Aires de Libertad

¿Quieres reaccionar a este mensaje? Regístrate en el foro con unos pocos clics o inicia sesión para continuar.

https://www.airesdelibertad.com

Leer, responder, comentar, asegura la integridad del espacio que compartes, gracias por elegirnos y participar

Estadísticas

Nuestros miembros han publicado un total de 1040478 mensajes en 47586 argumentos.

Tenemos 1569 miembros registrados

El último usuario registrado es Mara

¿Quién está en línea?

En total hay 163 usuarios en línea: 2 Registrados, 0 Ocultos y 161 Invitados :: 3 Motores de búsqueda

cecilia gargantini, Maria Lua


El record de usuarios en línea fue de 1156 durante el Mar Dic 05, 2023 4:39 pm

Últimos temas

» : POEMAS SIDERALES II: Sol, Luna, Estrellas, Tierra, Naturaleza, Galaxias...
MARIO QUINTANA    - Página 29 EmptyHoy a las 6:28 pm por cecilia gargantini

» POETAS LATINOAMERICANOS
MARIO QUINTANA    - Página 29 EmptyHoy a las 6:24 pm por Maria Lua

» 2013-08-29 ¡BUENOS DÍAS, ERNESTO!
MARIO QUINTANA    - Página 29 EmptyHoy a las 6:21 pm por cecilia gargantini

» LITERATURA AFRICANA - POESÍA AFRICANA
MARIO QUINTANA    - Página 29 EmptyHoy a las 6:19 pm por Maria Lua

» XI. SONETOS POETAS ESPAÑOLES SIGLO XX (VI)
MARIO QUINTANA    - Página 29 EmptyHoy a las 6:14 pm por cecilia gargantini

» AFFONSO ROMANO DE SANTA'ANNA (1937-
MARIO QUINTANA    - Página 29 EmptyHoy a las 6:11 pm por Maria Lua

» ADONIS (Ali Ahmad Said) (1930-
MARIO QUINTANA    - Página 29 EmptyHoy a las 5:26 pm por Maria Lua

» Khalil Gibran (1883-1931)
MARIO QUINTANA    - Página 29 EmptyHoy a las 5:14 pm por Maria Lua

» HERMANN HESSE (1877-1962)
MARIO QUINTANA    - Página 29 EmptyHoy a las 5:08 pm por Maria Lua

» Luís Vaz de Camões (c.1524-1580)
MARIO QUINTANA    - Página 29 EmptyHoy a las 4:55 pm por Maria Lua

Abril 2024

LunMarMiérJueVieSábDom
1234567
891011121314
15161718192021
22232425262728
2930     

Calendario Calendario

Conectarse

Recuperar mi contraseña

Galería


MARIO QUINTANA    - Página 29 Empty

+14
Lluvia Abril
Adriana Pardo (Luia)
Pascual Lopez Sanchez
cecilia gargantini
Ana María Di Bert
Samara Acosta
Simon Abadia
Marusa F.Macias
Evangelina Valdez
Carmen Parra
Pedro Casas Serra
Andrea Diaz
Walter Faila
Juan Martín
18 participantes

    MARIO QUINTANA

    Maria Lua
    Maria Lua
    Administrador-Moderador
    Administrador-Moderador


    Cantidad de envíos : 69021
    Fecha de inscripción : 12/04/2009
    Localización : Nova Friburgo / RJ / Brasil

    MARIO QUINTANA    - Página 29 Empty Re: MARIO QUINTANA

    Mensaje por Maria Lua Lun Jun 12, 2023 8:53 pm

    XVII

    Da vez primeira em que me assassinaram
    Perdi um jeito de sorrir que eu tinha...
    Depois, de cada vez que me mataram,
    Foram levando qualquer coisa minha...

    E hoje, dos meus cadáveres, eu sou
    O mais desnudo, o que não tem mais nada...
    Arde um toco de vela, amarelada...
    Como o único bem que me ficou!

    Vinde, corvos, chacais, ladrões da estrada!
    Ah! desta mão, avaramente adunca,
    Ninguém há de arrancar-me a luz sagrada!

    Aves da Noite! Asas do Horror! Voejai!
    Que a luz, trêmula e triste como um ai,
    A luz do morto não se apaga nunca!


    XVIII (a F. Soares Coelho)

    Esses inquietos ventos andarilhos
    Passam e dizem: "Vamos caminhar.
    Nós conhecemos misteriosos trilhos,
    Bosques antigos onde é bom cismar...

    E há tantas virgens a sonhar idílios!
    E tu não vieste, sob a paz lunar,
    Beijar os seus entrefechados cílios
    E as dolorosas bocas a ofegar..."

    Os ventos vêm e batem-me à janela:
    "A tua vida, que fizeste dela?"
    E chega a morte: "Anda! Vem dormir...

    Faz tanto frio... E é tão macia a cama..."
    Mas toda a longa noite inda hei de ouvir
    A inquieta voz dos ventos que me chama!...


    XIX (a Moysés Vellinho)

    Minha morte nasceu quando eu nasci.
    Despertou, balbuciou, cresceu comigo...
    E dançamos de roda ao luar amigo
    Na pequenina rua em que vivi.

    Já não tem mais aquele jeito antigo
    De rir e que, ai de mim, também perdi!
    Mas inda agora a estou sentindo aqui,
    Grave e boa, a escutar o que lhe digo:

    Tu que és a minha doce Prometida,
    Nem sei quando serão as nossas bodas,
    Se hoje mesmo... ou no fim de longa vida...

    E as horas lá se vão, loucas ou tristes...
    Mas é tão bom, em meio às horas todas,
    Pensar em ti... saber que tu existes!





    [Tienes que estar registrado y conectado para ver este vínculo]


    _________________



    [Tienes que estar registrado y conectado para ver esa imagen]


    "Ser como un verso volando
    o un ciego soñando
    y en ese vuelo y en ese sueño
    compartir contigo sol y luna,
    siendo guardián en tu cielo
    y tren de tus ilusiones."
    (Hánjel)





    [Tienes que estar registrado y conectado para ver esa imagen]
    Maria Lua
    Maria Lua
    Administrador-Moderador
    Administrador-Moderador


    Cantidad de envíos : 69021
    Fecha de inscripción : 12/04/2009
    Localización : Nova Friburgo / RJ / Brasil

    MARIO QUINTANA    - Página 29 Empty Re: MARIO QUINTANA

    Mensaje por Maria Lua Mar Jun 13, 2023 9:00 pm

    XX (a Athos Damasceno Ferreira)

    Estou sentado sobre a minha mala
    No velho bergantim desmantelado...
    Quanto tempo, meu Deus, malbaratado
    Em tanta inútil, misteriosa escala!

    Joguei a minha bússola quebrada
    Às águas fundas... E afinal sem norte,
    Como o velho Sindbad de alma cansada
    Eu nada mais desejo, nem a morte...

    Delícia de ficar deitado ao fundo
    Do barco, a vos olhar, velas paradas!
    Se em toda parte é sempre o Fim do Mundo

    Pra que partir? Sempre se chega, enfim...
    Pra que seguir empós das alvoradas
    Se, por si mesmas, elas vêm a mim?


    XXI (aos amigos mortos)

    Gadêa... Pelichek... Sebastião...
    Lobo Alvim... Ah, meus velhos camaradas!
    Aonde foram vocês? Onde é que estão
    Aquelas nossas ideais noitadas?

    Fiquei sozinho... Mas não creio, não,
    Estejam nossas almas separadas!
    Às vezes sinto aqui, nestas calçadas,
    O passo amigo de vocês... E então

    Não me constranjo de sentir-me alegre,
    De amar a vida assim, por mais que ela nos minta...
    E no meu romantismo vagabundo

    Eu sei que nestes céus de Porto Alegre
    É para nós que inda São Pedro pinta
    Os mais belos crepúsculos do mundo!...


    XXII

    Vontade de escrever quatorze versos...
    Pobre do Poeta!... É só pra disfarçar...
    Andam por tudo signos diversos
    Impossíveis da gente decifrar.

    Quem sabe lá que estranhos universos
    Que navios começaram a afundar...
    Olha! os meus dedos, no nevoeiro imersos,
    Diluíram-se... Escusado navegar!

    Barca perdida que não sabe o porto,
    Carregada de cântaros vazios...
    Oh! dá-me a tua mão, Amigo Morto!

    Que procuravas, solitário e triste?
    Vamos andando entre os nevoeiros frios...
    Vamos andando... Nada mais existe!...





    [Tienes que estar registrado y conectado para ver este vínculo]


    _________________



    [Tienes que estar registrado y conectado para ver esa imagen]


    "Ser como un verso volando
    o un ciego soñando
    y en ese vuelo y en ese sueño
    compartir contigo sol y luna,
    siendo guardián en tu cielo
    y tren de tus ilusiones."
    (Hánjel)





    [Tienes que estar registrado y conectado para ver esa imagen]
    Maria Lua
    Maria Lua
    Administrador-Moderador
    Administrador-Moderador


    Cantidad de envíos : 69021
    Fecha de inscripción : 12/04/2009
    Localización : Nova Friburgo / RJ / Brasil

    MARIO QUINTANA    - Página 29 Empty Re: MARIO QUINTANA

    Mensaje por Maria Lua Jue Jun 15, 2023 5:24 pm

    XXIII

    Cidadezinha cheia de graça...
    Tão pequenina que até causa dó!
    Com seus burricos a pastar na praça...
    Sua igrejinha de uma torre só...

    Nuvens que venham, nuvens e asas,
    Não param nunca nem um segundo...
    E fica a torre, sobre as velhas casas,
    Fica cismando como é vasto o mundo!...

    Eu que de longe venho perdido,
    Sem pouso fixo (a triste sina!)
    Ah, quem me dera ter lá nascido!

    Lá toda a vida pode morar!
    Cidadezinha... Tão pequenina
    Que toda cabe num só olhar...


    XXIV (a Lino de Melo e Silva)

    A ciranda rodava no meio do mundo,
    No meio do mundo a ciranda rodava.
    E quando a ciranda parava um segundo,
    Um grilo, sozinho no mundo, cantava...

