Maria Lua
      Maria Lua
      Administrador-Moderador
      Administrador-Moderador


      Cantidad de envíos : 69349
      Fecha de inscripción : 12/04/2009
      Localización : Nova Friburgo / RJ / Brasil

      VINICIUS DE MORAES  - Página 33 Empty Re: VINICIUS DE MORAES

      Mensaje por Maria Lua Miér 31 Ene 2024, 08:27

      SONETO AO INVERNO



      Inverno, doce inverno das manhãs
      Translúcidas, tardias e distantes
      Propício ao sentimento das irmãs
      E ao mistério da carne das amantes:

      Quem és, que transfiguras as maçãs
      Em iluminações dessemelhantes
      E enlouqueces as rosas temporãs
      Rosa-dos-ventos, rosa dos instantes?

      Por que ruflaste as tremulantes asas
      Alma do céu? o amor das coisas várias
      Fez-te migrar - inverno sobre casas!

      Anjo tutelar das luminárias
      Preservador de santas e de estrelas...
      Que importa a noite lúgubre escondê-las?

      Londres, 1939



      [Tienes que estar registrado y conectado para ver este vínculo]


      _________________



      [Tienes que estar registrado y conectado para ver esa imagen]


      "Ser como un verso volando
      o un ciego soñando
      y en ese vuelo y en ese sueño
      compartir contigo sol y luna,
      siendo guardián en tu cielo
      y tren de tus ilusiones."
      (Hánjel)





      [Tienes que estar registrado y conectado para ver esa imagen]
      Maria Lua
      Maria Lua
      Administrador-Moderador
      Administrador-Moderador


      Cantidad de envíos : 69349
      Fecha de inscripción : 12/04/2009
      Localización : Nova Friburgo / RJ / Brasil

      VINICIUS DE MORAES  - Página 33 Empty Re: VINICIUS DE MORAES

      Mensaje por Maria Lua Jue 01 Feb 2024, 08:50


      SONETO DA MADRUGADA



      Pensar que já vivi à sombra escura
      Desse ideal de dor, triste ideal
      Que acima das paixões do bem e do mal
      Colocava a paixão da criatura!

      Pensar que essa paixão, flor de amargura
      Foi uma desventura sem igual
      Uma incapacidade de ternura
      Nunca simples e nunca natural!

      Pensar que a vida se houve de tal sorte
      Com tal zelo e tão íntimo sentido
      Que em mim a vida renasceu da morte!

      Hoje me libertei, povo oprimido
      E por ti viverei meu ódio forte
      Nesse misterioso amor perdido.





      [Tienes que estar registrado y conectado para ver este vínculo]


      _________________



      [Tienes que estar registrado y conectado para ver esa imagen]


      "Ser como un verso volando
      o un ciego soñando
      y en ese vuelo y en ese sueño
      compartir contigo sol y luna,
      siendo guardián en tu cielo
      y tren de tus ilusiones."
      (Hánjel)





      [Tienes que estar registrado y conectado para ver esa imagen]
      Maria Lua
      Maria Lua
      Administrador-Moderador
      Administrador-Moderador


      Cantidad de envíos : 69349
      Fecha de inscripción : 12/04/2009
      Localización : Nova Friburgo / RJ / Brasil

      VINICIUS DE MORAES  - Página 33 Empty Re: VINICIUS DE MORAES

      Mensaje por Maria Lua Vie 02 Feb 2024, 11:15

      SONETO DE VÉSPERA



      Quando chegares e eu te vir chorando
      De tanto te esperar, que te direi?
      E da angústia de amar-te, te esperando
      Reencontrada, como te amarei?

      Que beijo teu de lágrimas terei
      Para esquecer o que vivi lembrando
      E que farei da antiga mágoa quando
      Não puder te dizer por que chorei?

      Como ocultar a sombra em mim suspensa
      Pelo martírio da memória imensa
      Que a distância criou - fria de vida

      Imagem tua que eu compus serena
      Atenta ao meu apelo e à minha pena
      E que quisera nunca mais perdida...



      Oxford, 1939











      [Tienes que estar registrado y conectado para ver este vínculo]


      _________________



      [Tienes que estar registrado y conectado para ver esa imagen]


      "Ser como un verso volando
      o un ciego soñando
      y en ese vuelo y en ese sueño
      compartir contigo sol y luna,
      siendo guardián en tu cielo
      y tren de tus ilusiones."
      (Hánjel)





      [Tienes que estar registrado y conectado para ver esa imagen]
      Maria Lua
      Maria Lua
      Administrador-Moderador
      Administrador-Moderador


      Cantidad de envíos : 69349
      Fecha de inscripción : 12/04/2009
      Localización : Nova Friburgo / RJ / Brasil

      VINICIUS DE MORAES  - Página 33 Empty Re: VINICIUS DE MORAES

      Mensaje por Maria Lua Sáb 03 Feb 2024, 21:31

      A MÚSICA DAS ALMAS


      Le mal est dans le monde comme un esclave qui monte l’eau.
      Claudel


      Na manhã infinita as nuvens surgiram como a loucura numa alma
      E o vento como o instinto desceu os braços das árvores que estrangularam a terra...

      Depois veio a claridade, o grande céu, a paz dos campos...
      Mas nos caminhos todos choravam com os rostos levados para o alto
      Porque a vida tinha misteriosamente passado na tormenta.





      [Tienes que estar registrado y conectado para ver este vínculo]


      _________________



      [Tienes que estar registrado y conectado para ver esa imagen]


      "Ser como un verso volando
      o un ciego soñando
      y en ese vuelo y en ese sueño
      compartir contigo sol y luna,
      siendo guardián en tu cielo
      y tren de tus ilusiones."
      (Hánjel)





      [Tienes que estar registrado y conectado para ver esa imagen]
      Maria Lua
      Maria Lua
      Administrador-Moderador
      Administrador-Moderador


      Cantidad de envíos : 69349
      Fecha de inscripción : 12/04/2009
      Localización : Nova Friburgo / RJ / Brasil

      VINICIUS DE MORAES  - Página 33 Empty Re: VINICIUS DE MORAES

      Mensaje por Maria Lua Dom 04 Feb 2024, 19:42

      VINTE ANOS


      Pela campina as borboletas se amam ao estrépito das asas.
      Tudo quietação de folhas. E um sol frio
      Interiorizando as almas.

      Mergulhado em mim mesmo, com os olhos errando na campina
      Eu me lembro da minha juventude.
      Penso nela como os velhos na mocidade distante:
      — Na minha juventude…

      Eu fui feliz nesse passado grato
      Viviam então em mim forças que já me faltam.
      Possuía a mesma sinceridade nos bons e maus sentimentos.
      Aos frenesis da carne se sucediam os grandes misticismos quietos.
      Era um pequeno condor que ama as alturas
      E tem confiança nas garras.
      Tinha fé em Deus e em mim mesmo
      Confessava-me todo domingo
      E tornava a pecar toda segunda-feira
      Tinha paixão por mulheres casadas
      E fazia sonetos sentimentais e realistas
      Que catalogava num grande livro preto
      A que tinha posto o nome de Fœderis Arca.

