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    Mensaje por Maria Lua Dom 03 Nov 2024, 09:33

    Ferido sem ter cura perecia
    O forte e duro Télepho temido
    Por aquelle que na agua foi metido,
    E a quem ferro nenhum cortar podia.

    Quando a Apollineo Oraculo pedia
    Conselho para ser restituido,
    Respondeo-lhe, tornasse a ser ferido
    Por quem o ja ferira, e sararia.

    Assi, Senhora, quer minha ventura;
    Que ferido de ver-vos claramente,
    Com tornar-vos a ver Amor me cura.

    Mas he tão doce vossa formosura,
    Que fico como o hydropico doente,
    Que bebendo lhe cresce mór seccura.





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    Luís Vaz de Camões (c.1524-1580) - Página 27 Empty Re: Luís Vaz de Camões (c.1524-1580)

    Mensaje por Maria Lua Lun 04 Nov 2024, 09:32

    Foi ja n'hum tempo doce cousa amar,
    Em quanto me enganou huma esperança:
    O coração com esta confiança
    Todo se desfazia em desejar.

    Oh vão, caduco e debil esperar!
    Como, em fim, desengana huma mudança!
    Que quanto he mor a bem-aventurança,
    Tanto menos se crê que ha de durar.

    Quem ja se vio com gostos prosperado,
    Vendo-se brevemente em pena tanta,
    Razão tẽe de viver bem magoado.

    Mas quem ja tẽe o mundo exprimentado,
    Não o magôa a pena, nem o espanta;
    Que mal se estranhára o costumado.




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    Mensaje por Maria Lua Mar 05 Nov 2024, 08:28

    Formosa Beatriz, tendes taes geitos
    N'hum brando revolver dos olhos bellos,
    Que só no contemplá-los, se não ve-los,
    Se inflammão corações e humanos peitos.

    Em toda perfeição são tão perfeitos,
    Que o desengano dão de merecê-los:
    Não póde haver quem possa conhecê-los,
    Sem nelle Amor fazer grandes effeitos.

    Sentirão, por meu mal, tão graves danos
    Os meus, que com os ver cegos e tristes
    Ficarão sem prazer, co'a luz perdida.

    Mas ja que vós com elles me feristes,
    Tornai-me a ver com elles mais humanos,
    E deixareis curada esta ferida.





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    Mensaje por Maria Lua Miér 06 Nov 2024, 06:04

    Formosos olhos, que na idade nossa
    Mostrais do Ceo certissimos signais,
    Se quereis conhecer quanto possais,
    Olhai-me a mim, que sou feitura vossa.

    Vereis que do viver me desapossa
    Aquelle riso com que a vida dais:
    Vereis como de Amor não quero mais,
    Por mais que o tempo corra, o damno possa.

    E se ver-vos nesta alma, emfim, quizerdes,
    Como em hum claro espelho, alli vereis
    Tambem a vossa angelica e serena.

    Mas eu cuido que, só por me não verdes,
    Ver-vos em mim, Senhora, não quereis:
    Tanto gôsto levais de minha pena!








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    Mensaje por Maria Lua Vie 08 Nov 2024, 09:19

    Formosura do Ceo a nós descida,
    Que nenhum coração deixas isento,
    Satisfazendo a todo pensamento,
    Sem que sejas de algum bem entendida;

    Qual lingoa póde haver tão atrevida,
    Que tenha de louvar-te atrevimento,
    Pois a parte melhor do entendimento,
    No menos que em ti ha se vê perdida?

    Se em teu valor contemplo a menor parte,
    Vendo que abre na terra hum paraiso,
    Logo o engenho me falta, o esprito míngoa.

    Mas o que mais me impede inda louvar-te,
    He que quando te vejo perco a lingoa,
    E quando não te vejo perco o siso.


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    Mensaje por Maria Lua Sáb 09 Nov 2024, 10:28

    Gentil Senhora, se a Fortuna imiga,
    Que contra mi com todo o Ceo conspira,
    Os olhos meus de ver os vossos tira,
    Porque em mais graves casos me persiga;

    Comigo levo esta alma, que se obriga
    Na mor pressa de mar, de fogo, e d'íra,
    A dar-vos a memoria, que suspira
    Só por fazer comvosco eterna liga.