    Dali a três quadras o mundo acabava.
    Dali a três quadras, num valo profundo...
    Bem junto com a rua o mundo acabava.
    Rodava a ciranda no meio do mundo...

    E Nosso Senhor era ali que morava,
    Por trás das estrelas, cuidando o seu mundo...
    E quando a ciranda por fim terminava

    E o silêncio, em tudo, era mais profundo,
    Nosso Senhor esperava... esperava...
    Cofiando as suas barbas de Pedro Segundo.


    XXV (a Ovídio Chaves)

    Ninguém foi ver se era ou se não era.
    E isto aconteceu lá no tempo da Era.
    Mas, no teu quarto havia, mesmo, uma Chymera.
    De bronze? De verdade? Ora! Que importa?

    Foi quando Quem Será bateu à tua porta.
    "Entre, Senhor, que eu já estava à sua espera..."
    (Naquele tempo, amigo, a tua vida era
    Como uma pobre borboleta morta!)

    E Quem Será cumprimentou, falou
    De coisas e de coisas e de coisas,
    Bonitas umas, tristes outras como loisas...

    E todo o tempo em que ele nos falou,
    A Chymera a cismar: "Como é que Deus deixou
    Haver, por trás do Sonho, tantas, tantas coisas?"





    [Tienes que estar registrado y conectado para ver este vínculo]


    _________________



    [Tienes que estar registrado y conectado para ver esa imagen]


    "Ser como un verso volando
    o un ciego soñando
    y en ese vuelo y en ese sueño
    compartir contigo sol y luna,
    siendo guardián en tu cielo
    y tren de tus ilusiones."
    (Hánjel)





    [Tienes que estar registrado y conectado para ver esa imagen]
    Maria Lua
    Maria Lua
    Administrador-Moderador
    Administrador-Moderador


    Cantidad de envíos : 69021
    Fecha de inscripción : 12/04/2009
    Localización : Nova Friburgo / RJ / Brasil

    MARIO QUINTANA    - Página 29 Empty Re: MARIO QUINTANA

    Mensaje por Maria Lua Sáb Jun 17, 2023 7:42 pm

    XXVI

    Deve haver tanta coisa desabada
    Lá dentro... Mas não sei... É bom ficar
    Aqui, bebendo um chope no meu bar...
    E tu, deixa-me em paz, Alma Penada!

    Não quero ouvir essa interior balada...
    Saudade... amor... cantigas de ninar...
    Sei que lá dentro apenas sopra um ar
    De morte... Não, não sei! não sei mais nada!...

    Manchas de sangue inda por lá ficaram,
    Em cada sala em que me assassinaram...
    Pra que lembrar essa medonha história?

    Eis-me aqui, recomposto, sem um ai.
    Sou o meu próprio Frankenstein — olhai!
    O belo monstro ingênuo e sem memória...


    XXVII

    Quando a luz estender a roupa nos telhados
    E for todo o horizonte um frêmito de palmas
    E junto ao leito fundo nossas duas almas
    Chamarem nossos corpos nus, entrelaçados,

    Seremos, na manhã, duas máscaras calmas
    E felizes, de grandes olhos claros e rasgados...
    Depois, volvendo ao sol as nossas quatro palmas,
    Encheremos o céu de vôos encantados!...

    E as rosas da Cidade inda serão mais rosas,
    Serão todos felizes, sem saber por quê...
    Até os cegos, os entrevadinhos... E

    Vestidos, contra o azul, de tons vibrantes e violentos,
    Nós improvisaremos danças espantosas
    Sobre os telhados altos, entre o fumo e os cata-ventos!


    XXVIII

    Sobre a coberta o lívido marfim
    Dos meus dedos compridos, amarelos...
    Fora, um realejo toca para mim
    Valsas antigas, velhos ritornelos.

    E esquecido que vou morrer enfim,
    Eu me distraio a construir castelos...
    Tão altos sempre... cada vez mais belos!...
    Nem Dom Quixote teve morte assim...

    Mas que ouço? Quem será que está chorando?
    Se soubésseis o quanto isto me enfada!
    ..E eu fico a olhar o céu pela janela...

    Minh'alma louca há de sair cantando
    Naquela nuvem que lá está parada
    E mais parece um lindo barco a vela!...





    [Tienes que estar registrado y conectado para ver este vínculo]


    _________________



    [Tienes que estar registrado y conectado para ver esa imagen]


    "Ser como un verso volando
    o un ciego soñando
    y en ese vuelo y en ese sueño
    compartir contigo sol y luna,
    siendo guardián en tu cielo
    y tren de tus ilusiones."
    (Hánjel)





    [Tienes que estar registrado y conectado para ver esa imagen]
    Maria Lua
    Maria Lua
    Administrador-Moderador
    Administrador-Moderador


    Cantidad de envíos : 69021
    Fecha de inscripción : 12/04/2009
    Localización : Nova Friburgo / RJ / Brasil

    MARIO QUINTANA    - Página 29 Empty Re: MARIO QUINTANA

    Mensaje por Maria Lua Miér Jun 21, 2023 10:36 pm

    XXIX (para o Sebastião)

    Olha! Eu folheio o nosso Livro Santo...
    Lembras-te? O "Só"! Que vida, aquela vida...
    Vivíamos os dois na Torre de Anto...
    Torre tão alta... em pleno azul erguida!...

    O resto, que importava?... E no entretanto
    Tu deixaste a leitura interrompida...
    E em vão, nos versos que tu lias tanto,
    Inda procuro a tua voz perdida...

    E continuo a ler, nessa ilusão
    De que talvez me estejas escutando...
    Porém tu dormes... Que dormir profundo!

    E os pobres versos do Anto lá se vão...
    Um por um... como folhas... despencando...
    Sobre as águas tristonhas do Outro Mundo...


    XXX

    Rechinam meus sapatos rua em fora.
    Tão leve estou que já nem sombra tenho
    E há tantos anos de tão longe venho
    Que nem me lembro de mais nada agora!

    Tinha um surrão todo de penas cheio...
    Um peso enorme para carregar!
    Porém as penas, quando o vento veio,
    Penas que eram... esvoaçaram no ar...

    Todo de Deus me iluminei então.
    Que os Doutores Sutis se escandalizem:
    "Como é possível sem doutrinação?!"

    Mas entendem-me o Céu e as criancinhas.
    E ao ver-me assim, num poste as andorinhas:
    "Olha! É o Idiota desta Aldeia!" dizem...


    XXXI

    É outono. E é Verlaine... O Velho Outono
    Ou o Velho Poeta atira-me à janela
    Uma das muitas folhas amarelas
    De que ele é o dispersivo dono...

    E há uns salgueiros a pender de sono
    Sobre um fundo de pálida aquarela.
    E há (está previsto) este abandono...
    Ó velhas rimas! É acabar com elas!

    Mas o Outono apanha-as... E, sutil,
    Com o rosto a rir-se em rugazinhas mil,
    Toca de novo o seu fatal motivo:

    Um quê de melancólico e solene
    — E para todo o sempre evocativo —
    Na frauta enferrujada de Verlaine...




    [Tienes que estar registrado y conectado para ver este vínculo]


    _________________



    [Tienes que estar registrado y conectado para ver esa imagen]


    "Ser como un verso volando
    o un ciego soñando
    y en ese vuelo y en ese sueño
    compartir contigo sol y luna,
    siendo guardián en tu cielo
    y tren de tus ilusiones."
    (Hánjel)





    [Tienes que estar registrado y conectado para ver esa imagen]
    Maria Lua
    Maria Lua
    Administrador-Moderador
    Administrador-Moderador


    Cantidad de envíos : 69021
    Fecha de inscripción : 12/04/2009
    Localización : Nova Friburgo / RJ / Brasil

    MARIO QUINTANA    - Página 29 Empty Re: MARIO QUINTANA

    Mensaje por Maria Lua Lun Jun 26, 2023 4:57 pm

    XXXII (a Pedro Wayne)

    Nem sabes como foi aquele dia...
    Uma reunião em suma tão vulgar!
    Tu caíste em estado de poesia
    Quando o Sr. Prefeito ia falar...

    O mal sagrado! Que remédio havia?!
    E como para nunca mais voltar,
    Lá te foste na tarde de elegia,
    Por essas ruas a perambular.

    Paraste enfim junto a um salgueiro doente,
    Um salgueiro que espiava sobre o rio
    A primeira estrelinha... E, longamente,

    Também ficaste à espera (quanta ânsia!)...
    Mas a estrelinha, como um sonho, abriu,
    Longe, no céu azul da tua infância!


    XXXIII (a Reynaldo Moura)

    Que bom ficar assim, horas inteiras,
    Fumando... e olhando as lentas espirais...
    Enquanto, fora, cantam os beirais
    A baladilha ingênua das goteiras

    E vai a Névoa, a bruxa silenciosa,
    Transformando a Cidade, mais e mais,
    Nessa Londres longínqua, misteriosa
    Das poéticas novelas policiais...

    Que bom, depois, sair por essas ruas,
    Onde os lampiões, com sua luz febrenta,
    São sóis enfermos a fingir de luas...

    Sair assim (tudo esquecer talvez!)
    E ir andando, pela névoa lenta,
    Com a displicência de um fantasma inglês...


    XXXIV

    Lá onde a luz do último lampião
    Uns tristes charcos alumia embalde,
    Moram, numa infinita solidão,
    As estrelinhas quietas do arrabalde...

    Na cidade, quem é que atenta nelas,
    Na sua história anônima, escondida?
    São menininhas pobres às janelas,
    Olhando inutilmente para a vida...

    Quando ao Centro descemos à noitinha,
    Penso às vezes o quanto essas meninas
    No seu desejo triste hão de sofrer

    Ao ver os bondes que, do fim da linha,
    Partem, iluminados como vitrinas,
    Para a doida Cidade do Prazer!...


    XXXV

    Quando eu morrer e no frescor de lua
    Da casa nova me quedar a sós,
    Deixai-me em paz na minha quieta rua...
    Nada mais quero com nenhum de vós!

    Quero é ficar com alguns poemas tortos
    Que andei tentando endireitar em vão...
    Que lindo a Eternidade, amigos mortos,
    Para as torturas lentas da Expressão!...