      A minha juventude...
      Onde eu seguia ansioso Tartarin pelos Alpes
      E Júlio Verne foi o mais audaz de todos os cérebros...
      Onde Mr. Pickwick era a alegria das noites de frio
      E Athos o mais perfeito de todos os homens...
      A minha juventude
      Onde Cervantes não era o filósofo de D. Quixote...

      A minha juventude
      E a noite passada em claro chorando Jean Valjean que Victor Hugo matara...

      Como vai longe tudo!
      Pesa-me como uma sufocação meus próximos vinte anos
      E esta experiência das coisas que aumenta a cada dia.

      Medo de ser jovem agora e ser ridículo
      Medo da morte futura que a minha juventude desprezava
      Medo de tudo, medo de mim próprio
      Do tédio das vigílias e do tédio dos dias...
      Virá para mim uma velhice como vem para os outros
      Que me dissecará na experiência?

      Da campina verde voaram as borboletas...

      Só a quietação das folhas
      E o meu turbilhão de pensamentos.


      _________________



      [Tienes que estar registrado y conectado para ver esa imagen]


      "Ser como un verso volando
      o un ciego soñando
      y en ese vuelo y en ese sueño
      compartir contigo sol y luna,
      siendo guardián en tu cielo
      y tren de tus ilusiones."
      (Hánjel)





      [Tienes que estar registrado y conectado para ver esa imagen]
      Maria Lua
      Maria Lua
      Administrador-Moderador
      Administrador-Moderador


      Cantidad de envíos : 69349
      Fecha de inscripción : 12/04/2009
      Localización : Nova Friburgo / RJ / Brasil

      VINICIUS DE MORAES  - Página 33 Empty Re: VINICIUS DE MORAES

      Mensaje por Maria Lua Lun 05 Feb 2024, 20:41

      TRECHO


      Quem foi, perguntou o Celo
      Que me desobedeceu?

      Quem foi que entrou no meu reino
      E em meu ouro remexeu?
      Quem foi que pulou meu muro
      E minhas rosas colheu?
      Quem foi, perguntou o Celo
      E a Flauta falou: Fui eu.


      Mas quem foi, a Flauta disse
      Que no meu quarto surgiu?
      Quem foi que me deu um beijo
      E em minha cama dormiu?
      Quem foi que me fez perdida
      E que me desiludiu?
      Quem foi, perguntou a Flauta
      E o velho Celo sorriu.



      [Tienes que estar registrado y conectado para ver este vínculo]


      _________________



      [Tienes que estar registrado y conectado para ver esa imagen]


      "Ser como un verso volando
      o un ciego soñando
      y en ese vuelo y en ese sueño
      compartir contigo sol y luna,
      siendo guardián en tu cielo
      y tren de tus ilusiones."
      (Hánjel)





      [Tienes que estar registrado y conectado para ver esa imagen]
      Maria Lua
      Maria Lua
      Administrador-Moderador
      Administrador-Moderador


      Cantidad de envíos : 69349
      Fecha de inscripción : 12/04/2009
      Localización : Nova Friburgo / RJ / Brasil

      VINICIUS DE MORAES  - Página 33 Empty Re: VINICIUS DE MORAES

      Mensaje por Maria Lua Vie 09 Feb 2024, 17:51

      A IMPOSSÍVEL PARTIDA


      Como poder-te penetrar, ó noite erma, se os meus olhos cegaram nas luzes da cidade
      E se o sangue que corre no meu corpo ficou branco ao contato da carne indesejada?...
      Como poder viver misteriosamente os teus recônditos sentidos
      Se os meus sentidos foram murchando como vão murchando as rosas colhidas
      E se a minha inquietação iria temer a tua eloquência silenciosa?...
      Eu sonhei!... Sonhei cidades desaparecidas nos desertos pálidos
      Sonhei civilizações mortas na contemplação imutável
      Os rios mortos... as sombras mortas... as vozes mortas...
      ...o homem parado, envolto em branco sobre a areia branca e a quietude na face...
      Como poder rasgar, noite, o véu constelado do teu mistério
      Se a minha tez é branca e se no meu coração não mais existem os nervos calmos
      Que sustentavam os braços dos Incas horas inteiras no êxtase da tua visão?...
      Eu sonhei!... Sonhei mundos passando como pássaros
      Luzes voando ao vento como folhas
      Nuvens como vagas afogando luas adolescentes...
      Sons... o último suspiro dos condenados vagando em busca de vida...
      O frêmito lúgubre dos corpos penados girando no espaço...
      Imagens... a cor verde dos perfumes se desmanchando na essência das coisas...
      As virgens das auroras dançando suspensas nas gazes da bruma
      Soprando de manso na boca vermelha dos astros...

      Como poder abrir no teu seio, ó noite erma, o pórtico sagrado do Grande Templo
      Se eu estou preso ao passado como a criança ao colo materno
      E se é preciso adormecer na lembrança boa antes que as mãos desconhecidas me arrebatem?...



      _________________



      [Tienes que estar registrado y conectado para ver esa imagen]


      "Ser como un verso volando
      o un ciego soñando
      y en ese vuelo y en ese sueño
      compartir contigo sol y luna,
      siendo guardián en tu cielo
      y tren de tus ilusiones."
      (Hánjel)





      [Tienes que estar registrado y conectado para ver esa imagen]
      Maria Lua
      Maria Lua
      Administrador-Moderador
      Administrador-Moderador


      Cantidad de envíos : 69349
      Fecha de inscripción : 12/04/2009
      Localización : Nova Friburgo / RJ / Brasil