    Nesta alma, onde a fortuna póde pouco,
    Tão viva vos terei, que frio e fome,
    Vos não possão tirar, nem mais perigos.

    Antes, com som de voz trémulo e rouco
    Por vós chamando, só com vosso nome
    Farei fugir os ventos, e os imigos.




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    Mensaje por Maria Lua Lun 11 Nov 2024, 09:30

    Grão tempo ha ja que soube da Ventura
    A vida que me tinha destinada;
    Que a longa experiencia da passada
    Me dava claro indicio da futura.

    Amor fero e cruel, Fortuna escura,
    Bem tendes vossa fôrça exprimentada:
    Assolai, destrui, não fique nada;
    Vingai-vos desta vida, que inda dura.

    Soube Amor da Ventura, que a não tinha,
    E porque mais sentisse a falta della,
    De imagens impossiveis me mantinha.

    Mas vós, Senhora, pois que minha estrella
    Não foi melhor, vivei nesta alma minha;
    Que não tẽe a Fortuna poder nella.







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    Mensaje por Maria Lua Mar 12 Nov 2024, 19:42

    Guardando em mi a Sorte o seu direito.
    Em verde me cortou minha alegria.
    Oh quanto feneceo naquelle dia,
    Cuja triste lembrança arde em meu peito!

    Quando mais o imagino, bem suspeito
    Que a tal bem tal desconto se devia,
    Por não dizer o mundo que podia
    Achar-se em seus enganos bem perfeito.

    Pois se a Fortuna o fez por descontar-me
    Aquelle gôsto, em cujo sentimento
    A memoria não faz senão matar-me;

    Que culpas póde dar-me o pensamento,
    Se a causa qu'elle tẽe de atormentar-me,
    Tenho eu de soffrer mal o seu tormento?






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    Mensaje por Maria Lua Miér 13 Nov 2024, 12:54


    He o gozado bem em água escrito;
    Vive no desejar, morre no effeito:
    O desejado sempre he mais perfeito,
    Porque tẽe parte alguma de infinito.

    Dar a huma alma immortal gôzo prescrito,
    Em verdadeiro amor, fôra defeito:
    Por modo sup'rior, não imperfeito,
    Sois excepção de quanto aqui limito.

    De huma esperança nunca conhecida,
    Da fé do desejar não alcançada,
    Sereis mais desejada, possuida.

    Não podeis da esperança ser amada;
    Vista podereis ser, e então mais crida;
    Porém não, sem aggravo, comparada.





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    Mensaje por Maria Lua Jue 14 Nov 2024, 10:17

    Tanto de meu estado me acho incerto,
    que en vivo ardor tremendo estou de frio
    sem causa, juntamente choro e rio,
    o mundo todo abarco e nada aperto.

    É tudo quanto sinto, um desconcerto;
    da alma un fogo me sai, da vista un rio;
    agora espero, agora desconfio,
    agora desvario, agora acerto.

    Estando en terra, chego ao Céu voando,
    num’hora acho mil anos, e é de jeito
    que em mil anos não posso achar um’hora.

    Se me pergunta alguém porque assi ando,
    respondo que não sei; porém suspeito
    que só porque vos vi, minha Senhora.




    **********************


    De mi estado me hallo tan incierto,
    que en vivo ardor temblando estoy de frío;
    sin causa, al mismo tiempo lloro y río,
    abarco el mundo entero y nada advierto.

    Es todo cuanto siento un desconcierto;
    es mi alma un fuego, es mi vista un río;
    de pronto espero, luego desconfío,
    de pronto desvarío, luego acierto.

    Estando en tierra al Cielo voy volando,
    mis horas son mil años, mas de hecho
    en mil años no sé hallar una hora.

    Si alguien quiere entender por qué así ando,
    respondo que no sé, pero sospecho
    que es solo porque os vi, bella Señora.