    Eu levarei comigo as madrugadas,
    Pôr-de-sóis, algum luar, asas em bando,
    Mais o rir das primeiras namoradas...

    E um dia a morte há de fitar com espanto
    Os fios de vida que eu urdi, cantando,
    Na orla negra do seu negro manto...




    [Tienes que estar registrado y conectado para ver este vínculo]


    _________________



    [Tienes que estar registrado y conectado para ver esa imagen]


    "Ser como un verso volando
    o un ciego soñando
    y en ese vuelo y en ese sueño
    compartir contigo sol y luna,
    siendo guardián en tu cielo
    y tren de tus ilusiones."
    (Hánjel)





    [Tienes que estar registrado y conectado para ver esa imagen]
    Maria Lua
    Maria Lua
    Administrador-Moderador
    Administrador-Moderador


    Cantidad de envíos : 69021
    Fecha de inscripción : 12/04/2009
    Localización : Nova Friburgo / RJ / Brasil

    MARIO QUINTANA    - Página 29 Empty Re: MARIO QUINTANA

    Mensaje por Maria Lua Vie Jun 30, 2023 12:47 pm

    A construção


    Eles ergueram a Torre de Babel
    para escalar o Céu.
    Mas Deus não estava lá!
    Estava ali mesmo, entre eles,
    ajudando a construir a torre.




    La construcción

    Construyeron la Torre de Babel
    para escalar al cielo.
    ¡Pero Dios no estaba allí!
    Estaba justo ahí, entre ellos,
    ayudando a construir la torre.


    _________________



    [Tienes que estar registrado y conectado para ver esa imagen]


    "Ser como un verso volando
    o un ciego soñando
    y en ese vuelo y en ese sueño
    compartir contigo sol y luna,
    siendo guardián en tu cielo
    y tren de tus ilusiones."
    (Hánjel)





    [Tienes que estar registrado y conectado para ver esa imagen]
    Maria Lua
    Maria Lua
    Administrador-Moderador
    Administrador-Moderador


    Cantidad de envíos : 69021
    Fecha de inscripción : 12/04/2009
    Localización : Nova Friburgo / RJ / Brasil

    MARIO QUINTANA    - Página 29 Empty Re: MARIO QUINTANA

    Mensaje por Maria Lua Dom Jul 02, 2023 11:26 am

    Segunda canción de muy lejos

    Había un corredor que hacía ángulo:
    Un misterio encanalando con otro misterio, en lo oscuro...
    Pero vamos a cerrar los ojos
    Y pensar en una otra cosa...

    Vamos a oír el ruido cantado, el ruido arrastrado por las corrientes en el aljibe,
    Empujando el agua fresca y profunda.
    Había en el arco del aljibe trepadoras trémulas.
    Nosotros nos inclinábamos en el borde, gritando los nombres de unos y otros,
    Y allá adentro las palabras resonaban fuertes, cavernosas como voces de león.
    Nosotros éramos cuatro, una prima, dos negrillos y yo.
    Había azulejos relucientes, el muro del huerto pequeño,1 que limitaba el mundo,
    Una pianeira2 enorme y, siempre y cada vez más, los grillos y las estrellas...

    Había todos los ruidos, todas las voces de aquellos tiempos...
    Las lindas y absurdas cantigas, tía Tula regañando a los cachorros,
    El chillar de las teteras...
    ¿Dónde andará ahora el pince-nez3 de tía Tula
    Que ella no hallaba nunca?
    La pobre no llegó a terminar la Toutinegre del Molino,4
    ¡Que salía en folletín en el Correo del Pueblo!...
    La última vez que la vi, ella ya doblando aquel corredor oscuro.
    Ya encogida, pequeñísima, humilde. Sus pasos no hacían ruido.
    ¡Y ella no se volteó para atrás!




    [Tienes que estar registrado y conectado para ver este vínculo]


    _________________



    [Tienes que estar registrado y conectado para ver esa imagen]


    "Ser como un verso volando
    o un ciego soñando
    y en ese vuelo y en ese sueño
    compartir contigo sol y luna,
    siendo guardián en tu cielo
    y tren de tus ilusiones."
    (Hánjel)





    [Tienes que estar registrado y conectado para ver esa imagen]
    Maria Lua
    Maria Lua
    Administrador-Moderador
    Administrador-Moderador


    Cantidad de envíos : 69021
    Fecha de inscripción : 12/04/2009
    Localización : Nova Friburgo / RJ / Brasil

    MARIO QUINTANA    - Página 29 Empty Re: MARIO QUINTANA

    Mensaje por Maria Lua Lun Jul 03, 2023 7:12 pm

    Noturno


    O gato, que mora no mundo para sempre perdido do cinema silencioso, atravessa o país do tapete, onde se abrem flores falsamente tropicais.
    Ao pé da escada, por força do hábito, a avozinha morta começa a tricotar mais um pulôver.
    Por trás de suas barbas, no retrato da parede, o olhar do avô indaga: — para quê?
    De repente, na copa, o refrigerador compõe ruidosamente a garganta,
    enquanto estremecem de medo os frágeis habitantes do porta-cristais:
    — Meu Deus, meu Deus, ele agora vai fazer um discurso!



    ******************


    Nocturno


    El gato, que vive en el mundo eternamente perdido del cine mudo, atraviesa el país de la alfombra, donde se abren flores falsamente tropicales.
    Al pie de la escalera, por costumbre, la abuela muerta comienza a tejer otro jersey.
    Detrás de su barba, en el cuadro de la pared, los ojos de su abuelo preguntan: - ¿para qué?
    De repente, en la despensa, el frigorífico hace un ruido fuerte en la garganta,
    mientras los frágiles habitantes del portador del cristal tiemblan de miedo:

    - ¡Dios mío, Dios mío, ahora va a dar un discurso!


    _________________



    [Tienes que estar registrado y conectado para ver esa imagen]


    "Ser como un verso volando
    o un ciego soñando
    y en ese vuelo y en ese sueño
    compartir contigo sol y luna,
    siendo guardián en tu cielo
    y tren de tus ilusiones."
    (Hánjel)





    [Tienes que estar registrado y conectado para ver esa imagen]
    Maria Lua
    Maria Lua
    Administrador-Moderador
    Administrador-Moderador


    Cantidad de envíos : 69021
    Fecha de inscripción : 12/04/2009
    Localización : Nova Friburgo / RJ / Brasil

    MARIO QUINTANA    - Página 29 Empty Re: MARIO QUINTANA

    Mensaje por Maria Lua Mar Jul 04, 2023 9:03 am

    Parcialidade


    A irmã lesma, a irmã barata, o irmão piolho, os irmãozinhos vermes que
    pululam nas chagas...
    Mas por que também não os louvaste, ó amantíssimo São Francisco, no teu
    amável Cântico das criaturas?




    **************




    Parcialidad


    La hermana babosa, la hermana barata, el hermano piojo, los pequeños gusanos que
    enjambre en las heridas ...
    Pero, ¿por qué no los alabaste también, oh amado San Francisco, en tu
    adorable Cántico de las Criaturas?


    _________________



    [Tienes que estar registrado y conectado para ver esa imagen]


    "Ser como un verso volando
    o un ciego soñando
    y en ese vuelo y en ese sueño
    compartir contigo sol y luna,
    siendo guardián en tu cielo
    y tren de tus ilusiones."
    (Hánjel)





    [Tienes que estar registrado y conectado para ver esa imagen]
    Maria Lua
    Maria Lua
    Administrador-Moderador
    Administrador-Moderador


    Cantidad de envíos : 69021
    Fecha de inscripción : 12/04/2009
    Localización : Nova Friburgo / RJ / Brasil

    MARIO QUINTANA    - Página 29 Empty Re: MARIO QUINTANA

    Mensaje por Maria Lua Mar Jul 04, 2023 6:26 pm

    Entrevista – selección poética

    :
    :

    Poesía es libertad de vuelo
    Evelyn Berg. -¿Es importante la rima?

    Mario Quintana.- ¿La rima?  No es tan importante. Pero a veces ayuda mucho. Espero que los que lean mis versos hayan notado que yo la empleo cuando es necesario para dar énfasis o por cualquier otro motivo.

    EB.-La rima tiende a desaparecer. ¿No? ¿Cuál es su posición?

    MQ.-Bueno, siempre traté de hacer sonetos que, aunque clásicamente rimados, no parecen sonetos pero si poemas. Lo difícil de toda arte poética es parecer que se es natural. La poesía viene pero uno debe luchar con las palabras. Por eso es un artesano, un aprendizaje. No existen fórmulas: cada uno tiene que salir de su pozo para expresarse. Esta es la función del poeta: él expresa todo el mundo.

    EB.- ¿Ud. piensa el poema en forma de soneto o piensa en un poema y sale un soneto?

    MQ.-Creo que es una cosa muy misteriosa… Lo único que puedo decir es que cuando trataba de hacer un soneto sobre determinado tema, nunca conseguía que saliese algo que valiese la pena. A veces pienso que el poema nace con forma, como nace un niño de una manera u otra, ¿no? Con ojos azules, con ojos negros.

    Un poema debe mantener la unidad. Es necesario podar mucho. Tener coraje para sacrificar bellas imágenes. Ya que un poema enriquecido de imágenes queda como esos altares barrocos (una vez escribí esto, pero no puedo resistirme a repetirlo) que tienen tantos angelitos que uno se olvida del santo. La poesía es pues, humildad en el recibir la cosa, coraje en el trabajo de hacerla.

    EB.-¿Ud. escribiría, incluso si no existiera el lector?

    MQ.- Escribiría porque no podemos huir de la necesidad de estar vivos. Estar vivo es expresarse y la poesía es una forma de expresión, y por lo tanto de vida.

    EB. – ¿Con este mundo de tantos cambios, ud. cree que en el siglo XXI, XXII y XXIII todavía se lea poesía?

    MQ.- Realmente no es el mundo que cambia – son sus formas exteriores. El progreso, del cual tanto se habla. Pero el hombre continúa siendo el mismo andando en una carreta del siglo VIII o viajando en un Jet. Pienso que no cambia. Se trata de mayor o menor velocidad.

    EB. –¿Ud. dijo un Jet?