      VINICIUS DE MORAES  - Página 33 Empty Re: VINICIUS DE MORAES

      Mensaje por Maria Lua Lun 12 Feb 2024, 10:41

      BALADA DAS MENINAS DE BICICLETA



      Meninas de bicicleta
      Que fagueiras pedalais
      Quero ser vosso poeta!
      Ó transitórias estátuas
      Esfuziantes de azul
      Louras com peles mulatas
      Princesas da zona sul:
      As vossas jovens figuras
      Retesadas nos selins
      Me prendem, com serem puras
      Em redondilhas afins.
      Que lindas são vossas quilhas
      Quando as praias abordais!
      E as nervosas panturrilhas
      Na rotação dos pedais:
      Que douradas maravilhas!
      Bicicletai, meninada
      Aos ventos do Arpoador
      Solta a flâmula agitada
      Das cabeleiras em flor
      Uma correndo à gandaia
      Outra com jeito de séria
      Mostrando as pernas sem saia
      Feitas da mesma matéria.
      Permanecei! vós que sois
      O que o mundo não tem mais
      Juventude de maiôs
      Sobre máquinas da paz
      Enxames de namoradas
      Ao sol de Copacabana
      Centauresas transpiradas
      Que o leque do mar abana!
      A vós o canto que inflama
      Os meus trint'anos, meninas
      Velozes massas em chama
      Explodindo em vitaminas.
      Bem haja a vossa saúde
      À humanidade inquieta
      Vós cuja ardente virtude
      Preservais muito amiúde
      Com um selim de bicicleta
      Vós que levais tantas raças
      Nos corpos firmes e crus:
      Meninas, soltai as alças
      Bicicletai seios nus!
      No vosso rastro persiste
      O mesmo eterno poeta
      Um poeta - essa coisa triste
      Escravizada à beleza
      Que em vosso rastro persiste,
      Levando a sua tristeza
      No quadro da bicicleta.



      [Tienes que estar registrado y conectado para ver este vínculo]


      _________________



      [Tienes que estar registrado y conectado para ver esa imagen]


      "Ser como un verso volando
      o un ciego soñando
      y en ese vuelo y en ese sueño
      compartir contigo sol y luna,
      siendo guardián en tu cielo
      y tren de tus ilusiones."
      (Hánjel)





      [Tienes que estar registrado y conectado para ver esa imagen]
      Maria Lua
      Maria Lua
      Administrador-Moderador
      Administrador-Moderador


      Cantidad de envíos : 69349
      Fecha de inscripción : 12/04/2009
      Localización : Nova Friburgo / RJ / Brasil

      VINICIUS DE MORAES  - Página 33 Empty Re: VINICIUS DE MORAES

      Mensaje por Maria Lua Miér 14 Feb 2024, 09:34

      IMITAÇÃO DE RILKE



      Alguém que me espia do fundo da noite
      Com olhos imóveís brilhando na noite
      Me quer.

      Alguém que me espia do fundo da noite
      (Mulher que me ama, perdida na noite?)
      Me chama.

      Alguém que me espia do fundo da noite
      (És tu, Poesia, velando na noite?)
      Me quer.

      Alguém que me espia do fundo da noite
      (Também chega a Morte dos ermos da noite…)
      Quem é?




      [Tienes que estar registrado y conectado para ver este vínculo]


      _________________



      [Tienes que estar registrado y conectado para ver esa imagen]


      "Ser como un verso volando
      o un ciego soñando
      y en ese vuelo y en ese sueño
      compartir contigo sol y luna,
      siendo guardián en tu cielo
      y tren de tus ilusiones."
      (Hánjel)





      [Tienes que estar registrado y conectado para ver esa imagen]
      Maria Lua
      Maria Lua
      Administrador-Moderador
      Administrador-Moderador


      Cantidad de envíos : 69349
      Fecha de inscripción : 12/04/2009
      Localización : Nova Friburgo / RJ / Brasil

      VINICIUS DE MORAES  - Página 33 Empty Re: VINICIUS DE MORAES

      Mensaje por Maria Lua Sáb 17 Feb 2024, 08:37

      TRÊS RESPOSTAS EM FACE DE DEUS


      Familles, je vous hais! foyers clos; portes refermées; possessions jalouses du bonheur.
      A. Gide

      C'est l'ami ni ardent ni faible. L'ami.
      Rimbaud

      …ô Femme, monceau d'entrailles, pitié douce Tu n'est jamais la soeur de charité, jamais
      Rimbaud

      Sim, vós sois... (eu deveria ajoelhar dizendo os vossos nomes!)
      E sem vós quem se mataria no presságio de alguma madrugada?
      À vossa mesa irei murchando para que o vosso vinho vá bebendo
      De minha poesia farei música para que não mais vos firam os seus acentos dolorosos
      Livres as mãos e serei Tântalo — mas o suplício da sede vós o vereis apenas nos meus olhos
      Que adormeceram nas visões das auroras geladas onde o sol de sangue não caminha...

      E vós!... (Oh, o fervor de dizer os vossos nomes angustiados!)
      Deixai correr o vosso sangue eterno sobre as minhas lágrimas de ouro!
      Vós sois o espírito, a alma, a inteligência das coisas criadas
      E a vós eu não rirei — rir é atormentar a tragédia interior que ama o silêncio
      Convosco e contra vós eu vagarei em todos os desertos
      E a mesma águia se alimentará das nossas entranhas tormentosas.

      E vós, serenos anjos... (eu deveria morrer dizendo os vossos nomes!)
      Vós cujos pequenos seios se iluminavam misteriosamente à minha presença silenciosa!
      Vossa lembrança é como a vida que não abandona o espírito no sono
      Vós fostes para mim o grande encontro...
      E vós também, ó árvores de desejo! Vós, a jetatura de Deus enlouquecido
      Vós sereis o demônio em todas as idades.


      _________________



      [Tienes que estar registrado y conectado para ver esa imagen]


      "Ser como un verso volando
      o un ciego soñando
      y en ese vuelo y en ese sueño
      compartir contigo sol y luna,
      siendo guardián en tu cielo
      y tren de tus ilusiones."
      (Hánjel)





      [Tienes que estar registrado y conectado para ver esa imagen]
      Maria Lua
      Maria Lua
      Administrador-Moderador
      Administrador-Moderador


      Cantidad de envíos : 69349
      Fecha de inscripción : 12/04/2009
      Localización : Nova Friburgo / RJ / Brasil

      VINICIUS DE MORAES  - Página 33 Empty Re: VINICIUS DE MORAES

      Mensaje por Maria Lua Lun 19 Feb 2024, 19:49

      BARCAROLA


      Parti-me, trágico, ao meio
      De mim mesmo, na paixão.
      A amiga mostrou-me o seio
      Como uma consolação.

      Dormi-lhe no peito frio
      De um sono sem sonhos, mas
      A carne no desvario
      Da manhã, roubou-me a paz.

      Fugi, temeroso ao gesto
      Do seu receio modesto
      E cálido; enfim, depois

      Pensando a vida adiante
      Vi o remorso distante
      Desse crime de nós dois.


      _________________



      [Tienes que estar registrado y conectado para ver esa imagen]


      "Ser como un verso volando
      o un ciego soñando
      y en ese vuelo y en ese sueño
      compartir contigo sol y luna,
      siendo guardián en tu cielo
      y tren de tus ilusiones."
      (Hánjel)





      [Tienes que estar registrado y conectado para ver esa imagen]
      Maria Lua
      Maria Lua
      Administrador-Moderador
      Administrador-Moderador


      Cantidad de envíos : 69349
      Fecha de inscripción : 12/04/2009
      Localización : Nova Friburgo / RJ / Brasil

      VINICIUS DE MORAES  - Página 33 Empty Re: VINICIUS DE MORAES

      Mensaje por Maria Lua Miér 21 Feb 2024, 19:42

      AZUL E BRANCO




      Concha e cavalo-marinho
      Mote de Pedro Nava


      I

      Massas geométricas
      Em pautas de música
      Plástica e silêncio

      Do espaço criado.

