PORTO PARADO
No movimento
lento
das barcaças
amarradas
o dia,
sonolento
vai inventando as variações das nuvens...
PUERTO PARADO
En el movimiento
lento
de las barcazas
amarradas
el día,
soñoliento
va inventando las variaciones de las nubes...
AS ESTRELAS
Foram-se abrindo aos poucos as estrelas...
De margaridas lindo campo em flor!
Tão alto o Céu!... Pudesse eu ir colh-las...
Diria alguma se me tens amor.
Estrelas altas! Que se importam elas?
Tão longe estão... Tão longe deste mundo...
Trêmulo bando de distantes velas
Ancoradas no azul do céu profundo...
Porém meu coração quase parava,
Lá foram voando as esperanças minhas
Quando uma, dentre aquelas estrelinhas,
Deus a guie! do céu se despencou...
Com certeza era o amor que tu me tinhas
Que repentinamente se acabou!
LAS ESTRELLAS
Poco a poco se fueron abriendo las estrellas...
¡Lindo campo de margaritas en flor!
¡Tan alto el Cielo!... Si pudiera cogerlas...
Alguna me diría si me tienes amor.
¡Altas estrellas! ¡Qué les importa a ellas?
Están tan lejos... Tan lejos de este mundo...
Trémulo grupo de distantes velas
Ancladas en el cielo azul profundo...
Pero mi corazón casi paraba,
Volando fueron las esperanzas mías
Cuando una, de entre aquellas estrellitas,
¡Dios la guíó! del cielo se cayó...
Seguro era el amor que me tenías
¡Que repentinamente se acabó!
CARTA
Eu queria trazer-te uma imagem qualquer
para os teus anos...
oh! mas apenas este vazio doloroso
de uma sala de espera onde não está ninguém...
É que,
longe de ti, de tuas mãos milagrosas
de onde os meus versos voavam - pássaros de luz
a que deste vida com o teu calor -
é que longe de ti eu me sinto perdido
- sabes? -
desertamente perdido de mim!
Em vão procuro...
mas só vejo de bom, mas só vejo de puro
este céu que eu avisto da minha janela.
E assim, querida,
eu te mando este céu, todo este céu de Porto Alegre
e aquela
nuvezinha
que está sonhando, agora, em pleno azul!
CARTA
Yo quería mandarte una imagen cualquiera
para tu cumpleaños...
¡oh! pero sólo es este vacío doloroso
de una sala de espera donde no hay nadie...
Es que,
lejos de ti, de tus milagrosas manos
desde donde mis versos volaban -pájaros de luz
a quienes diste vida con tu calor-
es que lejos de ti yo me siento perdido
-¿sabes?-
¡desiertamente perdido de mí!
Vanamente busco...
pero sólo veo de bueno, pero sólo veo de puro
este cielo que yo avisto desde mi ventana.
Y así, querida,
yo te mando este cielo, todo este cielo de Porto Alegre
y aquella
nubecilla
¡que está soñando, ahora, en pleno azul!
MARIO QUINTANA ("A cor do invisível", 1989)
(Versión de Pedro Casas Serra)
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