    MQ.-Digo JET, tal vez porque me produce sacudidas. Lo esencial perdura siempre. Sin embargo, el progreso es muy relativo. Cualquier cosa que sea moderna es relativísima. Porque no existe nada que mude tanto como el figurín del año pasado. Como ya dije, no sé si se dijo en un poema, no me acuerdo, en una línea: la última novedad es siempre un rosa. Luego, las emociones elementales del alma humana son siempre las mismas. Y como nadie se sacia de vivir, nadie tampoco se sacia de las cosas esenciales, de las cosas humanas y por lo tanto, de la poesía.

    EB. –Persistiría en los siglos venideros la institución del matrimonio?

    MQ.—No sé si inspiro confianza o no, el caso es que nunca me casé! (Ríe).

    EB.—Por eso mismo le hago la pregunta. Si no se casó fue porque no creía en la institución del matrimonio… Bueno, pienso que la pregunta debía ser formulada de otro modo. Es si durará el amor. Bueno, en ese caso el amor durará, ¿no? Ahora bien, en cuanto a las formas exteriores, plíticas, sociales, no tienen la misma importancia. Eso es relativo.

    MQ.- Mira, el amor… ni mucho hablo de amor en mis versos. Todos los versos son de amor. ¿Sabe cómo es? Son una expresión de amor, un derrame de amor.

    (En este momento, por un descuido, el botón del grabador fue accionado, se desconectó automáticamente y la conversación perdió su continuidad) Ud. daba una definición de poesía.

    MQ.—Si pudiese definir la poesía, no sería poeta, sino crítico. Pero ahora, hablando más seriamente, le diré que ese se relaciona al hecho del cual me habló hace poco. Generalmente preguntan si es algo personal. Eso me hace recordar un personaje de Lope de Vega que estaba llorando, sentado en un portal y al cual otro personaje de la pieza pregunta: ¿Por quién lloras? Y él: «Por nadie. Lloro de puro amor…». Por ese y otros motivos, llegué a la conclusión de que la poesía no es exclusivamente la verdad. Ni apenas la verdad, es mucho más que eso. La poesía es el descubrimiento de la verdad.

    EB.- ¿Cuál es la meta?

    MQ.- Eso de preguntar por la meta es lo mismo que preguntar qué pasará después de la muerte. Me quedo con la boca abierta… Creo que dije que la poesía es expresión de libertad. Quiere decir: la poesía es libertad de vuelo. Entonces, ¿será uno un ave migratoria que no sabe para dónde va, pero de cualquier forma sigue? Lo que realmente existe es la alegría de volar.

    EB.- Es muy bonito eso.

    MQ.-Cuando alguien dice que una cosa es bonita empiezo a desconfiar. Deseo que las cosas sean verdaderas.

    EB.-Pero cuando se nota que algo es bonito, significa que se encontró la verdad en aquello.

    MQ.-Ah, sí. Ah, a propósito tengo un poema que dice que la belleza es la forma angélica de la verdad. No cito todo el poema porque nada mío me sé de memoria. Soy incapaz de memorizar mis cosas. No me gusta decir nada que parezca fanfarronería. Lo que no significa que yo sea modesto. Lo que más me molesta es que se diga que yo soy modesto: ¡no soy modesto! Sucede simplemente que soy muy orgulloso para que tenga vanidades. No hay cosa que me asuste más que un homenaje, un discurso. No sufro de vedettismo. Pero hay algo que quiero decir: con respecto a las demostraciones que recibí, quedé muy impresionado con dos. Una de Porto Alegre, concediéndome el título de Ciudadano Honorario. Motivo: ser poeta. Esto es algo extraordinario. El hecho de que me concedieran unánimemente esa honra a alguien por el simple hecho de ser poeta es una actitud que dignifica una legislatura. Otra cosa que también encontré extraordinaria, y en el mismo sentido, fue que Alegrete –mi tierra natal– decidió grabar un poema mío en una plaza pública –la principal de la ciudad–. Quedé aterrado, aquello ya había sido resuelto, ¿pero cómo yo iba a escoger el poema? Si yo me daba cuenta de que no era posible que yo mismo escogiese, mucho menos sería para los otros. No podía cometer la grosería de negarme. En las discusiones que tuve con el prefecto y el presidente de la Cámara del Concejo dije que no podía escoger un poema, porque un error en bronce es un error eterno.

    Se habló, se discutió y quedó únicamente esto en la plaza: «Un error en bronce es un error eterno – palabras con las cuales Mario Quintana se eximió a que fuese grabado un poema suyo, en esta plaza, como justo homenaje de sus coterráneos, Alegrete, 1968». Creo que este monumento es único en el mundo. Fue una gran solución. Y luego de eso, en caso de que nada quede de lo que hice, yo me lavo las manos, Alegrete se lava las manos y la posteridad se da un baño completo en las aguas del Ibirapuitan.

    EB.- Volviendo a un viejo tema, ¿existe acaso la inspiración?

    MQ.- Creo que existe una experiencia del subconsciente. Ahora bien, ella puede manifestarse por cualquier provocación exterior. Hice un poema una vez porque un camarada me dijo: «Mira fulano: parece una marioneta». Es una frase común, pero cuando llegué a la casa hice un poema, de los más completos que he hecho. Comencé así: «Los muertos son ridículos como marionetas a quienes les cortaron los hilos», etcétera. Él me inspiró con una palabra que desencadenó la cosa.

    EB.- ¿Piensa Ud. que la bohemia es importante para la poesía?

    MQ.- Que se diga que todo poeta es bohemio… Mejor diría que todo muchacho es bohemio. Es parte de la rebeldía natural que acomete al hombre en cierta fase de la vida. Ahora bien, Ud. pregunta sobre aquellos que continúan toda la vida como bohemios, ¿no? Tengo la impresión de que eso ya no existe.

    EB.- ¿Podría darnos una descripción rápida de su rutina diaria?

    MQ.- ¿Mi rutina diaria? ¿Pero a quién le puede interesar? Llevo una vida tranquila y misteriosa. Me levanto lo más tarde posible, pues al final es necesario aprovechar la vida, ¿no? Después leo el periódico, me encuentro con los amigos, voy al cine –me gusta, tanto el bueno como el malo, porque en el malo la gente piensa entre otras cosas, fantasea, descansa, duerme.

    EB.- ¿Algún tipo especial?

    MQ.- Ante todo, me gusta el buen cine. Exageradamente me gusta Fellini.

    EB.- ¿Le gusta leer?

    MQ.- Mira, dicen que hay una época para leer y otra para releer. Bien, yo estoy en la época de releer. Una cuando comienza a vivir, quiere descifrarla a través de los diálogos. Cuando era un adolescente, me acuerdo que devoré todo Dostoievski, me indigesté de todo lo que era filosofía y luego descubrí casi en 10.000 años del pensamiento humano, ente tan bueno como Sócrates, que, para no citar a otros, no solucionó los problemas del ser, ¿qué iría solucionar yo? Entonces leo para distraerme. Me gusta mucho la ciencia ficción, las novelas policíacas. De cine, adoro las películas de terror, especialmente las de vampiro. Esto puede ser una tontería, porque todos los vampiros son siempre lo mismo – ¡por eso mismo!–. Uno ve las variantes que el camarada hace dentro de eso. Y como en el fondo no está creyendo en aquello no se hace daño a nadie.

    EB.- ¿Tiene Ud. familia aquí en Porto Alegre?

    MQ.- Tenía una persona que era mi hermano y murió el año pasado. (El poeta habla con una visible dificultad). Fue mi mejor amigo, no solo un hermano. (Silencia).



    «Correio do Povo», 19 y 26 de noviembre de 1968.






    CANCIÓN DE NUBE Y VIENTO

    Miedo a la nube
    Miedo Miedo
    Miedo a la nube que va creciendo
    Que se va abriendo
    Que no se sabe
    Que va saliendo
    Miedo a la Nube Nube
    Miedo al viento
    Miedo Miedo
    Miedo al ciento que va soplando
    Que va hablando
    Que no se sabe
    Que va diciendo
    Miedo al Viento Viento
    Miedo al gesto
    Mudo
    Miedo al habla
    Sorda
    Que va moviendo
    Que va diciendo
    Que no se sabe…
    Que bien se sabe
    Que todo es nube que todo es viento
    Nube y viento Viento Viento!

    :

    :

    CANCIÓN DE VIDRIO

    Y nada vibró. . .
    No se oyó nada. . .

    Pero el cristal nunca sonó de la misma manera

    Calla, amigo. . .
    Cuidado, amiga. . .
    Una sola palabra
    puede romper todo para siempre. . .

    Y es ahora tan puro el silencio!

    :

    :


    EPÍGRAFE
    Las únicas cosas eternas son las nubes…:


    :
    [Tienes que estar registrado y conectado para ver este vínculo]


    _________________



    [Tienes que estar registrado y conectado para ver esa imagen]


    "Ser como un verso volando
    o un ciego soñando
    y en ese vuelo y en ese sueño
    compartir contigo sol y luna,
    siendo guardián en tu cielo
    y tren de tus ilusiones."
    (Hánjel)





    [Tienes que estar registrado y conectado para ver esa imagen]
    Maria Lua
    Maria Lua
    Administrador-Moderador
    Administrador-Moderador


    Cantidad de envíos : 69021
    Fecha de inscripción : 12/04/2009
    Localización : Nova Friburgo / RJ / Brasil

    MARIO QUINTANA    - Página 29 Empty Re: MARIO QUINTANA

    Mensaje por Maria Lua Miér Jul 05, 2023 5:01 pm

    El fenómeno Quintana


    Por Augusto Meyer


    Mi querido Joâo Inácio:

    Impresionado con el APRENDIZ DE FEITICEIRO, me pides algunos datos sobre el «fenómeno Quintana» (sic). La historia es larga y exige un salto al pasado, para dar, de un nuevo impulso, ambiente al retrato. En los días, de la Semana de Arte Moderna, aún convivían de lado y lado Parnasianismo y Simbolismo, compitiendo en influencias, en nuestro estrecho medio literario. Con VOVÓ MUSA (1902) Y NA TORRE DE MARFIM (1910), de Zeferino Brasil, sentimos a veces un equilibrio inestable, que proviene de esos dos influjos. El mismo Marcelo Gama, tan personal siempre y en cierto modo tan moderno, incluso en su momento más brillante, que es NOITE de INSONIA, aún se entrega al balance de ese vaivén. De cualquier forma, simplificando las cosas, podemos afirmar que la influencia simbolista era lo que prevalecía, con el ejemplo de Eduardo Guimarâens y Alceu Wamosy, la gran pareja del simbolismo en el sur. Wamosy publicó en 1914 NA TERRA VIRGEM, con una expresiva dedicatoria a Cruz e Souza; para entonces ya Eduardo Guimarâens, con la publicación de parte de los originales reunidos dos años después en DIVINA QUIMERA y sus admirables traducciones de poetas franceses, preparaba el ambiente necesario para una mejor comprensión de la nueva sensibilidad poética.