      Concha e cavalo-marinho.

      O mar vos deu em corola
      O céu vos imantou

      Mas a luz refez o equilíbrio.

      Concha e cavalo-marinho.

      Vênus anadiômena
      Multípede e alada
      Os seios azuis
      Dando leite à tarde
      Viu-vos Eupalinos
      No espelho convexo
      Da gota que o orvalho
      Escorreu da noite
      Nos lábios da aurora.

      Concha e cavalo-marinho.

      Pálpebras cerradas
      Ao poder violeta
      Sombras projetadas
      Em mansuetude
      Sublime colóquio
      Da forma com a eternidade.

      Concha e cavalo-marinho.


      II

      Na verde espessura
      Do fundo do mar
      Nasce a arquitetura.

      Da cal das conchas
      Do sumo das algas
      Da vida dos polvos
      Sobre tentáculos
      Do amor dos pólipos
      Que estratifica abóbadas
      Da ávida mucosa
      Das rubras anêmonas
      Que argamassa peixes
      Da salgada célula
      De estranha substância
      Que dá peso ao mar.

      Concha e cavalo-marinho.

      Concha e cavalo-marinho:
      Os ágeis sinuosos
      Que o raio de luz
      Cortando transforma
      Em claves de sol
      E o amor do infinito
      Retifica em hastes
      Antenas paralelas
      Propícias à eterna
      Incursão da música.

      Concha e cavalo-marinho.


      III

      Azul... Azul...

      Azul e Branco
      Azul e Branco
      Azul e Branco
      Azul e Branco
      Azul e Branco
      Azul e Branco
      Azul e Branco
      Azul e Branco
      Azul e Branco
      Azul e Branco
      Azul e Branco
      Azul e Branco
      Azul e Branco
      Azul e Branco

      Concha...
      e cavalo-marinho.





      [Tienes que estar registrado y conectado para ver este vínculo]


      _________________



      [Tienes que estar registrado y conectado para ver esa imagen]


      "Ser como un verso volando
      o un ciego soñando
      y en ese vuelo y en ese sueño
      compartir contigo sol y luna,
      siendo guardián en tu cielo
      y tren de tus ilusiones."
      (Hánjel)





      [Tienes que estar registrado y conectado para ver esa imagen]
      Maria Lua
      Maria Lua
      Administrador-Moderador
      Administrador-Moderador


      Cantidad de envíos : 69349
      Fecha de inscripción : 12/04/2009
      Localización : Nova Friburgo / RJ / Brasil

      VINICIUS DE MORAES  - Página 33 Empty Re: VINICIUS DE MORAES

      Mensaje por Maria Lua Lun 26 Feb 2024, 21:26

      A MAIOR SOLIDÃO É A DO SER QUE NÃO AMA




      A maior solidão é a do ser que não ama. A maior solidão é a dor do ser que se ausenta, que se defende, que se fecha, que se recusa a participar da vida humana.

      A maior solidão é a do homem encerrado em si mesmo, no absoluto de si mesmo,
      o que não dá a quem pede o que ele pode dar de amor, de amizade, de socorro.

      O maior solitário é o que tem medo de amar, o que tem medo de ferir e ferir-se,
      o ser casto da mulher, do amigo, do povo, do mundo. Esse queima como uma lâmpada triste, cujo reflexo entristece também tudo em torno. Ele é a angústia do mundo que o reflete. Ele é o que se recusa às verdadeiras fontes de emoção, as que são o patrimônio de todos, e, encerrado em seu duro privilégio, semeia pedras do alto de sua fria e desolada torre.


      _________________



      [Tienes que estar registrado y conectado para ver esa imagen]


      "Ser como un verso volando
      o un ciego soñando
      y en ese vuelo y en ese sueño
      compartir contigo sol y luna,
      siendo guardián en tu cielo
      y tren de tus ilusiones."
      (Hánjel)





      [Tienes que estar registrado y conectado para ver esa imagen]
      Maria Lua
      Maria Lua
      Administrador-Moderador
      Administrador-Moderador


      Cantidad de envíos : 69349
      Fecha de inscripción : 12/04/2009
      Localización : Nova Friburgo / RJ / Brasil

      VINICIUS DE MORAES  - Página 33 Empty Re: VINICIUS DE MORAES

      Mensaje por Maria Lua Miér 28 Feb 2024, 16:44

      VINICIUS DE MORAES, POETA HACIA UN MUNDO HERMOSO.

      Nacido en el seno de una familia aficionada a la música, de Moraes comenzó a escribir poesía a una edad temprana. A los 14 años se hizo amigo de los hermanos Paulo y Haroldo Tapajós y compuso con este último Loura ou Morena, su primera canción.

      En 1929, comenzó a estudiar derecho en Río de Janeiro. A partir de 1932 escribió las letras de diez canciones que fueron grabadas por los hermanos Tapajós. Cuando finalizó sus estudios, publicó sus libros Caminho para a distância (1933) y Forma e exégese.

      Más tarde (1935) comenzó a trabajar como censor cinematográfico y escribió su tercer libro Ariana, a mulher (1936).

      En 1938 de Moraes se instaló en Inglaterra con una beca concedida por el gobierno inglés en la Universidad de Oxford y escribió Novos Poemas. En 1941 volvió a Río y comenzó a escribir críticas de cine en periódicos y revistas.

      Dos años más tarde se unió al cuerpo diplomático de Brasil y publicó su libro Cinco elegías. En 1946 fue enviado a Los Ángeles como vicecónsul en su primer destino diplomático y publicó su obra Poemas, sonetos y baladas.

      Al principio de 1950, de Moraes volvió a Brasil por la muerte de su padre. Su primer samba (compuesto junto con el músico Antônio Maria) fue Quando tu passas por mim y se publicó en 1953.

      En ese año se trasladó a Francia como segundo secretario de la embajada de Brasil. Su obra de teatro Orfeu da Conceição ganó el Concurso del IV Centenario de São Paulo en 1954.

      Al año siguiente escribió la letra de algunas de las piezas de música de cámara de Cláudio Santoro. En 1959 Marcel Camus lleva al cine Orfeu da Conceição con el título de Orfeo negro.

      En esa época de Moraes entra en contacto con Antonio Carlos Jobim, iniciando una amistad y una colaboración que tiempo después, con la incorporación de João Gilberto daría lugar a un movimiento de renovación en la música brasileña.