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    Mensaje por Maria Lua Vie 15 Nov 2024, 10:11

    Horas breves de meu contentamento,
    Nunca me pareceo, quando vos tinha,
    Que vos visse mudadas tão asinha
    Em tão compridos annos de tormento.

    As altas tôrres, que fundei no vento,
    Levou, em fim, o vento que as sostinha:
    Do mal, que me ficou, a culpa he minha,
    Pois sôbre cousas vãas fiz fundamento.

    Amor com brandas mostras apparece,
    Tudo possivel faz, tudo assegura;
    Mas logo no melhor desapparece.

    Estranho mal! estranha desventura!
    Por hum pequeno bem que desfallece,
    Hum bem aventurar, que sempre dura!







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    Mensaje por Maria Lua Vie 15 Nov 2024, 14:17


    Hum firme coração posto em ventura;
    Hum desejar honesto, que se engeite
    De vossa condição, sem que respeite
    A meu tão puro amor, a fé tão pura;

    Hum ver-vos de piedade e de brandura
    Sempre inimiga, faz-me que suspeite
    Se alguma Hyrcana fera vos deo leite,
    Ou se nascestes de huma pedra dura.

    Ando buscando causa, que desculpe
    Crueza tão estranha; porém quanto
    Nisso trabalho mais, mais mal me trata.

    Donde vem, que não ha quem nos não culpe;
    A vós, porque matais quem vos quer tanto,
    A mim, por querer tanto a quem me mata.





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    Mensaje por Maria Lua Sáb 16 Nov 2024, 09:10


    Hum mover de olhos, brando e piedoso,
    Sem ver de que; hum riso brando e honesto,
    Quasi forçado; hum doce e humilde gesto,
    De qualquer alegria duvidoso:

    Hum despejo quieto e vergonhoso;
    Hum repouso gravissimo e modesto;
    Huma pura bondade, manifesto
    Indicio da alma, limpo e gracioso:

    Hum encolhido ousar; huma brandura;
    Hum medo sem ter culpa; hum ar sereno;
    Hum longo e obediente soffrimento:

    Esta foi a celeste formosura
    Da minha Circe, e o magico veneno
    Que pôde transformar meu pensamento



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    Mensaje por Maria Lua Lun 18 Nov 2024, 08:56

    Huma admiravel herva se conhece,
    Que vai ao sol seguindo de hora em hora,
    Logo que elle do Euphrates se vê fóra,
    E quando está mais alto, então florece.

    Mas quando ao Oceano o carro dece,
    Toda a sua belleza perde Flora,
    Porque ella se emmurchece e se descora:
    Tanto co'a luz ausente se entristece!

    Meu sol, quando alegrais esta alma vossa,
    Mostrando-lhe esse rosto que dá vida,
    Cria flores em seu contentamento.

    Mas logo, em não vos vendo, entristecida
    Se murcha e se consume em grão tormento:
    Nem ha quem vossa ausencia soffrer possa.






    ***********************





    Illustre e digno ramo dos Menezes,
    Aos quaes o providente e largo Ceo
    (Que errar não sabe) em dote concedeo,
    Rompessem os Maometicos arnezes;

    Desprezando a Fortuna e seus revezes,
    Ide para onde o Fado vos moveo;
    Erguei flammas no mar alto Erythreo,
    E sereis nova luz aos Portuguezes.

    Opprimi com tão firme e forte peito
    O Pirata insolente, que se espante
    E trema Taprobana e Gedrosia.

    Dai nova causa á côr do Arabo Estreito;
    Assi que o Roxo mar, daqui em diante
    O seja só com sangue de Turquia.









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    Mensaje por Maria Lua Mar 19 Nov 2024, 15:42

    Imagens vãas me imprime a phantasia;
    Discursos novos acha o pensamento;
    Com que dão á minha alma grão tormento
    Cuidados de cem annos n'hum só dia.

    Se fim grande tivessem, bem sería
    Responder a esperança ao fundamento:
    Mas o fado não corre tão a tento,
    Que reserve á razão sua valia.

    Caso e Fortuna pódem acertar;
    Mas se por accidente dão victoria,
    Sempre o favor da Fama he falsa historia.