    Sin embargo, en 1922, metida en una piel de Arlequín, imitada evidentemente del ARLECCHINO de Soffici, ya por la tercera edición en el año anterior, surgía PAULICEIA DESVAIRADA, con la furiosa y contundente ODE AO BURGUÊS, que yo tuve la osadía de recitar, o mejor de gritar en un sarao de la Sociedad de Jocotó, en la fase más agresiva del Modernismo

    Si recuerdo aquí a Soffici -y debería citar, en vez de ARLECCHINO, los PRIMI PRINCIPI DI UNA ESTETICA FUTURISTA, es apenas para acentuar la «influencia de las escuelas europeas de vanguardia, que generó entre nosotros un movimiento que se conoció bajo el nombre de Modernismo», como observara Manuel Bandeira. La verdad es que en el 24 o 25, devorábamos en provincia a algunos poetas europeos de expresión más avanzada: Apollinaire, Aragón, Cendrars, Max ]acob, Salmon, Govoni, Folgore, Palazzeschi, etc. A estas influencias sería conveniente agregar la del gran Manuel Bandeira, Con RITMO DISSOLUTO, que todos nosotros seríamos capaces de reproducir de memoria, incluso durmiendo.

    Por otro lado, se acentuó la preocupación nativista o brasilerista: MEU, de Guilherme de Almeida, PAU BRASIL, de Oswald de Andrade, BORRÔES de VERDE E AMARELO, de Cassiano Ricardo, los EPIGRAMAS, de Ronald y una buena cantidad de revistas, que están exigiendo catálogo. Esa fiebre nativista de algún modo ya existía en Río Grande, con la renovación de nuestro regionalismo, pero en un sentido mucho más limitado, convencional a veces, no ajustándose ciertamente al espíritu de la nueva cruzada. No quiere decir eso que el Modernismo Gaucho fuera el producto de una simple transformación del Regionalismo; creo que hubo coincidencia de motivos, convergencia de propósitos. Faltaba crear, fuera de aquellos moldes tradicionales, una poesía sin compromisos, más subjetiva, de visión ampliada y directa, libre también de las dificultades dialectales. Es en tal sentido que debemos interpretar a la mayoría de las obras que para entonces proclamaban su título en los escaparates de la Librería do Globo, Bajo la sonrisa complaciente de Joâo Pinto da Silva y Mansuero Bernardi: MINHA TERRA, TERRA IMPETUOSA, CORAÇÂO VERDE, GADO CHUCRO, TREM DA SERRA, VINHO NOVO, RODEIO DE ESTRELAS… Imagine ahora, en ese ambiente, como una especie de toro cachicorneto, el «fenómeno Quintana». Era una pálida visión de los cuentos de Hoffman que cayó un bello día de las nubes, en plena Rua Da Prai, entre el Café Colombo y la esquina de la Casa Masson, a pesar de murmurar prosaicamente que había venido en el tren y de Alegrete. Parecía confundido con un exceso de dedos y daba pataditas como quien va chutando globos de colores, de las formas más raras. En pleno fervor del poemapiada, o de los caligramas criollos, cuando ya ensayábamos los primeros borborigmos SURREALISTES, sólo abría la boca -una boca larga de CLOWN, rasgada de oreja a oreja para elogiar las panoplias de Heredia. Vivía en innumerables pensiones balzacianas, donde perfeccionaba el lenguaje, bien atemperado y siempre al servicio del más puro espíritu de la contradicción.

    Después de algunos tragos, cortados en el invierno con una gota de fuego de caña, se relamía de gozo con Racine o Camôes, terminando fatalmente por declarar que el episodio de Adamastor era verde botella.

    -Verde botella, Mario, ¿no será influencia de la cerveza Pero los violoncelos que estaban en el fondo de su voz v los grandes ojos verdes reafirmaban el color.

    Acomodando la cabeza de lado, casi al nivel de la mesa, para persuadir mejor al interlocutor, hollando el compás con un golpe de cartones de cerveza, ¡qué vida profunda sabía insuflar a los versos con aquella voz cantante y grave, poderosa en aquel momento de magia, y tan diferente de su voz familiar! Me parecía que usaba su voz habitual como un falsete de enmascarado, para despistar, y la verdadera, la cálida v llena, sólo podía despertar al toque mágico de la poesía.

    Fue así que aprendí a traducir esa apariencia un tanto pueril, de raro bohemio, en esencia duradera y preciosa; a sentir, bajo ese manojo de nervios, la médula de una fuerte personalidad. Fue así -y en la otra voz, la auténtica, la del Mestre Feiticeiro como oí algunos de esos mismos poemas ahora reunidos en el pequeño cuaderno editado por «Fronteira». Era nueva música y no entraba en ninguna receta o esquema del momento. El poeta balbuceaba una lengua únicamente suya, seguía el ejemplo de Stefan George, intentando hallar para cada cosa su nombre propio.

    Ernst und einsam
    Erfand er für di Dinge eigne Natmen...

    Nada más conmovedor que impulso del Canto abriéndose camino en medio de un laberinto de influencias y tendencias discrepantes, balbuceando, murmurando, tocando las puertas de la conciencia. y no era posible ayudarle en nada; como todo verdadero creador, vivía en un pozo de silencio, donde sólo resonaba el eco de su propia voz.

    Mira en la página 34 de su APRENDIZ, el admirable «Bar», que es para mí como un viejo amigo, pues yo estaba presente durante la creación, y más tarde Mario Quintana me entregó la copia de su propia mano. Mi predilección quizá esté ligada a elementos sentimentales e impuros; a través de los versos, veo la imagen del poeta en su aventura nocturna, de bar en bar, con miedo de volver a la pensión distante, en lo alto de la ladera triste, cuando los gatos cruzan las calles en plena madrugada dando un amargo sabor en la boca. Representa para mí toda una fase juvenil, con la presencia de amigos perdidos, horas perdidas. y así escribía el poeta en el mármol de la mesa «letras que no forman ningún nombre» para volver, cansado, a 10 largo de las ventanas muertas:


    A lo largo de las ventanas muertas
    Mi paso golpea el empedrado,
    Qué extraño golpe! …¿Será
    Que mi pierna se hizo de palo?

    Lo que puedo asegurarle, Joâo Inácio, es su autenticidad, la transparencia de su arte -y es éste el «Fenómeno Quintana», No sé de otro poeta donde el poema sea una consubstanciación tan perfecta entre vivir y cantar, entre sufrir viviendo y sufrir cantando. Él es, trayendo a la memoria a todos, el mejor poeta moderno de Rio Grande. Especialmente en el APRENDIZ DE FEITICEIRO, si aguzo el oído a la saudade, oigo la genuina voz de Mario Quintana, grave y pungente; más que en los sonetos, más que en las canciones; y sin duda más que en las deliciosas reticencias del SAPATO FLORIDO.

    Puedo ahora decir con cuanto recelo acompañé la publicación de su libro; temía que el poeta, rebelde y testarudo, acabase despreciando sus mejores poemas. Fue por espíritu de contradicción, por terquedad y capricho, que él escogió para iniciarse los sonetos de RUA DOS CATA VENTOS. Ya para entonces habría sido posible, reunir en un volumen, lo esencial de este gran libro, cuya dedicación me llena de orgullo, saudade y alegría.

    :

    A FORMA SECRETA, Editora Lidador, Río de Janeiro, 1965


    ***********************



    EL TIEMPO Y EL VIENTO


    Había una escalera que se detenía de pronto en el aire
    Había una puerta que daba para no se sabía dónde
    Había un reloj donde la muerte tejía el tiempo.

    Pero había una quebrada corriendo entre los dedos inquietos
    de los pies.
    Y pájaros posados en la pauta de los hilos telegráficos.

    Y el Viento!

    El viento que venía desde el comienzo del mundo
    Estaba jugando con tus cabellos.










    [Tienes que estar registrado y conectado para ver este vínculo]


    _________________



    [Tienes que estar registrado y conectado para ver esa imagen]


    "Ser como un verso volando
    o un ciego soñando
    y en ese vuelo y en ese sueño
    compartir contigo sol y luna,
    siendo guardián en tu cielo
    y tren de tus ilusiones."
    (Hánjel)





    [Tienes que estar registrado y conectado para ver esa imagen]
    Maria Lua
    Maria Lua
    Administrador-Moderador
    Administrador-Moderador


    Cantidad de envíos : 69021
    Fecha de inscripción : 12/04/2009
    Localización : Nova Friburgo / RJ / Brasil

    MARIO QUINTANA    - Página 29 Empty Re: MARIO QUINTANA

    Mensaje por Maria Lua Vie Jul 07, 2023 9:03 am

    CANCIÓN DE VIDRIO


    Y nada vibró. . .
    No se oyó nada. . .

    Pero el cristal nunca sonó de la misma manera

    Calla, amigo. . .
    Cuidado, amiga. . .
    Una sola palabra
    puede romper todo para siempre. . .

    Y es ahora tan puro el silencio!

    :

    :

    EPÍGRAFE


    Las únicas cosas eternas son las nubes…

    :

    :

    ENVEJECER


    Antes, todos los caminos iban.
    Ahora todos los caminos vienen.
    Es acogedora la casa, los libros pocos.
    Yo mismo preparo el té para los fantasmas.