      Jobim escribe la música para Se todos fossem iguais a você, Um nome de mulher y otras canciones de la película, grabadas, entre otros, por Luís Bonfá.

      Orfeo negro ganó el Óscar a la mejor película de habla no inglesa, la Palma de Oro en el Festival de Cannes y el premio de la Academia Británica. En ese momento era cónsul en Montevideo. Tras un regreso a sus destinos diplomáticos en Francia y Uruguay, publicó sus obras Livro de sonetos y Novos poemas II.

      En 1958, la cantante Elizeth Cardoso publicó el disco Canção do amor demais, que marcó el comienzo de la bossa-nova. Este disco sólo contiene composiciones del dúo Jobim-de Moraes, o realizadas por sólo uno de los dos (Canção do amor demais, Luciana, Estrada branca, Chega de saudade, Outra vez...), en una producción que también incluía a João Gilberto en las dos últimas pistas.

      Tras ese disco, la carrera de todos ellos recibió un gran impulso. Suele decirse que Chega de saudade es el tema que inaugura la bossa nova.

      En los años sesenta, Vinícius realizó colaboraciones con muchos cantantes y músicos reconocidos en Brasil, en particular con Toquinho (el colaborador más frecuente de De Moraes y uno de sus grandes amigos).

      Sus canciones Para uma menina com uma flor y Samba da bênção (con música de Baden Powell) fueron incluidas en la banda sonora de Un homme et une femme (de Claude Lelouch, 1966), película ganadora del Festival de Cannes.

      Aparte de sus compañeros brasileños, cientos de intérpretes de muchas nacionalidades y estilos han grabado alguna de sus más de 400 canciones.

      Entre ellas, sobresale Garota de Ipanema (con música de Tom Jobim) por la incontable cantidad de interpretaciones, versiones, adaptaciones, traducciones y grabaciones de las cuales ha sido objeto.

      Se estima que es una de las tres canciones más versionadas en la historia de la música contemporánea, junto con Bésame Mucho (de la autoría de la mexicana Consuelo Velázquez) y Yesterday, de Paul McCartney.

      Tal vez sea debido a la circunstancia de que la poesía de Vinicius está íntimamente ligada a la Bossa Nova y la música popular brasileña, aunado a su estilo de vida, que su obra no goza de la consideración que merece dentro de los círculos intelectuales y el mundo de las letras.

      Sin embargo, existen varios poetas, escritores, críticos y ensayistas dentro y fuera de Brasil que lo consideran como uno de los tres mayores exponentes de la poesía en lengua portuguesa.

      Sus poemas logran una armonía y una belleza estética sumamente apreciadas, y el fondo filosófico-romántico en ellos es interpretado como verdaderos atajos para la felicidad. Quizás el mejor ejemplo de lo anterior sea el poema Para viver um grande amor, donde quedan sintetizadas toda la filosofía y la forma poética preferidas por este gran bohemio.

      Mención aparte merece su enorme atracción hacia las mujeres. Todo parece indicar que contrajo matrimonio en siete ocasiones y procreó diez hijos.

      Vinícius de Moraes murió en Río de Janeiro a la edad de 66 años.



      [Tienes que estar registrado y conectado para ver este vínculo]


      _________________



      [Tienes que estar registrado y conectado para ver esa imagen]


      "Ser como un verso volando
      o un ciego soñando
      y en ese vuelo y en ese sueño
      compartir contigo sol y luna,
      siendo guardián en tu cielo
      y tren de tus ilusiones."
      (Hánjel)





      [Tienes que estar registrado y conectado para ver esa imagen]
      Maria Lua
      Maria Lua
      Administrador-Moderador
      Administrador-Moderador


      Cantidad de envíos : 69349
      Fecha de inscripción : 12/04/2009
      Localización : Nova Friburgo / RJ / Brasil

      VINICIUS DE MORAES  - Página 33 Empty Re: VINICIUS DE MORAES

      Mensaje por Maria Lua Lun 04 Mar 2024, 19:21

      CARTA E MENSAGEM


      “Sim, depois de tanto tempo volto a ti
      Sinto-me exausta e sou mulher e te amo
      Dentro de mim há frutos, há aves, há tempestades
      E apenas em ti há espaço para as consolações.

      “Sim, meus seios vazios me mortificam — e nas noites
      Eles têm ânsias de semente que sente germinar seu broto
      Ah, meu amado! é sobre ti que eu me debruço
      E é como se me debruçasse sobre o infinito!

      “Pesa-me, no entanto, o medo de que me tenhas esquecido
      Ai de mim! que farei sem o meu homem, sem o meu esposo
      Que rios não me levarão de esterilidade e de tristeza?

      “Mulher, para onde caminharei senão para a sombra
      Se tu, oh meu companheiro, não me fecundares
      E não esparzires do teu grão a terra pálida dos lírios?...”


      _________________



      [Tienes que estar registrado y conectado para ver esa imagen]


      "Ser como un verso volando
      o un ciego soñando
      y en ese vuelo y en ese sueño
      compartir contigo sol y luna,
      siendo guardián en tu cielo
      y tren de tus ilusiones."
      (Hánjel)





      [Tienes que estar registrado y conectado para ver esa imagen]
      Maria Lua
      Maria Lua
      Administrador-Moderador
      Administrador-Moderador


      Cantidad de envíos : 69349
      Fecha de inscripción : 12/04/2009
      Localización : Nova Friburgo / RJ / Brasil

      VINICIUS DE MORAES  - Página 33 Empty Re: VINICIUS DE MORAES

      Mensaje por Maria Lua Jue 07 Mar 2024, 09:15

      VARIAÇÕES SOBRE O TEMA DA ESSÊNCIA
      (Três movimentos em busca da música)