    Excede ao saber, determinar:
    Á constancia se deve toda a gloria:
    O ânimo livre he digno de memoria.




    Indo o triste pastor todo embebido
    na sombra de seu doce pensamento,
    tais queixas espalhava ao leve vento
    cum brando suspirar da alma saído:

    «A quem me queixarei, cego, perdido,
    pois nas pedras não acho sentimento?
    Com quem falo? A quem digo meu tormento
    que onde mais chamo, sou menos ouvido?

    Oh! bela Ninfa, porque não respondes?
    Porque o olhar-me tanto me encareces?
    Porque queres que sempre me querele?

    Eu quanto mais te vejo, mais te escondes!
    Quanto mais mal me vês, mais te endureces!
    Assi que co mal cresce a causa dele.»








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    Mensaje por Maria Lua Miér 20 Nov 2024, 12:58

    Ja a roxa e branca Aurora destoucava
    Os seus cabellos de ouro delicados,
    E das flores os campos esmaltados
    Com crystallino orvalho borrifava;

    Quando o formoso gado se espalhava
    De Sylvio e de Laurente por os prados;
    Pastores ambos, e ambos apartados,
    De quem o mesmo amor não se apartava.

    Com verdadeiras lagrimas Laurente,
    Não sei, (dizia) ó Nympha delicada,
    Porque não morre ja quem vive ausente;

    Pois a vida sem ti não presta nada.
    Responde Sylvio: Amor não o consente:
    Que offende as esperanças da tornada.





    *************



    Ja cantei, ja chorei a dura guerra
    Por Amor sustentada longos anos;
    Vezes mil me vedou dizer seus danos,
    Por não ver quem o segue o muito que erra.

    Nymphas, por quem Castalia se abre e cerra;
    Vós que fazeis á morte mil enganos,
    Concedei-me ja alentos soberanos
    Para que diga o mal que Amor encerra:

    Para que aquelle, que o seguir ardente,
    Veja em meus puros versos hum exemplo
    De quanto em glorias promettidas mente.

    Qu'inda qu'em triste estado me contemplo,
    Se neste assumpto me inspirais, contente
    Darei a minha lyra ao vosso templo.





    [90]
    Categorias: Luís Vaz de Camões





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    Mensaje por Maria Lua Jue 21 Nov 2024, 09:33

    Ja claro vejo bem, ja bem conheço
    Quanto augmentando vou o meu tormento;
    Pois sei que fundo em água, escrevo em vento,
    E que o cordeiro manso ao lobo peço;

    Que Arachne sou, pois ja com Pallas teço;
    Que a tigres em meus males me lamento;
    Que reduzir o mar a hum vaso intento,
    Aspirando a esse ceo que não mereço.

    Quero achar paz em hum confuso inferno;
    Na noite do sol puro a claridade;
    E o suave verão no duro inverno.

    Busco em luzente Olympo escuridade,
    E o desejado bem no mal eterno,
    Buscando amor em vossa crueldade.







    ********************




    Ja he tempo, ja, que minha confiança
    Se desça de huma falsa opinião:
    Mas Amor não se rege por razão;
    Não posso perder, logo, a esperança.

    A vida si; que huma aspera mudança
    Não deixa viver tanto hum coração,
    E eu só na morte tenho a salvação:
    Si: mas quem a deseja não a alcança.

    Forçado he logo que eu espere e viva.
    Ali dura lei de Amor, que não consente
    Quietação n'hum'alma que he captiva!

    Se hei de viver, em fim, forçadamente,
    Para que quero a gloria fugitiva
    De huma esperança vãa que me atormente?







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    Mensaje por Maria Lua Vie 22 Nov 2024, 09:41

    ***

    Las peñas retumbaban al gemido
    Del misero zagal, que lamentaba
    El dolor que á su alma lastimaba,
    De un obstinado desamor nacido.

    El mar, que las batia, su bramido
    Con los retumbos dellas ayuntaba;
    Confuso son el viento derramaba,
    En cavernosos valles repetido.