    :

    :

    EXEGESIS


    ¿Pero qué quiere decir ese poema? -me preguntó alarmada
    La buena señora.
    ¿Y que quiere decir una nube? -repliqué triunfante.
    ¿una nube? -dijo ella- Una nube unas veces quiere decir
    lluvia, otras veces buen tiempo…



    [Tienes que estar registrado y conectado para ver este vínculo]


    _________________



    [Tienes que estar registrado y conectado para ver esa imagen]


    "Ser como un verso volando
    o un ciego soñando
    y en ese vuelo y en ese sueño
    compartir contigo sol y luna,
    siendo guardián en tu cielo
    y tren de tus ilusiones."
    (Hánjel)





    [Tienes que estar registrado y conectado para ver esa imagen]
    Maria Lua
    Maria Lua
    Administrador-Moderador
    Administrador-Moderador


    Cantidad de envíos : 69021
    Fecha de inscripción : 12/04/2009
    Localización : Nova Friburgo / RJ / Brasil

    MARIO QUINTANA    - Página 29 Empty Re: MARIO QUINTANA

    Mensaje por Maria Lua Sáb Jul 08, 2023 1:20 pm



    [Tienes que estar registrado y conectado para ver esa imagen]



    O QUE O VENTO NãO LEVOU

    No fim tu hás de ver que as coisas mais leves são as únicas
    que o vento não conseguiu levar:

    um estribilho antigo
    um carinho no momento preciso
    o folhear de um livro de poemas
    o cheiro que tinha um dia o próprio vento...




    **********************


    LO QUE EL VIENTO NO SE LLEVÓ

    Al final verás que las cosas más leves son las únicas
    que el viento no consiguió llevarse:

    un estribillo antiguo
    una caricia en el momento preciso
    el pasar las hojas de un libro de poemas
    el olor que un día tenía el mismo viento....




    MARIO QUINTANA ("A cor do invisível", 1989)
    (Versión de Pedro Casas Serra)


    _________________



    [Tienes que estar registrado y conectado para ver esa imagen]


    "Ser como un verso volando
    o un ciego soñando
    y en ese vuelo y en ese sueño
    compartir contigo sol y luna,
    siendo guardián en tu cielo
    y tren de tus ilusiones."
    (Hánjel)





    [Tienes que estar registrado y conectado para ver esa imagen]
    Maria Lua
    Maria Lua
    Administrador-Moderador
    Administrador-Moderador


    Cantidad de envíos : 69021
    Fecha de inscripción : 12/04/2009
    Localización : Nova Friburgo / RJ / Brasil

    MARIO QUINTANA    - Página 29 Empty Re: MARIO QUINTANA

    Mensaje por Maria Lua Mar Jul 11, 2023 3:49 pm

    CRISIS

    Por causa de los ilusionistas es por lo que hoy en día mucha
    gente cree que la poesía es un truco…

    :

    :

    MI TRECHO PREDILECTO

    Lo que más me conmueve, en música, son esas notas sueltas-
    Pobres notas únicas- que del techo arranca el afinador de
    pianos…

    :

    :

    PERVERSIDAD

    Alarmar señoras gordas es uno de los mayores encantos de esta
    y la otra vida.

    :

    :

    SOMNOLENCIA

    Queda todo más leve en lo obscuro de casa. Las escaleras se
    detienen de pronto en el aire… Pero los ángeles sonámbulos
    continúan subiendo las escalones truncados, atravesando los
    espejos como si entraran en otra sala.
    El sueño devora los zapatos, los pies de la cama, el tiempo.
    Abuelo murmura cualquier cosa a fines del siglo pasado.

    :

    :

    EL ADOLESCENTE

    La vida es tan bella que llega hasta dar miedo.

    No el miedo que paraliza y hiela,
    Estatua súbita,
    sino

    ese miedo fascinante y agitado de curiosidad que hace
    al joven felino seguir de frente olfateando el viento
    al salir, por primera vez, de la cueva.

    Miedo que ofusca: luz

    Hechas cómplices,
    las hojas te cuestan un secreto
    viejo como el mundo:

    ¡Adolescente, mira, ¡La vida es nueva…
    La vida es nueva y anda desnuda
    -apenas vestida con tu deseo!




    [Tienes que estar registrado y conectado para ver este vínculo]


    _________________



    [Tienes que estar registrado y conectado para ver esa imagen]


    "Ser como un verso volando
    o un ciego soñando
    y en ese vuelo y en ese sueño
    compartir contigo sol y luna,
    siendo guardián en tu cielo
    y tren de tus ilusiones."
    (Hánjel)





    [Tienes que estar registrado y conectado para ver esa imagen]
    Maria Lua
    Maria Lua
    Administrador-Moderador
    Administrador-Moderador


    Cantidad de envíos : 69021
    Fecha de inscripción : 12/04/2009
    Localización : Nova Friburgo / RJ / Brasil

    MARIO QUINTANA    - Página 29 Empty Re: MARIO QUINTANA

    Mensaje por Maria Lua Dom Jul 16, 2023 1:48 pm

    “A arte de viver é simplesmente a arte de conviver… simplesmente, disse eu? Mas como é difícil!”


    (El arte de vivir es simplemente el arte de convivir… ¿Simplemente, he dicho? ¡Pero qué difícil es!)



    *****************


    Há noites que eu não posso dormir de remorso por tudo o que eu deixei de cometer’.


    ‘Hay noches que no logro dormir por el remordimiento de todo aquello que he dejado de cometer’



    **************



    _________________



    [Tienes que estar registrado y conectado para ver esa imagen]


    "Ser como un verso volando
    o un ciego soñando
    y en ese vuelo y en ese sueño
    compartir contigo sol y luna,
    siendo guardián en tu cielo
    y tren de tus ilusiones."
    (Hánjel)





    [Tienes que estar registrado y conectado para ver esa imagen]
    Maria Lua
    Maria Lua
    Administrador-Moderador
    Administrador-Moderador


    Cantidad de envíos : 69021
    Fecha de inscripción : 12/04/2009
    Localización : Nova Friburgo / RJ / Brasil

    MARIO QUINTANA    - Página 29 Empty Re: MARIO QUINTANA

    Mensaje por Maria Lua Miér Jul 19, 2023 3:43 pm

    Preparativos para a viagem


    Uns vão de guarda-chuva e galochas,
    outros arrastam um baú de guardados...
    Inúteis precauções!
    Mas,
    se levares apenas as visões deste lado,
    nada te será confiscado:
    todo o mundo respeita os sonhos de um ceguinho
    — a sua única felicidade!
    E os próprios Anjos, esses que fitam eternamente a face
    [do
    Senhor...
    os próprios Anjos te invejarão.






    ****************


    Páginas con PDF de libros de Mario Quintana en portugués.



    [Tienes que estar registrado y conectado para ver este vínculo]


    _________________



    [Tienes que estar registrado y conectado para ver esa imagen]


    "Ser como un verso volando
    o un ciego soñando
    y en ese vuelo y en ese sueño
    compartir contigo sol y luna,
    siendo guardián en tu cielo
    y tren de tus ilusiones."
    (Hánjel)





    [Tienes que estar registrado y conectado para ver esa imagen]
    Maria Lua
    Maria Lua
    Administrador-Moderador
    Administrador-Moderador


    Cantidad de envíos : 69021
    Fecha de inscripción : 12/04/2009
    Localización : Nova Friburgo / RJ / Brasil

    MARIO QUINTANA    - Página 29 Empty Re: MARIO QUINTANA

    Mensaje por Maria Lua Dom Jul 23, 2023 9:43 pm

    A morte é que está morta

    Para José Régio

    A morte é que está morta.
    Ela é aquela Princesa Adormecida
    no seu claro jazigo de cristal.
    Aquela a quem, um dia - enfim - despertarás...

    E o que esperavas ser teu suspiro final
    é o teu primeiro beijo nupcial!

    - Mas como é que eu te receava tanto
    (no teu encantamento lhe dirás)
    e como podes ser assim - tão bela?!
    Nas tantas buscas, en que me perdi,
    vejo que cada amor tinha um pouco de ti...

    E ela, sorrindo, compassiva e calma:

    - E tu, por que é que me chamavas Morte?
    Eu sou, apenas, tua Alma...




    ****************


    La muerte es la que está muerta

    Para José Régio

    La muerte es la que está muerta.
    Ella es aquella Bella Durmiente
    en su transparente urna de cristal.
    Aquella a quien, un día - finalmente - despertarás...

    ¡Y lo que esperabas que fuera tu suspiro final
    es tu primer beso nupcial!

    - ¡¿Pero cómo es que yo te temía tanto
    (en tu fascinación le dirás)
    y como puedes ser así - tan bella?!
    En tantas búsquedas, en que me perdí,
    veo que cada amor tenía un poco de ti...

    Y ella, sonriendo, compasiva y tranquila:

    - Y tú, ¿por qué me llamabas Muerte?
    Yo soy, sólo, tu Alma...


    ***


    Mario Quintana (Apontamentos de História Sobrenatural, 1976)
    (Versión de Pedro Casas Serra)


    _________________



    [Tienes que estar registrado y conectado para ver esa imagen]


    "Ser como un verso volando
    o un ciego soñando
    y en ese vuelo y en ese sueño
    compartir contigo sol y luna,
    siendo guardián en tu cielo
    y tren de tus ilusiones."
    (Hánjel)





    [Tienes que estar registrado y conectado para ver esa imagen]
    Maria Lua
    Maria Lua
    Administrador-Moderador
    Administrador-Moderador


    Cantidad de envíos : 69021
    Fecha de inscripción : 12/04/2009
    Localización : Nova Friburgo / RJ / Brasil

    MARIO QUINTANA    - Página 29 Empty Re: MARIO QUINTANA

    Mensaje por Maria Lua Sáb Jul 29, 2023 10:47 am

    Querias que eu falasse de "poesia"



    Querias que eu falasse de "poesia" um pouco
    mais... e desprezasse o quotidiano atroz...
    querias... era ouvir o som da minha voz
    e não um eco - apenas - deste mundo louco!

    Mas que te dar, pobre criança, em troco
    de tudo que esperavas, ai de nós:
    é que eu sou oco... oco... oco...
    como o Homem de Lata do "Mágico de Oz"!