      C'est aussi simple qu'une phrase musicale.
      Rimbaud

      I
      Foi no instante em que o luar desceu da face do Cristo como um velário
      E na madrugada atenta ouviu-se um choro convulso de criança despertando
      Sem que nada se movesse na treva entrou violentamente pela janela um grande seio branco
      Um grande seio apunhalado de onde escorria um sangue roxo e que pulsava como se possuísse um coração.
      Eu estava estendido, insone, como quem vai morrer — o ar pesava sobre mim como um sudário
      E as ideias tinham misteriosamente retornado às coisas e boiavam como pássaros fora da minha compreensão.
      O grande seio veio do espaço, veio do espaço e ficou batendo no ar como um corpo de pombo
      Veio com o terror que me apertou a garganta para que o
      [mundo não pudesse ouvir meu grito (o mundo! o mundo! o mundo!...)
      Tudo era o instante original, mas eu de nada sabia senão do
      [meu horror e da volúpia que vinha crescendo em minhas pernas
      E que brotava como um lírio impuro e ficava palpitando dentro do ar.
      Era o caos da poesia — eu vivia ali como a pedra despenhada no espaço perfeito
      Mas no olhar que eu lançava dentro de mim, oh, eu sei que
      [havia um grande seio de alabastro pingando sangue e leite
      E que um lírio vermelho hauria desesperadamente como uma boca infantil longe da dor.
      Voavam sobre mim asas cansadas e crepes de luto flutuavam — eu tinha embebido a noite de cansaço
      Eu sentia o branco seio murchar, murchar sem vida e o rubro lírio crescer cheio de seiva
      E o horror sair brandamente pelas janelas e a aragem balançar a imagem do Cristo pra lá e pra cá
      Eu sentia a volúpia dormir ao canto dos galos e o luar pousar agora sobre o papel branco como o seio
      E a aurora vir nascendo sob o meu corpo e ir me levando para as
      [ideias negras, azuis, verdes, rubras, mas também misteriosas.
      Eu me levantei — nos meus dedos os sentidos vivendo, na minha mão um objeto como uma lâmina
      E às cegas eu feri o papel como o seio, enquanto o meu olhar hauria o seio como o lírio.

      O poema desencantado nascia das sombras de Deus...

      II

      Provei as fontes de mel nas cavernas tropicais... (— minha imaginação, enlouquece!)
      Fui perseguido pelas floras carnívoras dos vales torturados e penetrei os rios e cheguei aos bordos do mar fantástico
      Nada me impediu de sonhar a poesia — oh, eu me converti à necessidade do amor primeiro
      E nas correspondências do finito em mim cheguei aos grandes sistemas poéticos do renovamento.
      Só desejei a essência — vi campos de lírios se levantarem da terra e cujas raízes eram ratos brancos em fuga
      Vi-os que corriam para as montanhas e os persegui com a minha ira — subi as
      [escarpas ardentes como se foram virgens
      E quando do mais alto olhei o céu recebi em pleno rosto o vômito das estrelas menstruadas — eternidade!

      O poeta é como a criança que viu a estrela. — Ah, balbucios, palavras entrecortadas e ritmos de berço. De súbito a dor.

      Ai de mim! É como o jovem que sonhando nas janelas azuis, eis que a
      [incompreensão vem e ele entra e atravessa à toa um grande corredor sombrio
      E vai se debruçar na janela do fim que se abre para a nova paisagem e ali estende o seu sofrimento (ele retornará...)
      Movimentos de areia no meu espírito como se fossem nascer cidades esplêndidas — paz! paz!

      Música longínqua penetrando a terra e devolvendo misteriosamente a doçura ao espelho das lâminas e ao brilho dos diamantes. Homens correndo na minha imaginação — por que correm os homens?

      O terrível é pensar que há loucos como eu em todas as estradas
      Os faces-de-lua, seres tristes e vãos, legionários do deserto
      (Não seria ridículo vê-los carregando o sexo enorme às costas como trágicas mochilas — ai! Deixem-me rir...
      Deixem-me rir — por Deus! — que eu me perco em visões que nem sei mais...)

      É Jesus passando pelas ruas de Jerusalém ao peso da cruz. Nos campos e nos montes a poesia das parábolas. Vociferações, ódios, punhos cerrados contra o mistério. Destino.

      Oh, não! Não é a ilusão enganadora nem a palavra vã dos oráculos e dos sonhos
      O poeta mentirá para que o sofrimento dos homens se perpetue.

      E eu diria... “Sonhei as fontes de mel...”

      III

      Do amor como do fruto. (Sonhos dolorosos das ermas madrugadas acordando...)
      Nas savanas a visão dos cactos parados à sombra dos escravos — as negras mãos no ventre luminoso das jazidas
      Do amor como do fruto. (A alma dos sons nos algodoais das velhas lendas...)
      Êxtases da terra às manadas de búfalos passando — ecos vertiginosos das quebradas azuis

      Ô Mighty Lord!

      Os rios, os pinheiros e a luz no olhar dos cães — as raposas brancas no olhar dos caçadores
      Lobos uivando, Yukon! Yukon! Yukon! (Casebres nascendo das montanhas paralisadas...)
      Do amor como da serenidade. Saudade dos vulcões nas lavas de neve descendo os abismos
      Cantos frios de pássaros desconhecidos. (Arco-íris como pórticos de eternidade...)
      Do amor como da serenidade nas planícies infinitas o espírito das asas no vento

      Ô Lord of Peace!

      Do amor como da morte. (Ilhas de gelo ao sabor das correntes...)
      Ursas surgindo da aurora boreal como almas gigantescas do grande-silêncio-branco
      Do amor como da morte. (Gotas de sangue sobre a neve...)
      A vida das focas continuamente se arrastando para o não-sei-onde — cadáveres eternos de heróis longínquos

      Ô Lord of Death!





      [Tienes que estar registrado y conectado para ver este vínculo]


      _________________



      [Tienes que estar registrado y conectado para ver esa imagen]


      "Ser como un verso volando
      o un ciego soñando
      y en ese vuelo y en ese sueño
      compartir contigo sol y luna,
      siendo guardián en tu cielo
      y tren de tus ilusiones."
      (Hánjel)





      [Tienes que estar registrado y conectado para ver esa imagen]
      Maria Lua
      Maria Lua
      Administrador-Moderador
      Administrador-Moderador


      Cantidad de envíos : 69349
      Fecha de inscripción : 12/04/2009
      Localización : Nova Friburgo / RJ / Brasil

      VINICIUS DE MORAES  - Página 33 Empty Re: VINICIUS DE MORAES

      Mensaje por Maria Lua Dom 10 Mar 2024, 07:46

      A CIDADE EM PROGRESSO



      Rio de Janeiro , 2004



      Rio de Janeiro
      (Ideal)
      (fragmento)
      O poeta parte no eterno renovamento.
      Mas seu destino é fugir sempre ao homem que ele traz em si.


      O poeta:
      Eu sonho a poesia dos gestos fisionômicos de um anjo!




      ***********************


      LA CIUDAD EN PROGRESO



      Río de Janeiro, 2004



      Rio de Janeiro
      (Ideal)
      (fragmento)
      El poeta emprende la renovación eterna.
      Pero su destino es escapar siempre del hombre que lleva dentro.


      El poeta:
      ¡Sueño con la poesía de los gestos faciales de un ángel!