    Responden a mi llanto duras peñas,
    Ai de mí! (dijo) la mar brama y gime;
    Los ecos suenan de tristeza llenos:

    Y tú, por quien la muerte en mí se imprime,
    De oir las ansias mias te desdeñas;
    Y cuando lloro mas, te abrando menos.



    ****************

    *****************

    ***********************


    Julga-me a gente toda por perdido,
    Vendo-me, tão entregue a meu cuidado,
    Andar sempre dos homens apartado,
    E de humanos commercios esquecido.

    Mas eu, que tenho o mundo conhecido,
    E quasi que sôbre elle ando dobrado,
    Tenho por baixo, rustico, e enganado
    Quem não he com meu mal engrandecido.

    Vá revolvendo a terra, o mar, e o vento,
    Honras busque e riquezas a outra gente,
    Vencendo ferro, fogo, frio e calma.

    Que eu por amor sómente me contento
    De trazer esculpido eternamente
    Vosso formoso gesto dentro da alma.






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    Mensaje por Maria Lua Sáb 23 Nov 2024, 09:43

    Leda serenidade deleitosa,
    Que representa em terra hum paraiso;
    Entre rubis e perlas doce riso,
    Debaixo de ouro e neve côr de rosa;

    Presença moderada e graciosa,
    Onde ensinando estão despejo e siso
    Que se póde por arte e por aviso,
    Como por natureza, ser formosa;

    Falla de que ou ja vida, ou morte pende.
    Rara e suave, em fim, Senhora, vossa,
    Repouso na alegria comedido;

    Estas as armas são com que me rende
    E me captiva Amor; mas não que possa
    Despojar-me da gloria de rendido.






    ****************





    Lembranças, que lembrais o bem passado
    Para que sinta mais o mal presente,
    Deixae-me, se quereis, viver contente,
    Morrer não me deixeis em tal estado.

    Se de todo, comtudo, está do Fado,
    Que eu morra de viver tão descontente,
    Venha-me todo o bem por accidente,
    E todo o mal me venha por cuidado.

    Que muito melhor he perder-se a vida,
    Perdendo-se as lembranças da memoria,
    Pois fazem tanto damno ao pensamento.

    Porque, em fim, nada perde quem perdida
    A esperança tẽe ja daquella gloria
    Que fazia suave o seu tormento.








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    Mensaje por Maria Lua Dom 24 Nov 2024, 08:11

    Lembranças saudosas, se cuidais
    De me acabar a vida neste estado,
    Não vivo com meu mal tão enganado,
    Que não espere delle muito mais.

    De longo tempo ja me costumais
    A viver de algum bem desesperado:
    Ja tenho co'a Fortuna concertado
    De soffrer os tormentos que me dais.

    Atada ao remo tenho a paciencia
    Para quantos desgostos der a vida;
    Cuide quanto quizer o pensamento.

    Que pois não posso ter mais resistencia
    Para tão dura quéda, de subida,
    Aparar-lhe-hei debaixo o soffrimento.


    **********************





    Levantai, minhas Tagides, a frente,
    Deixando o Tejo ás sombras nemorosas;
    Dourai o valle umbroso, as frescas rosas,
    E o monte com as árvores frondente.

    Fique de vós hum pouco o rio ausente,
    Cessem agora as lyras numerosas,
    Cesse vosso lavor, Nymphas formosas,
    Cesse da fonte vossa a grã corrente.

    Vinde a ver a Theodosio grande e claro,
    A quem ’stá offrecendo maior canto
    Na cithara dourada o louro Apolo.

    Minerva do saber dá-lhe o dom raro,
    Pallas lhe dá o valor de mais espanto,
    E a Fama o leva ja de pólo a pólo.










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    Mensaje por Maria Lua Lun 25 Nov 2024, 10:56

    Lindo e subtil trançado, que ficaste
    Em penhor do remedio que mereço,
    Se só comtigo, vendo-te, endoudeço,
    Que fôra co'os cabellos que apertaste?

    Aquellas tranças de ouro que ligaste,
    Que os raios do sol tẽe em pouco preço,
    Não sei se ou para engano do que peço,
    Ou para me matar as desataste.