    Tu o lembras, bem sei... ah! o seu horror
    imenso às lágrimas... Porque decerto se enferrujaria...
    E tu... Como um lírio do pântano tu me queias,
    como uma chuva de ouro a te cobrir devagarinho,
    um pássaro de luz... Mas, haverá maior poesia
    do que este meu desesperar-me eterno do poesia?!



    *****************


    Querías que yo hablase de "poesía"



    Querías que yo hablase de "poesía" un poco
    más... y despreciase el cotidiano atroz...
    querías... oír el sonido de mi voz
    ¡y no un eco - tan sólo - de este mundo loco!

    Pero qué darte, pobre niño, en trueque
    de aquello que esperabas, ay de mí:
    si yo estoy hueco... hueco... hueco...
    ¡como el Hombre de Lata del "Mago de Oz"!

    Tú te acuerdas, lo sé... ¡ah! de su horror
    inmenso a las lágrimas... Porque seguro se enmohecería...
    Y tú... Como un lírio del pantano me querías,
    como una lluvia de oro que te cubriera despacito,
    un pájaro de luz... Pero, ¡¿habrá mayor poesía
    que este eterno desesperarme mío de poesía?!


    ***


    _________________



    [Tienes que estar registrado y conectado para ver esa imagen]


    "Ser como un verso volando
    o un ciego soñando
    y en ese vuelo y en ese sueño
    compartir contigo sol y luna,
    siendo guardián en tu cielo
    y tren de tus ilusiones."
    (Hánjel)





    [Tienes que estar registrado y conectado para ver esa imagen]
    Maria Lua
    Maria Lua
    Administrador-Moderador
    Administrador-Moderador


    Cantidad de envíos : 69021
    Fecha de inscripción : 12/04/2009
    Localización : Nova Friburgo / RJ / Brasil

    MARIO QUINTANA    - Página 29 Empty Re: MARIO QUINTANA

    Mensaje por Maria Lua Sáb Jul 29, 2023 2:38 pm

    Canção do amor imprevisto



    Eu sou um homem fechado.
    O mundo me tornou egoísta e mau.
    E a minha poesia é um vício triste,
    Desesperado e solitário
    Que eu faço tudo por abafar.

    Mas tu apareceste com a tua boca fresca de
    [madrugada,
    Com o teu passo leve,
    Com esses teus cabelos...

    E o homem taciturno ficou imóvel, sem compreender
    [nada, numa alegria atônita...

    A súbita, a dolorosa alegria de um espantalho inútil
    Aonde viessem pousar os passarinhos!



    *************************


    Canción del amor imprevisto

    Yo soy un hombre cerrado.
    El mundo me tornó egoísta y malo.
    Y mi poesía es un vicio triste,
    Desesperado y solitario,
    Que hago todo por sofocar.

    Pero tú apareciste con tu boca fresca de madrugada,

    Con tu paso leve,
    Con ésos tus cabellos...

    Y el hombre taciturno quedó inmóvil, sin comprender
    [nada, en una alegría atónita...

    La súbita, la dolorosa alegría de un espantapájaros inútil
    Adonde vinieran a posarse los pajarillos.



    Del poemario “Cancões” (1946)
    Mario Quintana (1906-1994) Brasil
    Traducción: Juan Martín


    _________________



    [Tienes que estar registrado y conectado para ver esa imagen]


    "Ser como un verso volando
    o un ciego soñando
    y en ese vuelo y en ese sueño
    compartir contigo sol y luna,
    siendo guardián en tu cielo
    y tren de tus ilusiones."
    (Hánjel)





    [Tienes que estar registrado y conectado para ver esa imagen]
    Maria Lua
    Maria Lua
    Administrador-Moderador
    Administrador-Moderador


    Cantidad de envíos : 69021
    Fecha de inscripción : 12/04/2009
    Localización : Nova Friburgo / RJ / Brasil

    MARIO QUINTANA    - Página 29 Empty Re: MARIO QUINTANA

    Mensaje por Maria Lua Sáb Jul 29, 2023 9:52 pm

    Janela de abril


    Tudo tão nítido! O céu rentinho às pedras. Pode-se enxergar até os
    nomes que andaram traçando a carvão naquele muro. Mas, mesmo que o céu
    soubesse Ler, isso não teria agora a mínima importância. E sente-se que Nosso
    Senhor, em comemoração de abril, instituirá hoje valiosos prêmios para o riso
    mais despreocupado, para o sapato mais rinchador, para a pandorga mais alta
    sobre o morro.


    ********************


    Ventana de abril


    ¡Todo tan claro! El cielo cerquita de las piedras. Se puede ver hasta los
    nombres que han ido dibujando a carboncillo en aquel muro. Pero incluso si el cielo
    supiera leer, no importaría en lo más mínimo ahora. Y se siente como Nuestro
    Señor, en conmemoración de abril, instituirá hoy valiosos premios para la risa
    la más despreocupada, para el zapato más chirriante, para la cometa más alta
    sobre la colina.




    [Tienes que estar registrado y conectado para ver este vínculo]


    41


    _________________



    [Tienes que estar registrado y conectado para ver esa imagen]


    "Ser como un verso volando
    o un ciego soñando
    y en ese vuelo y en ese sueño
    compartir contigo sol y luna,
    siendo guardián en tu cielo
    y tren de tus ilusiones."
    (Hánjel)





    [Tienes que estar registrado y conectado para ver esa imagen]
    Maria Lua
    Maria Lua
    Administrador-Moderador
    Administrador-Moderador


    Cantidad de envíos : 69021
    Fecha de inscripción : 12/04/2009
    Localización : Nova Friburgo / RJ / Brasil

    MARIO QUINTANA    - Página 29 Empty Re: MARIO QUINTANA

    Mensaje por Maria Lua Dom Jul 30, 2023 3:22 pm

    [Tienes que estar registrado y conectado para ver esa imagen]


    MARIO QUINTANA
    Mário de Miranda Quintana (Alegrete, 30 de julho de 1906 — Porto Alegre, 5 de maio de 1994) foi um poeta, tradutor e jornalista brasileiro.


    _________________



    [Tienes que estar registrado y conectado para ver esa imagen]


    "Ser como un verso volando
    o un ciego soñando
    y en ese vuelo y en ese sueño
    compartir contigo sol y luna,
    siendo guardián en tu cielo
    y tren de tus ilusiones."
    (Hánjel)





    [Tienes que estar registrado y conectado para ver esa imagen]
    Maria Lua
    Maria Lua
    Administrador-Moderador
    Administrador-Moderador


    Cantidad de envíos : 69021
    Fecha de inscripción : 12/04/2009
    Localización : Nova Friburgo / RJ / Brasil

    MARIO QUINTANA    - Página 29 Empty Re: MARIO QUINTANA

    Mensaje por Maria Lua Dom Jul 30, 2023 9:19 pm

    CANÇÃO DE BAR

    Para Egydio Squeff


    Barzinho perdido
    Na noite fria.
    Estrela e guia
    Na escuridão.
    Que bem se fica!
    Que bem! que bem!
    Tal como dentro
    De uma apertada
    Quentinha mão...
    E Rosa, a da vida...
    E Verlaine que está
    Coberto de limo.
    E Rimbaud a seu lado,
    O pobre menino...
    E o Pedro Cachaça
    Com quem me assustavam
    (O tempo que faz!)
    O Pedro tão nobre
    Na sua desgraça...
    E Villon sem um cobre
    Que não pode entrar.
    E o Anto que viaja
    Pelo alto mar...
    Se o Anto morrer,
    Senhor Capitão,
    Se o Anto morrer,
    Não no deite ao mar!
    E aqui tão bom...
    E aqui tão bom!
    Tal como dentro
    De uma apertada
    Quentinha concha...
    E Rosa, a da vida,
    Sentada ao balcão.
    Barzinho perdido
    Na noite fria,
    Estrela e guia
    Na turbação.
    E caninha pura,
    Da mais pura água,
    Que poesia pura,
    Ai seu poeta irmão,
    A poesia pura
    Não existe não!


    Mario Quintana (Canções, 1946)



    ******************


    CANCIÓN DE BAR

    Para Egydio Squeff


    Barecito perdido
    En la noche fría.
    Estrella y guía
    En la oscuridad.
    ¡Qué bien se está!
    ¡Qué bien! ¡qué bien!
    Igual que dentro
    De una apretada
    Cálida mano...
    Y Rosa, la de la vida...
    Y Verlaine que va
    Cubierto de lodo.
    Y Rimbaud a su lado,
    El pobre muchacho...
    Y el Pedro Cachaza
    Con quien me asustaban
    (¡Cuánto tiempo hace!)
    El Pedro tan noble
    En su adversidad...
    Y Villon sin un cobre
    Que no puede entrar.
    Y el Antón que viaja
    Por el alto mar...
    Si el Antón muriera,
    Señor Capitán,
    Si el Antón muriera,
    ¡No lo arroje al mar!
    Y aquí tan bien...
    ¡Y aquí tan bien!
    Igual que dentro
    De una apretada
    Cálida concha...
    Y Rosa, la de la vida,
    Sentada en el mostrador.
    Barecito perdido
    En la noche fría,
    Estrella y guía
    En la turbación.
    Y cañita pura,
    De agua más pura,
    Que poesía pura,
    ¡Ay poeta hermano,
    La poesía pura
    No existe no!



    Mario Quintana (Canções, 1946)
    (versión de Pedro Casas Serra)


    _________________



    [Tienes que estar registrado y conectado para ver esa imagen]


    "Ser como un verso volando
    o un ciego soñando
    y en ese vuelo y en ese sueño
    compartir contigo sol y luna,
    siendo guardián en tu cielo
    y tren de tus ilusiones."
    (Hánjel)





    [Tienes que estar registrado y conectado para ver esa imagen]
    Maria Lua
    Maria Lua
    Administrador-Moderador
    Administrador-Moderador


    Cantidad de envíos : 69021
    Fecha de inscripción : 12/04/2009
    Localización : Nova Friburgo / RJ / Brasil

    MARIO QUINTANA    - Página 29 Empty Re: MARIO QUINTANA

    Mensaje por Maria Lua Mar Ago 01, 2023 11:09 am

    Da cor


    Há uma cor que vem nos dicionários. É essa indefinível cor que têm todos os retratos, os figurinos da última estação, a voz das velhas damas, os primeiros sapatos, certas tabuletas, certas ruazinhas laterais: – a cor do tempo...