      _________________



      [Tienes que estar registrado y conectado para ver esa imagen]


      "Ser como un verso volando
      o un ciego soñando
      y en ese vuelo y en ese sueño
      compartir contigo sol y luna,
      siendo guardián en tu cielo
      y tren de tus ilusiones."
      (Hánjel)





      [Tienes que estar registrado y conectado para ver esa imagen]
      Maria Lua
      Maria Lua
      Administrador-Moderador
      Administrador-Moderador


      Cantidad de envíos : 69349
      Fecha de inscripción : 12/04/2009
      Localización : Nova Friburgo / RJ / Brasil

      VINICIUS DE MORAES  - Página 33 Empty Re: VINICIUS DE MORAES

      Mensaje por Maria Lua Jue 14 Mar 2024, 10:11

      IDADE MÉDIA



      Faze com que tua boca seja para mim água e não vinho
      E faze com que para mim teus seios peras e não cidras...
      Algum dia no teu ventre que eu vejo se estender como uma branca terra fecunda em lírios
      Deixarei a semente de gigantes arianos que atravessarão silenciosamente o Volga
      E que as cabeceiras de seda voando, as lanças de ouro voando, cavalgarão doidamente contra a lua..


      _________________



      [Tienes que estar registrado y conectado para ver esa imagen]


      "Ser como un verso volando
      o un ciego soñando
      y en ese vuelo y en ese sueño
      compartir contigo sol y luna,
      siendo guardián en tu cielo
      y tren de tus ilusiones."
      (Hánjel)





      [Tienes que estar registrado y conectado para ver esa imagen]
      Maria Lua
      Maria Lua
      Administrador-Moderador
      Administrador-Moderador


      Cantidad de envíos : 69349
      Fecha de inscripción : 12/04/2009
      Localización : Nova Friburgo / RJ / Brasil

      VINICIUS DE MORAES  - Página 33 Empty Re: VINICIUS DE MORAES

      Mensaje por Maria Lua Vie 15 Mar 2024, 21:00

      A QUE VEM DE LONGE


      A minha amada veio de leve
      A minha amada veio de longe
      A minha amada veio em silêncio
      Ninguém se iluda.

      A minha amada veio da treva
      Surgiu da noite qual dura estrela
      Sempre que penso no seu martírio
      Morro de espanto.

      A minha amada veio impassível
      Os pés luzindo de luz macia
      Os alvos braços em cruz abertos
      Alta e solene.

      Ao ver-me posto triste e vazio
      Num passo rápido a mim chegou-se
      E com singelo doce ademane
      Roçou-me os lábios.

      Deixei-me preso ao seu rosto grave
      Preso ao seu riso no entanto ausente
      Inconsciente de que chorava
      Sem dar-me conta.

      Depois senti-lhe o tímido tato
      Dos lentos dedos tocar-me o peito
      S as unhas longas se me cravarem
      Profundamente.

      Aprisionado num só meneio
      Ela cobriu-me de seus cabelos
      E os duros lábios no meu pescoço
      Pôs-se a sugar-me.

      Muitas auroras transpareceram
      Do meu crescente ficar exangue
      Enquanto a amada suga-me o sangue
      Que é a luz da vida.


      _________________



      [Tienes que estar registrado y conectado para ver esa imagen]


      "Ser como un verso volando
      o un ciego soñando
      y en ese vuelo y en ese sueño
      compartir contigo sol y luna,
      siendo guardián en tu cielo
      y tren de tus ilusiones."
      (Hánjel)





      [Tienes que estar registrado y conectado para ver esa imagen]
      Maria Lua
      Maria Lua
      Administrador-Moderador
      Administrador-Moderador


      Cantidad de envíos : 69349
      Fecha de inscripción : 12/04/2009
      Localización : Nova Friburgo / RJ / Brasil

      VINICIUS DE MORAES  - Página 33 Empty Re: VINICIUS DE MORAES

      Mensaje por Maria Lua Lun 18 Mar 2024, 09:54

      Ternura





      Eu te peço perdão por te amar de repente

      Embora o meu amor

      seja uma velha canção nos teus ouvidos

      Das horas que passei à sombra dos teus gestos

      Bebendo em tua boca o perfume dos sorrisos

      Das noites que vivi acalentando

      Pela graça indizível

      dos teus passos eternamente fugindo

      Trago a doçura

      dos que aceitam melancolicamente.

      E posso te dizer

      que o grande afeto que te deixo

      Não traz o exaspero das lágrimas

      nem a fascinação das promessas

      Nem as misteriosas palavras

      dos véus da alma...

      É um sossego, uma unção,

      um transbordamento de carícias

      E só te pede que te repouses quieta,

      muito quieta

      E deixes que as mãos cálidas da noite

      encontrem sem fatalidade

      o olhar estático da aurora.


      *************



      Ternura



      Yo te pido perdón por amarte de repente

      Aunque mi amor

      sea una vieja canción en tus oídos

      De las horas que pasé a la sombra de tus gestos

      Bebiendo en tu boca el perfume de las sonrisas

      De las noches que viví arrullando

      Por la gracia indecible

      de tus pasos eternamente huyendo

      Traigo la dulzura

      de los que aceptan melancólicamente.

      Y puedo decirte

      que el gran afecto que te dejo

      No trae la exasperación de las lágrimas

      ni la fascinación de las promesas

      Ni las misteriosas palabras

      de los velos del alma...

      Es un sosiego, una unción,

      un desbordamiento de caricias

      Y sólo te pide que reposes quieta,

      muy quieta

      Y dejes que las manos cálidas de la noche

      encuentren sin fatalidad

      el mirar estático de la aurora.



      _________________



      [Tienes que estar registrado y conectado para ver esa imagen]


      "Ser como un verso volando
      o un ciego soñando
      y en ese vuelo y en ese sueño
      compartir contigo sol y luna,
      siendo guardián en tu cielo
      y tren de tus ilusiones."
      (Hánjel)





      [Tienes que estar registrado y conectado para ver esa imagen]
      Maria Lua
      Maria Lua
      Administrador-Moderador
      Administrador-Moderador


      Cantidad de envíos : 69349
      Fecha de inscripción : 12/04/2009
      Localización : Nova Friburgo / RJ / Brasil

      VINICIUS DE MORAES  - Página 33 Empty Re: VINICIUS DE MORAES

      Mensaje por Maria Lua Miér 20 Mar 2024, 10:13

      ALBA



      Alba, no canteiro dos lírios estão caídas as pétalas de uma rosa cor de sangue
      Que tristeza esta vida, minha amiga...
      Lembras-te quando vínhamos na tarde roxa e eles jaziam puros
      E houve um grande amor no nosso coração pela morte distante?
      Ontem, Alba, sofri porque vi subitamente a nódoa rubra entre a carne pálida ferida
      Eu vinha passando tão calmo, Alba, tão longe da angústia, tão suavizado
      Quando a visão daquela flor gloriosa matando a serenidade dos lírios entrou em mim
      E eu senti correr em meu corpo palpitações desordenadas de luxúria.
      Eu sofri, minha amiga, porque aquela rosa me trouxe a lembrança do teu sexo que eu não via
      Sob a lívida pureza da tua pele aveludada e calma
      Eu sofri porque de repente senti o vento e vi que estava nu e ardente
      E porque era teu corpo dormindo que existia diante de meus olhos.
      Como poderias me perdoar, minha amiga, se soubesses que me aproximei da flor como um perdido
      E a tive desfolhada entre minhas mãos nervosas e senti escorrer de mim o sêmen da minha volúpia?
      Ela está lá, Alba, sobre o canteiro dos lírios, desfeita e cor de sangue
      Que destino nas coisas, minha amiga!
      Lembras-te quando eram só os lírios altos e puros?
      Hoje eles continuam misteriosamente vivendo, altos e trêmulos
      Mas a pureza fugiu dos lírios como o último suspiro dos moribundos
      Ficaram apenas as pétalas da rosa, vivas e rubras como a tua lembrança
      Ficou o vento que soprou nas minhas faces e a terra que eu segurei nas minhas mãos.