    Lindo trançado, em minhas mãos te vejo,
    E por satisfação de minhas dores,
    Como quem não tẽe outra, hei de tomar-te.

    E se não for contente o meu desejo,
    Dir-lhe-hei que nesta regra dos amores
    Por o todo tambem se toma a parte.





    *******************



    Los ojos que con blando movimiento
    Al pasar enternecen la alma mia,
    Si detener pudiera solo un dia,
    Pudiera bien libraria de tormento.

    Deste tan amoroso sentimiento
    El importuno mal se acabaria;
    Ó tambien su accidente creceria
    Para acabar la vida en un momento.

    Oh! si ya tu esquivez me permitiese
    Que al ver, o Ninfa, tu semblante hermoso,
    A manos de tus ojos yo muriese!

    Oh si los detuvieras! cuan dichoso
    Seria aquel momento en que me viese
    Vida en ellos cobrar, cobrar reposo!







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    Mensaje por Maria Lua Mar 26 Nov 2024, 10:40



    Esfuerzo grande, igual al pensamiento;
    Pensamientos en obras divulgados,
    Y no en un pecho tímido encerrados,
    Y deshechos después en lluvia y viento;

    Ánimo de codicia baja exento,
    Digno por esto de ínclitos estados;
    Azote de los nunca bien domados
    Pueblos de Malabar sanguinolento;

    Gentileza de miembros corporales,
    Ornados de púdica continencia,
    Obra por cierto de celeste altura:

    Estas virtudes raras y otras tales,
    Dignas todas de homérica elocuencia,
    Yacen debajo de esta sepultura.


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    Mensaje por Maria Lua Miér 27 Nov 2024, 08:25

    Quando de minhas mágoas a comprida
    Maginação os olhos me adormece,
    Em sonhos aquela alma me aparece
    Que pera mim foi sonho nesta vida.

    Lá nu~a saudade, onde estendida
    A vista pelo campo desfalece,
    Corro pera ela; e ela então parece
    Que mais de mim se alonga, compelida.

    Brado: -- Não me fujais, sombra benina! --
    Ela, os olhos em mim c'um brando pejo,
    Como quem diz que já não pode ser,

    Torna a fugir-me; e eu gritando: -- Dina...
    Antes que diga: -- mene, acordo, e vejo
    Que nem um breve engano posso ter.


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    Mensaje por Maria Lua Jue 28 Nov 2024, 10:13

    Suspiros inflamados, que cantais


    Suspiros inflamados, que cantais
    a tristeza com que eu vivi tão ledo!
    Eu mouro e não vos levo, porque hei medo
    que, ao passar do Lete, vos percais.

    Escritos para sempre já ficais
    onde vos mostrarão todos co dedo
    como exemplo de males; que eu concedo
    que para aviso de outros estejais.

    Em quem, pois, virdes falsas esperanças
    de Amor e da Fortuna, cujos danos
    alguns terão por bem-aventuranças,

    dizei-lhe que os servistes muitos anos;
    e que em Fortuna tudo são mudanças,
    e que em Amor não há senão enganos.



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    Mensaje por Maria Lua Sáb 30 Nov 2024, 08:42

    Mal, que de tempo em tempo vás crescendo,
    Quem te visse de hum bem acompanhado!
    A vida passaria descansado,
    Da morte não temêra o rosto horrendo.

    Se os vãos cuidados fôra convertendo
    Em suspiros que dão outro cuidado,
    Oh quão prudente, oh quão affortunado
    A capella do louro irá tecendo!

    Tempo he ja de esquecer contentamentos
    Passados, co'a esperança que passou,
    E de que triumphem novos pensamentos.

    A fé, que viva n'alma me ficou,
    Dê ja fim aos caducos ardimentos
    A que o passado bem se condemnou.



    ******************



    Males, que contra mim vos conjurastes,
    Quanto ha de durar tão duro intento?
    Se dura, porque dure meu tormento,
    Baste-vos quanto ja me atormentastes.

    Mas se assi porfiais, porque cuidastes
    Derribar o meu alto pensamento,
    Mais póde a causa delle, em que o sustento,
    Que vós, que della mesma o ser tomastes.