    *****************


    Del color

    Hay un color que viene en los diccionarios. Es ese color indefinible que tienen todos los retratos, los trajes de la última temporada, la voz de las ancianas, los primeros zapatos, ciertos letreros, ciertas callejuelas: – el color del tiempo…


    _________________



    [Tienes que estar registrado y conectado para ver esa imagen]


    "Ser como un verso volando
    o un ciego soñando
    y en ese vuelo y en ese sueño
    compartir contigo sol y luna,
    siendo guardián en tu cielo
    y tren de tus ilusiones."
    (Hánjel)





    [Tienes que estar registrado y conectado para ver esa imagen]
    Maria Lua
    Maria Lua
    Administrador-Moderador
    Administrador-Moderador


    Cantidad de envíos : 69021
    Fecha de inscripción : 12/04/2009
    Localización : Nova Friburgo / RJ / Brasil

    MARIO QUINTANA    - Página 29 Empty Re: MARIO QUINTANA

    Mensaje por Maria Lua Jue Ago 03, 2023 2:28 pm

    Evolução

    Todas as noites o sono nos atira da beira de um cais
    e ficamos repousando no fundo do mar.
    O mar onde tudo recomeça...
    Onde tudo se refaz...
    Até que, um dia, nós criaremos asas.
    E andaremos no ar como se anda em terra.





    *******************



    Evolución

    Cada noche el sueño nos arroja al borde de un muelle
    y nos quedamos descansando en el fondo del mar.
    El mar donde todo empieza...
    Donde todo se renueva...
    Hasta que, un día, nos crecen alas.
    Y caminaremos en el aire como caminamos en la tierra.


    _________________



    [Tienes que estar registrado y conectado para ver esa imagen]


    "Ser como un verso volando
    o un ciego soñando
    y en ese vuelo y en ese sueño
    compartir contigo sol y luna,
    siendo guardián en tu cielo
    y tren de tus ilusiones."
    (Hánjel)





    [Tienes que estar registrado y conectado para ver esa imagen]
    Maria Lua
    Maria Lua
    Administrador-Moderador
    Administrador-Moderador


    Cantidad de envíos : 69021
    Fecha de inscripción : 12/04/2009
    Localización : Nova Friburgo / RJ / Brasil

    MARIO QUINTANA    - Página 29 Empty Re: MARIO QUINTANA

    Mensaje por Maria Lua Sáb Ago 05, 2023 2:02 pm

    A Lua de Babilônia



    Numa esquina do Labirinto
    às vezes
    avista-se a Lua.

    “Não! como é possível uma lua subterrânea?”
    (Mas cada um diz baixinho:
    Deus te abençoe, visão...)



    ***********************



    La Luna de Babilonia
    En un rincón del Laberinto
    a veces
    ver la Luna.

    "¡No! ¿Cómo es posible una luna subterránea?
    (Pero cada uno dice en voz baja:
    Dios te bendiga, visión...)


    _________________



    [Tienes que estar registrado y conectado para ver esa imagen]


    "Ser como un verso volando
    o un ciego soñando
    y en ese vuelo y en ese sueño
    compartir contigo sol y luna,
    siendo guardián en tu cielo
    y tren de tus ilusiones."
    (Hánjel)





    [Tienes que estar registrado y conectado para ver esa imagen]
    Maria Lua
    Maria Lua
    Administrador-Moderador
    Administrador-Moderador


    Cantidad de envíos : 69021
    Fecha de inscripción : 12/04/2009
    Localización : Nova Friburgo / RJ / Brasil

    MARIO QUINTANA    - Página 29 Empty Re: MARIO QUINTANA

    Mensaje por Maria Lua Lun Ago 07, 2023 7:27 pm

    As cidades pequenas

    As moças das cidades pequenas
    com o seu sorriso e o estampado claro de seus vestidos
    são a própria vida. Elas
    é que alvorotam a praça. Por elas
    é que os sinos festivamente batem, aos domingos.
    Por elas, e não para a missa!... Mas Deus não se importa...

    [Afinal,
    só nessas cidadezinhas humildes
    é que ainda o chamam de Deus Nosso Senhor...

    ******************

    LAS CIUDADES PEQUEÑAS

    Las chicas de las pequeñas ciudades
    con su sonrisa y el estampado claro de sus vestidos
    son la propia vida. Ellas
    son las que alborotan la plaza. Por ellas
    es por quienes las campanas festivamente suenan los domingos.
    ¡Por ellas y no por la misa! ¡Pero a Dios eso no le importa!

    Y al final,
    solo en esas pequeñas y humildes ciudades
    es donde aún lo llaman: ¡Dios Nuestro Señor!



    Traducción de Juan Martín


    _________________



    [Tienes que estar registrado y conectado para ver esa imagen]


    "Ser como un verso volando
    o un ciego soñando
    y en ese vuelo y en ese sueño
    compartir contigo sol y luna,
    siendo guardián en tu cielo
    y tren de tus ilusiones."
    (Hánjel)





    [Tienes que estar registrado y conectado para ver esa imagen]
    Maria Lua
    Maria Lua
    Administrador-Moderador
    Administrador-Moderador


    Cantidad de envíos : 69021
    Fecha de inscripción : 12/04/2009
    Localización : Nova Friburgo / RJ / Brasil

    MARIO QUINTANA    - Página 29 Empty Re: MARIO QUINTANA

    Mensaje por Maria Lua Lun Ago 07, 2023 7:47 pm


    “Operación Alma”:


    Están los que materializan,
    y tienen su importancia. Pero yo desmaterializo.
    Subjetivizo objetos,
    incluidas sonrisas,
    como aquélla que tú me diste un día con el más puro
             azul de tus ojos,
    y no nos vimos más. (Lo cierto es que la gente no se ve
             nunca más…) Entretanto tu sonrisa
    hace mucho que forma parte de ciertos estados de cielo
    y de ciertos momentos de serena, inexplicable alegría,
    como un vuelo de un pájaro pone un gesto de adiós en
             el paisaje,
    como una curva del camino,
    anónima,
    se vuelve a veces el mejor recuerdo de una vuelta al mundo.


    *********************


    _________________



    [Tienes que estar registrado y conectado para ver esa imagen]


    "Ser como un verso volando
    o un ciego soñando
    y en ese vuelo y en ese sueño
    compartir contigo sol y luna,
    siendo guardián en tu cielo
    y tren de tus ilusiones."
    (Hánjel)





    [Tienes que estar registrado y conectado para ver esa imagen]
    Maria Lua
    Maria Lua
    Administrador-Moderador
    Administrador-Moderador


    Cantidad de envíos : 69021
    Fecha de inscripción : 12/04/2009
    Localización : Nova Friburgo / RJ / Brasil

    MARIO QUINTANA    - Página 29 Empty Re: MARIO QUINTANA

    Mensaje por Maria Lua Mar Ago 08, 2023 8:27 am

    O LUAR


    O luar,
    é a luz do Sol que está sonhando...



    *********


    La luz de la Luna


    La Luz de la Luna
    es la Luz del Sol que está soñando...


    *******************


    Parêntesis

    (Em meio ao turbilhão do mundo
    O Poeta reza sem fé)

    **************


    Paréntesis

    (En medio de la agitación del mundo
    El poeta reza sin fe)


    ************************




    _________________



    [Tienes que estar registrado y conectado para ver esa imagen]


    "Ser como un verso volando
    o un ciego soñando
    y en ese vuelo y en ese sueño
    compartir contigo sol y luna,
    siendo guardián en tu cielo
    y tren de tus ilusiones."
    (Hánjel)





    [Tienes que estar registrado y conectado para ver esa imagen]
    Maria Lua
    Maria Lua
    Administrador-Moderador
    Administrador-Moderador


    Cantidad de envíos : 69021
    Fecha de inscripción : 12/04/2009
    Localización : Nova Friburgo / RJ / Brasil

    MARIO QUINTANA    - Página 29 Empty Re: MARIO QUINTANA

    Mensaje por Maria Lua Miér Ago 09, 2023 2:47 pm

    CANÇÃO DO AMOR IMPREVISTO



    image_pdfimage_print
    Eu sou um homem fechado.
    O mundo me tornou egoísta e mau.
    E a minha poesia é um vício triste,
    Desesperado e solitário
    Que eu faço tudo por abafar.

    Mas tu apareceste com a tua boca fresca de madrugada,
    Com o teu passo leve,
    Com esses teus cabelos…

    E o homem taciturno ficou imóvel, sem compreender nada, numa alegria
    atônita…

    A súbita, a dolorosa alegria de um espantalho inútil
    Aonde viessem pousar os passarinhos!





    Mario Quintana, Poesia Completa




    *****************************





    Canción de amor improvisto

    Yo soy un hombre cerrado.
    El mundo me tornó egoísta y malo.
    Y mi poesía es un vicio triste,
    Desesperado y solitario
    Que yo hago todo por disimular.

    Advertisement
    Mas tú apareciste con tu boca fresca de madrugada,
    Con tu paso leve,
    Con esos tus cabellos…

    Y el hombre taciturno quedó inmóvil, sin comprender nada, en una alegría atónita…
    ¡La súbita, la dolorosa alegría de un espantajo inútil
    Adonde vienen a posarse los pajarillos!


    [Tienes que estar registrado y conectado para ver este vínculo]


    _________________



    [Tienes que estar registrado y conectado para ver esa imagen]


    "Ser como un verso volando
    o un ciego soñando
    y en ese vuelo y en ese sueño
    compartir contigo sol y luna,
    siendo guardián en tu cielo
    y tren de tus ilusiones."
    (Hánjel)





    [Tienes que estar registrado y conectado para ver esa imagen]

    Contenido patrocinado


    MARIO QUINTANA    - Página 29 Empty Re: MARIO QUINTANA

    Mensaje por Contenido patrocinado


      Fecha y hora actual: Vie Abr 26, 2024 6:30 pm