      [Tienes que estar registrado y conectado para ver este vínculo]


      _________________



      [Tienes que estar registrado y conectado para ver esa imagen]


      "Ser como un verso volando
      o un ciego soñando
      y en ese vuelo y en ese sueño
      compartir contigo sol y luna,
      siendo guardián en tu cielo
      y tren de tus ilusiones."
      (Hánjel)





      [Tienes que estar registrado y conectado para ver esa imagen]
      Maria Lua
      Maria Lua
      Administrador-Moderador
      Administrador-Moderador


      Cantidad de envíos : 69349
      Fecha de inscripción : 12/04/2009
      Localización : Nova Friburgo / RJ / Brasil

      VINICIUS DE MORAES  - Página 33 Empty Re: VINICIUS DE MORAES

      Mensaje por Maria Lua Dom 24 Mar 2024, 15:21




      CANÇÃO DO AMOR DEMAIS





      Vinicius de Moraes, Antonio Carlos Jobim

      Quero chorar porque te amei demais 
      Quero morrer porque me deste a vida 

      Oh, meu amor, será que nunca hei de ter paz 
      Será que tudo que há em mim 
      Só quer sentir saudade 

      E já nem sei o que vai ser de mim 
      Tudo me diz que amar será meu fim 

      Que desespero traz o amor! 
      Eu nem sabia o que era o amor 
      Agora sei porque não sou feliz



      ********************






      Canción del demasiado amor


      Quiero llorar porque te amé demasiado,
      quiero morir porque me diste la vida,
      ay, amor mío, ¿será que nunca he de tener paz?
      Será que todo lo que hay en mí
      sólo quiere decir saudade...
      Y ya ni sé lo que va a ser de mí,
      todo me dice que amar será mi fin...
      Qué desespero trae el amor,
      yo que no sabía lo que era el amor,
      ahora lo sé porque no soy feliz.





      Versión de César Conto











      _________________



      [Tienes que estar registrado y conectado para ver esa imagen]


      "Ser como un verso volando
      o un ciego soñando
      y en ese vuelo y en ese sueño
      compartir contigo sol y luna,
      siendo guardián en tu cielo
      y tren de tus ilusiones."
      (Hánjel)





      [Tienes que estar registrado y conectado para ver esa imagen]
      Maria Lua
      Maria Lua
      Administrador-Moderador
      Administrador-Moderador


      Cantidad de envíos : 69349
      Fecha de inscripción : 12/04/2009
      Localización : Nova Friburgo / RJ / Brasil

      VINICIUS DE MORAES  - Página 33 Empty Re: VINICIUS DE MORAES

      Mensaje por Maria Lua Mar 26 Mar 2024, 20:23

      SONETO À LUA


      Por que tens, por que tens olhos escuros
      E mãos lânguidas, loucas e sem fim
      Quem és, quem és tu, não eu, e estás em mim
      Impuro, como o bem que está nos puros?

      Que paixão fez-te os lábios tão maduros
      Num rosto como o teu criança assim
      Quem te criou tão boa para o ruim
      E tão fatal para os meus versos duros?

      Fugaz, com que direito tens-me presa
      A alma que por ti soluça nua
      E não és Tatiana e nem Teresa:

      E és tampouco a mulher que anda na rua
      Vagabunda, patética, indefesa
      Ó minha branca e pequenina lua!

      Rio, 1938



      *********************



      SONETO A LA LUNA


      ¿Por qué, por qué tienes los ojos oscuros?
      Y manos lánguidas, locas y sin fin
      ¿Quién eres, quién eres tú, no yo, y estás en mí?
      ¿Impuro, como el bien que está en el puro?

      Que pasión hizo tus labios tan maduros
      En una cara como la tuya, tan de niña
      Quien te crió tan buena para el mal
      ¿Y tan fatal para mis duros versos?

      Fugaz con que derecho me tienes aprisionado
      El alma que llora por ti desnuda
      Y no eres Tatiana o Teresa:

      Y tampoco eres la mujer que anda por la calle
      Vagabunda, patética, indefensa
      ¡Oh mi blanca y pequeñita Luna!


      _________________



      [Tienes que estar registrado y conectado para ver esa imagen]


      "Ser como un verso volando
      o un ciego soñando
      y en ese vuelo y en ese sueño
      compartir contigo sol y luna,
      siendo guardián en tu cielo
      y tren de tus ilusiones."
      (Hánjel)





      [Tienes que estar registrado y conectado para ver esa imagen]
      Maria Lua
      Maria Lua
      Administrador-Moderador
      Administrador-Moderador


      Cantidad de envíos : 69349
      Fecha de inscripción : 12/04/2009
      Localización : Nova Friburgo / RJ / Brasil

      VINICIUS DE MORAES  - Página 33 Empty Re: VINICIUS DE MORAES

      Mensaje por Maria Lua Miér 27 Mar 2024, 22:03

      ALLEGRO


      Sente como vibra
      Doidamente em nós
      Um vento feroz
      Estorcendo a fibra

      Dos caules informes
      E as plantas carnívoras
      De bocas enormes
      Lutam contra as víboras

      E os rios soturnos
      Ouve como vazam
      A água corrompida

      E as sombras se casam
      Nos raios noturnos
      Da lua perdida.




      Oxford, 1939


      _________________



      [Tienes que estar registrado y conectado para ver esa imagen]


      "Ser como un verso volando
      o un ciego soñando
      y en ese vuelo y en ese sueño
      compartir contigo sol y luna,
      siendo guardián en tu cielo
      y tren de tus ilusiones."
      (Hánjel)





      [Tienes que estar registrado y conectado para ver esa imagen]

      Contenido patrocinado


      VINICIUS DE MORAES  - Página 33 Empty Re: VINICIUS DE MORAES

      Mensaje por Contenido patrocinado


        Fecha y hora actual: Jue 09 Mayo 2024, 13:42