    E pois vossa tenção com minha morte
    He de acabar o mal destes amores,
    Dai ja fim a tormento tão comprido.

    Assi de ambos contente será a sorte;
    Em vós por acabar-me, vencedores,
    Em mim porque acabei de vós vencido.






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    Mensaje por Maria Lua Dom 01 Dic 2024, 13:15



    Mi gusto y tu beldad se desposaron,
    Terceros por mi mal mis ojos fueron:
    Su logro ha sido tal, que, alfin, hicieron
    Un hijo hermoso á quien amor llamaron.

    Tan fuera de compás le regalaron,
    Que cuando mas alegres estuvieron,
    Sin entender el mal que produjeron,
    Perdidos por amores se miraron.

    La beldad desposada deste duelo,
    Vino á parir un monstro con dós alas;
    La madre es la soberbia, el niño el zelo.

    Oh madre que á tu hijo en todo igualas!
    Quien mortal hace al inmortal abuelo,
    Y al padre mortal da inmortales zalas?







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    siendo guardián en tu cielo
    y tren de tus ilusiones."
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    Mensaje por Maria Lua Dom 01 Dic 2024, 14:59

    Mil veces entre sueños tu figura,
    O bella Ninfa, claramente veo;
    Y cuando mas la miro, mas deseo
    Gozar libre de sueños su hermosura.

    En tanto que este dulce engaño dura,
    Vivo en la vana gloria que poseo:
    Mas cuanto allí se eleva mi deseo,
    Viene a caer despierto en sombra escura.

    Duéleme el despertar por contemplarte;
    Que si bien sé te huelgas de no verme,
    Huélgome de ser ciego por mirarte.

    Mas si quiero de engaños mantenerme,
    Y tú quieres me pierda por amarte,
    Sin gran ganancia no podré perderme.











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    Mensaje por Maria Lua Lun 02 Dic 2024, 16:21

    Mil vezes determino não vos ver,
    Por ver se abranda mais o meu penar:
    E se cuido de assi me magoar,
    Cuidai o que será, se houver de ser.

    Pouco me importa ja muito soffrer,
    Despois que Amor me poz em tal lugar;
    E o que inda me doe mais he só cuidar,
    Que mal sem esta dor posso viver.

    Assi não busco eu cura contra a dor,
    Porque, buscando alguma, entendo bem
    Que nesse mesmo ponto me perdi.

    Quereis que viva, em fim, neste rigor?
    Somente o querer vosso me convem.
    Assi quereis que seja? Seja assi.












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    Mensaje por Maria Lua Mar 03 Dic 2024, 16:51

    Moradoras gentis e delicadas
    Do claro e aureo Tejo, que metidas
    Estais em suas grutas escondidas,
    E com doce repouso socegadas;

    Agora esteis de amores inflammadas,
    Nos crystallinos paços entretidas;
    Agora no exercicio embevecidas
    Das télas de ouro puro matizadas;

    Movei dos lindos rostos a luz pura
    De vossos olhos bellos, consentindo
    Que lagrimas derramem de tristura.

    E assi com dor mais propria ireis ouvindo
    As queixas que derramo da Ventura,
    Que com penas de Amor me vai seguindo.




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    Luís Vaz de Camões (c.1524-1580) - Página 27 Empty Re: Luís Vaz de Camões (c.1524-1580)

    Mensaje por Maria Lua Miér 04 Dic 2024, 19:18

    Mudão-se os tempos, mudão-se as vontades,
    Muda-se o ser, muda-se a confiança:
    Todo o mundo he composto de mudança,
    Tomando sempre novas qualidades.

    Continuamente vemos novidades,
    Differentes em tudo da esperança:
    Do mal ficão as mágoas na lembrança,
    E do bem (se algum houve) as saudades.

    O tempo cobre o chão de verde manto,
    Que ja coberto foi de neve fria,
    E em mi converte em chôro o doce canto.

    E afora este mudar-se cada dia,
    Outra mudança faz de mor espanto,
    Que não se muda ja como sohia.






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